quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

NO APAGAR DAS LUZES

A retrospectiva já acabou, o ano está acabando, e ainda falta eu falar de três filmes aqui no blog. Um deles é o italiano "Mia Madre", de Nanni Moretti. O estilo frouxo do diretor está um pouco mais focado, mas nem tanto. Como quase sempre, trata-se de uma obra autobiográfica. O curioso é que dessa vez ele conta algo que lhe aconteceu - a morte da mãe durante uma filmagem complicada - através de uma protagonista feminina. Margherita Buy é uma escolha interessante: ótima atriz, "mulher bonita de verdade" e zero de glamour. O americano John Torturo se esforça para falar italiano nas cenas mais engraçadas, que não são muitas.

Finalmente assisti ao último filme da série "Jogos Vorazes", mais de um mês depois da estreia. Mais pelo desencargo, já que li os livros e vi os outros três episódios.  A ganância dos produtores levou a um erro fatal: dividiram em dois longas o último volume da trilogia. Saíram dois filmes inferiores, que renderam menos que os dois primeiros (bem feito). Essa parte 2 de "A Esperança" é melhor que a parte 1, porque pelo menos há uma conclusão. E Jennifer Lawrence é mesmo uma atriz excelente, ou talvez a única do elenco que leva a sério seu papel. Mas essa saga demorou demais para acabar, bem mais tempo do que durou o interesse por ela. Já foi tarde. Eia, passa, sus.
"Labirinto de Mentiras" é o candidato da Alemanha ao próximo Oscar, e conseguiu ficar entre os nove pré-classificados para o prêmio. Mais pelo assunto do que por suas qualidade cinematográficas. É um filme que fala de nazismo, mas não se passa durante a 2a. Guerra Mundial. A ação se desenrola no final dos anos 1950, quando um grupo de jovens advogados resolveu processar os acusados de crimes nos campos de concentração, que até então viviam livres como se nada. Um monumental acerto de contas, pelo qual o Brasil se recusou a passar depois da ditadura militar. O personagem principal é duro e puro feito Sergio Moro, mas as coisas ficam interessantes justamente quando ele descobre que o mundo não é em preto e branco. "Labirinto de Mentiras" talvez nem seja indicado, mas não importa: o Oscar de filme estrangeiro vai para "Filho de Saul".

3 comentários:

  1. Quem vai processar os americanos pelos crimes na guerra do Iraque.
    Alguém foi preso?

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  2. Ainda bem que houve ditadura militar, só assim nos livramos da esquerda maldita que queria comunismo/socialismo aqui.
    Não vejo menor razão para passar a limpo.

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  3. "puro como Sérgio Moro" UAHUAHUAAUHU

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