sábado, 26 de dezembro de 2015

SOMETHING WICKED THIS WAY COMES


Se não fosse por "Game of Thrones", talvez não existisse essa nova versão para o cinema da peça escocesa. OK, não vou seguir a velha superstição que avisa que o nome dessa obra de Shakespeare não deve ser pronunciado fora de cena, pois dá azar. Mas é inegável que há um certo sabor de Westeros no filme do diretor Justin Kurzel. Trata-se, na verdade, de uma proeza e tanto: ele e seus roteiristas conseguiram traduzir quatro horas de texto num espetáculo visual, com cenário arrebatador e algumas das cenas de batalha mais sangrentas que eu já vi. Tudo o que acontece fora do palco, no teatro, aqui aparece em toda sua glória e horror. Mas esse "Macbeth" está longe de ser uma bobagem violentíssima à la série "Spartacus". A trama está intacta, e eu fiquei pensando em como ela se repete até hoje. Eduardo Cunha, por exemplo: ele pode não ter matado ninguém (não que a gente saiba), mas suas intrigas são dignas de alguém cegado pela ambição. Ele e sua mulher não têm o glamour de Michael Fassbender e Marion Cotillard, mas acabarão mal como seus personagens. Como diz uma bruxa da peça, algo ruim está chegando.

4 comentários:

  1. OMG! Tinha esquecido totalmente dessa maldição. Vou dar uma matéria de teoria numa Escola de Atores aqui em Lisboa e sugeri essa peça para o exercício, deve ser por isso que lesionei a perna e nunca cura e anteontem perdi meu iphone!!! Vou já mudar pro Rapto das Cebolinhas... boabgens à parte, vc não sabe meu grau de ansiedade pra ver o Fassbender e a Cotillard juntos.

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  2. Life's but a walking shadow, a poor player that struts and frets his hours upon the stage and then is heard no more. It is a tale told by an idiot, full of sound and fury, signifying nothing.

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  3. Sinceramente, não consigo entender como a Marion Cotillard mais uma vez foi esnobada pelo 'Globo de Ouro' e pelo 'SAG' por essa interpretação maravilhosa em "Macbeth". Mais do que digna de levar prêmios e mais prêmios. Mas lá pras bandas de Hollywood premiar de fato excelentes trabalhos virou coisa rara. Digo sem pestanejar que Marion é uma das cinco melhores atrizes da atualidade. De um talento imenso. Estou pensando seriamente em não mais nem dar uma olhada nas premiações de Hollywood. A premiação que deixa de fora uma interpretação dessas não merece credibilidade. Mas que saber, ruim pra Hollywood.

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  4. Acho essa peça escocesa a mais cinematográfica de Shakespeare. Cotillard e o Fassbender foram ótimos escolhas.

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