O cinema português é esquisitíssimo, ou pelos menos os poucos filmes de lá que chegam até nós. Devem existir comédias bobas em Portugal, mas quase tudo que eu vi até hoje é descendente do quase imortal Manoel de Oliveira. É um estilo não-hollywoodiano de filmar, com longos silêncios, toques de surrealismo e uma ou outra cena sensacional. A crítica adora; eu faço força para pelo menos entender. E nesse intuito fui ver o primeiro "volume" (são três) de "As Mil e Uma Noites", do diretor Miguel Gomes. É um painel da crise econômica portuguesa que se vale da estrutura do clássico árabe, com Xerazade (com x mesmo) e tudo. Quase que uma coleção de curtas metragens, alguns sem pé nem cabeça. Mas é difícil se interessar pelos personagens: os únicos que comovem são pessoas reais que contam para a câmera as terríveis dificuldades por que vêm passando. Agora preciso criar coragem para assistir aos outros volumes. O segundo, inclusive, é o representante de Portugal no próximo Oscar.
Percebo que você constantemente reclama de não conseguir entender filmes orientais, iranianos, etc...ou seja, filmes muito conceituais com narrativa visual mais simples para olhos menos atentos. Vc não acha que vc tem um despreparo para ser crítico ou, pelo menos, sofre de dislexia? Muitos filmes tem narrativa tão complexa que são quase obras literárias, o que exige uma pessoa que entenda o cinema como uma arte que vai além do trivial óbvio americano com forte linguagem visual, ou seja, um crítico de arte que entenda a história da arte e da literatura como complementares.
ResponderExcluirEu não tenho a menor pretensão de ser crítico de arte, apesar de ter aceito todos os convites da Folha até hoje para resenhar filmes e programas de TV.
ExcluirMas é injusto dizer que eu só gosto do óbvio americano. Não tenho saco para a maior parte das coisas comerciais que vêm dos EUA. Também adoro coisas como "A Grande Beleza", que têm uma narrativa pouco convencional.
Sem querer soar pedante, sou um estudioso de técnicas narrativas. Já fiz cursos, leio livros, etc. E estou sempre disposto a ver fimes tidos como exóticos, como você pode verificar pelo que posto aqui no blog.
Então como criticar publicamente algo que vc mesmo declara ter dificuldade de entender? Eu entendo q tanto vc mesmo como a Folha te apresentam como critico de cinema. Existe uma responsabilidade com o público e com a classe mesmo sabendo q crítica é uma atividade que qualquer ser humano pode fazer. Pra mim soa estranho um crítico escrever como crítica q ele se esforça pra entender determinado tipo de filme nao convenvional. Crítica por pura crítica? Post por post? Crítica por popularidade?
ExcluirPrefiro entender as suas críticas como puro jornalismo. Não creio que o q vc escreva seja crítica já q esta demanda comentários muito mais profundos do que um " não entendo". Como crítico a sua obrigaçao a priori seria entender...
Querido, isso aqui é um blog. São minhas impressões, opiniões pessoais, manias. É escrito de maneira frouxa, sem o rigor mínimo que o jornalismo exige. Aqui eu sonego informações, faço gracinhas, exibo minha ignorância. E não cobro nada por isto.
ExcluirVrááa!
ExcluirFico pasmo com a quantidade de petralha aqui no blog. Onde está essa galera no dia a dia? Converso com todo tipo de gente e não encontro uma pessoa sequer que defenda a Dilma. Uma! As pesquisas também mostram mais de 90% de rejeição. Mas aqui no blog eles só se multiplicam. Penso ser um daqueles casos de minoria que tenta se legitimar pelo histrionismo. Gritam tanto que parecem ser mais do que são.
ResponderExcluirAcho que você comentou no post errado...
ExcluirQue viagem louca desse Anonimo...
ExcluirFoi pq o outro tah lotado hehehehe.
ExcluirEu vi O fantasma, filme portugues e achei uma viagem...mas é dificil de esquecer, devido a loucura do filme ( que anonimo pedante do primeiro comentario, deve ser um critico frustrado...que ninguem le, RECALQUE MANDOU UM BEIJO TONY !)
ResponderExcluir