sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

ELA VOLTOU ONTEM

Fiquei chateado com a ausência de "Que Horas Ela Volta" da lista dos nove semi-finalistas na disputa pelo Oscar de filme em língua estrangeira. Não sou fã incondicional do longa de Anna Muylaert, mas nessas horas eu visto a camisa da seleção. E até arrisco um palpite: os velhinhos da Academia de Hollywood sentiram o mesmo incômodo que eu e muita gente mais. Porque eles também têm empregada, e não gostaram de ver os patrões retratados como débeis mentais. Algo, aliás, que nem fazia muita falta: o núcleo do roteiro é a relação entre mãe e filha, contada de maneira impecável. Bom, jamais saberemos o que de fato se passou na cabecinha deles. Então o melhor é aplaudir toda a equipe pelas conquistas aqui e torcer por mais sorte em 2016.

31 comentários:

  1. Nunca cheguei a pensar "Que Horas Ela Volta" como indicado ao Oscar. Sempre achei que se existia uma enorme euforia em torno de uma possível indicação, quê me fazia crer que não viria. O que de fato aconteceu. Teve até gente falando em uma possível indicação de Regina Casé, espia só, na categoria de melhor atriz em um papel principal. Quanta bobagem. Quanto amadorismo. Cinema brasileiro precisa melhorar e muito. O Oscar faz muito tempo que só possui status. Porque premiar realmente os melhores em suas respectivas categorias se tornou algo raro. Portanto, a não indicação de "Que Horas Ela Volta" não deve ser vista como desespero. A Academia há tempos se tornou um poço de erros. Mas Tony, cá entre nós, os nossos filmes indicados ao Oscar não padecem de uma má distribuição e uma irregular campanha pra se conseguir uma indicação ? Ah, creio que o favorito é " Filho de Saul".

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    1. Desculpe, vc não sabe o que diz. A produçao cultural brasileira disparou nos últimos anos. No cinema a produçao esteve muito boa ate o ano passado. Uma indicação ao oscar nao pode servir como avaliaçao para uma industria. Tb nao serve como medida de qualidade. Acho que amador aqui está sendo vc. Antes de falar o q disse vc olhou os números da industria? Com base em q vc faz essa critica?

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    2. Acho que você não entendeu muito bem o comentário do primeiro anônimo

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    3. A produção nacional do cinema brasileiro ainda continua de baixa qualidade. Melhorou ? Sim. Mas dentro das nossas possibilidades limitadíssimas. Nos últimos anos o cinema brasileiro foi inundado por comédias cafonas, de um clichê sem tamanho e de riso fácil. Faturaram muito. O que demonstra qual é o nível do nosso público. Boas produções houveram. Entretanto muito pontuais. Como é de praxe por aqui. Disse que a Academia há tempos não vem premiando os melhores em suas respectivas categorias. Em nenhum momento falei que uma indicação ao Oscar serve como parâmetro de qualidade da indústria cinematográfica de algum país. Porque não serve. A não indicação de "Que Horas Ela Volta" não significa que o filme não é bom. Até porque tem suas qualidades. O que houve foi muita euforia em torno de uma possível indicação do filme que muitos por aqui já davam como certa. Como sempre, muitos comemoraram antes do resultado final. Convém ter modéstia e muita calma da próxima vez.

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  2. Ao contrário, meus amigos gringos não entenderam direito a relação patroa-empregada, achava que aquilo era forçado, que não podia existir esse tipo de tratamento nos dias de hoje. Acho que foi justamente esse distanciamento de realidade que fez os "velhinhos do Oscar" não captarem a proposta do filme!

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    1. Seus amigos gringos não devem ter empregada. Os velhinhos da Academia, eu aposto que têm.

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  3. Partindo desse raciocínio, o filme The Help (Histórias Cruzadas) não teria sido indicado a melhor filme. O Oscar e os membros daquela academia não são deuses soberanos que sabem julgar melhor os filmes do mundo, mas a gente adora ficar tentando explicar e justificar algo bastante simples: o filme é ruim.

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    1. "The Help" era sobre racismo no Sul dos EUA nos anos 1960. Uma realidade distante no tempo e no espaço dos membros atuais da Academia.

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  4. Um filme cheio de defeitos tecnicos nao merece ser indicado mesmo ainda que o enredo seja regular-bom.

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  5. "Os velhinhos do Oscar" não são brasileiros e não conhecem esse tipo de relação com empregadas domésticas que é "coisa nossa". Que leitura mais simplista e rasteira para explicar que o filme não chegou lá porque não nenhuma obra prima. Só um filme OK, mas como manda "mensagem" o pessoal cai de joelhos e fala de preconceito, consciência de classe e outras baboseiras que estão na modinha. Vai, Brasil. Acorda, Brasil.

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    1. Conhecem sim. Os memrbos da Academia têm dinheiro para ter empregada. E não é de hoje que os EUA estão cheios de imigrantes latinas fazendo trabalhos domésticos na casa dos outros.

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    2. Volto a dizer, as relações lá são completamente diferentes das que temos aqui. Vc precisa conhecer melhor o "outro".

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    3. Tony, vc tá tão encrustado com a mentalidade brasileira que acha que qlq pessoa que tenha empregada, as trata como no filme. Não, não tratam. Isso é herança colonial nossa!

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    4. Tem razão, eu viajei pouco e sou inexperiente.

      (***ALERTA IRÔNICO***)

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    5. A resposta acima era pro anônimo das 13:28.

      Pro anônimo das 13:29: vocês acordaram mais louros hoje? Justamente porque o filme da Muylaert retrata uma maneira como POUCOS patrões tratam as empregadas (inclusive no Brasil, inclusive em Hollywood) é que ele ficou de fora da lista do Oscar. Mas isso é só um palpite, gentem. Ninguém pode saber o que de fato aconteceu.

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    6. Risos desse povo que acha que colonialismo só ocorreu no Brasil.

      Brasil, a terra onde, se ocorreu algo aqui, não ocorreu jamais e de forma alguma em qualquer outra parte do planeta. Ou assim pensam os brazileiros..

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    7. Eu acho muito crivel a maneira afetuosa que alguns patroes tratam os seus empregados nao so no brasil mas em ouros lugares tb. Morei 2 anos nos eua (eu tinha 18 na epoca) com uma familia de descendencia italiana e a nanny da casa onde eu fiquei era basicamente da familia. É so reparar no proprio "the help" citado acima, em um determinado momento a protagonista teve um embate serissimo com a mae por ela ter maltratado a empregada em frente das amigas aristocratas q ela tinha. Essa empatia pela figura da empregada é muito mais comum do q a gente imagina. E patroes amorosos existem em qqer lugar assim como existem tb aqueles super chatos q mereciam comer uma torta de cocô igual a q minny jackson fez pra hilly.

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  6. vi 7 dos 9 semifinalistas e o único realmente que eu achei superior ao nosso filme foi "son of saul". "labirinto de mentiras" é MUITO ruim e foi massacrado pela crítica americana, mas fala de nazismo, então, provavelmente os velhinhos da academia assistiram o filme gozando. E não foi só "que horas que ela volta?" que foi esnobado. "A assassina" e "Good night mommy" que eram super elogiados e estavam em listas de vários veículos como favoritos também foram esnobados, provavelmente, pq são muito "violentos".

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  7. vi pelo menos 3 sites americanos sobre cinema reclamando da ausência de Que Horas Ela Volta?

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    1. O filme é querido por muitos críticos americanos. Mas a competição é acirrada - este ano eram 81 concorrentes - e muitos outros títulos bem cotados ficaram de fora.

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    2. Críticos = esquerda.
      Membros velhinhos = direita.
      Simples assim.
      O filme é uma bobagem panfletária.
      Fosse minha empregada, eu botava aquela filha abusada pra correr no primeiro dia.
      Alguém aqui entra na casa/sala do patrão e tira aquela onda toda?

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    3. olha o abobado que resume qualquer coisa em "direita" e "esquerda".

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    4. olha o abobado que resume qualquer coisa em "direita" e "esquerda".

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  8. A idéia do filme é muito boa, mas podia ser melhor explorada.
    Há alguma coisa nesse filme que é estranha, que parece não funcionar bem.
    Algumas pessoas dizem que foram os atores que interpretaram os patrões, mas eu não sei dizer bem o que é.
    Só sei que para mim, que nunca tive empregada em casa, nem tive mãe empregada de ninguém, senti dificuldade em sentir algo mais que apenas simpatia pelo filme.

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  9. Tony, quem vc acha que leva best original song: a mensagem Til it happens to you ou sucesso de see you gain (o oscar decaiu demais)? Tinha esperanças One kind of Love ganhasse, mas foi desclassificado.

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    1. Não sei, mas uma das mais cotadas nos sites especializados é "Simple Song #3", uma composição erudita da trilha do filme "Youth", de Paolo Sorrentino.

      Confira aqui: https://www.youtube.com/watch?v=UCVnFUUI6X4

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    2. acredito que til it happens to you vence por causa do lobby do weintein

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  10. O mio babbino caro
    De qualquer forma tem um pessoal respirando aliviado com esse desfecho.

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  11. Vou não, quero não9 de janeiro de 2016 às 14:51

    O roteiro é lindo, merecia sim, mas.... Regina Casé em tempos de #ForaDILMA, DESCULPA AÊ, virou ´´a maldita´´ junto a Jô Soares e ala vermelhinha da Globo, como vc ja disse num outro post não lidamos bem com democracia, não diferenciamos físico do jurídico, infelizmente, vida foi tão fdp com todo mundo que dá aquela raiva de artista populista mesmo, inexplicável....

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