segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

BANDEIRA DOIS


"Táxi Teerã" venceu o último Festival de Berlim mais pelo que significa do que pelo que realmente é. Se tomado pelo valor de face, é só um filme de orçamento ultra baixo que tem algumas cenas interessantes e outras perfeitamente dispensáveis. Mas é preciso levar em conta o contexto onde ele foi feito. Trata-se do terceiro longa rodado pelo diretor Jafar Panahi desde que o regime dos aiatolás o condenou a vinte anos sem filmar. Dessa vez Panahi se arrisca para fora de casa, através de um truque simples: câmeras instaladas num táxi que ele mesmo dirige. Seus passageiros - todos atores amadores - discutem política e amenidades, mas ninguém faz críticas realmente pesadas ao sistema. Talvez por isto o novo governo do Irã, mais liberal que o anterior, olhe para o outro lado e deixe passar essa estripulia. O filme mostra o lado mais rico da capital iraniana, mas não é o mergulho na sociedade que o marketing pretende. E ainda deixa uma dúvida: será que por lá os táxis também estão em guerra contra o Uber?

3 comentários:

  1. Miga, guarda pra voce esses filmes chatíssimos que voce vai ver! Repara no numero nulo de comentários que eles recebem e pense duas vezes antes de nos brindar com essas delicias que nunca degustaremos!

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  2. Festival de Berlim sempre teve essa pegada mais politizada na hora de escolher o laureado com o urso de ouro.

    Uber dificilmente vinga em país com governo intervencionista e sindicatos fortes, não sabem fazem lobby. Em São Paulo o prefeitão regularizou transformando em táxi preto rs. Gênio.

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