sábado, 19 de dezembro de 2015

A FAMÍLIA MONSTRO


"O Clã" é um puta filme, mas não é divertido de se ver. O escolhido pela Argentina para representá-la no próximo Oscar não gera o mesmo prazer histérico que "Relatos Selvagens", o indicado do ano passado. Porque aqui a história não só é pesada demais, como também verdadeira. E muito conhecida pelo público de lá, o que fez com que o roteiro começasse pelo final. Uma pena: as plateias estrangeiras mereciam um pouco mais de suspense. Mas o mais importante é a monstruosidade de uma família de classe média, capaz de cometer os crimes mais hediondos. O epicentro é o pai, interpretado por Guillermo Francella - um especialista em papéis cômicos, quase irreconhecível como o cruel Arquímedes Puccio, que se deu bem nas sombras da ditadura militar. Quando esta acabou, resolveu reforçar o caixa sequestrando os amigos ricos de Alex, o filho mais velho, que era da seleção argentina de rúgbi. O rapaz é o verdadeiro protagonista da trama: um cara normal, sem maiores pretensões do que jogar bola e comer a namorada. A princípio ele se deixa levar pelas maldades do pai; depois tenta se rebelar, mas não tem forças - é uma espécie um Hamlet portenho. O coração de um filme deprimente, que no entanto precisa ser visto.

4 comentários:

  1. O mio babbino caro
    E eu jurando que era o Temer.oso.

    ResponderExcluir
  2. Tony, vc viu Pride? É um filme britsh sobre o apoio gay ao movimento grevista dos mineiros.tem no now e é mto fofo. Recomendo.

    ResponderExcluir
  3. Em certo momento do filme pensei na família de Eduardo Cunha... Rezando na mesa e cometendo as maiores barbáries, com conivência de todos que estavam ali sentados... Um filme primoroso.

    ResponderExcluir