sexta-feira, 30 de outubro de 2015

POUCAS PALMAS PARA A PALMA


Os premiados de Cannes, como em qualquer festival, são decididos por um júri pequeno, e sempre sob a influência brutal de quem estiver na presidência. Por isto as injustiças são frequentes. Foi o caso deste ano, em que havia pelo menos duas obras-primas na competição - "Filho de Saul" e "Youth". Mas os jurados, liderados pelos irmãos Joel e Ethan Coen, preferiram dar a Palma de Ouro para "Dheepan", do diretor francês Jacques Audiard. O filme passou na Mostra de SP e acaba de estrear em circuito comercial. Não é ruim, mas não chega nem perto das duas obras citadas. Vai ver que ganhou porque trata de um tema do momento: a imigração para a Europa. O protagonista é um ex-integrante dos Tigres Tamil, a guerrilha separatista que devastou o Sri Lanka até ser fragorosamente derrotada. O sujeito consegue os passaportes de uma família que já morreu, e em seguida arruma mulher e filha postiças para poder usá-los. Vão todos para a França, onde Dheepan consegue um emprego de zelador num conjunto habitacional. Probleminha: o lugar é dominado por uma gangue. Mas nada que assuste um guerrilheiro, né? Mesmo sendo lacônico, o roteiro telegrafa o que vem no final. E este nem é o maior problema do filme, que se arrasta aqui e ali. Só vi para completar minha lista: não perco uma Palma de Ouro desde 1983.

3 comentários:

  1. e a frança escolheu para o oscar um filme pior que esse

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  2. Com o perdão da palavra, mas como vc trata sempre de cinema e trabalha com tv, acho que seria interessante um post sobre o tal email do casting pra série pedindo ator negro bonito que gerou, como sempre, furor dos indignados que acharam isso preconceito pesado. Eu não achei. Achei que bobeou em falar que seria difícil, mas nem isso seria preconceito.

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  3. filme impactante, delicado, singular.filmes como esse ainda vale a pena uma ida ao cinema.

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