quinta-feira, 17 de setembro de 2015

VERBETES TARDIOS


"Pequeno Dicionário Amoroso" foi um marco no cinema brasileiro. Lançado em janeiro de 1997, ainda na época da retomada da produção nacional, surpreendeu na bilheteria. E acabou gerando uma onda que durou alguns anos: a "comédia de verão", romântica e despretensiosa. Mas, apesar do sucesso, só agora ganhou continuação. O que por um lado é bom sinal, pois não é só a ganância o que move os produtores: também é a existência de algo mais a dizer. Por outro lado, passou-se tempo demais. 17 anos depois, eu só lembro que o casal formado por Andrea Beltrão e Daniel Dantas terminava separado porém feliz - cada um com seu novo par, e a vida continua. Agora ficamos sabendo que não foi bem assim. Ambos estão saindo de relacionamentos fracassados, e claro que se reencontram. Enquanto isto, a filha dele experimenta com a bissexualidade e o poliamor. A estrutura em vinhetas curtas, cada uma baseada numa palavra em ordem alfabética, permanece funcionando. Também se mantém intacta a química entre os protagonistas. Mas... alguma coisa se quebrou. Além de uns probleminhas de ritmo, "Pequeno Dicionário Amoroso 2" traz uma mensagem que se pretende esperançosa, que no entanto me pareceu justamente o contrário. Saí do cinema mais deprê do que entrei, e aposto que não era esse o objetivo dos responsáveis pelo projeto.

14 comentários:

  1. A idade mata um tanto da esperança, fica um reloginho imaginário no tic tac da contagem regressiva. Esperança é pra quem tem tempo.

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  2. Fala verdade: você só fica assistindo esse monte de filme nacional porque você é roteirista, né? se tivesse outra profissão não daria tanta importância pra produção nacional!

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    1. Eu TAMBÉM vejo filme brasileiro por obrigação profissional. Mas gosto bastante.

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    2. Um dia voce podia contar sob que otica enxerga os filmes de outros roteiristas: se voce fica prestando atencao nas nuances do roteiro com olhar tecnico ou nao se da conta disso qdo esta assistindo...

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  3. I <3 Renato Goes! É seu parente ne?

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  4. Qual caminho vc indica pra quem quer ser roteirista mas nao ta afim de encarar uma universidade de cinema?

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    1. Encarar uma universidade de cinema.

      Na boa: não existe m caminho só para a carreira de roteirista. Mas estudar cinema para valer é um dos mais seguros. Fora isso, o candidato tem que ir muito ao cinema, ver de tudo, ler muito, escrever muito, escrever mais, escrever, escrever, escrever...

      Existem muitos cursos livres de roteiro, e alguns são muito bons. Faça todos o que puder. Também participa de concursos, se exponha, bote a cara no sol. E prepare-se para ouvir um monte de "nãos" e passar fome, frio e necessidade.

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  5. Richard Linklater mandou beijos.

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  6. O mio babbino caro
    Cadê o cinema nacional que alcance o Brasil?

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    1. O Chico não merecia servir de trilha para essa bosta.

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  7. Tony, você já viu o deslumbramento que é o trailer de Carol? Se a Cate Blanchett consegue emocionar em um trailer de dois minutos, o que essa mulher não fará em um filme de uma hora e meia?
    Tenho 33 anos e fico pensando na época que um filme com um romance gay era considerado escândalo, como o Brokeback Mountain foi importante, como é bom estar vivo e ver o mundo caminhando para frente...

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