sábado, 12 de setembro de 2015

O HOMEM QUE FILMAVA AS MULHERES

A mostra "Truffaut: um Cineasta Apaixonado" estava em cartaz na Cinematheque Française quando eu estive em Paris em outubro do ano passado. Queria muito ter visto, mas acabou não dando tempo. Voltei à cidade em dezembro e a exposição continuava: dessa vez não me escapa, pensei. Escapou. Ela precisou atravessar o Atlântico e se instalar no MIS de São Paulo para que eu finalmente conseguisse visitá-la. E então... achei plus ou moins. Claro que é legal ver os cadernos de anotações de um dos maiores diretores de todos os tempos, ou rever Jeanne Moreau cantando "Le Tourbillon". Mas não deixa de ser frustrante que nenhum dos filmes dele esteja passando no bom cinema do museu (eu só vi seis, olha que lacuna no meu currículo). A montagem também tem alguns equívocos. Como as meia cabines muito baixas, onde os altos como eu inevitavelmente batem a cabeça. Ou a sucessão de portas fechadas onde é preciso espiar pelo olho mágico para ver (bem mal) alguma cena de um filme dele estrelada por uma mulher. Truffaut era na vida real o título de um de seus filmes - "O Homem que Amava as Mulheres" - mas esse amor nunca foi uma travessura, e muito menos ilícito. Era escancarado, e portanto indigno de uma instalação boba dessas. No final, o que eu mais gostei foi um recorte de jornal com a programação dos cinemas de Paris no final dos anos 1950. Sabe quantas as salas a cidade tinha naquela época? E estou falando só da cidade mesmo, sem o banlieu. Adivinha... 350.

5 comentários:

  1. O mio babbino
    A noite americana, basta para conhecer o "ethos" cinematográfico de Truffaut!
    Gay sem glamour: "Um mês da morte de Eduardo Oliveira dos Santos, na chacina de l3/08/2015"

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  2. Vivamente dimanche me fez amar Truffaut e Ardant, mas paixão mesmo eu tive por outros filmes dele e principalmente por Uma Jovem Tão Bela Como Eu.

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  3. Foda cara, qdo esse país maravilhoso vai mudar? Eu culpo os imperialistas.

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  4. Sinto o mesmo que o outro anônimo, mas em relação à parceria Truffaut e Deneuve. Em "O Último Metrô e "A Sereia do Mississippi". Esse amor que ele sentia pelas mulheres e pelo cinema rendeu tantos filmes bons, deu vontade de rever "O Homem que Amava as Mulheres".

    ps. falando em clássicos que você não assistiu, espero que você tenha reparado o lapso de não ter visto "Um Bonde Chamado Desejo" com o Brando e a Leigh.

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