quarta-feira, 2 de setembro de 2015

FORA DA MINHA TERRA

O ser humano é um animal territorial. Defendemos o torrão onde vivemos dos invasores porque antes dependíamos da caça e depois da agricultura. Se fôssemos herbívoros como as vacas, não iríamos nos incomodar com a chegada de estranhos. Esse instinto básico se mantém até hoje, mesmo nas sociedades onde não faz mais sentido. Como na Europa contemporânea, que está envelhecendo rapidamente e precisando muito de imigrantes jovens que queiram trabalhar. Mas o medo de perder o emprego (infundado, segundo especialistas) é tão grande que alguns países fecham suas fronteiras mesmo para quem só quer atravessá-los. A Hungria, por exemplo, governada pela direita, quer construir um muro que a separe da Sérvia, só para não ver os refugiados sírios cruzando seu território rumo à Alemanha ou à Escanidnávia. Enquanto isto, cada nova geração espanhola é 40% menor que a anterior, e os únicos que não estão vendo suas populações encolher são França e Grã-Bretanha. Fora que a caridade cristã, valor tão caro ao continente, manda abrir as portas ao pessoal que foge das guerras no Oriente Médio ou da miséria na África. A imensa maioria se acultura rapidamente, mas isto não basta para sossegar os xenófobos - e nem os políticos que manipulam a ignorância do eleitorado. Já existem estudos que dizem que todas os controles fronteiriços deveriam ser abolidos, no mundo inteiro. Isso geraria crescimento econômico e traria paz. Mas ainda estamos muito próximos do australopiteco: queremos nosso território de caça só para nós. Uga uga.

11 comentários:

  1. Nem precisa ir muito longe né? São Paulo, um estado de imigrantes italianos que fugiram da pobreza na Europa no início do século 20 agora grunhe de ódio por cada coreano, chinês e boliviano que aporta na terra da garoa.

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    1. Cadê a De Fu com suas palavras rebuscadas pra escrever um comentário/ode/parábola/conto rechaçando os refugiados e dizendo que é culpa do PT?

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  2. Imagina então o que deve ser pros negros no Rio de Janeiro que são barrados de ir à praia na própria cidade.

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    1. Não deve ser nada diante da vergonha de um branco em concordar com isso.

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    2. Tipo o governador Pezão, que defende o profiling da polícia de barrar e revistar somente negros a caminho da/na praia? Ele falou isso sem um pingo de vergonha, infelizmente.

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  3. Pesa aí o fato de que as pessoas não querem conviver, morar perto, dividir a cidadania com "diferentes", estrangeiros, tanto que mesmo em locais com grande imigração os imigrantes vivem à parte da sociedade e cultura, vide Paris e tantos outros exemplos.

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  4. Tony, morei na Europa e nunca vi conflito social pior que o Brasileiro com praias, condominios, empresas, festas e camarotes discriminando qualquer coisa que esteja fora do normal e aceitavel. Apenas o fato de ser branco já é motivo para ostentaçao. Pode-se ser VIP sem um centavo no bolso. Criticamos os europeus mas fazemos pior dentro casa. Vários "midiácos" esfregando riqueza na cara do povo e ao mesmo tempo pedindo "mais amor por favor" . É tudo cínico e cafona demais.

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  5. O mio babbino caro
    Achei que na ilustração era a figura do Lula.
    Os únicos que não estão vendo suas populações encolher são França e Grã-Bretanha onde mais acontece miscigenação.
    No mais: "Imagine there's no countries
    It isn't hard to do
    Nothing to kill or die for
    And no religion too
    Imagine all the people
    Living life in peace"

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  6. Aqui em Portugal os locais discriminam os brasileiros e africanos; brasileiros esses que discriminam os africanos e ucranianos (segunda maior colonia em Portugal). Esses todos se juntam no ódio aos ciganos. E assim, vamos levando....

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  7. Bem colocado, qual a psicologia por trás do preconceito? O q seria de Londres sem imigrantes, ainda teriam uma rainha?

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