sexta-feira, 25 de setembro de 2015

AINDA BEM QUE TEM O JACK

Anjelica Huston é um caso curioso. Apesar de ter nascido numa família ligada ao cinema, ela demorou para engatar sua carreira de atriz. Aí ganhou um Oscar por um de seus primeiros filmes e entrou na moda. Durante uma década e meia, Anjelica trabalhou com diretores do calibre de Francis F. Coppola e Woody Allen. Estrelou grandes sucessos como "A Família Addams" e ainda conseguiu mais duas indicações ao prêmio da Academia. E então... praticamente sumiu dos radares. Seu último papel de algum destaque foi na televisão, na finada série "Smash". Na telona, nem lembro mais de quando a vi pela última vez. Este sumiço se deve em parte à sua vida pessoal: ela passou um bom tempo cuidando do marido doente, que acabou falecendo. E também, é claro, à escassez de bons personagens em Hollywood para as mulheres mais velhas. Para piorar, Anjelica embarangou legal nos últimos anos - e isso depois de ter sido uma das top models mais requisitadas dos anos 1970. Mas ainda bem que ela descobriu uma nova carreira como escritora. Seu texto (que é dela mesma, sem ghost-writers) é leve e coloquial, e suas lembranças mais distantes ganham vida em seus livros de memórias. Li o primeiro volume, "A Story Lately Told", no começo do ano passado, e me encantei com sua infância de conto de fadas. Agora estou no meio do segundo, "Watch Me", cujo filé mignon é o tumultuado romance com Jack Nicholson. Anjelica sofreu feito mulher de malandro na mão do ator, mas aguentou quase vinte anos ao lado dele (com muitas idas e vindas, é verdade). Não há nenhuma revelação bombástica,  mas ela - que ainda tem uma figura imponente e até um pouco assustadora - surge das páginas como uma pessoa inteira, de carne, osso e lágrimas. Mesmo com berço de ouro e todas as oportunidades do mundo, Anjelica passou por poucas e boas (como todos nós, aliás). Mas continua interessante, o que não é pouco.

13 comentários:

  1. Pavor da indústria do entretenimento americana, estou lendo um livro sobre o império e dizem q a cultura vai onde o exército não pode ir. É tudo muito "crass", vivemos uma crise cultural forte, em 1 palavra 'vma'

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Então fica com a indústria do entretenimento tapuia, cara-pálida.

      Excluir
  2. Vc viu a última da house of saud? Principe saudita maldita foi preso em Los Angeles...esses caras, até quando?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Já tem uma nova? Achei que a última era o massacre de peregrinos em Meca. Ah, esses sauditas...

      Excluir
  3. Hollywood é como vc definiu, abraâmica. Os protestantes...

    ResponderExcluir
  4. As pessoas não podem mais envelhecer. Envelhecer virou uma ofensa. Elas "embarangam" como vc diz. Irônico ouvir isso de vc.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tem gente que envelhece bem (eu, por exemplo).

      Anjelica não está nesse grupo:

      http://f5.folha.uol.com.br/celebridades/1211106-anjelica-huston-aparece-deformada-em-evento-na-california.shtml

      Excluir
  5. Anjelica vai fazer uma participação de 3 episódios na segunda temporada de Transparent.

    ResponderExcluir
  6. Envelhecer bem é o novo nada contra mas...

    ResponderExcluir
  7. só com reposição hormonal, n tem jeito.

    ResponderExcluir
  8. hellen mirren, o negócio é não fazer plastica...botox só ta bom.

    ResponderExcluir