quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O SEGUNDO IMPÉRIO


Imagine uma trama chamada "Império", sobre uma empresa com o mesmo nome. Seu dono e fundador tem um passado misterioso, e agora não sabe para qual de seus filhos deve deixar a companhia. Para complicar, sua ex-mulher está disposta a embolar o meio de campo. Soa familiar, e é: tanto a novela de Aguinaldo Silva quanto a série "Empire", que estreou ontem no canal Fox brasileiro, são descendentes da peça "Rei Lear" de Shakespeare. A versão americana é simplesmente o programa de maior audiência deste ano nos EUA, e eu estava morrendo de curiosidade para ver. Mas o primeiro episódio não me pareceu sensacional. Apenas somos apresentados aos personagens - o empresário poderoso dona de uma gravadora (onde que isso ainda dá dinheiro?), o filho caxias engomadinho, o filho rapper vagabundo, o talentosíssimo filho gay e a mãe incendiária, que sai da cadeia depois de 17 anos. Ela se sacrificou pela família: assumiu toda a culpa do marido, quando os dois, que eram traficantes de drogas, foram pegos pela polícia. Agora a bitch quer vingaaançaaaa, e isto é ótimo. Dá para perceber que Taraji P. Henson, a única do elenco que foi indicada ao Emmy, está se divertindo muito no papel de Cookie Lyons, a matriarca barraqueira. Mas no geral os diálogos são bem óbvios e algo forçados, algo que é típico na TV aberta também por aqui. As coisas devem melhorar nos próximos capítulos, se levarmos em conta a bola de neve em que o seriado se tornou. "Empire" lembra uma versão negra e adulta de "Glee". Ah, e preparem-se para mais uma mini-polêmica: o protagonista Lucious Lyons, interpretado por Terrence Howard, sofre de esclerose múltipla. A mesma doença que afligirá o personagem de Alexandre Nero em "A Regra do Jogo"...

8 comentários:

  1. Spoiler: sofre nada, era diagnóstico errado. Como em toda novela cafona e clássica.

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  2. no trailer não falaram "als"? Aí é esclerose lateral amiotrófica, aquela que é 1000x pior (mas as duas pessoas que eu conheço que tem não morreram nem em 20 anos).

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    1. Se tivessem usado câncer, seria cópia de Breaking Bad. Mas não sou médico prq dizer se pode chegar pra uma pessoa com ELA e dizer "você tem três anos de vida" diagnosticando cedo.

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  3. O mio babbino caro
    Com Lee Daniels na Direção e Produção, as coisas mudam muito.

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  4. Agnaldo Silva perdeu uma ótima chance de colocar o Caio Blat como o filho gay talentoso que perde o Império para o irmão irresponsável devido ao preconceito do imperador. Faria bem mais sentido ele se tornar o vilão misterioso que tenta matar o próprio pai no final da novela. Seria épico.

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    1. Gay de novela da Globo é sempre bonzinho.

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