sábado, 22 de agosto de 2015

DIVÓRCIO À ISRAELENSE


Depois de ter passado duas horas preso numa laje em Buenos Aires com seis mulheres falando sem parar, parece que eu tomei gosto pela coisa e fui ver "O Julgamento de Viviane Amsalem". E aí passei duas horas trancado num tribunal rabínico em Israel, com juízes e queixosos falando, falando e falando. E não chegando a lugar nenhum. Este é o ponto do filme: a protagonista quer se divorciar, mas depende do aval do marido. O processo se arrasta por CINCO ANOS. É uma crítica dura ao machismo do judaísmo tradicional, onde a mulher reclama mas não tem voz. O absurdo da situação enlouquece a todos, mas ninguém quer ceder. Por isto, só posso recomendar "Viviane Amsalem"- que foi o escolhido dos israelenses para representá-los no Oscar deste ano, e que conseguiu ser indicado ao Globo de Ouro - para quem se interessar muito por costumes arcaicos e religiões opressivas. Na matriz abrâmica está a origem do sistema sexista que perdura até hoje, e é apavorante vê-lo operar sem restrições. Mas agora preciso ver um filme de ação com muitos efeitos especiais, e logo.

14 comentários:

  1. Não tenho muita simpatia com essa narrativa que coloca as três grandes religiões em um mesmo caldeirão teológico. Elas até se esbarram aqui e ali, admito, mas as diferenças são tão abissais que tal nivelamento só serve à certa linha de pensamento que busca igualar pelo raso o profundamente diverso.

    Fora que sexismo pode ser verificado em diversas outras civilizações e culturas. A mulher asteca, por exemplo, era educada para casar e servir seu marido. Adúlteras eram severamente punidas. Já entre os incas, eram comuns os imensos haréns a serviços dos homens mais destacados. Do outro lado do mundo, as mulheres japonesas ou eram do lar e dos filhos, ou se viravam como "mulheres de brincar". Assim, um olhar mais atento - do Império do Sol Nascente ao Novo Continente - percebe que o sexismo (privilégio de um sexo, ou gênero) está longe de ser um particular das religiões descendentes de Abraão. Ou mesmo inventado por elas. A propósito, sempre que lembro de um discurso do Jean Willys afirmando que o machismo fora criado pelos "mitos abraâmicos", morro de vergonha alheia.

    * * *

    Divagando:

    Ser judeu é muito mais que aceitar uma religião. É, digamos, nascer hebreu. Já o cristianismo é, no mínimo, a base do que chamamos Civilização Multicultural Ocidental. Ainda que tenham muito mais diferenças que semelhanças, ambas desempenham, em nosso tempo, uma tarefa das mais urgentes: a de nos proteger, tal qual um muro (tendo tradição e cultura como tijolos), da maior dentre as ameaças opressoras, o Islamismo. Países como a Suécia, a França e - até - a Inglaterra já começam a perceber que desmontar esse muro pode ter consequências sociais terríveis.

    Obviamente não nego que correntes mais conservadoras das duas religiões mais próximas a nós atrasam, muita vez, transformações sociais necessárias. Entretanto, em nada se comparam com uma crença que ainda não se fez capaz de tolerar o debate de ideias e a coexistência com o diferente.

    Afinal, prefiro morrer de morte morrida a ser jogado de um prédio, queimado, ou açoitado até meu limite, como punição OFICIAL pela minha sexualidade. A bem da verdade, cristãos e judeus, admitamos ou não, nos tratam muito melhor. Enchem a nossa paciência, verdade seja dita, mas com eles conseguimos dialogar e conviver.

    * * *

    Disse tudo isso, porque penso que essa constante desconstrução dos pensamentos judaico e cristão - preconizada por meio de teses, teorias críticas, discursos militantes, "obras de arte" e até de filmes como esse do post - pode se tornar um gigantesco tiro no nosso pé em um curto espaço de tempo.

    Não custa lembrar que muitas mesquitas têm sido abertas no Brasil nos últimos anos. Imaginem as consequências se nossos concidadãos mais brutalizados começarem a orar voltados para Meca. Só imaginem...

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    1. A Europa vai ser um continente mulçumano no futuro.

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    2. The Fool agora defeca pela boca no campo religioso. Vou perguntar de novo: Chico Xavier é você responsável por essa psicografia?

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    3. The Furo com seus comentários que parecem tratados e vêm com link para acessar a próxima página. Eu assino a petição para que essa pessoa crie seu próprio blog e nos deixe em paz.

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    4. Oh dó do Tony. Quando ele consegue se livrar de um maluco extra terrestre, vem um outro maluco acreditando submeter pós doc à massa ignara.

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    5. É curioso como blogs ainda atraem esse comportamento de tentar calar ou desqualificar um pensamento com o qual a pessoa não concorda. Troca-se toda e qualquer possibilidade de trocar idéias, quem sabe aprender algo novo, ouvir um outro lado da mesma história, por uma insistente e limitadora necessidade de só querer saber do que já se sabe.

      O próprio autor do blog (como a grande maioria dos blogs) também pratica esse hábito, quando evita interagir com os leitores, exceto se desafiado na qualidade das suas idéias e opiniões. De resto, nunca aplaude comentários, não sinaliza que a troca de opiniões contribui com seu próprio pensamento. Abre mão de toda horizontalidade que plataformas como essa permitem, e fica exercitando a verticalidade de quem busca somente o aplauso.

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    6. Anônimo 00:57,

      É mesmo assustador. Voltei para olhar se havia algum contra-argumento (há pelo menos três linhas soltas), mas, mais uma vez, o carão prevaleceu entre as 'irmãs'.

      O que aconteceu com os gays? Será que só aceitam ler a confirmação de suas crenças? Quem não reafirma os mesmos argumentos com a mesma entonação não merece respeito? Prefiro acreditar que são apenas militantes de esquerda que invadiram o blogue. A militância é treinada para agir assim. Não só na internet, mas na vida. Uma lástima!

      Quanto ao Tony, não temos do que reclamar. Inclusive já me defendeu em um comentário passado e pediu para que apresentassem argumentos. O povo é que deve receber uma fatia de mortadela em troca de cada xingamento. Só pode ser isso.

      Anônimo 22:22,
      "Pós Doc"? Nem sei se agradeço ou choro de tristeza por você...

      Anônimo 20:34
      Link? Qual, fia? Imagino que você prefira a "paz" das ideias repetidas, mas não entendo essa necessidade de enxotar quem diverge.

      Anônimo 18:31
      Nenhum argumento. Apenas agressões. Até entendo que você não concorde, mas apenas dizer que o outro "defeca pela boca" não o coloca numa posição muito digna.

      Anônimo 13:23 e 13:33,
      Obrigado!

      Tony,
      Grato pela paciência.

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    7. Você só é chato.

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    8. Ao Anônimo das 0:57: você acha mesmo que eu interajo pouco com os leitores? Dá uma olhada nos comentários de outros posts. Estou sempre metendo o bedelho e tentando esclarecer o que eu quis dizer.

      Ah, e aplaudo comentários, sim. Ultimamente tenho gostado muito do The Fool, apesar de nem sempre concordarmos. Mas a argumentação dele é sólida e nnao cai no insulto vazio. Já a maioria dos anônimos...

      Aliás, queridos anônimos, porque vocês não escolhem um apelido engraçadinho como The Fool ou Monotemeatica? Assim fica difícil distinguir vocês uns dos outros. Fora que, com nome (mesmo que fake), fica mais fácil de eu pegar amor.

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    9. Anônimo 13:33,

      Faltou "feio e bobo". :-)

      (Não resisti, Tony)

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  2. É incrível como esse sexismo prejudica não só as mulheres mas a sociedade como um todo e como mesmo e países seculares ele perdura. Adoro qdo vc escreve sobre isso, absurdo aquele q acha a religião judaica "melhor", "menos machista" q a islâmica, viva Jesus q comia uma prostituta e vamo mudar esse cenário nesse século. Pensem como. #voltaimperioromano

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  3. E se a Dilma fizesse como a rainha Isabela e expulsasse todos os judeus, mas n só os judeus mas católicos e muçulmanos do solo brasileiro. Banisse todas as igrejas, já pensou? Ia ser massa né...

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  4. Porque gente adulta prefere perder tempo ofendendo-se uma à outra? Desperdício total de neurônios...
    Ass. Viviane Amsalem

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