"A Dama Dourada" levanta uma questão importante: a quem pertence uma obra de arte? Quem pagou por ela? Ou à cultura de onde ela surgiu? Ou, aham, à toda a humanidade? O filme conta a história real de Maria Altmnann, uma sobrevivente do Holocausto que processou o governo austríaco para recuperar as telas de Klimt saqueadas pelos nazistas da casa de sua família em Viena. Entre elas está um dos quadros mais espetaculares de todos os tempos, o "Retrato de Adele Bloch-Bauer". Sim, Adele era tia da nossa protagonista, mas será que, passado tanto tempo, a chamada "Mona Lisa da Áustria" deveria sair da parede do palácio Belvedere e ir parar numa coleção particular? O caso aconteceu há mais de dez anos, e eu fui para o cinema já conhecendo o desfecho. Que, aliás, é óbvio para qualquer espectador com um mínimo de quilometragem. Mas o que salva "A Dama Dourada" da overdose de fofura de outros trabalhos recentes de Helen Mirren (como "A 100 Passos de um Sonho") são os flashbacks, com primorosa reconstituição de época, e as reverbarações que afetam a personagem. Maria Altmann não luta apenas por justiça: ela também sofre pela culpa de ter deixado os pais para trás. O roteiro bem amarrado, mais o elenco cheio de caras conhecidas (quantos atores de séries de TV você cosegue identificar?), fazem desse filme uma surpresa agradável. Adele Bloch-Bauer, já eternizada numa imagem esplêndida, ganha mais uma camada de sobrevida.
Achei maravilhoso, não conhecia a história. Minha sestra Tatiana Maslany, a injustiçada do Emmy, está ótima como a jovem Maria.
ResponderExcluirEntão........ eu queria de verdade acreditar que eles fizeram isso para reparar uma injustiça, mas infelizmente tudo leva a crer que o que aconteceu mesmo foi um advogado ambicioso que viu uma oportunidade "de ouro" e foi até o fim para conseguir o seu objetivo ($$$$$$$$), arrastando consigo uma velhinha.
ResponderExcluirTanto é assim que o quadro foi rapidamente vendido a uma coleção particular, não deve ter sequer ficado pendurado nas paredes da casa da senhora.
Que morreu pouquíssimo tempo depois da decisão final, não usufruindo para nada do dinheiro.
Enfim, pesquisando este advogado na Internet, a cara dele de safado não deixa nenhuma dúvida que o filme deveria se chamar "O homem que queria ouro".
Sim, a pintura hoje está em mãos particulares, mas não está escondida. Elaestá em exposição pública e permanente na Neue Galerie de Ronald Lauder (que aparece no filme), em Nova York.
ExcluirMaria Altmann morreu em 2011, uns dez anos depois do caso. Mas ela dizia que nunca esteve interessada no dinheiro.
Aqui tem uma boa comparação entre os fatos reais e o filme (em inglês):
http://www.historyvshollywood.com/reelfaces/woman-in-gold/
Colecionadores estão muito queimados com o público e com a critica de arte. Várias obras estão alcançando preços ridiculamente estratosféricos. Qdo uma obra alcança 180 milhões de dolares, quer dizer que a arte não é mais sobre a arte, mas sobre dinheiro. As obras são compradas por colecionadores arabes e desaparecem do público. São incontáveis as obras que sumiram dos olhos do público assim como o número de instituiçoes gerenciadas por bancos e hedge funds. Galeria e banco então são a mesma coisa. E artistas emitem obras de arte como emitem àçoes negociadas em bolsas. Vc tem que ser um trouxa pra acreditar num artista contemporâneo hoje.
ResponderExcluirSim os árabes são os únicos no mundo de hoje que compram tanto luxo aí pelo mundo, pois os poucos bilionários ocidentais não tem tanto cacife pra tanto luxo.Eles os árabes compram e ninguém vê mais nada!
ExcluirNo meu entender, sem embargo da indenização, a obra deveria permanecer exposta em museu no país de origem, acessível ao público. Jamais a depender do crivo de particular para sua exposição.
ResponderExcluirEssa relação arte e dinheiro é sempre infernal. Muito difícil achar uma resposta. A arte se constrói no presente. Esse esquema de museu virando empresas e artistas deixando de mudar o mundo e a forma que entendemos as coisas por conta do luxo piegas das galerias, não vai dar certo. Vide o caso da Fundaçao Louis Vuiton. As pessoas já estão evitando usar a marca. Quem dirá a arte que tá dentro.
ResponderExcluirTodo esse sistema de arte tem um modo muito particular de funcionar. De um lado artistas, instituições e intelectuais com o pires na mão pra pagar a conta de luz. Do outro lado, galerias e colecionadores poderosíssimos. Parece pra mim um circo pra milhonários e intelectuais com tratamento ético muito duvidoso. Muito dinheiro lavado por meio de obras de arte pq o mercado não é regulado. O problema é sério mas ninguém leva a questão à fundo pq "fede" demais se mexer. As pessoas mais importantes do mundo são quem movimenta o sistema
ResponderExcluirO mio babbino caro
ResponderExcluirYerushalayim shel zahav
Veshel nechoshet veshel or
Halo lechol shirayich Ani kinor
Ao contrario desse filme, esse aqui é infinitamente melhor
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=EZAHMTOZ19Y
Interessante filme não sabia da realidade que foi ou existiu tal fato.Imaginem quanta riqueza e fortuna tirada das grandes famílias de posse de origem judia nesta época. Por isto toda obra ou bem carrega uma energia seja positiva ou negativa, acredite quem quiser.
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