Quem diria? O melhor disco brasileiro do ano até agora é "Do Tamanho Certo para o Meu Sorriso", que celebra os 40 anos da carreira de Fafá de Belém. Gravado em apenas quatro dias sob o comando do DJ Zé Pedro, o novo trabalho da "Musa das Diretas" é brega, esparramado, moderno e contagiante feito uma gargalhada. Fafá chegou ao sul em 1975, quando o Pará praticamente não existia no mapa musical brasileiro. Apesar de sempre ter gravado compositores da Amazônia e até de ter sua cidade natal no nome, ela nunca foi associada aos ritmos paraenses como Ivete Sangalo ou Daniela Mercury são ligadas ao axé. Mas hoje em dia o Pará é um caldeirão fervente, e sua filha mais famosa se atira nele com gosto. Todas as faixas têm aquelas guitarrinhas meio faroeste e percussão eletrônica fortemente influenciadas pela cumbia e pelo reggaetón. Algumas são boleros pós-modernos, como a assumidamente gay "Volta", do pernambucano Johnny Hooker - e que foi tema de "Tatuagem", um dos filmes mais bichas de todos os tempos. Fafá, aos 59 anos, não só está com a voz praticamente intacta, como se tornou uma grande atriz: ela modula intenções para atingir o maior efeito dramático, ao mesmo tempo em que o riso incontrolável não deixa que nada seja levado demasiado a sério. Gaby Amarantos, Lia Sofia e muitas outras estrelas da constelação amazônica são todas tributárias desse rio caudaloso que é Fafá de Belém, uma mulher que se joga de encontro ao novo com a fúria de um vagalhão.
Meu homem, você é demais!
ResponderExcluirAuto lá camarada, que este homem e nosso marido Oscar são só meus! Texto maravilhoso!
Excluir"Meu homem" era a versão em português de nobody does it better que a Fafá cantava num disco dos anos 80. Tony me fez lembrar dela há uns anos. Eu ouvia muito no aUtomóvel do meu pai.
ExcluirO mio babbino caro
ResponderExcluirGostaria de comungar de todo esse entusiasmo, porém acho que é um pouco tarde.
Eu vivo dizendo que Fafá é meu "lado B". Sabe de uma coisa, vou assumir que é lado A e com louvor!
ResponderExcluirvoz dela é irritante.
ResponderExcluirIrritante é a sua ignorância
ExcluirFafá?? Sério isso? Podia fazer um post sobre o Johnny Hooker, bem mais interessante e atual...
ResponderExcluirEita, 9inhas, sempre sem repertório, sem bagagem
ExcluirAMO Fafá! Acho sensacional, sou apaixonado por ela desde que ela gravou "Sob medida", do Chico, ainda não superada por nenhuma outra versão.
ResponderExcluirMas a música dela que me tem realmente arrebatado é "Foi assim", esse clipe do Fantástico, de 1977 é simplesmente lindo:
https://www.youtube.com/watch?v=unxNh6EqSvc
Johnny Hooker infinitamente melhor!
ResponderExcluirLindo texto Tony, pensei que nutrisse ódios por seres florestais e povos afastados dos grandes centros, parabéns por sua evolução humana, clap clap clap!
ResponderExcluirEvolução nenhuma. Sempre gostei da Amazônia e da cultura de lá. Sou fã da Fafá desde o primeiro disco, "Tamba Tajá", de 1976, cheio de ritmos da floresta. Meu disco favorito de 2012 foi o "Treme" da Gaby Amarantos. E estive duas vezes no Amazonas - na última, em 2011, fui à reserva de Mamirauá. Está tudo registrado aqui no blog.
ExcluirLindo, adorei muito o texto e cabe bem na voz da Fafá, porque ela é realmente uma Rainha da Amazônia. Sucessos!
ResponderExcluirFafá sempre foi RAINHA desde que surgiu em 1975 com Filho da Bahia, depois dela Leila Pinheiro e Jane Duboc também deram dignidade ao canto paraense. Fafá nunca fez parte das panelinhas da falecida MPB, brilhou nela de forma independente e por isso mesmo foi muitas vezes criticada e taxada de brega, agora ela grita pro mundo com muito orgulho "Meu Coração é BREGA!!!"
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