sexta-feira, 19 de setembro de 2014

GAROTAS DE FUTURO

Será que a onda das divas sexy finalmente estourou na praia? Não, porque Nicky Minaj continua balançando a "Anaconda". Mas surgiu uma contracorrente de cantoras gringas que não se encaixam neste padrão. Elas até são lindas de rosto e corpo, mas nenhuma fica esfregando as partes pudendas na câmera. E as letras podem falar de sexo de maneira explícita, mas sensualidade não é o produto que elas vendem. Para complicar, a música que essas moças fazem não é fácil. Escapam das fórmulas para tocar no rádio e são cheias de surpresinhas; algumas faixas são francamente experimentais. É o caso da inglesa FKA twigs, de quem eu falei aqui no blog um mês atrás. E também da americana Banks, que prefere usar só seu sobrenome como nome artístico, ignorando o prenome Jillian. Ela acabou de lançar "Goddess", seu primeiro álbum completo, com um som difícil de classificar. Não é pop, não é dance, não é soul - mas é muito bom, com arranjos complexos e melodias inusitadas. Entrou para minha lista dos melhores do ano.
Com um pé no hip-hop mas ainda da mesma turma, a também americana Jhené Aiko segue trilha parecida. Sua música reflete sua mistura de raças: ela é descendente de japoneses, afro-americanos, judeus e espanhóis. E também de algum povo alienígena, porque partes de seu disco "Souled Out" parecem ter sido gravadas em outro planeta. Não dá para dançar, mas é incrível para se ouvir com headphones.
E aí chegamos a "The Golden Echo", o segundo trabalho solo da neozelandesa Kimbra. Revelada em 2012 graças ao dueto com Gotye no megahit das galáxias "Somebody I Used to Know", ela surpreendeu logo em seguida com "Vows", um disco alegre e inovador. Kimbra continua feliz, mas dessa vez nem todas as músicas são para se cantar a plenos pulmões: há mais introspecção, mais momentos sombrios, e muita colagem de efeitos e trilhas incidentais. Não, não é tão bom quando o álbum de estreia. Mas nunca deixa de ser interessante, o que a torna uma digna integrante dessa nova geração de cantoras-compositoras que está expandindo os limites do pop.

9 comentários:

  1. Tony, já escutou a francesa Melody Prochet (que grava como Melody's Echo Chamber)? Acho que você pode vir a gostar. Ela é namorada do frontman do Tame Impala e é produzida por ele. Chegou a a acompanhá-lo na viagem ao Brasil (a banda dele tocou no Cine Joia) mas infelizmente não se apresentou: https://www.youtube.com/watch?v=v29I0srhPwg

    Abraços,

    Marco

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  2. Kimbra é legal, mas no momento estou apaixonado pelo álbum da Tove Lo, principalmente a track Moments. É indie, tem palavrão, tem drogas, tem mágoa de cabocla, mas é pop e gostoso demais <3

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    1. Hmm, dessa eu já não gostei tanto.

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    2. Teu gosto pra música (e em parte pra filmes tb) é exótico, Tonyzutchu. Adoro algumas das tuas recomendações.

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  3. a Nicki Minaj é um simples produto fabricado, canta mal, é sem graça, feia, as pessoas ficaram mais chocadas do que interessadas, com a Miley no ano passado foi diferente, ela usou do corpo, da mudança de aparência extrema e do elemento chocar, porem tinha boa musica por trás, tanto que fez tanto sucesso, mas ela não, ela é uma Valesca as avessas

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    1. Boa música não é o forte de nenhuma das duas, mas adorei a definição de Minaj: uma Valesca que deu muito errado.

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  4. O que realmente é fazer sucesso? estar em first nas paradas?
    Apenas pop merda tem saído recentemente, o pior e que os burros dão suporte a esse tipo de cafonaria, no ultimo ano a cultura pop saiu de uma linha que rompeu, uma coisa é sexualidade, outra é sexismo, tudo vai alem da vulgaridade, chega a ser um pornô sujo e visceral, no sentido em que é possível ver a couve flor desabrochando
    nesse ultimo ano apareceu Iggy Azalea, que não é ninguém mas ficou em primeiro lugar, tudo isso é ruim, pior e quem da vizu pra esse povo

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  5. Ufa, que bom saber que ainda há esperança!

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