segunda-feira, 8 de setembro de 2014

DERROTADO PELOS PAÍSES-BAIXOS


Três anos depois de ocupar as manchetes do mundo inteiro, o escândalo sexual envolvendo Dominique Strauss-Khan chega às telas de cinema. "Bem-Vindo a Nova York" é mais que uma reconstituição do caso. É um ataque pesado contra o ex-diretor do FMI, pintado com um vilão grotesco e sem qualidades. O personagem é declarado culpado a priori: antes mesmo dos créditos de abertura, o ator Gérard Depardieu aparece dando uma entrevista como ele mesmo, dizendo que "não gosta" de Strauss-Khan. Seguem-se longas cenas de orgias com prostitutas, culminando com o ataque à camareira do hotel Sofitel que acabou por destruir a carreira de DSK. Não resta muita dúvida de que o sujeito é mesmo um predador sexual: como costuma acontecer nesses casos, bastou uma denúncia de estupro para que surgissem muitas outras. O problema é que, sabendo das taras de Strauss-Khan (chamado de "Devereaux" no filme de Abel Ferrara), seus inimigos podem muito bem ter plantado contra ele, que àquela altura era o mais cotado para ser o candidato do Partido Socialista a presidente da França. "Bem-Vindo a Nova York" jamais levanta a suspeita de uma conspiração. Essa lacuna enfraquece o filme, que no entanto tem cenas fortes e interpretações admiráveis de Depardieu e Jacqueline Bisset. Ele, inclusive, não tem o menor pudor em ficar pelado e exibir uma pança descomunal. Dominique Strauss-Khan é mais um exemplo patético de homem que se deixou derrotar pelo próprio pinto. Mas "Bem-Vindo à Nova York", apesar dos muitos bons momentos, é tão enviesado parece ter sido encomendado por Nicolas Sárkozy ou François Hollande. Não é à toa que os produtores já estão sendo alvos de processos.

4 comentários:

  1. Os países baixos foram derrotados depois de uma chupada da luisa marilac

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  2. Bom, penso que todos nós, num momento ou noutro, ja´fomos "guiados" pelos tais paises baixos... ele sõ nõa aprendeu a doma-los!

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  3. Acho babaca pintar o cara como Gaganás, acho (não vi o filme) que seria mais interessante ter um personagem multidimensional com pelo menos algumas características que o espectador possa se identificar.

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  4. Achava Gerard Depardieu tão bonito nos filmes de Truffaut, um gatão! Agora tá um bagaço!

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