quinta-feira, 24 de abril de 2014

"VEEP" À FRANCESA


Aqui no Brasil só conseguimos rir da corrupção dos nossos políticos. E assim ignoramos um traço que é ainda pior: a incompetência. A série americana "Veep" faz isto com maestria: a vice-presidente Selina Meyer, descaradamente inspirada em Sarah Palin, é despreparada para o cargo e vive se metendo em confusão. O filme "O Palácio Francês" tem alguns pontos em comum com a sitcom de Julia Louis-Dreyfus. Aqui o protagonista é um fictício ministro das Relações Exteriores (o palácio do título é o Quai d'Orsay, o Itamaraty deles), que disfarça com arrogância e hiperatividade o vácuo que existe em sua cabeça. É um personagem e tanto, mas o roteiro - adaptado de uma história em quadrinhos baseada em fatos reais - não sabe o que fazer com ele. O filme anda em círculos, com algumas boas piadas mas sem um plot propriamente dito. O veterano Niels Arestrup ganhou seu terceiro César de coadjuvante como o assessor que conserta as cagadas do patrão, mas a fantástica interpretação de Thierry Lhermitte como o ministro desastrado sequer foi indicada. Mesmo que fosse incrível (não é), "O Palácio Francês" não tem muito interesse para o espectador brasileiro. A não ser para aquele que quiser ver Julie Gayet, a amante do presidente François Hollande, que também está no elenco.

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