quarta-feira, 31 de julho de 2013
THELMA E KHADIDJA
Nunca mais ninguém vai conseguir fazer um filme sobre duas mulheres pegando a estrada sem ser comparado a "Thelma & Louise". Talvez nunca mais ninguém devesse fazer um filme sobre duas mulheres na estrada, já que o clássico de Ridley Scott meio que esgotou o assunto para todo o sempre. "Simplesmente uma Mulher" não chega nem perto. O diferencial aqui é que uma delas é de origem árabe (interpretada pela linda atriz iraniana Golshifteh Farahani, que no entanto não convence em inglês). A outra é feita pela inglesa Sienna Miller, uma atriz que consegue a façanha de ser lmuito bonita e pouco marcante. A dupla foge dos problemas domésticos fazendo shows de dança do ventre em espeluncas do Meio-Oeste americano, não exatamente o lugar do planeta onde essa arte é mais apreciada. O diretor franco-argelino Rachid Bouchareb já foi duas vezes indicado ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira, mas aqui ele imprime um ritmo que se pretende feminino mas é só vagaroso mesmo. E quem foi o gênio que traduziu "Just Like a Woman", título original do filme e também de uma canção de Bod Dylan, para "Simplesmente UMA Mulher" quando se trata de duas?
A CARTEIRADA RADIOATIVA

terça-feira, 30 de julho de 2013
REZA PARA JESUS
Desde ontem que o vídeo acima está bombando nas internets, sob o bombástico título de "a pior entrevista de todos os tempos". Duvido que seja: a própria Fox News (vulgo Faux News) já passou por vexames muito maiores, graças a seu despudorado viés para a extrema direita. O fato é que a apresentadora Lauren Green parecia mesmo soberbamente despreparada, ou talvez estivesse apenas cumprindo ordens de cima (ela é peixe pequeno no canal e a entrevista só foi exibida online). E o resultado foi excelente para o autor Reza Aslan, que viu seu livro "Zealot" disparar para o primeiro lugar da lista dos mais vendidos da Amazon (se bem que sexta passada ele já estava em oitavo). Aslan é americano de pai iraniano, e se converteu ao islamismo depois de adulto. Eu li seu primeiro livro, "No god but God", uma excelente história do Islã para leigos. Agora ele está se tornando realmente famoso, mas será que diz mesmo algo grave sobre o Jesus histórico em seu novo livro? Nem tanto. Por exemplo: já há algum tempo que há consenso entre os estudiosos de que Jesus não nasceu em Belém, o que é endossado por Reza Aslan. Os evangelhos só diriam isto para justificar a profecia de que o Messias seria descedente do rei Davi e nasceria na mesma cidade que ele (fora que o descendente de Davi é José, que tecnicamente não é pai de Jesus). Há outras declarações que podem chocar os mais carolas, mas nenhuma é exatamente novidade. O grande diferencial do livro, veja só, é a perspectiva de um scholar muçulmano. Claro que eu já encomendi o meu.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
2D EM 3D
Costumo desencanar de que um filme é em 3D nos primeiros dez minutos. A não ser que objetos pontiagudos sejam atirados da tela em minha direção, só lembro que estou vendo algo bem escuro e que os óculos estão meio sujos. Mas ontem assisti a uma animação que segurou o 3D até o fim, e pela mais prosaica das razões: personagens e cenários são assumidamente em 2D. "Contos da Noite" é o mais recente longa do francês Michel Ocelot, e é quase tão lindo quanto sua obra-prima, "Azur e Asmar". São seis histórias diferentes que transportam para o cinema a técnica do teatro de sombras, comum em toda a Ásia mas não na Europa. Confesso que o tom moralizante e politicamente corretíssimo me enjoou em alguns momentos. Mas o impacto visual é tão grande que aquelas silhuetas poderiam estar representando "Marimbondos de Fogo", do em-breve-falecido José Sarney, que eu iria gostar.
ORDINÁRIAS, MARCHEM

domingo, 28 de julho de 2013
ENCUCAÇÃO ASSASSINA

sábado, 27 de julho de 2013
AZUL DESFOCADO

ABRINDO A CARTEIRA
Está fazendo sucesso nas redes sociais uma lista com "0s Sete Erros Comuns em Relacionamentos Gays". O primeiríssimo no ranking é o relacionamento aberto. Certamente que este tipo de relação não é para todo mundo, mas acho que há um ranço de moralismo em apontá-lo como a falha mais grave que um casal gay pode cometer. Conheço alguns casos bem-sucedidos: um deles é o do escritor Fabricio Vianna, que é tão empolgado pelo assunto que está até produzindo um documentário a respeito. Fabricio tem até o dia 20 de agosto para arrecadar os R$ 8.000,00 em que orçou seu projeto (se a meta não for atingida, o dinheiro é devolvido aos doadores). Interessados em contribuir devem clicar nesta página do site de crowdfunding Catarse. Com apenas 30 reais, seu nome já aparece nos créditos do filme. Então vamos todos abrir, nem que seja só a carteira.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
AQUI E MALI


Admito, não é para qualquer paladar. Veja se é para o seu, aqui e ali.
CINEMA DE ARTE
"Renoir" é um dos filmes mais bonitos do ano. Também é leeento pacas, quase tanto quanto um quadro sem movimento. O diretor Gilles Bourdos reconstrói as cores luminosas das telas do pintor, e os enquadramentos são quase todos deslumbrantes. Mas que ninguém vá ao cinema esperando uma história mirabolante. O roteiro se passa num dos últimos verões de Pierre-Auguste Renoir, quando ele já não andava nem tinha firmeza nas mãos. A chegada de uma jovem modelo não causa exatamente uma revolução: é só mais uma que vai acabar se transformando em criada, como muitas outras. Aí um dos filhos do artista volta da guerra e as coisas se apimentam um teco. Este filho é Jean, que se tornaria um dos cineastas mais importantes de todos os tempos, e a cena em que ele projeta um filminho para o entorno familiar é até emocionante. Mas emoção em estado bruto não está na paleta de "Renoir". O prazer do filme vem da observação das pinceladas, do sol que se transforma em tinta e da pele macia das moças em poses lânguidas.
quinta-feira, 25 de julho de 2013
ABOLE A STOLI

CAMPUS FODEU
Estou com vergonha de ser brasileiro. Estou com vergonha de ser carioca. Estou com vergonha desse vexame-master que está sendo a Jornada Mundial da Juventude, e olha que eu nem mais sou católico. Primeiro foi o desfile atabalhoado do papa no dia da chegada, onde ele só não foi trucidado por uma matilha de chacais porque não existem chacais no Rio de Janeiro. Parece que houve falha de comunicação e Francisco até lucrou com essa confusão toda, pois foi aclamado feito divindade encarnada. Mas depois veio algo realmente indesculpável: a falha no metrô que deixou a pé milhares de peregrinos. Pode até ser sabotagem contra Sérgio Cabral e Eduardo Paes, mas a Prefeitura responder que o afluxo de passageiros era "imprevisível" faz desconfiar que seja incompetência mesmo. Hoje a suspeita cresceu ainda mais com o cancelamento puro e simples de todos os eventos previstos para o Campus Fidei, a mega-estrutura montada nas lonjuras de Guaratiba para ser o principal palco da JMJ. Ninguém pensou que poderia chover? Ninguém lembrou que terra quando molha vira lama? E lá se vão mais não sei quantos milhões ralo abaixo. O Rio está provando que não tem o menor gabarito para receber eventos de grande porte. Não com esses governantes que estão aí. Vergonha, vergonha, vergonha.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
LET IT SNOW, LET IT SNOW, LET IT SNOW
Amo/sou esse puta frio que se abateu sobre o sul e o sudeste do Brasil. Por mim teríamos três meses seguidos de inverno rigoroso e não o habitual coito interrompido de três dias gelados + duas semanas de calorão. Hoje São Paulo teve a tarde mais fria dos últimos 52 anos, ou seja, de toda a minha vida. E a tal cidade catarinense que registrou sensação térmica de - 33 graus? Mas nada é mais sensacional que a página Bonecos de Neve Brasileiros. Quanta ginga, quanta malemolência. Veja antes que derreta.
DON'T MAKE ME CLOSE ONE MORE DOOR
Taí em cima o épico episódio de ontem de "A Liga", que reuniu nossa querida Tchaka Drag Queen (née Válder) com o pastor evangélico "ex-gay" Róbson e rendeu alguns dos melhores momentos do ano da TV brasileira (também rendeu minha coluna de hoje no F5). O ponto alto, sem dúvida, foi quando o homem de Deus parou tuuudo ao lado de sua filha naquela que já é a versão definitiva de "I Have Nothing", o baladão arrasa-quarteirão lançado por Whitney Houston na trilha de "O Guarda-Costas". Amigos DJs, vocês estão intimados a produzir remixes fervidésimos deste novo hino anti-cura gay, para a gente dançar nos louvores e agradecer ao Senhor pela coragem de sermos quem somos. Aleluia, irmãos.
terça-feira, 23 de julho de 2013
ELI VIEIRA ME REPRESENTA
Então o papa é pop, é fofo, é simples, é gente como a gente, é um querido e tudo o mais. É também a melhor ferramenta de marketing da Igreja desde João Paulo II: nada como um sujeito simpaticão para destapar a histeria encruada na garganta de milhões de brasileiros. Aposto que tem muito evangélico por aí se questionando por que abandonou o catolicismo, o que eu até acho bom. Ou não, porque no fundo essas denominações todas se parecem. Basta ver a asquerosa "cartilha de bioética" distribuída ontem entre peregrinos da Jornada Mundial da Juventude, com direito a cartuns fofinhos pingando de preconceito. Hoje um dos meus líderes, o jovem biólogo Eli Vieira, teve a pachorra de refutar ponto por ponto do manual de homofobia que é a tal cartilha, tudo com base em livros e revistas de divulgação científica. Tenho amigos católicos que estão vibrando com a visita papal. Minha formação em colégio de padre me dá até vontade de compartilhar o entusiasmo deles, mas tudo desmorona quando eu lembro que o único objetivo da Igreja é impor e manter a cultura patriarcal. Taí a cartilha que não me deixa mentir.
SHARKNADO!
Desde 1992, quando começaram os registros oficiais, 23 pessoas morreram por causa de ataques de tubarão na praia de Boa Viagem, no Recife. VINTE E TRÊS. Mais de uma por ano. A menina que morreu ontem foi a segunda vítima de 2013. Testemunhas dizem que ela foi alertada várias vezes para não entrar na água, mas em vão. Mesmo assim, acho impressionante como os tubarões não são levados a sério no Brasil. Desconheço se existe por aqui um sistema de bandeiras como o da África do Sul, onde o bicho é tão respeitado que há até uma proposta de incluí-lo entre os animais-símbolo do país - leão, elefante, rincoeronte, leopardo e búfalo (os famosos "Big Five", que assim se tornariam Six). E desconfio que a pouca ênfase dada ao problema tem causas políticas e econômicas, como no "Tubarão" de Spielberg. Boa Viagem é a Ipanema do Recife. Uma ameaça mortal numa das praias mais frequentadas do Nordeste é ruim para os negócios, não é mesmo? Tem que ver isso aí.
(O título deste post é roubado de um filme assumidamente trash exibido há poudos dias pelo canal SyFy nos EUA. Já tem uma continuação a caminho)
(O título deste post é roubado de um filme assumidamente trash exibido há poudos dias pelo canal SyFy nos EUA. Já tem uma continuação a caminho)
segunda-feira, 22 de julho de 2013
CONTRA A PAREDE

O BEBÊ, NA REAL
Às 16:24 da tarde de hoje (hora de Brasília), a khaleesi de Cambridge emergiu de uma pira funerária com o herdeiro do trono britânico apoiado num dos ombros. O pimpolho é o terceiro bisneto da rainha Elizabeth (a princesa Anne já tem dois netos) e o terceiro na linha da sucessão (isto é, se a bisa morrer algum dia). Ainda não tem sequer sobrenome: talvez seja Middleton-Windsor, o que soa terrivelmente middle class. É muito estranho pensar que, salvo alguma hecatombe, eu não o verei coroado. Mas é confortante lembrar que, se quiser, ele poderá se casar com outro rapaz, já que Inglaterra e País de Gales aprovaram o casamento igualitário na semana passada (a atrasada Escócia ainda não). A monarquia britânica é caríssima, anacrônica e algo ridícula. Também é a única monarquia que ainda importa. Que o reinado do recém-nascido sobre os Sete Reinos seja longo, e que ele não fique careca antes dos 30 como o pai. Drakaris!
domingo, 21 de julho de 2013
NADA NESTA MÃO, NADA NESTA OUTRA
"Truque de Mestre" é um tipo de blockbuster americano em vias de extinção: aquele que não abusa da violência gratuita nem da inteligência do espectador (só um pouquinho). O filme é sobre grupo de jovens mágicos que usam seus shows para roubar bancos - sim, eu sei, se não fizessem tudo na frente da plateia talvez a polícia não desconfiasse, mas a graça é justamente esta. O roteiro se acha cheio de pegadinhas, mas pelo menos três vezes eu disse "vai acontecer isto" e... acontecia. Mas é diversão garantida do começo ao fim, com barriga negativa e Jesse Eisenberg de cabelos desgrenhados, mais bonito do que nunca. Neste gênero-trucão, nada supera o argentino "Nove Rainhas".
Assista acima aos minutos iniciais do filme. Faça (como de costume...) o que o Jesse Eisenberg mandar: escolha uma carta. E aí, você TAMBÉM escolheu o sete de ouros? Pois é, eu caí no truque igualzinho à moça do filme. Provavelmente a edição dá alguns milissegundos a mais para esta carta na primeira vez em que o baralho é flipado, mas eu gostaria de acreditar de que é tudo mágica.
Assista acima aos minutos iniciais do filme. Faça (como de costume...) o que o Jesse Eisenberg mandar: escolha uma carta. E aí, você TAMBÉM escolheu o sete de ouros? Pois é, eu caí no truque igualzinho à moça do filme. Provavelmente a edição dá alguns milissegundos a mais para esta carta na primeira vez em que o baralho é flipado, mas eu gostaria de acreditar de que é tudo mágica.
sábado, 20 de julho de 2013
BADGER'S GONE ROGUE
O texugo africano, apesar de seu tamanho diminuto, é considerado por muitos zóologos como o animal mais feroz do mundo. O bicho não está nem aí: não tem medo de nada, nem de veneno de cobra. Por isto mesmo talvez seja a escolha ideal para assumir o perfil no Twitter do zoológico de Johanesburgo, onde posta até auto-retratos. Melhor que isto, só se tivesse a voz do lendário Randall.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
QUEBRA DE CONFIANÇA

ROBIN GROSSO
Será que Robin Thicke borrou mesmo a tênue linha que separa a provocação da grosseria? Sua música "Blurred Lines" é um dos sucessos do verão americano, mas também lhe valeu acusações de chauvinismo e incentivo ao estupro. A letra contém frases delicadas como "I'll give you something big enough to tear your ass in two", e o vídeo tem duas versões: a sem censura, postada aí em cima, mostra as modelos pagando peitinho. Robin Thicke é tudo aquilo que Justin Timberlake quer ser quando crescer, mas é difícl discordar de que se trata de um autêntico cafajeste. Pelo menos ele também podia ter tirado a roupa, néam?
quinta-feira, 18 de julho de 2013
E ABENÇOA ESTE POVO QUE TE AMA

PARTICIPE-ME FORA DISTO

quarta-feira, 17 de julho de 2013
O QUE TEMOS HOJE PARA O ALMOÇO?

terça-feira, 16 de julho de 2013
DEIXA EU SER SEU ESPIÃO

LARANJINHA BÁSICO
segunda-feira, 15 de julho de 2013
HONNI SOÎT QUI MAL Y PENSE
Pela primeira vez nm 14 de julho, a torre Eiffel se iluminou com as cores do arco-íris - e justo no ano em que a França aprovou o casamento gay. Suspeito, hein? Mas o prefeito Bertrand Delanoë, que é pédé assumidíssimo, jura que era só uma homenagem a Nelson Mandela, já que a África do Sul é conhecida como "the rainbow nation". Seus obcecados, parem de ver viadagem em tudo!
QUEM QUER CASAR COM A DONA BARATINHA?
Um dos assuntos deste fim de semana foram os protestos que assolaram o casamento, no Rio, de Beatriz Barata e Francisco Feitosa Filho, ambos herdeiros de empresas de ônibus. Hoje a repercussão continua nas redes sociais, graças a este artigo de Hildegard Angel - a última colunista social carioca que ainda tem alguma relevância (e é bom ressaltar que, apesar da volúpia de detalhes com que descreve a festa, no final do texto ela se revolta com o Copacabana Palace, que recusou ajuda a um rapaz ferido). O episódio pode ter inaugurado uma nova fase das manifestações no Brasil: o bullying contra a ostentação acintosa feita pelos inimigos do povo. O duro vai ser definir quem são esses inimigos. Familiares de políticos corruptos e empresários malvados são alvos óbvios, mas, se a moda pega, daqui a pouco podem estar molestando os convidados do prêmio Contigo! ou os participantes da festa de Nossa Senhora Aquiropita. Tenho um pouco de pé atrás quando o simples recalque contamina o debate político, mas ele é uma força considerável. Quase tão grande quanto a das baratas, que se adaptam a qualquer situação e são dificílimas de matar.
DOC DOC DOC DOC DOCTOR BEAT

domingo, 14 de julho de 2013
NÃO É UM "S"

sábado, 13 de julho de 2013
GEOGRAFIA É DESTINO

sexta-feira, 12 de julho de 2013
MULHERES ENCARCERADAS
Uma das partes mais bacanas da minha nova carreira como roteirista é que nós TEMOS que assistir a tudo quanto é série. Obrigação profissional: precisamos analisar o arco da história, identificar beats e plots, descobrir o que é tendênnncia. E hoje nada tende mais do que o Netflix, que disponibiliza temporadas completas de produções próprias para os assinantes. A mais recente é "Orange is the New Black", comédia dramática de Jenji Koohan - a mesma criadora de "Weeds". Aliás, a premissa toda parece um desdobramento da sétima temporada daquele programa, quando Nancy vai para a cadeia e arranja uma namorada atrás das grades. Aqui a protagonista é uma patricinha que namorou uma traficante e, um belo dia, levou uma mala cheia de dinheiro para a Europa. Por causa disto ela é condenada a 15 meses de prisão (o caso é baseado numa história real). O primeiro episódio mostra o primeiro dia da moça na penitenciária, que, perto das similares brasileiras, está mais para um hotel-fazenda. Tem momentos bem barra pesada e até nós na garganta, mas o humor é tão que negro que... me prendeu.
A PERVERSIDADE DO BRILHO

quinta-feira, 11 de julho de 2013
O AMANTE DO MEU MARIDO
Enquanto aqui no Brasil continuamos esperando por um beijo gay na televisão como se fosse a chegada do messias, lá nas Filipinas acaba de estrear uma novela com o título deste post. Sim, as Filipinas: aquele arquipélago nos cafundós da Ásia que teve o azar de ser colonizado pelos espanhóis e depois pelos americanos, resultando numa espécie de México do Oriente. Apesar de católico e conservador (ou talvez por isto mesmo), o país já deu ao mundo um ícone camp como Imelda Marcos e volta e meia produz filmes de temática homossexual (seu candidato ao Oscar de língua estrangeira do ano passado, "Bwakwaw", é sobre uma bicha da terceira idade). Mas será que o público de lá está pronto para ver tantos bofes se pegando em pleno horário nobre? Por aqui também podemos ver, e a qualquer horário. Quem entender tagalog, o idioma local recheado de expressões em inglês, encontra todos os capítulos de "My Husband's Lover" no YouTube (o de estreia está aqui).
AFRONTAM AS FOGOSAS
O vídeo acima, produzido pelo blog de humor Golpe Baixo, já teve mais de dois milhões de visualizações no YouTube e passou até na TV aberta. Mas eu rio tanto cada vez que vejo, me maravilho tanto com a edição prodigiosa, que não resisto a registrá-lo aqui também. Vai, solta o som que é pra me ver dançando.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
EU HOJE VOU LHE USAR
Será que Sergipe está num fuso horário tão diferente assim? Enquanto que no resto do Brasil são três horas da tarde, lá é plena Idade Média. Só isto explica o fato de um jornalista e blogueiro ter sido condenado a sete meses e 16 dias de prisão por ter escrito um texto de ficção, que não cita nomes nem acusa ninguém. Mesmo assim, o desembargador Edson Ulisses (cunhado do governador Marcelo Déda, que é do PT) entrou com um processo contra José Cristiano Góes, porque se ofendeu com a expressão "jagunço das leis". A pena já foi convertida em prestação de serviços e provavelmente será derrubada quando o advogado do jornalista apresentar o primeiro recurso. Mas o maior consolo é que o tal do desembargador em quem a carapuça serviu não se deu conta até agora de que fez propaganda gratuita do texto "Eu, o Coronel em Mim". O mínimo que podemos fazer agora é lê-lo e divulgá-lo por aí, mas tomando o cuidado de dar o devido nome aos bois. Coronel, vá se lavar.
DIA DA PIZZA

ATUALIZAÇÃO: Suspende a pizza. Acaba de sair a notícia que, assutado com a má repercussão, o Senado voltou atrás e aprovou a PEC, que agora segue para a Câmara. Os 46 votos a favor de ontem se transformaram hoje em 64, 15 a mais do que o necessário. Meno male, mas a suplência continua.
terça-feira, 9 de julho de 2013
SEM SAL E SEM GOSTO
Fiquei passado na margarina Amarela quando soube que há um projeto de lei em tramitação no Congresso que proíbe o uso de modelos familiares não-tradicionais na propaganda. Claro que não tem a menor chance de passar - ainda mais agora, quando as manifestações mudaram o clima político do Brasil. O despautério impediria a veiculação não só de comerciais com casais gays, mas também com mães ou pais solteiros ou viúvos. O autor é o deputado Salvador Zimbaldi, do PDT de São Paulo, que só está fazendo macaquices para os homofóbicos na tentativa de se reeleger ano que vem. Ele sabe muito bem que não pode obrigar os publicitários a mostrarem apenas famílias tão chatas como a deste clássico esquete do "TV Pirata". Mesmo assim, é mais um nome para a nossa lista negra.
DE CONCHINHA

segunda-feira, 8 de julho de 2013
JACARÉ NO SECO ANDA

No domingo foi a vez de "A Espuma dos Dias". Nunca li o romance surrealista de Boris Vian, então não sei o quanto que o diretor Michel Gondry acrescentou à história - provavelmente muito. A primeira hora é nada menos que sublime. Uma trama absolutamente banal de rapaz-conhece-moça se desenrola numa Paris retrô repleta de absurdos visuais. Gondry repete alguns truques que já havia experimentado em seus famosos videoclipes, com a ajuda de alguns dos melhores atores do atual cinema francês. Mas alguma coisa desanda depois que uma flor de lótus se instala num dos pulmões da mocinha, fazendo-a adoecer gravemente. O roteiro também se descola da realidade, até o ponto em que não nos importamos mais com os personagens. Mas o final se redime com uma conclusão belíssima, que justifica o título poético da obra: tudo se dissolve algum dia, tudo não passa de espuma.
A DIREITA, DIREITINHO

domingo, 7 de julho de 2013
LUCIAN FREUD EXPLICA

sábado, 6 de julho de 2013
HOLA BONITA, ¿QUÉ TAL UNA MANZANA?

sexta-feira, 5 de julho de 2013
JÁ TOMOU ÁGUA DE VALENCIA?

Ingredientes:
Cava
Zumo de naranja
Ginebra
Vodka
Azúcar
Preparación:
En una jarra de 1 litro añadir 1/4 de zumo de naranja recién exprimido.
Añadirle una botella de cava semi-seco.
Añadir una copa de vodka y ginebra, añadir azúcar.
Remover y enfriar en la nevera.
A mezcalina é opcional.
OFF WITH THEIR HEADS

quinta-feira, 4 de julho de 2013
LIFE IN PLASTIC, IT'S FANTASTIC
A boneca Barbie já foi considerada um ícone feminista, pois suas variações descortinariam um mundo de possibilidades para as garotas: astronauta, cientista, advogada, miss. Mas hoje em dia ela é muito malhada por causa de suas medidas impossíveis, que impõem um padrão de beleza inalcançável. Por isto o artista plástico Nikolay Lamm criou uam versão realista, baseada nas medidas médias das meninas de 19 anos. O resultado está aí em cima: mais baixinha, mais gordinha, cadeiruda e bunduda. E aí, continua com vontade de ter uma?
quarta-feira, 3 de julho de 2013
SÓ MUDA DE ENDEREÇO
Só conhecia o Paulo Gustavo da TV, e confesso que nunca gostei muito. Por isto jamais me animei em assistir ao monólogo "Minha Mãe é uma Peça", que ele criou inspirado na própria genitora. Mas fui ver o filme baseado no espectáculo porque gostei do trailer, as críticas são boas, e também por obrigação profissional. Tudo confere, e adivinha o que é o melhor de tudo? Paulo Gustavo. Ele conseguiu transferir para a tela toda a energia de uma performance teatral. Tanto que, apesar de todo o elenco ser ótimo, cada vez que ele entra em cena o efeito é o de um buraco negro. Sua "dona Hermínia" suga todas as atenções num raio de dez quilômetros e faz até o tempo andar mais rápido. Não há muita história: o roteiro é um punhado de cenas soltas mal costuradas entre si, como se fossem os melhores momentos de uma sitcom. Mas não importa. O público ri à rédea solta, eu inclusive. É de bom tom falar mal das comédias nacionais de grande bilheteria, mas "MInha Mãe é uma Peça" não faz feio. É um produto honesto e de fino acabamento. Descaradamente comercial, sim - mas com uma pegada sentimental com que muita gente vai se identificar.
CAIR O CAIRO
O que está acontecendo no Egito é a versão local de um dos pesadelos que afligem o Brasil neste momento: o povo invade as ruas para reclamar e acaba atiçando os militares, que aproveitam a deixa para reafirmar quem é que manda no cafofo. O fato é que o Exército continua sendo a maior força política do país. Nem os partidos islamitas, que conquistaram cerca de dois terços dos votos nas eleições do ano passado (as primeiras realmente livres da história egípcia) têm tanto cacife. Mas o deposto presidente Mursi abusou. Como muitos líderes de democracias imaturas, ele achou que comandava uma ditadura da maioria, e que poderia impor o que quisesse (no caso, um regime teocrático) a uma população bastante diversa. É parecido com o que se passa na mais avançada Turquia e, guardadas as devidas proporções, também no Equador, na Bolívia e na Venezuela. O que vai acontecer por lá daqui para a frente é uma incógnita. Foram os jovens ocidentalizados que iniciaram a rebelião que derrubou Mubarak, e foram eles que agora retomaram a praça Tahir. Mas isto não quer dizer que venceram. Os liberais ainda são poucos e os milicos, depois de décadas no comando, têm interesses emaranhados em todos os setores da economia. Não vão largar o osso assim tão fácil.
terça-feira, 2 de julho de 2013
OBRIGADO, SENHORES

TOALHA JOGADA

segunda-feira, 1 de julho de 2013
RÁ-RÉ-RI-RÓ-RUA

FEITIÇO CONTRA OS FEITICEIROS
A "Veja" mantém em seu plantel de colunistas o homofóbico Reinaldo Azevedo, mas de vez em quando a revista produz reportagens extremamente simpatizantes. É o caso da que ilustra a capa da "Veja SP" desta semana (e que pode ser lida aqui, no site da revista). Um repórter se apresentou como um gay em busca de "cura" em dez diferentes igrejas evangélicas de São Paulo (mas não se identificou como jornalista). Ouviu horrores em nove delas, do tipo "100% dos homossexuais sofreram feitiço" até o inevitável "tem que pagar o dízimo em dia". A matéria tampouco livra a cara da Igreja Católica, que promove "conversas" com os gays que não se aceitam que podem ser muito mais danosas do que os primitivos exorcismos praticados por alguns neopentecostais. E termina falando das denominações evangélicas que têm até pastores assumidamente homossexuais, um fenômeno em ascensão. O que está caindo, além da força política dos evanjas, é o número de pessoas que vão à "Marcha para Jesus" em São Paulo. O Datafolha mediu uma queda de 40% em relação ao ano passado, e isto apesar de toda a mídia grátis conseguida por Malafaia e Feliciano. Eles sempre "agradeceram" ao movimento LGBT pelo cartaz alcançado, mas já estou achando que o resultado desta equação é exatamente o inverso. A obsessão em atacar os gays só lhes está fazendo mal.
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