sábado, 1 de junho de 2013
A PRIMAVERA TURCA
Estou preocupado com o que está contecendo lá em Istambul, e também esperançoso. O que começou ontem como uma manifestação contra a tranformação de um parque num shopping descambou para um mega protesto reunindo mais de 40.000 pessoas, porque a polícia reagiu com violência. Já teve passeata numa das pontes sobre o Bósforo e a praça Taksim está tomada de gente, lembrando sua quase-xará Tahrir, no Cairo. Ninguém quer derrubar o governo, que aliás foi eleito democraticamente; mas sim fazê-lo comportar-se também de maneira democrática, sem exerecer a ditadura da maioria que está virando moda em muitos lugares - inclusive aqui, na América do Sul. O premiê Recep Tayyip Erdogan age como se suas vitórias eleitorais o autorizassem a fazer o que bem que entender, o que evidentemente não é verdade. Essa história do parque Gezi talvez tenha sido a gota dágua: semana passada, o parlamento turco, dominado por partidos islâmicos, aprovou uma lei que proíbe a venda de bebida alcóolica entre 10 da noite e 6 da manhã - ou seja, adeus Reina, adeus Anjelique, adeus balada. A Turquia é sempre apontada como exemplo de país muçulmano moderninho, que mrece entrar para a Comunidade Europeia, mas estamos vendo que a coisa não é bem assim. Nem mesmo a mídia de lá está cobrindo direito os acontecimentos, com reflexos na de cá: na versão impressa da "Folha" de hoje, não há uma linha sobre o assunto. Estou acompanhando tudo pelas redes sociais, benditas sejam. E torcendo para que essa moda dos protestos pegue por aqui também, nesse país de carne-assadas.
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A Turquia merece mesmo mudanças e maior liberdade. Essa visão de que o país é laico e ao mesmo tempo com maioria muçulmana não cola. Fica muito desconexo, pois na prática ainda não é bem assim. O lobe dos muçu é grande e eles sempre dão um jeito de fazer o governo atuar para o lado deles. Apesar de lá as pessoas não serem tão radicais quanto em outros do oriente médio, pode ser que com o tempo um maior conservadorismo dê as caras.
ResponderExcluirJá li algumas vezes que a Turquia pretende se infiltrar na comunidade européia para depois conseguir com mais facilidade empurrar muçulmanos para dentro do continente e com os anos dominar a Europa. Isso parece só especulação barata, mas eu vejo como possível realidade.
Para nos, as clássicas (aprendemos Latin e Grego no jardim de infancia), a referida cidade continua sendo e sempre sera chamada de Constantinopolis.
ResponderExcluirNao se vai a Turquia para ver Arte Moderna! e sim rogar pela volta da nacao ao realm de Roma.
Enfim, para "aquelas" que nao sao clássicas, pelo menos poderiam escrever o nome correto: IstaNbul com N !!!
Quando a falta de inteligência encontra o excesso de pedantismo...
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