sábado, 26 de janeiro de 2013

O MEU MESTRE E O OUTRO

As aulas do McKee deixam a gente louco para ir o cinema e aplicar o que aprendeu. Ontem fui ver "O Mestre" e consegui identificar todos os elementos da estrutura: alá o incidente iniciante, olha o final do primeiro ato, eis o clímax do meio do segundo ato, toma a situação sem retorno do epílogo. A trajetória do protagonista ficou claríssima para mim. E percebi que, apesar de ser um filme bem estranho, "O Mestre" segue um roteiro de design clássico. O problema, para boa parte do público, é que o personagem de Joaquin Phoenix não é nem simpático nem gera empatia. É um ex-soldado que já foi fudido para a guerra (pai alcóolatra, mãe maluca) e volta de lá sem eira nem beira, cheio de tesão e agressividade que ele não consegue controlar. Aí conhece o tal do mestre, inspirado em L. Ron Hubbard - o fundador da cientologia. O filme está sendo anunciado no Brasil como a história da misteriosa religão de Tom Cruise, e aposto que seria mais envolvente se fosse isto mesmo. Mas o diretor Paul Thomas Anderson está mais interessado nos problemas de seu recruta, muito mais do que qualquer pessoa na plateia. Tanto que muita gente saiu no meio. Mas eu fiquei até o fim, e gostei mais de ter visto do que do filme em si. Não me emocionou, e vai ver que foi isto mesmo que me deixou ver seu esqueleto. Os ensinamentos de mestre McKee surtiram efeito.

4 comentários:

  1. Vai me dizer que nunca tinha visto um filme dessa maneira. Depois de um tempo vendo tanto filme essas construções técnicas de roteiro, ficam claras. Mesmo a gente não se dando conta dessa compreensão. Tudo bem, eu entendo, a gente gosta de grife.

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  2. nossa cara preciso ver esse filme. urgente. pelo Joaquin Phoenix. amo o Joaquin phoenix. quero muito que ele ganhe o oscar. aliás Tony, quando você ver Lincoln, gostaria que você desse sua opinião aqui sobre qual dos dois atores merece mais.

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  3. Ia assistir esse filme hoje mas desisti porque tanta gente falou tão mal do filme, e outras tantas relataram o mesmo que você (pessoas se levantando no meio da sessão), que vou acabar trocando por Lincoln ou algum outro programa.

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  4. Tony, no meio do filme achei que a meia dúzia de gatos pingados iriam fazer como fizeram nos primeiro trinta minutos de "A Árvore da Vida", mas eles preferiram bater papo e dar risado dentro do cinema mesmo. :S
    Gostei do filme (que trilha, não?), é visualmente lindíssimo e acho que PTA deveria ter sido indicado pela direção. Acho que o problema, pelo menos pra mim, foi "Sangue Negro" - ali está a obra-prima de PTA, e a gente acaba esperando outra.

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