domingo, 6 de janeiro de 2013
FAKE IN RIO, O MUSICAL
O Rock in Rio sempre tentou se vender por aquilo que não é: uma celebração da "paz". Porque o megafestival de Roberto Medina é o antípoda de Woodstock e similares dos anos 60, onde a contracultura explodiu com toda a força. No Rock in Rio, o que está sendo comemorado é o consumo, o capitalismo e o conformismo, com qualquer traço de rebeldia soterrado por Big Macs e gel New wave da Wella. Com "Rock in Rio - o Musical" acontece coisa parecida. O longuíssimo espetáculo (quase quatro horas de duração, contando o intervalo) é pouco mais do que um comercial disfarçado para a próxima edição do evento, que acontece em setembro. Até aí tudo bem; também não tenha nada contra a ideia de se juntar músicas disparatadas num mesmo contexto. O que pega mesmo é o libreto imbecil de Eduardo Nogueira, provavelmente ditado pelos Medina, que tenta dar uma importância política ao festival que ele nunca teve e acaba se transformando num autêntico samba do metaleiro doido. O foco é a historinha de amor entre um rapaz que não fala há anos (nitidamente inspiradao no "Tommy" do The Who e com o nome improvável de Alef) e a filha pseudo-maluquete de um empresário que quer produzir um grande festival de rock chamado "Orlando Tepedino". No passado, Tepedino formou uma dupla musical de sucesso ao lado de sua mulher, que desapareceu "há 15 anos", meio por culpa de uma vaga "ditadura" que assolava o Brasil. O pai do rapaz também sumiu, e assim o enredo envereda por uma trama completamente whatthefuck. Para piorar, a direção musical destroi pérolas como "Freedom" do George Michael e mistura reggae com Britney, além de ser prejudicada por coreografias tão pobres que parecem pensadas para portadores de deficiência física. Salva-se o elenco, todo ele excepcional: chega a ser assustador o talento e o preparo dessa molecada. E também a força dos mais de 50 hits selecionados (tremo ao pensar no quanto devem ter custado os direitos), que emocionam porque formam a trilha sonora das nossas vidas. "Rock in Rio - o Musical" poderia ter sido um grande espetáculo se fosse fiel à verdade de seu assunto, mas do jeito que está não passa de uma versão ligeiramente mais adulta de "High School Musical", mas tão coxinha e chapa-branca quanto. Ôôôôô.
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"...por coreografias tão pobres que parecem pensadas para portadores de deficiência física."
ResponderExcluirTony, vc é muito, muito, muito mau!
Hahahahahah <3 "...por coreografias tão pobres que parecem pensadas para portadores de deficiência física."
ResponderExcluirCoxinha = mauricinha, né?
ResponderExcluirVai transar tony
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