O que é que eu estou esperando para criar um perfil falso no Twitter e ficar rico e famoso? Veja o caso de Babe Walker, que tuíta como White Girl Problems. Babe na verdade são três pessoas, dois rapazes e uma moça, que desde 2010 fazem sucesso reclamando dos gravíssimos problemas que afligem as patricinhas, como o que dá título a este post. A brincadeira virou blog e acaba de ser transformada em livro - quanto falta para chegar ao cinema? Babe adoraria ser interpretada por sua "ídala" Gwyneth Paltrow. Totalmente auto-centrada, obcecada com a aparência e despudoradamente consumista: não faltam similares por aqui. Alguém se habilita? Lá vão algumas pérolas de inspiração:
- Esta música me lembra de mim mesma.
- O espírito animal que me protege é a pele (dos casacos).
- A Fashion Week foi uma merda. Adoro.
- Preciso perder seis mil quilos.
- Alguém aí sabe o que é um Kindle?
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
SOMBRAS, NADA MAIS
Preciso escrever este post depressa, porque "Sherlock Holmes: o Jogo de Sombras" já está se evaporando da minha cabeça. O filme tem ótimos atores, fotografia primorosa, direção de arte e figurinos de alto luxo e magníficos efeitos especiais, e ainda assim é uma bosta. Por três singelas razões: roteiro, roteiro e roteiro. Nem sei se a história tem pé ou cabeça: me desinteressei nos primeiros cinco minutos, antes mesmo dos créditos de abertura, e quase cochilei nas sequências mais agitadas. Já sabia que este Sherlock tem xongas a ver com a criação de Conan Doyle, porque vi o filme anterior. E fiquei aliviado porque ainda não foi dessa vez que arrumaam uma namorada para ele: o detetive feito por Robert Downey Jr, que está com mais cara de brasileiro do que nunca, continua sendo um confirmed bachelor. O diretor Guy Ritchie também confirma sua obsessão por ciganos (que já apareciam em "Snatch", de onze anos atrás) e Noomi Rapace, a Lisbeth Salander original, confirma que tem um belo futuro pela frente. E eu gostaria de confirmar que esta franquia não me pega mais.
MULHERES E CRIANÇAS DEPOIS
A Luiza mal chegou do Canadá e já tem um meme novo bombando, dessa vez em escala global. Mas nem acho que o autor da frase "volte para bordo, caralho" - o comandante Gregorio di Falco, da capitania dos portos de Livorno - seja um herói. O cara estava apenas fazendo o seu trabalho. Já o capitão Francesco Schettino é mais covarde que o Leão do "Mágico de Oz" e forte candidato a vilão do ano. A desculpa de que ele teria "escorregado" para dentro de um bote salva-vidas é mais esfarrapada do que "caí e machuquei o pescoço", muito usada em casos de chupão. Schettino parece fazer parte de uma antiga tradição italiana, a dos falastrões sem estofo moral, que inclui Benito Mussolini e Silvio Berlusconi. Irá para a cadeia, mas um destino pior o aguarda: o escárnio eterno e universal.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
SOBRA DOS NOVE
Cheguei a pensar que "Tropa de Elite 2" tivesse chances no Oscar de filme estrangeiro. Porque é quase um filme americano, com seu ritmo ágil e seu final feliz. Além do mais, o diretor José Padilha já foi cooptado por Hollywood, onde irá fazer um remake de "Robocop". Mas o Brasil ficou de fora outra vez: não sobramos entre os nove semi-finalistas há quatro anos, e não emplacamos uma indicação há doze. A triste verdade é que a lista divulgada hoje à tarde não traz grandes surpresas. Favoritos como "A Separação" e "Pina" estão lá, e devem chegar à final. E Israel caiu mesmo nas graças da Academia: esta periga ser a 4a. indicação do país em cinco anos.
Há uma regra não-escrita que manda haver pelo menos um filme sobre o Holocausto entre os eleitos. O deste ano é o polonês "Na Escuridão". Também é quase obrigatório um filme escandinavo: a Dinamarca, campeã do ano passado, está concorrendo novamente. Já o filme de Taiwan tem mais de quatro horas de duração e voou por baixo do radar. Será que entrou só para representar a Ásia?
Os oráculos também não previram a classificação do Marrocos. Marcaram bobeira, porque "Omar me Matou" é produzido pelo argelino Rachid Bouchareb, um queridinho da categoria. Já o canadense "Monsieur Lazhar" e o belga "Rundskop" eram mais do que esperados. Este último é sobre a corrupção no fascinante mundo do gado de corte. Que vontade louca de correr pro cineNOT.
Há uma regra não-escrita que manda haver pelo menos um filme sobre o Holocausto entre os eleitos. O deste ano é o polonês "Na Escuridão". Também é quase obrigatório um filme escandinavo: a Dinamarca, campeã do ano passado, está concorrendo novamente. Já o filme de Taiwan tem mais de quatro horas de duração e voou por baixo do radar. Será que entrou só para representar a Ásia?
Os oráculos também não previram a classificação do Marrocos. Marcaram bobeira, porque "Omar me Matou" é produzido pelo argelino Rachid Bouchareb, um queridinho da categoria. Já o canadense "Monsieur Lazhar" e o belga "Rundskop" eram mais do que esperados. Este último é sobre a corrupção no fascinante mundo do gado de corte. Que vontade louca de correr pro cineNOT.
EU SOU RICA
Que tal minha nova amiga de infância? Foi só eu pegar pesado com a Val Marchiori na minha coluna no F5 e ainda mais aqui no blog, para a revista "Junior" me convidar para entrevistar a diva. Lá fui eu, e uma coisa eu posso garantir: Val tem mais do que carisma, tem star quality. Consegue ser o centro das atenções o tempo todo. Claro que a que vemos no "Mlheres Ricas" é um personagem. A verdadeira Valdirene não anda com um copo de champagne na mão o tempo todo, nem é acompanhada por seu maquiador Duda as 24 horas do dia. Aliás, o foco da matéria era justamente este: a relação entre esta Teresa Cristina da vida real e seu Crô. A sessão de fotos no estúdio de Moisés Pazzianotto foi incrível. Val não perdeu praticamente nenhum clique (ela foi modelo) e se prestou alegremente a fazer cara de malvada. Depois, durante nosso papo, esquivou-se com galhardia das questões mais cabeludas. Foi supervisionada o tempo todo por uma assessora de imagem e um roteirista da Band - ou seja, não está completamente entregue à própria despirocação. Tampouco retirou uma única palavra do que disse no programa, mas garante que continua amiga de todas as participantes. Tem plena consciência de que precisa render em cena. Que bom: eu também não retiro o que disse antes, mas quero continuar BFF. A reportagem sai em fevereiro.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
A FALTA QUE ELA ME FAZ
No começo entendi que se tratava da Marilac, em temporada na Canadá atrás de novos e melhores drink. Cheguei a googlar para tentar descobrir qual era o babado. Só no começo da tarde é que percebi quem era a tal Luiza, o segundo maior assunto do dia no Facebook e no Twitter (o primeiro ainda é o suposto estupro). Meme que é bom é assim: surgiu ontem, espalhou-se até o Círculo Polar Ártico e semana que vem só será lembrado pela sociedade paraibana.
LANA DEL HYPE
Um amigo que esteve em Londres na semana passada me contou que a cidade está empapelada de cartazes anunciando o lançamento de "Born to Die", o primeiro CD de Lana del Rey. Para quem ainda não sabe: a moça é a nova queridinha da imprensa gringa, que está caindo de boca na estratégia de marketing que a rodeia. Já ouvi algumas coisas e baixei alguns remixes, mas até a agora a música de Lana (cuja identidade secreta é Elizabeth Grant) me parece absolutamente... normal. Não é ruim, mas tampouco traz nada de novo. E aí surge a pergunta que não quer calar: e se ela fosse feia? E se não tivesse esses lábios quilométricos, que já renderam até mesmo um blog de humor? Estaria sendo badalada desse jeito? Pode até ser que tanto hype esteja saindo pela culatra. Lana se apresentou sábado passado no "Saturday Night Live" - um lugar notoriamente difícil para qualquer artista, com problemas de acústica e plateia fria - e foi malhadíssima na internet. "Parece a Juia Roberts bêbada tentando lembrar da letra", disse um tuiteiro. Pois é, cantar ao vivo não é a mesma coisa que fazer playback num vídeo super-produzido. Mas vou dar uma colher de chá para ela e esperar até ouvir o disco todo. Vamos ver se ela é mesmo uma "Nancy Sinatra gângster", como andou se gabando por aí.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
LARGA-ME... DEIXA-ME GRITAR!
A única surpresa dos Globos de Ouro, entregues ontem à noite, foi a relativa mansidão de Ricky Gervais. Ano passado ele foi tão feroz que me fez esquecer que não era sua primeira vez apresentando o prêmio, e todo mundo tinha certeza de que jamais seria convidado novamente. Mas foi, porque a audiência foi boa. Só que este ano ele pegou leve e a audiência caiu. Além disso, quase todos os agraciados eram as maiores estrelas de suas categorias. Isto explica por que Meryl Streep venceu como melhor atriz dramática, e não Viola Davis, a queridinha do momento. Acho que o mesmo não se repetirá no Oscar. Aliás, faz tempo que a Academia não se deixa pautar pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood, que costuma ser mais deslumbrada do que o Bozó. Semana que vem saem as indicações.
(O anúncio da NBC lembra um dos maiores clássicos da propaganda brasileira, de onde chupei o título do post. E a minha coluna no F5 sobre os Globos está aqui - tadinha, deu bem menos ibope que a outra de hoje, adivinha por quê. )
(O anúncio da NBC lembra um dos maiores clássicos da propaganda brasileira, de onde chupei o título do post. E a minha coluna no F5 sobre os Globos está aqui - tadinha, deu bem menos ibope que a outra de hoje, adivinha por quê. )
NÃO TRABALHAMOS COM SALADA
Foi esta a resposta que uma conhecida recebeu de um garçom do Aconchego Carioca, depois de perguntar pelas opções mais levinhas do cardápio. Bem feito para ela: este restaurante não é para quem está de dieta, nem preocupado com saúde as 24 horas do dia. A comida de lá é pesadona e possivelmente venenosa, mas também é irresistível. Que tal os bolinhos de feijoada que aparecem na foto, que vêm acompanhados por torresmos e um copinho de batida de limão? Ou o jiló à Troigros, com melado, em homenagem ao chef francês radicado no Rio que se encantou com o lugar? Sem falar no "Deixa Arder", o nome sugestivo da pimenta dedo-de-moça empanada e recheada com carne moída. E isto são só algumas entradas. Os pratos principais custam caro, mas vêm em porções tão generosas que alimentam até quatro bocas. Fiquei tentado pela picanha de carne de sol, mas acabamos rachando incríveis costelinhas de porco cobertas com goiabada. Para completar, uma extensa adega de cervejas gourmet e pudim de cachaça para a sobremesa. O Aconchego está no atual endereço (Rua Barão de Iguatemi, 379 – perto da Praça da Bandeira e longe da Zona Sul) há quase três anos e só fui conhecê-lo ontem, mas estou arrependido por não ter ido antes. É culinária carioca de alto nível, fartíssima e deliciosa. Programa obrigatório para locais e turistas - desde que não sejam fracos.
domingo, 15 de janeiro de 2012
PAPO CRI-CRI
Zeca Camargo provocou uma polêmica virtual na semana que passou, graças ao post "Não, Não Está Tudo Bem" que publicou em seu blog. Como replicou o Mauricio Stycer, é raro - senão inédito - que uma celebridade critique a crítica desse jeito elaborado e embasado, sem recorrer ao habitual "são todos uns imbecis" e afins. Zeca diz em seu texto que há 786 críticos de TV na internet, dando a entender que a imensa maioria não tem o menor gabarito. É verdade, mas eu também acho que a internet é uma coisa maravilhosa, que deu voz a milhares de pessoas. Tipo eu... Além do mais, os tais 786 críticos podem até escrever, mas quantos serão realmente lidos? Claro que eu vesti a carapuça, hehe, e falei tudo isto à reportagem da "Folha de São Paulo", que publicou uma matéria sobre o assunto na "Ilustrada" de hoje (aqui, para assinantes do jornal ou do UOL). Não coube lá por falta de espaço, mas aqui no blog cabe. Mais uma vantagem da internet.
sábado, 14 de janeiro de 2012
SAI DE BAI-XANADU
Quem acompanha este blog desde o começo sabe que eu tenho uma obsessão macabra por "Xanadu". Não o filme da Olivia Newton-John, que é tão ruim, mas tão ruim, que nem chega a ser divertido - é só ruim mesmo. Minha tara é pelo musical da Broadway, que tive o privilégio de assistir em 2007 e que desde então se tornou um leit-motiv da minha vida. Há anos ouço que a peça seria montada no Brasil, e no ano passado o boato ganhou detalhes: os papéis principais seriam de Danielle Winits e Jonatas Faro. Mas aí os pombinhos brigaram e Faro foi substituído por Thiago Fragoso. Acho que a troca foi boa. Acabo de ver o espetáculo (estou no Rio pela primeira vez em seis meses) e estou passado no azeite de dendê com o talento do garoto. Ele é uma ameaça a todos os atores, pois sabe fazer tudo bem - canta, dança, representa - e ainda é lindo de corpo e rosto. O mesmo, infelizmente, não pode ser dito de sua parceira de palco: a cigana enganou Danielle Winits. Ela não tem a inocência de Kira, a musa que desce à Terra, nem mesmo a inocência fake que a fantástica Kerry Butler deu à personagem na Broadway (e que lhe rendeu uma indicação ao prêmio Tony). Mas o pior mesmo é quando abre a boca: sabe aquele viral da musiquinha da auto-estima? Pois é. E não foi o único problema da função das 19 horas deste sábado. "Xanadu" simplesmente não está pronto. Luzes, microfones, ritmo, tudo ainda está meio fora da marca. E justo hoje, dois dias depois da estreia, Sidney Magal - que faz o papel que no cinema foi simplesmente de Gene Kelly - foi substituído pelo diretor da peça, Miguel Fallabella. Aí já viu, né? A loura má precisou dizer o texto com a ajuda de um ponto eletrônico, que falhou tanto que acabou sendo engraçado. Claro que baixou o Caco Antibes, e com ele uma enxurrada de cacos que contaminou o resto do ótimo elenco. Resultado - a peça estourou em quase meia hora o tempo regulamentar, deixando o público da segunda sessão esperando na calçada. Mas todo mundo se esbaldou, além do mais com a adaptação abrasileirada de Artur Xexéo. Melhor momento: quando o elevador de Zeus desce antes do previsto. "Jamais sairemos do Olimpo!".
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
PRIMEIRA VIAGEM
"You walked into the party / Like you were walking into a yacht..." Quem mais tem idade suficiente para lembrar de "You're So Vain", o maior sucesso da carreira de Carly Simon? (grilos) Ontem esse trecho da letra se tornou realidade: entramos na festa assim como quem entra no Yacht. Não numa embarcação, mas na nova boate (detesto a palavra "clube") de Bob Yang, Cacá Ribeiro e Facundo Guerra. É impossível julgar um lugar novo só pela inauguração, mas a nova casa agradou aos convivas. Como descrever o ambiente? Imagine que o Gloria e o Sonique tiveram um filho, e depois o vestiram com detalhes náuticos em estilo art nouveau. Adorei o som de ontem, uma prévia da noite "Ulala" que será pilotada por Dudu Bertholini. A seleção de clássicos da disco music fez com que eu me lembrasse de coisas que, na verdade, nunca aconteceram comigo - tipo dançar no Le 78 em Paris. E adorei ainda mais a luminária vintage "herdada" da antiga Up & Down. Lá pelas tantas o troço baixou e se abriu em mil formatos, despejando luzes e cores inacreditáveis. Isto sim é que é nave, não aquela do "BBB".
O HAITI SEJA AQUI
E se fossem milhares de suíços tentando entrar ilegalmente no Brasil? Louros do cantão do Jura, fabricantes de queijos e relógios, cantando "yodels"? O governo brasileiro teria estabelecido um número máximo de vistos a serem concedidos, algo inédito na história do nosso país? Duvide-o-dó. Mas como são um punhado de haitianos, é melhor ver isto aí. Afinal, o Haiti é a terra do vudu, das catástrofes em série, dos negros malvados que tomaram o poder dos brancos e agora não sabem o que fazer com ele. Hoje senti uma ponta de vergonha quando soube da notícia do limite de vistos. Isto não é digno da potência bossa nova que o Brasil diz que quer ser, mais humana e compreensiva que as outras, morena como vocês. Deixa os haitianos entrarem.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
ALL THE SINGLE BABIES
Não estou dando conta de todos os memes que vêm aparecendo na internet. Esta semana surgiram dois bem engraçados: o primeiro é o "Shit Someone Says", que já mereceu um post qui no blog e vem rendendo desdobramentos fabulosos, como este dedicado a Liza Minnelli. O outro meme é resultado do nascimento de Blue Ivy Carter, a filha de Beyoncé e Jay-Z, que veio à luz sábado passado num andar exclusivo de um hospital de Nova York, alugado por mais de um milhão de dólares. Claro que o bebê já tem sua conta falsa no Twitter, e sua festa de 21o. aniversário já está sendo anunciada por uma uma boate de Los Angeles. Também rolam animações, listas de presentes em diversas lojas onde os pais jamais puseram os pés e até mesmo teorias de conspiração. Minha favorita é a de que o nome da nenê lido de trás para a frente - "Eulb Yvi" - quer dizer "filha de Satã" em latim. O hamanaia!
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
FAFY DE VERDADE
Sempre soube que Fafy Siqueira seria perfeita como Dercy Gonçalves desde que foram anunciados, há anos, os planos de uma interpretar a vida da outra. Só não esperava que fosse TÃO perfeita. As poucas cenas em que Fafy apareceu ontem, no episódio de estreia da minissérie "Dercy de Verdade", são um dos melhores argumentos que já vi para aderir ao kardecismo. Fafy incorporou Dercy de tal forma que não dá para saber onde acaba uma e começa a outra. Como eu disse hoje na minha coluna no F5: está aflitivo de tão bom. Heloísa Perissé também está desenvolta e convincente, mas a ela coube mostrar uma Dercy pré-Dercy, não aquela que foi conhecida pela minha geração e pelas seguintes. Tomara que o sucesso do programa sirva para que Fafy finalmente encontre patrocinadores dispostos a bancar a peça que ela e Maria Adelaide Amaral tramam há tempos, com as bençãos da própria Dercy. E, se não encontrar, que vão todos tomar no cu, seus filhos duma puta.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
A NAVE VAI DECOLAR
Ano passado paguei minha língua: depois de nove anos me recusando terminantemente a assistir ao "Big Brother", ganhei a tarefa de ver o programa todo dia por causa da minha coluna na Folha.com. Foi uma experiência interessante. Acabei me envolvendo no jogo, torcendo descaradamente pela Diana e sendo citado pelo Boninho em seu Twitter. Mas a melhor consequência veio alguns meses depois, quando me tornei colunista fixo do F5. Hoje começa mais uma edição do reality show, e é claro que eu vou ver. Não sou mais marinheiro de primeira viagem, e não tenho mais a obrigação de escrever sobre o "BBB" todo dia (ufa). Mas confesso que estou achando divertido decolar outra vez. Venha junto: hoje tem live blogging do F5 durante a estreia, com a minha participação (http://www.folha.com.br/120101). E seja o que Deus quiser.
MAL MARCHIORI
Val Marchiori já é a musa oficial deste verão fake que vivemos. Sua presença é a coisa mais absurda do "Mulheres Ricas", e olha que uma das participantes é a Narcisa. Mas ela muito se enganava se achava que este sucesso todo viria grátis. O tal do magnata do frango já veio a público esclarecer que não, não é o marido da louraça - é só um senhor que a ajuda. Mas isto não é nada perto das denúncias de golpes e falcatruas que Valdirene teria cometido ainda no Paraná, no começo de sua escalada social. Para completar, ela agora deu para falar pedras pelas costas de suas colegas da TV, se bem que em frente às câmeras. Ganhou quatro inimigas mortais. O que ela pode estar querendo com tudo isto? Já é rica, ou pelo menos ostenta riqueza da maneira mais escandalosa desde Xica da Silva, no século 18. Bidu: Val quer ser famosa. Custe o que custar. Nesse ponto ela lembra aquele falso herdeiro da Gol, que não resistiu a dar uma entrevista para o Amaury Jr. mesmo sabendo que seria desmascarado. Será que Val Marchiori é uma psicopata como ele? Ou é simplesmente do mal?
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
COISAS QUE OS GAYS TÊM QUE OUVIR
Todo gay já ouviu pelo menos algumas destas frases de seus amigos hétero:
- Quando vocês transam, como é que decidem quem come quem?
- O Ryan Gosling é gostoso. Eu sou hétero, mas não sou cego.
- Dói?
- Você sabe onde eu consigo pó?
- Você quer trepar com todos os homens que vê pela frente?
- Então é ISTO que é "cunete"?
- Quer ver meu pau?
- Então você não transaria com a Scarlett Johansson? Nem com a Megan Fox?
- E se você encontrasse uma mulher nua de perna aberta na sua cama?
- Eu queria ser gay. É tão mais fácil!
As amigas também não deixam por menos:
- Você nunca sentiu tesão por uma mulher?
- Tem um cara lá no meu cabeleireiro... Ele tem 53 anos, cabelo grisalho e eu tenho certeza que é gay. Vocês suuuper vão combinar.
- Você acha que aquele cara é gay?
- (para outra pessoa) Não, ele não é meu namorado. Ele é gay!
- Ih, olha aquele cara do meu trabalho. Finge que é meu namorado.
- Me ajuda a escolher uma roupa para hoje à noite?
- Você é gay. Você tem que entender dessas coisas!
- Meu peito direito não é maior que o esquerdo? Pega nele! Pega!
- Por quê que todos os caras legais são gays?
A MÃE DE TODAS AS BATALHAS
"A Guerra Está Declarada" foi uma das maiores bilheterias francesas de 2011, e também o indicado pelo país para representá-lo no próximo Oscar (postei o trailer aqui). Foi uma escolha inesperada: a França costuma inscrever dramas históricos ou produções com os grandes astros locais, não filminhos independentes com atores pouco conhecidos. Mas a história contada pela atriz e diretora Valérie Donzelli caiu no gosto do público, além do mais porque é autobiográfica: a tal da guerra do título na verdade é contra o câncer que atinge o filho dela ainda bebê. O filme mostra como a felicidade de um jovem casal é interrompida de repente pela péssimas notícias, e foca não só na luta contra a doença como também na relação entre os dois. O curioso é que o ator Jéremie Elkaïm, que faz o marido, também é o pai do filho de Valérie na vida real, e co-autor do roteiro com ela. Ou seja, "A Guerra Está Declarada" também é uma catarse familiar. E é um ótimo filme: o tom jamais descamba para o deprê, a trilha sonora é muito bem usada (com destaque para uma linda versão de "Manhã de Carnaval") e é impossível não se identificar com a humanidade dos personagens. Minha única ressalva é o final meio abrupto, que destoa um pouco do restante. Mas recomendo para valer: só não esqueça de levar um lenço.
domingo, 8 de janeiro de 2012
SABALI YONKONTÉ
A África tem 10% da população mundial, mas quase 20% do total de cegos. E um dos maiores causadores dessa cegueira toda é um parasita transmitido por moscas, endêmico em muitos países da parte sul do Saara. O casal Amadou e Mariam vem do Mali, e talvez sejam os cegos mais famosos de todo continente. Ele perdeu a visão aos 16 anos; ela, aos 5, por causa de uma caxumba mal cuidada. E o que pode fazer um cego no Mali? Cantar: o país tem toda uma tradição de ceguinhos cantadores, meio bardos e meio pedintes, parecida com a que existe no Nordeste brasileiro. Mas já faz tempo que A&M não cantam mais em feiras: baseados em Paris, hoje são astros da world music e já gravaram com Manu Chao e Damon Albarn. É deste último a co-autoria de "Sabali" ("paciência"), o carro-chefe do disco "Welcome to Mali", de 2008. Só agora que eu o comprei, numa loja ótima no aeroporto de Johannesburgo, e tenho ouvido muito. Principalmente a hipnótica "Sabali", que ganhou um cover em ritmo de reggae com Nas e Damian Marley, e inúmeros remixes (como este, do trio sueco Miike Snow). Agora fiquei curioso para ver o show "Eclipse", que a dupla vem fazendo na Europa. O espetáculo se passa inteirinho no escuro, com direito a contador de histórias, sons ambientes de Bamako, a capital malinesa, e até mesmo a uma seleção de aromas. Para se fechar os olhos e ver que a vida é mesmo bela.
sábado, 7 de janeiro de 2012
O ESPECTADOR QUE NÃO ENTENDEU NADA
E olha que eu prestei muita atenção, apesar do soninho que teimava em aparecer. "O Espião que Sabia Demais" é escuro, opaco, tem dezenas de personagens e uma trama tão intrincada que lá pelas tantas eu me perguntava por que deveria me interessar. Não só eu, aliás: quando acenderam as luzes, percebi que muita gente ao redor também não tinha entendido muita coisa. O filme não é ruim, veja bem - e nem poderia, com um elenco de atores ingleses de primeiríssima grandeza. Gary Oldman está sutilmente perverso como o veterano Smiley e vem sendo cotado para sua primeira indicação ao Oscar, mas não tem aquele tipo de cena grandiloquente que costuma garantir a estatueta. A direção de arte reproduz com primor a estética dos anos 70 e, apesar de não existir mais a União Soviética, até que o enredo de John Le Carré envelheceu relativamente bem. Mas um pouquinho mais de obviedade teria feito muito bem a este "Espião": as lacunas deixadas para o espectador preencher são tantas que o que era para ser diversão acaba virando lição de casa.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
OS MORTOS QUE ANDAM
Pra lá de questionável essa estratégia da prefeitura de São Paulo de acabar com a Cracolândia causando "dor e sofrimento" nos viciados. Como se eles vivessem no paraíso, não é mesmo? Lembra os Estados Unidos invadindo o Iraque em 2003 e querendo vencer rapidamente através da tática do "choque e espanto" - deu no que deu. Dizem as otôridade que 24 "nóias" já se renderam ao tratamento, mas por enquanto o efeito mais visível é a dispersão deles pelos bairros próximos ao centro da cidade. Alguns desses mortos em vida foram vistos perambulando pelas ruas de Higienópolis. Parece até vingança da "gente diferenciada".
O HOMEM-CLOACA
E se o Bolsonazi despontasse como um possível candidato a presidência do Brasil? Embalado pelo apoio histérico de seu pequeno grupo de correligionários, o deputado-brucutu dominaria o noticiário por alguns dias e aproveitaria para pregar seu evangelho da intolerância em cadeia nacional, até ser tragado pela realidade inexorável. Guardadas as devidas proporções, algo parecido está acontecendo nos Estados Unidos, onde o ex-senador Rick Santorum - que passou os últimos meses na moita, sem ter sua pretensão à candidatura republicana levada muito a sério - perdeu o caucus de Iowa por apenas oito votos. Santorum é católico fundamentalista e sua plataforma não é só anti-gay, como bem lembrou o colunista Dan Savage: também é anti-hétero, pois ele quer proibir o aborto, a pornografia e os anticoncepcionais. Mas não é nem essa ideologia ultra-conservadora que deve derrubá-lo em breve. E nem o apelido nojento que Savage grudou nele, até hoje o primeiro resultado que aparece quando seu nome é googlado. Rick Santorum cairá em desgraça porque finalmente está sendo investigado pela imprensa, e coisas ainda mais disgusting estão sendo desenterradas - como seus laços incestuosos com lobistas, ou seu mais do que suspeito enriquecimento desde que deixou o Senado. Ou seja: de inocente, esse carola não tem nada. Descarga nele.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
YOU BETTER WORK
Quando eu trabalhei como roteirista de sitcom, adorava consultar uma lista publicada pela revista "Esquire" com "As 10 Tramas Básicas da Comédia de TV". Todas as premissas clássicas estão lá: a troca de papéis ("ah, então você acha que o meu trabalho é fácil?"), o convidado-surpresa ("querida, meu chefe vem jantar hoje"), o garoto que dá uma festa quando os pais viajam ("espere! que barulho é este?"). E ainda havia um derradeiro conselho: "quando nada mais dê certo, vista um homem de mulher". Este truque já rendeu filmes clássicos como "Quanto Mais Quente Melhor" ou "Tootsie", e também a série que revelou Tom Hanks nos anos 80, "Bosom Buddies" (literalmente, "Amigos do Peito"). Agora ele é requentado pela enésima vez por "Work It", que estreou esta semana na TV americana. Dois sujeitos desempregados há mais de um ano descobrem que só conseguem trabalho se... O curioso é que o programa gerou protestos da comunidade trans, apesar de seus protagonistas serem homens HT. Não deve durar muito tempo no ar, mas pelas razões de sempre: teve péssimas críticas e foi mal de audiência. Pelo trailer, não dá para lamentar.
POCOTÓ POCOTÓ POCOTÓ
Entro num filme do Spielberg como quem entra num brinquedo de parque de diversões, disposto a me entregar e a me divertir muito. Mas a verdade é que "Cavalo de Guerra" está mais para carrossel do que para montanha russa. Apesar de grande parte da ação se passar nas trincheiras da 1a. Guerra Mundial, este é um filme para crianças - como é, aliás, o livro que lhe deu origem. Essa mistura de "E.T." com o "Resgate do Soldado Ryan" tem momentos de tirar o fôlego, mas o todo é muito menos emocionante do que se podia esperar. O tal do cavalo vai trocando de mãos, dos ingleses aos alemães aos franceses, e nenhum episódio dura o suficiente para a gente se importar muito com o destino dos personagens. Além disso, todo mundo fala inglês - sinal de que Spielberg, sempre tão atento aos detalhes, está mesmo focando no público mais jovem, que não gosta ou nem sabe ler legendas. "Cavalo de Guerra" lembra muito um filme da Disney dos anos 50, tanto na forma como no conteúdo. Segura o interesse do começo ao fim e é um bom programa para fazer com filhos ou sobrinhos, mas não vai entrar na já longa lista dos grandes títulos do diretor.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
ZUMBI DE DEUS
Com o tempo, a gente vai criando uma certa casca e deixando de se horrorizar com os absurdos proferidos por várias das lideranças evangélicas. Eu nem deveria mais me surpreender com a falta de limites da ganância do "bispo" Edir Macedo, o chefão da Igreja Universal do Reino de Deus. Mas o sujeito deve estar tão desesperado com a evasão de fiéis de seu esquema - a IURD perdeu um quarto de seu rebanho em menos de uma década - que deixou de chutar a santa para chutar o balde. Sábado passado, último dia do ano, ele publicou um post estarrecedor em seu blog, sobre a morte de uma funcionária da Record num acidente de trânsito. A moça era obreira da Universal, mas voltou a ser mundana para "curtir a vida". E o "bispo" nem esperou as lágrimas da família secarem para afirmar que ela teria falecido porque "zombou de Deus". Para começo de conversa, este Deus vingativo não existe, mas isto nem vem ao caso. Chocante mesmo é o sr. Macedo ainda se achar cristão depois de zombar da dor alheia. Também é apavorante ver que os mais de 600 comentários são todos a favor da barbárie. Mas o tiro pode ter saído pela culatra. Os amigos de Dayanne Albuquerque estão revoltados e fazendo uma certa grita nos meios de comunicação, atraindo a atenção do mundo secular para este zumbi pseudo-religioso. Que quer mais do que o cérebro das pessoas: quer a carteira.
INVERNO NA ALMA
Não há disco menos apropriado para o verão brasileiro do que "50 Words for Snow". O novo de Kate Bush - seu segundo trabalho em 2011, depois de seis anos de hibernação - é uma coleção de sete faixas longas sobre o inverno, o frio e a escuridão. Perfeito para tocar na psicina do Mediterranée e espantar os alunos da aula de lambaeróbica. Como eu já havia previsto em outubro, este é um trabalho radicalmente anti-comercial, sem refrões pegajosos ou participações de Jay-Z. Mas é denso, cheio de nuances e texturas, com teclados esculpidos em neve e vocais quase sussurrados, talvez por medo de derrubar os estalactites. A música de trabalho, "Wild Thing", é dedicada ao abominável homem das neves e, apesar de esquisitíssima, é a mais normalzinha do CD. Mas talvez o ponto alto seja mesmo "Snowed In at Wheeler Street", um dueto minimalista de Kate com Elton John, seu ídolo de infância. É música linda e sombria, enquanto que o sol lá fora pede delícia, delícia, delícia. "50 Words for Snow" parece um desses piguins antárticos que a correnteza de vez em quando despeja em Santos.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
RICAS DE DAR DÓ
A internet está em chamas: não existe outro assunto na face da Terra além de "Mulheres Ricas", o reality show que estreou ontem à noite na Band. Não se trata de um concurso: nenhuma delas será eliminada, pelo menos não do programa. É só um apanhado de situações forçadas onde elas despejam vaidade e uma absoluta falta de noção, para deleite dos espectadores. Claro que já tem muita gente criticando, dizendo que isto é um acinte num país com tanta desigualdade, que Deus castiga e blábláblá. Pois então vão assistir a um programa com freiras praticando atos de caridade, seus hipócritas. Antecipei em um dia minha coluna no F5 para aproveitar esse auê todo, e tomara que essas pobres ricaças ainda rendam muito assunto. É um "Absolutely Fabulous" da vida real.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
AMOR SOMBRIO
2012 mal começou e eis que já temos o primeiro grande lançamento do ano. Caiu hoje na rede o vídeo de "Shady Love", carro-chefe do disco dos Scissor Sisters que sai em fevereiro. Se eu não soubesse, jamais diria que é deles essa música semi-esquisita. E por que crianças mais tristes do que Paris Jackson?
TRÊS É BOM
A fluidez sexual está na moda. Essa coisa de hétero e homo é muito século 20. No futuro, todo mundo vai transar com todo mundo. O filme "Triângulo Amoroso" é um arauto desta nova era. Pena que o título brasileiro não respeitou o "3" original, tão sucinto e elegante. Mas pelo menos este triângulo é equilátero, com todos os lados envolvidos um com o outro. O diretor alemão Tykwer (do sensacional "Corra, Lola, Corra") parte de uma premissa ótima: um casal quarentão, juntos há muito tempo, começa a pular a cerca. O mais legal é que eles não estão exatamente em crise, o adultério simplesmente acontece. O que eles não sabem é que estão pegando a mesma pessoa - ou melhor, o mesmo cara. O marido nem era gay antes, e a cena de sedução entre ele e o namorado, no vestiário de um clube, é totalmente crível. O rebuliço faz bem para o casal, que começa a transar com mais vontade do que nunca. Até que... "Triângulo Amoroso" chega num momento em que os chamados "trisais" pedem reconhecimento legal, e passa uma mensagem libertária que merece ser ouvida. Ficaria ainda mais interessante se o elenco principal não fosse tão feioso.
domingo, 1 de janeiro de 2012
RÉVEILLON NA LAJE
Não passava um ano novo em São Paulo há mais de 20 anos. Não passava com a mamãe há uns 30. Estes jejuns terminaram ontem: fizemos uma festinha na casa nova, aproveitando que o prédio está pertíssimo da Av. Paulista e tem um terraço no 20o. andar, perfeito para ver os fogos. Também perfeito para tomar chuva, e claro que saímos todos ensopados. Mas foi só um minor glitch numa noite que correu tranquila, com os amigos que sobraram em São Paulo e as duas mães (a do Oscar veio do Rio especalmente). Mas claro que família tem limite, e à uma e meia da manhã, já livres dos convidados, tocamos para a The Week. Voltamos com dia claro e dormi até as cinco e meia da tarde. E para você, foi bom?
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