quarta-feira, 1 de junho de 2011

PORNOGRAFIA SAUDITA

Este vídeo de quase 9 minutos foi considerado obsceno na Arábia Saudita. Ele mostra apenas uma mulher, Manal al-Sharif, dirigindo pelas ruas de Ryadh. Repare que ela está coberta por uma abbaya e ainda tem os olhos escondidos por óculos escuros. Também tem carteira de motorista (americana) e a permissão de um parente do sexo masculino - seu irmão, que está com ela no carro. Mesmo assim, Manal passou 8 dias em cana e ainda corre o risco de ser chicoteada em praça pública. Pois é... enquanto nos outros países árabes rolam protestos violentos contra os ditadores de plantão, a grande luta política na Arábia Saudita é por um direito elementar como este. É o único país no mundo onde mulher não pode dirigir. Acontece que Menal é separada e não tem como pagar um motorista particular (nem todo mundo é milionário por lá). Ela faz parte de um pequeno movimento que quer rever as leis medievais do país, mas que vem ganhando apoio interno - inclusive de vários homens. E também externo: quem quiser ajudar, pode assinar uma petição eletrônica no site Change.org. Só com muita pressão é que a Arábia Saudita vai eliminar seu apartheid contra as mulheres.

6 comentários:

  1. bom, tem que começar com o fim do apoio massivo dos EUA à família real de lá. Mas enquanto eles tiverem o petróleo, acho difícil que isso vá acontecer tão cedo.

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  2. Essa proibições soam muito bizarras.

    Ridículo.

    abraços Tony.

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  3. Papai Urso do Interior2 de junho de 2011 às 14:21

    Mulheres lá c/ esse tratamento, gays aqui e nada de criminalização ainda...

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  4. Aqui em Bernôcity, onde tem uma boa comunidade mulçumana, essas queridas que usam véu e andam sempre juntas, já dirigiam super bem desde que eu era pequinininhu.... minha mãe nem sonhava em poder dirigir!!!

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  5. Finalmente entendi o que se passa com esse movimento Free Manal. Li uma referência a isso em um blog e quando googlei: bloqueado. O trocadilho Arábia Maldita nunca fez tanto sentido! O pior é que aqui não é muito diferente. Os Emirados vivem essa influência wahabi horrorosa. Em Dubai a coisa é leve porque não querem espantar os estrangeiros. Mas, em Sharjah eu já fui avisada por um segurança que poderia levar 25 chicotadas se eu abraçasse meu amigo novamente. E não foi nem abraço: foi um cumprimento a la brasileira e ainda sem nenhum beijinho no rosto.

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  6. Aliás, veja que história bizarra: uma colega nossa foi passar uns dias em Omã. Foi sozinha a débil mental. Nos arredores de Muscat ela aceitou uma carona. Foi espancada e roubada. Um deles disse que só a levaria de volta a cidade se ela mantivesse relações sexuais com ele. Ela não topou e a deixaram no meio do deserto. Horas depois a polícia a encontrou. de volta a Dubai ela foi encorajada a omitir essa última parte senão seria presa. Porque aqui a mulher estuprada é sempre a culpada. É ou não é um pedacinho maldito de terra seca?

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