segunda-feira, 20 de junho de 2011

POR OUTROS CAMINHOS

Parece consenso geral que a Parada do Orgulho LGBT deste ano, em São Paulo, será menos festiva que das outras vezes. Menos festas, menos DJs internacionais, menos gente vindo de outras cidades e estados. Dos meus amigos cariocas que vinham sempre, nenhum estará aqui: uns estão se poupando para viagens mais longas, outros optaram por programas diferentes. Não sei se é só no meu entorno, mas sinto uma voltagem mais baixa no ar. Vai ver que o feriadão recheado de agitos perdeu o ar de novidade. E o gigantismo da Parada em si atraiu muitos problemas, o que afastou alguns mais assustados da Avenida Paulista.

Por um lado este relativo esvaziamento é uma pena. Acho que pela primeira vez temos conquistas concretas a comemorar. Por outro pode ser bom. A Parada sempre buscou ter caráter político, mas nunca foi muito além de uma maxi-micareta. O tema de 2011 não poderia ser mais pertinente: “Amai-vos uns aos outros”, um confronto direto com as religiões que perseguem os gays. Tomara que esse declínio no teor de oba-oba ajude os participantes a terem mais consciência na cabeça, e não só litros de vinho químico.

O calendário de festas está mais magro, mas de os eventos paralelos nunca foi tão farto. De todos, o mais interessante para mim é o encontro de Blogueiros Gays que acontece no sábado, dia 25, às 4 da tarde, no auditório da FNAC da Paulista. Mas aviso desde já ao meu fã-clube que não estarei presente: este ano, pela primeira vez em muitos, vou viajar no feriado de Corpus Christi. Oscar e eu iremos visitar a filha dele, que é bióloga, na reserva ecológica onde ela trabalha no Amazonas. Estaremos comendo pirarucu enquanto a galera em São Paulo estará comendo outras coisas.

Vou terminar o post dando uma forcinha pros amigos: quem ainda tiver gás no domingo à noite pode se jogar na Babyy Party, que acontece no hotel Cambridge com produção do Tiago Becker e do Aron Cohen. A grande atração é a DJ americana Twisted Dee, que eu já vi várias vezes em ação e é realmente divertidíssima. Mais informações sobre a festa? Clique aqui.

PAREM AS MÁQUINAS:
Recebi uma mensagem do empresário da Twisted Dee informando que a DJ não vem mais para tocar na Babyy Party. Que pena...

12 comentários:

  1. "Então o povo que deixa prostituir a consciência, roubar os direitos, vilipendiar a história, o povo covarde que não defende a honra, quer defender a camisa?" Vamos começar pela ociosidade presidencial, política e social de nosso País. A Parada Gay em minha opinião, deveria já há algum tempo influenciar no futuro politico deste País, mais a impressão que tenho é que na hora de votar, escolher bem os seus representantes, o defender a camisa na Parada Gay não faz muito sentido, é como diz o ditado.: "On ne fait pas des omelletes sans casser des oeufs"

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  2. Eu chego no Brasil na 6ª. A intenção era esticar em SP, mas além de eu estar esgotadíssimo (vou precisar de férias dessas férias), dá até um desânimo de pensar em causa gay no Brasil depois de passar uma semana em Berlim.

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  3. O que tenho visto aqui no Rio é que muita gente tem optado por pular a parada, que já nao é mais novidade, pra aproveitar fervos diferentes, como o Circuit em Barcelona ou ate mesmo H&H Sauipe.
    Vale lembrar que o tal esvaziamento da festa em si aconteceu com todas as antigas maiores paradas do mundo, como Toronto, a medida que os direitos gays foram surgindo.
    No mais, espero que isso de uma cara mais politizada à festa, já que meu medo é que se torne uma xepa sem muita importância... É esperar pra ver.

    Gui

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  4. Qual novidade em se gongar a Parada

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  5. Traga um bom repelente pra selva amazônica, o negócio não é brincandeira, aqui no Norte pernilongo sofre uma mutação e transforma-se na terrível carapanã (nome indígena já incorporado por homem branco), são borrachudos em verdadeiros enxames e especialmente à noite, ah o calor é insuportável, mas espero que vc fique numa chique pousada ecológica com ar-condicionado através de energia solar, of course.

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  6. Eu acho bom que a Parada amadureça e mude. Só temo que ela esvazie. Se o público for menor que o da Marcha para Jesus os evangélicos vão usar isto como argumento.
    Muque de Peão

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  7. Eu já estou esperando o post sobre o Renascer e demais cantinhos de por lá!!
    Boa viagem e beijos pros fofos.

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  8. Nem sei se meu comentário anterior foi ou não, mas...
    Já estou esperando o post do Renascer e demais locais de por lá!
    Boa viagem pra vocês e muitos beijos aos fofos.

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  9. Reflita:

    Se vc é um turista que vai para uma parada e na mesma vc apanha, leva coió e tem pertences roubados.

    Vai na boate mais famosa, tem seus pertences roubados(o que é inadimissível pelo preço praticado nesta época) e caso se coloque apanhe de policiais/seguranças famintos por $ de extorsão ou ainda corra o risto de ir pra salinha de espancamento só pq foi apontado/confundido.

    E sim, claro, se deparar com a "beleza" brasileira( que só perde para bolivianos e mexicanos).
    Eu te perguntou, vc voltaria para um pride assim ? E com certeza avisaria seus amigos locais que não é bom e nem vale a pena perder no Brasil. Period !!

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  10. tony vc viu essa no JN? um juiz, se não me engano em goiás, parece que cancelou a união estável de uma casal, e disse que a união homossexual é uma coisa intima, que não pode ser exposta, que aceitá-la como uma família seria como aceitar o sexo heterossexual em publico!!!!!!!!!!!!!!!
    mais uma enrustida querendo aparecer às nossas custas...
    Luiz

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  11. Tudo de resume a valores e receitas... ou seja, a Parada Gay é aceita na avenida Paulista apenas porque traz muito dinheiro para a cidade.. Sendo o segundo evento da cidade de SP mais lucrativo, depois da F1. Isso deveria ser usado para tirar proveito. Nós mantemos o evento na cidade desde que a cidade nos dê algo em troca!!! Qualquer coisa... algumas coisas. Se levam vantagem sobre nós, é o mínimo que poderia se fazer. É um evento grande, importante envolvendo muita gente. O problema maior, sinceramente são os organizadores que ainda são inexperientes. A própria cidade de SP deveria contratar grandes organizadores e fazer deste evento algo que realmente valesse a pena. Hoje se tem brigas, roubos, gente estranha... e a cidade de SP, uma das mais ricas do mundo, acha que já esta fazendo muito em aumentar o número de policiais na rua... Desculpa, mas proteção de polícia é básico e pra todos!!! Eu faria este evento mais profissional e tiraria sim proveito de tudo isto!!!

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  12. Papai Urso do Interior21 de junho de 2011 às 11:36

    "On ne fait pas des omelletes sans casser des oeufs" (2). Não há causa quando a única causa é o próprio umbigo, e aqui não é uma crítica ou despeito por quem pode se dar ao luxo de só have fun fun fun... (não sou hipócrita se pudesse faria o mesmo, afinal vida é curta, quem não quer historias pra contar quando as exterioridades se dissiparem por completo?), é só uma constatação simples que não requer um tratado sociológico à respeito: em quinze anos essa parada ("a maior da america latina") já era pra ter causado muitas mudanças sociais e políticas, fato. Quinze anos são uma vida. Uma vida inútil, no caso.

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