segunda-feira, 5 de julho de 2010

UMA VÍRGULA NO LUGAR ERRADO

Meu marido Oscar não gostou de "Patrik 1,5". Achou piegas e previsível. Ora ora ora, qual comédia romântica não é previsível? E "Patrik 1,5" é um digno exemplar deste novo sub-gênero, a comédia romântica gay. Onde o objetivo maior não é exatamente arranjar um par, como nas rom-coms tradicionais, mas sim construir um núcleo familiar estável e conseguir a aceitação da sociedade. E, apesar do inevitável final feliz, o mundo pintado no filme não tem nada de cor-de-rosa. Cheguei a ficar surpreso com a quantidade de preconceito ainda incrustado na modernérrima Suécia. Também gostei de ver os apuros conjugais sofridos pelos protagonistas, que estão longe de viver uma relação perfeitinha. O roteiro parte de uma situação improbabilíssima mas cheia de potencial: um casal gay decide adotar uma criança, e, depois de muita enrolação, consegue a guarda do Patrik do título. Só que, por um erro de datilografia, o garoto não tem um ano e meio como o desejado, e sim 15 anos. Pior: é um deliquente juvenil homofóbico. Apesar das necessárias licenças poéticas (um trombadinha que é bom de jardinagem?), achei o filme muito mais interessante e realista do que, por exemplo, "De Repente Califórnia", a fantasia sabriniana exibida por aqui no ano passado. "Patrik 1,5" é fofo e engraçado na medida certa. Por isto, não me envergonho de ter ficado com os olhos marejados.

7 comentários:

  1. Patrik como vc disse é previzível, mas é adorável! Achei bem melhor que Shelter e a tuação de Gustaf, irmão do Eric de True Blood está soberba. Foi uma deliciosa surpresa.

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  2. Bem, eu vejo todos esses filmes de temática gay em um site só com filmes do mundo todo e de todos os gêneros. (Chocado como tme filme gay chines e coreano). Apesar do filme previsivel, também gostei da coisa do delinquente e tal. Nessa mesma leva assiste "Breakfast w/ Scot": de um casal gay bem careta que adota um garoto bme bichinha e acabam tendo que lidar com seu próprio preconceito. Previsivel tb, mas bem bonitinho. Já viu? Outro dia vi passando no telecine com um título em pt bem diferente que nao me lembro agora.

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  3. Eu gostei do filme e não achei tão previsível assim. Até porque ele vai dando umas reviravoltas e apontando diversos finais possíveis (não vou exemplificar para não estragar a diversão dos seus leitores) e você não sabe qual deles será o real até o filme acabar. E é menos clichê do que outros similares por aí...

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  4. Sobre esse filme não percebo ninguém realizando qualquer comentário a respeito da fala sobre a empregada polonesa.A comparação que o sujeito faz do Patrik com a "empregadinha" polonesa que ele comia enquanto a mulher não estava em casa...Preconceito não somente em relação aos homossexuais mas também em relação aos imigrantes!

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  5. É o tipo de filme que faz falta a uma Sessão da Tarde, com os devidos cortes, a exemplo da cena dos dois se pegando na cama, não do beijo.
    NOT. Talvez eu esteja enlouquecendo.
    Globo ainda está em cima do muro.
    Mas que o filme é bem light, aprazível, com certeza.

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  6. eu continuo achando o filme um coisa de boa intenção... e delas, o ditado já diz... o inferno está cheio

    fiquei com a sensação de oportunidade perdida ao longo do filme todo... e o final só comprovou. aquele final tinha como ser ótimo e resolver o filme todo - tirá-lo do padrão, da mesmice, e elevá-lo.

    sempre acho que pior do que o filme sem potencial, é o filme com potencial desperdiçado...

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  7. vi o filme e gostei. Bem melhor que Shelter e que muito filme temático por aí. E olhe que já vi muitos.

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