terça-feira, 13 de julho de 2010

QUEM PRECISA DE SOBRINHOS?

Fui sozinho ver "O Pequeno Nicolau". Está passando ao lado da minha casa, e eu não tinha nenhuma criança por perto para justificar. Nem o Oscar queria ir, cansado da noitada anterior. Não liguei, porque o filme é baseado nas tirinhas desenhadas por Sempé e escritas por Goscinny. Devo ter lido umas duas ou três em toda a minha vida, mas eu iria ver até leitura da lista telefônica se fosse escrita por Goscinny. Ele era o gênio que inventou Asterix, Lucky Luke, Iznogoud, Humpa-pá e mais uma porra de clássicos da bande dessinée francesa. Fora que a história se passa na Paris dos anos 60, e eu estou naquela ressaca pós-viagem que me dá aquela vontade louca de voltar para onde eu acabei de estar. Se bem que "história" é um certo exagero: quase não há conflito, muito pelo contrário, e é aí que está grande parte do charme. A infância de Nicolau é pra lá de idealizada, com pais amantíssimos, professores bacanas e um enorme círculo de amigos. A reconstituição de época é primorosa e o elenco é todos de craques do cinema gaulês. Mas nem tudo é perfeito: o garoto Maxime Gotard tem um aspecto tristonho demais para fazer o espoleta do protagonista, e a dublagem, por boa que seja, quebra um pouco o encanto da viagem em poltrona. Ainda assim, "O Pequeno Nicolau" é um programa simpático para se fazer com crianças pequenas, ou grandalhonas como eu.

Um comentário:

  1. Não podiam ter deixado o nome do coitado do menino sem traduzir? É que Nicolau vem com aquela piadinha do bilau incluída, e nenhum pai moderno coloca esse nome no filho.

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