É muito feio julgar as pessoas. Como este blog não está participando de nenhum concurso de beleza, então agora vou julgar, condenar e até punir algumas das personalidades mais marcantes de 2009. A lista está em ordem crescente de bondade: começamos com os malvados que merecem o inferno, passamos pelo purgatório e no final atingimos o paraíso, habitado pelos santos modernos.
MAHMOUD AHMADINEJAD – Não basta ser um ditador sanguinário, nem um fanático religioso: o “presidente” do Irã também é um governante incompetente, que está levando seu país à ruína. Nada disso o impediu de ser recebido com afagos por Lula, no maior passo em falso da equivocada política externa petista. Quero só ver como o Brasil vai reagir quando a gang dos aiatolás for derrubada por uma revolução popular, o que pode acontecer em breve.
JOSÉ SARNEY – O potentado maranhense sempre tentou manter uma imagem afável e erudita, mas neste ano finalmente caíram as máscaras. Sarney é a encarnação de quase tudo o que está errado na política brasileira: corrupção, nepotismo, autoritarismo. O processo que sue filho moveu contra o jornal “O Estado de São Paulo” deixou claro que de democrata sua família não tem nada. O apoio incondicional que recebe de Lula é simplesmente imperdoável.
ROZÂNGELA ALVES JUSTINO – Numa pequena vitória para a causa gay brasileira, a feiticeira evangélica desistiu de tentar “curar” homossexuais, sob o risco de perder o registro de psicóloga. Ainda tentou se fazer de mártir, mas não nos deixemos enganar: a vilã é ela mesma, que, assim como milhares de outros, propaga uma mensagem de ódio e ignorância disfarçada de fé religiosa. Fogueira neles.
SILVIO BERLUSCONI – O premiê italiano falou grosserias às vontade, gastou dinheiro público com prostitutas e não teve o menor pudor em polarizar a já conturbada política de seu país. Quando levou o que merecia - uma catedralzada na fuça - medrou e começou a pregar a “tolerância”, tal qual o papa depois de ser atingido num
strike na noite de Natal. Agora é tarde.
CARRIE PREJEAN – A loura burra para anedota nenhuma botar defeito. Quem mais teria coragem de se declarar contra o casamento gay em pleno concurso de miss, cercada de maquiadores, cabeleireiros e
fashionistas por todos os lados? A ultra-direita americana ainda tentou fazer dela sua porta-voz. Mas, quando vazou um vídeo da ex-Miss Califórnia batendo siririca, os reaças se deram conta que ela não é exatamente um modelo de virtude. Bem feito.
CHRIS BROWN – Uns sopapos na namorada Rihanna serviram para descarrilhar a carreira de um dos rappers de maior sucesso nos EUA. O cara tem só 19 anos, mas virou o grande bicho-papão da violência doméstica, e viu seu novo disco vender bem menos que o esperado. Enquanto isto, sua ex amadureceu artisticamente e lançou um trabalho bem mais ambicioso que o pop chiclete de antes.
KANYE WEST – Outro rapper em apuros. Dominado pela arrogância e sentindo-se autorizado a fazer o que quiser, o talentoso Kanye achou que tudo bem interromper o discurso da chatinha Taylor Swift, que aceitava o prêmio de melhor vídeo feminino da MTV. Foi boicotado, teve a turnê com Lady Gaga cancelada e não recebeu nenhuma indicação ao Grammy. O pior é que tinha razão: “Single Ladies”, da Beyoncé, era mesmo muito melhor.
MANUEL ZELAYA – A figura política mais patética do ano. O presidente de Honduras tentou furar a constituição de seu país e concorrer à reeleição. Foi justamente deposto e injustamente exilado. Está há mais de 3 meses acampado na embaixada brasileira em Tegucigalpa, e agora não tem mesmo mais para onde ir – já existe um novo presidente eleito, que assume em janeiro. Todos os países condenaram o golpe de estado hondurenho, mas a verdade é que esta foi a primeira grande derrota do “bolivarianismo” no continente. Outras virão.
GEISY ARRUDA – Até que tentaram fazer dela uma líder feminista, mas o triste é que a rechonchuda Geisy é a típica aluna da Uniban: não tem nível, não tem preparo, é um bicho chucro. Agora só quer faturar, posar nua, virar apresentadora, fazer lipo e escova marroquina. Não é de se estranhar num país onde as concorrentes do “Big Brother” são os paradigmas da beleza e da elegância.
STEFHANY – A Cinderela piauiense, que gerou milhões de acessos no YouTube com um dos clips mais toscos de todos os tempos e arrancou lágrimas ao ganhar um CrossFox de verdade. E mesmo com fama e fortuna, ela mantém a autenticidade: não tirou o aparelho, não cortou o cabelão de crente, não deixou que o “Esquadrão da Moda” tocasse em seu visual xumbrega. Mas será que ela emplaca um segundo hit? Até agora, necas.
ADAM LAMBERT – Chegou em segundo lugar no “American Idol”, mas vendeu três vezes mais discos que o vencedor. E a razão é simples: Adam tem personalidade e atitude, coisa rara entre os participantes do maior sucesso da TV americana. É despudoradamente gay, e recusou-se a pedir desculpas por ter beijado um de seus músicos durante um programa. Pois é, a ousadia só faz efeito quando vem acompanhada pela dignidade.
MICHELLE OBAMA – O inevitável aconteceu: o mundo descobriu que Barack Obama não tem superpoderes, não consegue resolver todos os problemas só com charme e oratória, e que talvez até tenha sido eleito prematuramente. Mas sua mulher está batendo um bolão. Não deu um único passo em falso o ano inteiro, sempre linda, bem-vestida e radiante. Promove sessões de jazz na Casa Branca, apóia as causas certas e ainda consegue ser boa mãe. O retrato de uma América moderna e idealizada.
LADY GAGA – O ano foi dela, do começo ao fim. Um sucesso atrás do outro, uma roupa mais ousada que a outra, a primeira herdeira para valer ao trono de Madonna – e com as bençãos da própria. Dificilmente Stefani Germanotta vai conseguir manter o nível de hiperatividade de 2009, mas seu talento musical é verdadeiro, confirmado pelo excelente “The Fame Monster”. Ela só não pode nos cansar com suas esquisitices. Por enquanto ainda não cansou.
SUSAN BOYLE – A Cinderela escocesa. Em apenas 8 meses, essa quarentona virgem passou do total anonimato a maior vendedora de CDs do ano. Sua voz nem é tão especial assim e seu repertório o mais careta possível, mas sua história é irresistível. 130 milhões de pessoas viram no YouTube sua primeira aparição no programa “Britain’s Got Talent”. Uma superstar que explodiu pela internet, mas esticou seus 15 minutos de fama graças aos fãs desconectados.
YOANI SÁNCHEZ – A esquerda brasileira se faz de morta, surfando alto com a popularidade de Lula. Mas é criminosa ao ignorar a luta dessa blogueira cubana, que denuncia o horror do regime de Fidel e apanha por sua bravura e integridade. Yoani é um dos poucos pontos de luz numa América Latina que parece caminhar para as trevas.
Esqueci de alguém? Fui justo na minha classificação? Será que alguém vai mudar de lugar no
ranking no ano que vai começar? Reclama aí.