sábado, 28 de fevereiro de 2009

PARE DE ME ENCARAR

Assim que começaram as chamadas de "Caminho das Índias" fiquei louco por "Kajra Re", aquela música que toca sempre que os personagens indianos estão respirando. Graças ao Guri do Sul, descobri nome, intérprete e até vídeo da canção no YouTube, que vem de um filme bollywoodiano de 2005 chamado "Bunty aur Babli". A voz feminina é de Alisha Chinai, mas quem aparece dublando e rebolando na tela é a estrelíssima Aishwarya Rai, para mim a mulher mais bonita do mundo. Uma alma caridosa que fala hindi e português postou uma versão legendada em nossa língua, e finalmente aprendi que "Kajra Re" quer dizer "Olhos Pintados" (de kajal). Para baixar a música, basta clicar aqui. Depois, é só treinar a complicadíssima coreografia e a-ha-zar no churrasco da firma no final do ano.

AUSÊNCIA DE ANITA

Continuo com "Milk" na cabeça. Obras contundentes têm esse poder. Mas também fiquei com uma dúvida: o que será que aconteceu com Anita Bryant? O filme não esclarece o destino de sua "vilã" nos créditos finais, então lá fui eu para a Wikipedia. E tive o prazer de saber que ela se deu mal, muito mal. Já estava ciente que seu tiro saíra pela culatra: o maior resultado de sua cruzada homofóbica nos anos 70 foi galvanizar a comunidade gay. Anita conseguiu a proeza de unir a bicharada politicamente pela primeira vez na história, como o próprio Harvey Milk havia percebido. Aliás, faz falta uma figura dessas no Brasil, que nos acorde da modorra e nos force à luta.

Mas Anita levantou um karma tão ruim que sofreu as consequências na própria pele. Para começar, perdeu seu trabalho como garota-propaganda do suco de laranja da Flórida, que anunciou durante anos. As bibas organizaram um boicote nacional ao produto, e ela foi demitida já em 79. Depois, seu casamento foi pra cucuia, o que chocou os evangélicos, e diversas tentativas de reerguer a carreira como cantora fracassaram, assim como terminaram em dívidas vários outros negócios. Logo ela se declarou arrependida, numa entrevista de 1980. Hoje Anita vive no ostracismo no Oklahoma, com o segundo marido. Ainda é evangélica, mas largou a militância anti-gay. Seu nome virou sinônimo de preconceito e de tudo que há de ruim nos EUA, e este é um fardo que nem George W. Bush merece.No vídeo acima vemos Anita levando uma merecida torta na cara, ainda nos anos 70. Ela bem que tenta fazer piada ("at least it was a fruit pie" - na gíria americana, fruta é sinônimo de bicha) e manter a superioridade moral, mas logo sucumbe às lágrimas da humilhação. Pobre Anita. Idiotas como ela pensam que são o arcanjo Gabriel e que estão serviço de Deus Nosso Senhor, quando na verdade são o instrumento favorito do Diabo. Mas quando chora, ela mostra que é apenas humana. Igualzinha a cada um de nós.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

SO I'D LIKE TO KNOW WHEN YOU GOT THE NOTION

O filme "Milk" me fez lembrar de uma dos primeiros discos que eu comprei na vida: um compacto simples com "Rock the Boat", em 1974. Eram os primórdios da era disco, e a banda The Hues Corporation foi uma autêntica one-hit-wonder - nunca mais ela emplacou qualquer coisa na vida. Mas, 35 anos depois, o balanço continua irresistível. Baixe aqui e comece já a cremação das tristezas pós-carnaval. Mas cuidado para não virar o barco.

MATANÇA NA RENASCENÇA

A série "Roma" da HBO foi uma das mais espetaculares de todos os tempos, e eu quase chorei desconsolado quando ela foi cancelada depois de apenas duas temporadas - os episódios eram caros demais, e o programa não fez um sucesso estrondoso o suficiente para continuar. Hoje fiquei sabendo que a HBO vai lançar em 2010 uma saga ainda mais cheia de facadas, venenos e traições: "Os Borgias". Essa família de origem espanhola dominou a Igreja na virada do século 16 para o 17, e aprontou tanto, mas tanto, que o resultado foi a Reforma protestante. A estrela do clã era a divina Lucrécia, e até hoje os historiadores debatem se ela era mesmo uma víbora ou um fantoche nas mãos do pai, o papa Alexandre VI. Mas alguém duvida que a versão da TV vai pintá-la com as piores cores possíveis? Mwahahaha.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

IDA NÃO VOLTA

Agora que passou a empolgação do carnaval, posso comentar uma notícia que me deixou triste: a morte de Ida Gomes. Ela era uma das minhas atrizes favoritas, apesar de nunca ter sido uma estrela. Era o que os americanos chamam de character actor, o coadjuvante que sempre ganha bons papéis. Ida fazia uma malvada como ninguém, tanto que sua voz marcante dublava Bette "Malvadavis" em português. Que ela falava sem nenhum sotaque, apesar de ter nascido na Polônia. E eu que tive a manha de perder sua última peça, "Sete"? Cheguei até a porta do teatro, mas os ingressos estavam esgotados. L'chaim, Ida: já estou com saudades.

HAJA SACO

Brasileiro se acha muito irreverente, mas saca só - kkk - este carro alegórico que desfilou no carnaval de Torres Vedras, em Portugal. É uma singela homenagem ao Cristiano Ronaldo. Ah, e eu chequei com uma amiga portuguesa que traçou o gajo: sim, é merecida.
(Mais um golo do Luciano de SJC)

O PRIMEIRO-CACHORRO

Depois de meses de especulação e muito debate na imprensa, finalmente Barack Obama apontou uma das figuras mais importantes de seu governo. Não, não é o secretário de comércio - é o cachorro que suas filhas Sasha e Malia vêm implorando há meses. E o escolhido é de uma raça que eu não conhecia, o portuguese water dog, ou, como é conhecido na terrinha, o cão d'água. À primeira vista ele parece um poodle sem corte, e na verdade é parente próximo dos poodles. Nas aldeias litorâneas de Portugal o cão é usado para a pesca, e tem várias características interessantes: é ótimo companheiro, inteligente, hipoalergênico, não solta pelo (!) e... canta. Ele costuma vocalizar para chamar a atenção do dono (meu cocker spaniel também faz isto), mas às vezes seus dotes musicais extrapolam. Confira o vídeo abaixo, e veja se não dá vontade de encomendar um AGORA.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

CHEGOU PRA FICAR

Meu marido Oscar nasceu numa terça-feira gorda. Por isto, é comum que seu aniversário caia durante o carnaval; desta vez, caiu na quarta-feira de cinzas. Por isto, a animação continua: já tivemos um imenso almoço de família, e agora vamos sair para jantar com amigos. E para manter a tradição, aqui vai mais um standard americano, desta vez de George e Ira Gershwin:

It's very clear, our love is here to stay
Not for a year but ever and a day
The radio and the telephone and the movies that we know
May just be passing fancies and in time may go

But oh, my dear, our love is here to stay
Together were going a long, long way
In time the rockies may crumble, gibraltar may tumble
They're only made of clay
But our love is here to stay


¡Que los cumpla feliz!

BATE FORTE TAMBOR

É, a máquina de compra de votos da Beija-Flor deu chabu este ano - deve ser a crise. A escola de Nilópolis, que parece ser a campeã by default do carnaval carioca, não importa como tenha desfilado, perdeu para minha escola do coração, o Salgueiro. Sim, ano passado desfilei pela Viradouro, e me senti meio traidor. Mas este ano posso gritar de peito aberto: SALGUEIROOO! E o melhor de tudo vai ser tirar sarro do Gui, que estava querendo comemorar hoje à noite mais uma vitória da Beija. Que depressão é essa?!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

LEITE E MEL

Meu pai adorava "O Mais Longo dos Dias", aquele filme sobre o desembarque das tropas aliadas na Normandia. Disse que, quando o viu pela primeira vez, saiu marchando do cinema. Hoje aconteceu algo parecido comigo. Fui ver "Milk" e fiquei com vontade de pegar um megafone e recrutar todo mundo que me passasse pela frente. Sean Penn está fantástico, e retiro o que disse num post aí embaixo: ele merece todos os Oscars do mundo por este desempenho, pois realmente se transformou em outra pessoa. Aliás, o elenco todo está muito bem, especialmente a tetéia do James Franco. O diretor Gus Van Sant voltou ao mainstream, mas nem por isto fez um filme convencional. Enquadramentos e movimentos de câmera revelam que ele é mesmo um artista. E nisto tudo ainda temos a história de Harvey Milk, que foi tão importante para o movimento gay e é praticamente desconhecido por aqui. Precisávamos de um Milk na política brasileira, alguém que enfrentasse os preconceitos de frente e não tivesse papas na língua. "Milk" é um filmaço, programa obrigatório para quem acredita em igualdade e justiça.

I KISSED A GIRL AND I LIKED IT

Então, carnaval tem dessas coisas. Dei a ela o maior elogio que eu podia dar: "você beija feito homem". Tudo isto ao som de Seamus Hajji, que só entrou em cena na TW Rio às 15 pras 6 da manhã. Teve uma hora em que eu até achei que ele não vinha mais: foi quando o fofucho do Chris Cox assumiu as pick-ups. Pensei, ih, fodeu, mais um DJ que não conseguiu visto e/ou teve ataque de estrelismo. Que nada: Seamus já estava lá, no cantinho, esperando sua vez e um pouco assustado. O cara não costuma tocar em boate gay, e nunca tinha visto tanta biba junta. Mas mandou muuuito bem. Não teve o menor pudor de tocar "Touch My Body" da Mariah Carey; afinal, foi ele quem fez o remix que salvou essa música da lata de lixo. Também tocou sua sensacional versão de "Overpowered" da Roísín Murphy, e aí, com o público já na mão, pode experimentar e soltar umas coisas mais abstratas. Foi uma noite memorável, que não encheu como deveria - aliás, parece que nada está lotando nesse carnaval do Rio. É a crise? Talvez. Mas enquanto houver música boa e boquinhas para beijar, estarei lá.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O LACINHO BRANCO

Alguém reparou no lacinho branco que o roteirista Dustin Lance Black estava usando ontem nos Oscars? Eu sei, é difícil reparar em mais alguma coisa além da formosura do rapaz - e ele também é inteligente! E ganhou um Oscar aos 34 anos!! Mas o tal do lacinho é o novo acessório de rigueur em Hollywood. Sabe o que significa? Que o portador apóia a luta pela igualdade nos direitos de casamento. É, bebé: todo mundo tem o direito de se casar NO PAPEL com quem gosta, não importa o sexo. Não foram só os gays que saíram por aí de lacinho: confira no site "White Knot" quem mais embarcou nessa. Até o pai da Anne Hathaway! Vou já pegar um corte de chiffon e fazer o meu.

ARE BABA

A Índia está tão na moda, mas tããão na moda, que não lhe basta ser o tema da novela, nem o cenário do filme que ganhou o Oscar. Tem que servir de inspiração também para o pior filme do ano: "The Love Guru", que venceu a famigerada Framboesa de Ouro também nas categorias "pior roteiro" e "pior ator" (Mike Myers). O criador da série "Austin Powers" (que eu adoro) estava há anos sem filmar, mas sua volta à tela foi recebida com paus e pedras por crítica e público. Agora tem o nome gravado no hall da infâmia dos "Razzies", como este prêmio é "carinhosamente" conhecido. Também foi uma noite de glória para Paris Hilton, que deu uma de Kate-Winslet-no-Globo-de-Ouro e levou para sua mansão os troféus de pior atriz e pior atriz coadjuvante. Discordar, quem há de?

A MANHÃ SEGUINTE

Não deu outra: ignorei o carnaval e dediquei o dia inteirinho ao cinema. Depois da pré-estréia de "Slumdog Millionaire" à tarde, vesti minhas jóias imaginárias e me plantei na frente da TV para minha 34a. cerimônia de entrega do Oscar - não perco nenhuma desde 1976. E, olha, fazia tempo que não me divertia tanto. O diretor Bill Condon prometeu um monte de novidades para revitalizar o programa, e o primeiro bloco foi mesmo incrível. Hugh Jackman deu literalmente um show, cantando, rodopiando e tirando sarro dos filmes indicados, e ainda contou com a ajuda da voz surpreendente de Anne Hathaway. Também adorei a nova maneira de apresentar os atores vencedores: cinco ganhadores em anos anteriores subiam ao palco e cobriam de elogios cada um dos indicados (quem não viu pode conferir aí embaixo a vitória de Penélope Cruz). O resto foi mais ou menos esperado, como os oito troféus para o "Milionário", ou os triunfos de Kate Winslet e Heath Ledger. Apesar de ter um pouco de medo e nojo do Mickey Rourke, preferia que ele tivesse vencido ao invés do Sean Penn, que já tem seu Oscar em casa. E a única zebra da noite foi o japonês "Departures" superar os favoritos "Entre les Murs" e "Waltz with Bashir" na disputa dos filmes em língua estrangeira. Mesmo com poucas surpresas, foi uma noite memorável, que resgatou o glamour e o que realmente queremos ver no Oscar - estrelas, estrelas e mais estrelas. Mas agora acabou, e tenho que voltar à dura realidade do carnaval ensolarado aqui no Rio de Janeiro.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

CÃOZINHO DAS ÍNDIAS

Impossível ir ver "Quem Quer Ser um Milionário?" e não esperar pela última Coca-Cola do deserto. O filme ganhou absolutamente todos os prêmios da temporada, e é o favoritaço para papar o Oscar esta noite. Esse hype todo, apesar de já ter seus detratores, elevou minha expectativa à terceira potência. E claro que desse jeito o resultado não podia ser outro: gostei, mas não adorei. Danny Boyle imprime um ritmo vertiginoso, que deixa concorrentes como "Benjamin Button" ainda mais com cara de filme-para-papai-e-mamãe. A comparação com "Cidade de Deus" é totalmente procedente, dos ângulos de câmera à fotografia "quente". E a história é absurda, recheada de detalhes cruéis. Mas a música é mesmo um jorro de energia, e sabe o que mais? "Slumdog Millionaire" talvez seja o filme certo na hora certa, o conto de fadas que o mundo inteiro esteja precisando ver nesse momento de crise econômica. A gente sai feliz do cinema, e isto nunca é pouca coisa.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

PIANINHO

O caranaval carioca começou meio devagar, pelo menos no que tange as festas GLBTWXYZ. Tivemos a maior dificuldade em chegar à The Week: parecia que todas as vias de acesso estavam interrompidas por algum carro alegórico quebrado. Demos inúmeras voltas, e quando chegamos lá, surpresa: nada de filas, nada de congestionamento, tudo muito mais calmo que num dia normal. Entramos e demos de cara com Bela&Rica, leitor assíduo desse blog. Ele nos contou que a área VIP tinha acabado de fechar por falta de quorum, e que ele e o namorado iam para a Máxima, no Monte Líbano. De fato, a TW estava só com meia casa - uma pena, porque a decoração era linda, e o som do espanhol Juanjo Martin é absolutamente delicioso. Estávamos num grupo grande, e quando é assim a gente se diverte até em fila do INPS. Lá pelas tantas, eis que ressurge B&R: segundo ele, a Máxima também não estava o máximo, o que depois me foi confirmado pela referência deste carnaval. Acho que o povo ainda está chegando, e quem já chegou está se poupando para a maratona de festas. Ninguém é de ferro.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

SAMBA RASGADO

Tá a fim de pular carnaval, mas não tem grana pra investir numa fantasia? Seus problemas acabaram: é só rabiscar "SVP" com batom na perna, e pronto! Tá mais na moda que a máscara do Obama. Depois, acessorize com dois bebês de plástico e saia gritando por aí: "Toma que o filho é teu!"

A MORTE LHE CAI BEM

É carnaval aqui na Terra, e claro que lá no inferno também é. Hoje está sendo preparada uma grande festa com champagne em tacinhas de plástico ("coisa de pobre"), para dar as boas-vindas a mais um ilustre morador: Sérgio Naya. Tem gente que acha que os mortos merecem respeito, que não se fala mal de morto, que a morte absolve todos os pecados. Eu não acho. Não consigo nem ter pena da família do cara, porque lembro das famílias que perderam tudo (inclusive entes queridos) na queda do Palace 2. Gente que até hoje não recebeu toda a indenização a que tem direito, enquanto Naya ainda desfrutava de liberdade e fortuna. Já vai tarde, calhorda. Que a terra lhe caia por cima com o peso de vinte andares desabando.

HABEMUS SEAMUS

Cheguei hoje ao Rio no final da tarde, sob um sol de rachar e Seamus Haji bombando no som do carro. Se o CD duplo "Big Love" for um aperitivo do que ele vai tocar na The Week Rio segunda-feira (e na de Florianópolis no domingo), apertem os cintos: vai tudo chacoalhar muito. E aqui vai um aperitivo do aperitivo: o remix que Seamus fez para "At Night" do Shakedown - aquela do "since I can't deny..." E vamo que vamo, porque o carnaval já começou.

O FRANGUINHO PELADO

Lembra do caso do frango e da raposa? O prefeito de Portland, nos EUA, que está perigando perder o cargo por ter namorado um rapaz (na época) menor de idade? O franguinho em questão, o modelo-e-ator Beau Breedlove, de fato aceitou o convite para posar nu. E vai exibir o manduruvá em riste na edição de maio da revista "Unzipped". Tomara que seja bom mesmo, porque senão, tadinho do prefeito - arruinar a carreira política por causa de mixaria, ninguém merece.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

PROMISE I MADE

Justo eu, que me acho tããão antenado com a mudernidade, só fui conhecer ontem esta musiquinha sensacional: "The Promise", das Girls Aloud, que faturou o prêmio de "Canção do Ano" nos Brit Awards. O grupo é mais um genérico das Spice Girls, com a desvantagem de nenhuma das garotas ter um pingo de personalidade. Mas a música é mesmo ótima, e faz 13 horas que estou ouvindo sem parar. Mais uma prova de que o pop britânico é 27 vezes melhor que o americano.

BAGAGEM DE MÃO

Marta Matui é presença constante neste blog. Ela causou uma pequena polêmica nestas mal-traçadas quando esteve num hotel gay em Madrid e não gostou; e sua última aparição por aqui foi sábado passado, no post sobre a "Casa de los 3 Novios" em Buenos Aires. Fizemos dupla de criação no começo dos anos 90, eu como redator e ela como diretora de arte. Hoje em dia Marta se basta, porque além de tudo escreve bem para caralho (em compensação, eu não sei nem mexer no PowerPoint). Enfim: agora ela dá vazão à sua veia literária, escrevendo sobre os livros que lê nas muitas viagens que faz. Seu blog "Leituras de Viagem" entrou ontem no ar, e já tem três textos deliciosos. Martinha diz que não vai postar todo dia, o que é uma pena. Eu quero mais.

APRESUNTADO

Que raiva do Daniel. Ele viu "Verônica" antes de mim, e usou um título perfeito para seu post sobre o filme - "Verônica Decide Morrer". Fiquei horas pensando em algo melhor, e tudo o que consegui foi essa joça aí em cima. Vou explicar como cheguei lá: o filme em si não é ruim. Começa com um ritmo muito bom e diálogos realistas. Mas quando engrena a trama central - mulher se vê obrigada a proteger criança ameaçada por bandidos, algo que já vimos milhares de vezes - surge uma enorme barriga, como a de um cadáver exposto ao sol por muito tempo. Pior: o roteiro começa a exibir inúmeros furos, como os tiros num "presunto" desovado num terreno baldio. Mas tudo bem - se Andrea Beltrão for ler em voz alta os classificados de "O Dia", eu vou estar lá na plateia.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

PET SHOP LADIES

Ah, as delícias do fuso horário. Os Brit Awards aconteceram em Londres nesta noite de quarta, e vários momentos já foram parar no YouTube e no "Please Don't Stop the Music". E o mais aguardado deles já está aqui: um medley de 10 minutos com os Pet Shop Boys, os grandes homenageados da festa, cantando seus maiores sucessos e a nova "Love, etc.". Quase vim às lágrimas - são músicas que fazem parte da trilha sonora da minha vida, e, quando vejo como eles estão velhinhos, também me lembro que I'm not getting any younger. O Chris Lowe até tentou disfraçar a calvície com uma peruca rosa, mas ficou parecido com a sra. McCluskey do "Desperate Housewives". E quem não tiver saco de ver o vídeo inteiro deve correr para a marca dos 5:25, qundo entra em cena Lady GaGa cantando a parte que foi de Dusty Springfield em "What Have I Done to Deserve This?". Depois surge o Brandon Flowers do The Killers com "It's a Sin", e o mundo inteirinho se enche de graça e fica mais lindo por causa do amor.
(Update: quer baixar o medley dos PSB nos Brit Awards? Clica aqui!)

FAZENDO A HATSHEPSUT

Cacuras como eu lembram que, há pouco mais de 10 anos, era quase pecado falar em qualquer coisa que não fosse samba durante o carnaval. Rio e SP não ofereciam absolutamente nenhuma festa de música eletrônica nesta época; o resto do Brasil não sabia o que era música eletrônica. Hoje temos festas demais, o dia todo e a toda hora, e é claro que, tirando alguns mais animados, ninguém aguenta ir a tudo. Pra variar, vou estar na Maravilhosa, mas este ano não pretendo me jogar muito. Só me programei para ir à TW na sexta e na segunda, quando vai tocar meu venerado Seamus Haji. Pool Party da Zámaral? Ela é uma fofa e uma guerreira, mas passei da idade de encarar banheiro imundo e bar bagunçado. E é com uma certa dor no coração que vou perder o Offer Nissim na B.I.T.C.H., pois sou doidim por ele. A Miojo não é um DJ, é um entertainer: suas performances são para ser vistas às gargalhadas, mais ou menos como Las Bibas from Vizcaya. Acontece que ele vai tocar no mesma noite da entrega do Oscar, a data mais sagrada do meu calendário. Vou ter que fazer a Nefertiti para o "King of the Nile". Ah, e deixa os egípcios de verdade descobrirem que uma bicha israelense se autoproclamou faraó...

O PERU E A TETA

Será que teremos um grande ano para o cinema latino-americano? México e Brasil estão tendo alguns de seus maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos. Enquanto isto, o Peru, a quem nunca ninguém deu a menor bola, participa do Festival de Berlim pela primeira vez, com "La Teta Asustada" - e ganha. Outro filme do Cone Sul se deu bem na Berlinale, o uruguaio/argentino "Gigante". Vi um trechinho deste último no YouTube e achei um porre; o trailer do outro está aí em cima, e também não me deu arrepios de vontade de ver. Mas é sempre bom saber que os filmes da região estão sendo premiados nas Oropa, que quase sempre nos esnobam.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

EVERYTHING'S COOL AS LONG AS I'M GETTING THINNER

Senhoras e senhores, já temos o primeiro grande disco de 2009: é "It's Not Me, It's You", da Lily Allen. Confesso que fui pego de surpresa. Lily surgiu no final de 2006 e foi saudada com loas e trombetas, para em seguida ser ofuscada por Amy Winehouse. E, como sua "frenemy", parecia que logo seria tragada por um turbilhão de drogas e álcool. Mas não: agora ela reaparece com um álbum maduro e alegre, apesar das letras ocasionalmente amargas. Grande parte do crédito vai para o produtor Greg Kurstin, que optou por um som atemporal, que poderia ter sido feito em qualquer momento dos últimos 10 anos (Lily fez bem em deixar Mark Ronson, cujo retro-soul já começa a soar datado). Ela continua cantando como quem tem um sorriso nos lábios, e todas as 12 canções são boas. E a melhor é mesmo "The Fear", o primeiro single. A princípio não dei nada, mas agora não sai mais da minha cabeça: I don't care about funny, I don't care about clever...

PAPO DE BÊBADO

Os japoneses levam a sério aquele princípio de que "à mulher de César não basta ser honesta: tem que parecer honesta". Shoichi Nakagawa, o ministro das finanças do país, foi acusado de estar bêbado na última reunião do G7. Ele negou, e jogou a culpa no medicamento que estaria tomando. Mesmo assim, renunciou ao cargo. Se fosse no Brasil, os jornalistas que cobriram o caso talvez estivessem sendo perseguidos.

TRISTES TRÓPICOS

Deus sabe que PT e PSDB estão cheios de gente corrupta e mal-intencionada. Mas também é inegável que os dois partidos concentram os melhores quadros da política brasileira, e não é por outra razão que ambos são as forças dominantes do país atualmente. Só que, para o azar de todos, as duas agremiações competem hoje selvagemente, esquecendo-se do passado comum de luta contra a ditadura. Como nenhum consegue formar maioria no Congresso, o fiel da balança é sempre o PMDB, que assim logra a façanha de jamais sair do poder sem nunca ter eleito um presidente da república. E o PMDB é a fossa séptica da nossa política: Sarney, Renan, Quércia, Jáder Barbalho, quase tudo de ruim está lá, ofuscando nomes como Pedro Simon, um dos poucos remanescentes que honram a trajetória de Ulysses Guimarães. Por isto, a entrevista de Jarbas Vasconcelos à “Veja” desta semana não me trouxe nenhuma novidade. A única pergunta que me ocorre é: o que ele pretende com tudo isto? Vingança? Cacife para 2010? E não deixa de ser engraçado ver os caciques peemedebistas não reagindo, fingindo que não é com eles, na esperança de que este mini-escândalo seja logo esquecido. Pobre Brasil, refém dessa canalha.

FAÇAM SUAS APOSTAS

Nate Silver é um matemático americano que ficou famoso por lá durante a última campanha para presidente. Seu site FiveThirtyEight.com (538 é o número de votos do colégio eleitoral dos EUA) usava métodos estatísticos para prever como cada grupo demográfico iria se comportar no dia da votação, e ele acertou praticamente tudo na mosca. Agora Nate foi convidado a usar seus talentos para prever o resultado de uma competição ainda mais relevante: os próximos Oscars. Suas profecias podem ser conferidas aqui, e quase todas confirmam o que os especalistas já vem dizendo: “Slumdog Millionaire”, Kate Winslet, “Slumdog Millionaire”… Mas uma previsão causa espanto: ele diz que Taraji P. Henson, tida por consenso geral como azarona, é a favorita para o prêmio de atriz coadjuvante, pelo simples fato de ser a única concorrente que aparece num filme indicado à categoria principal (“Benjamin Button”). Nate, desculpa, acho que dessa vez você não vai levar o gold.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A VOZ DA DESIGUALDADE

Marco Ribeiro é o dublador “oficial” de Sean Penn no Brasil – as empresas de dublagem costumam usar a mesma voz para um mesmo ator, para facilitar a identificação pelo público. Acontece que Marco se recusou a dublar o papel principal de “Milk”, e adivinha por quê? Ele é evangélico, e não concorda com a mensagem pró-gays do filme. Agora, tudo bem dublar assassinos, ladrões e psicopatas, né não?
(E não precisa ninguém me avisar que nem todo evangélico é homofóbico, tá? Estes casos são a exceção que confirma a regra.)

CHAMANDO O HUGO

Estava me preparando para escrever mais um post descendo a lenha no Hugo Chávez, chamando-o de fanfarrão, desonesto e todos os xingamentos habituais, mas, quer saber? Qué se joda. Não ia adiantar nada ele perder mais este referendo, porque daqui a um ano e pouco seria convocado outro, e mais outro, até a vitória “irreversível”. Então, acho que a Venezuela tem que pagar este karma, tem que passar por este gargalo, tem que sentir na carne a besteira que está fazendo. E vai sentir daqui a pouco: com a queda abrupta do preço do petróleo, os problemas do país, que já são muitos, vão se agravar. Chávez sabe disto, é claro, e foi por isto que quis garantir o quanto antes a reeleição indefinida. Ainda bem que por aqui Lula vislumbra uma possibilidade de vitória com Dilma, caso contrário a possibilidade de um terceiro mandato – e a decorrente alteração nas regras do jogo - estaria na ordem do dia.

TELECATCH

"O Lutador" junta todos os clichês que esperamos num filme sobre um astro do ringue em final de carreira: a filha que não fala mais com ele, a puta com coração de ouro, as drogas e as humilhações. Por isto, não tenho o menor pudor de também ser redundante e lembrar que luta livre é algo muito, mas muito gay. Aqueles músculos regados a GH, aquelas contorções bizarras... só falta trocar a trilha sonora dos Guns'n'Roses por uma diva beesha. Mesmo dando a entender como vai acabar a história - que aliás não é bem uma história, é uma situação - o filme prende a atenção. E Mickey Rourke é mesmo o favorito para ganhar o Oscar, apesar de seu eterno ar de quem está precisando tomar banho. Agora, quem me enlouquece mesmo, e já falei disso uma vez aqui, é a gostosésima Marisa Tomei. Êêê, lá em casa!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

KAKA NA KABEÇA

Comprei a nova "Junior" e levei um susto logo de cara: o que é o que o Chaves está fazendo na capa? É a mais feia da história da revista. Abro, e outro susto. Um anúncio de página dupla do Emporio Armani, estrelado pelo jogador Kaká. Claro, os editores devem ter ficado felizes - é um anunciante de prestígio, ocupando um espaço nobre. Mas vem cá, quem é o gênio do marketing que pôs o homofóbico Kaká para anunciar roupas numa revista gay? Sim, ele é homofóbico, porque é evangélico. Pior ainda, é seguidor da Igreja Renascer, aquela que prefere investir o dízimo dos fiéis na casa dos bispos em Miami do que na manutenção de seus templos em São Paulo. Acho um acinte alguém me propor Kaká como um modelo a ser seguido. Mas, pelo jeito, não muita gente concorda: o Emporio Armani, uma das marcas favoritas das bibas no mundo todo, acha o máximo, e aposto que a maioria das bilús estão muito mais interessadas na beleza do jogador do que em suas ideiazinhas de merda. Tadinhos de nós, que temos ainda mais caca na cabeça.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

FELIZ ERA NOVA

Começa hoje a Era de Aquário. Justo hoje, que é o dia mais longo do ano aqui no Brasil, porque acaba o horário do verão e vamos atrasar os relógios em uma hora. Então, como dizia a Madonninha, recentemente ressuscitada pelo Celso Dossi: feriado! Comemore!

EL DÍA QUE ME QUIERAS

Minha amiga Marta Matui está na Argentina, filmando um comercial numa locação interessante. É uma casa cinematográfica em Los Cardales, a uma hora de Buenos Aires, cercada por um terreno imenso onde há até uma cocheira com cavalos. Ao ver as estátuas do jardim ou as revistas da Sotheby's que se espalham pela sala, qualquer pessoa mais esperta saca que ali vive una pareja gay. A casa foi construída por um maricón já entrado em anos, que foi ali morar com seu novio muitos anos mais jovem. Depois de algum tempo, o senhor mais velho enjoou de seu namorado, e o trocou por outro, ainda mais novinho. Aí o véio bateu as botas, e adivinha o que aconteceu? Seus namorados juntaram os trapinhos e hoje vivem felizes, desrutando da rocambolesca mansão. Acariciame en sueños el suave murmullo...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

HITLER FALAVA PAJUBÁ


Fala sério: "Operação Valquíria" parece nome de cirurgia para mudança de sexo, né não? "A Silvetty vai operar a valquíria..."

"ACHO" QUE "SEI" USAR ASPAS

Qual seria a regra ortográfica mais desrespeitada de todas? Não, não é a crase, a inútil crase, essa excrescência do português. São as aspas, usadas (e abusadas) em todas as línguas europeias. A imensa maioria das pessoas ignora solenemente para quê elas servem: acham que colocar algo entre aspas equivale a sublinhar esta coisa, destacá-la, aumentar sua importância. No Brasil são frequentes as placas com aspas no lugar errado - e nos EUA também, como mostra "The "Blog" of "Unnecessary" Quotes". É desses alimentados pelas contribuições dos internautas, e contém preciosidades como uma faixa onde se lê WELCOME "PRESIDENT" BUSH. Achei "hilário".

YES IS THE NEW NO

O que aconteceria se eu imitasse Jim Carrey no filme "Sim, Senhor" e passasse a aceitar toda oportunidade que cruzasse o meu caminho? Teria que ir a centenas de festas e afters todo final de semana, ainda mais do que eu já vou - algumas, inclusive, no México e na Argentina. Entraria em dezenas de comunidades no Orkut e no Facebook, como "O Poder da Poesia" e "Eu AMO minha Harley-Davidson". Evitaria ver TV de manhãzinha ou tarde da noite, caso contrário seria obrigado a comprar uma centrifugadora de sucos e uma mangueira dobrável de jardim. E veria todos, mas absolutamente todos os filmes em cartaz, dos quais este nem é o pior - na verdade, me surpreendi com essa comediazinha simpática. Mas quem tiver horror ao Jim Carrey, e muita gente tem, não precisa dizer "sim": é só ver o vídeo aí em cima, a melhor cena do filme, quando o protagonista começa a descobrir o poder da atitude positiva. Yesss!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

I'M NOT THERE

Vou usar do artifício de que me acusam para aumentar a frequência dos posts, e aceitar uma dica que me chegou hoje em dose dupla. É a esquisitíssima performance de Joaquin Phoenix no programa de ontem do David Letterman. Já faz uns meses que Joaquin anda dizendo que largou a carreira de ator pela de rapper (de fato, seu novo visual lembra o do MC judaico Matisyahu). O cara tem feito umas apresentações execráveis em clubes de Las Vegas, tão ruins que levantaram a hipótese de ser tudo uma grande armação - ele estaria recolhendo material para um documentário sobre a volatilidade do showbiz. Não sei se é bem isto, mas é óbvio que Joaquin está interpretando um personagem. Se não estiver, quero tomar o que ele estiver tomando.
(Obrigado ao designer e blogueiro César Al'Ban e ao meu marido Oscar. Beijo do gordo!)

ASSIM EVOLUI A HUMANIDADE

Estudei na adolescência em colégio de padre. Mas, tirando a frequência com que meus pais eram achacados para “contribuir” com dim-dim sob os mais variados pretextos (festa junina, jazigo perpétuo, etc.), pouca coisa correspondia ao clichê de uma escola católica. Tínhamos aula de educação sexual, e o professor de religião era laico – falava muito em moral e ética, e quase nunca mencionava Jesus Cristo. Também aprendíamos sobre a evolução, e jamais alguém falou em criacionismo ou “design inteligente”. Por isto, não me surpreendi quando soube que meu odiado Adolf I estaria a ponto de soltar uma declaração dizendo que Darwin e a Bíblia não são incompatíveis, dentro das comemorações do bicentenário do biológo inglês. O papa é tacanho e antiquado, mas também é um intelectual de um certo brilho. Na verdade, são meus ainda-mais-odiados evangélicos quem mais implicam com a Teoria da Evolução, a que desqualificam logo de cara por ser uma teoria e não estar “provada”. Mas desqualificados são eles, que não entendem o significado científico de “teoria” (um modelo que explica um processo, e não uma simples hipótese), e que fingem não ver as provas abundantes das idéias darwinistas. Essa gente devia fazer como as testemunhas de Jeová, que recusam as transfusões de sangue, e se abster de todo e qualquer avanço médico decorrente dos estudos sobre o DNA. Assim, quem sabe, se extinguiriam mais rápido.

FLOR DO CERRADO

Ontem um anônimo mal-humorado reclamou do blog "Please Don't Stop the Music" que eu indiquei num post. O cara disse que lá só tem música de "diva beesha", e que ele gosta mesmo é de electro e indie rock. Então, para irritá-lo ainda mais, aqui vai o link para baixar o novo set do DJ Alê Nascimento, um dos residentes da Blue Space de São Paulo. É bateção de picumã do começo ao fim. E atenção, divas beeshas do Planalto Central: o Alê toca em Brasília neste sábado pela primeira vez. Quem disse que não tem nada pra fazer em BSB?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

PONDO OS MORCEGOS PRA BRIGAR

Esta beldade curvilínea aí ao lado é a nova Batwoman - que nas horas vagas responde por Kathy Kane, socialite e lésbica. A mulher-morcego vai ocupar por um ano o lugar de seu colega masculino na revista "Batman" americana, onde o herói-titular foi visto pela última vez sendo atirado do alto de um avião em movimento. Enquanto ele não volta ou ressuscita, a fanchona mascarada é quem vai mostrar pros malvados de Gotham City como é que se bate um bife.

EU TE PROPONHO

Nós nos amarmos
Nos entregarmos
Neste momento
Tudo lá fora
Deixar ficar
Eu te proponho
Te dar meu corpo
Depois do amor
O meu conforto
E além de tudo
Depois de tudo
Te dar a minha paz
(Roberto Carlos se declarou favorável ao casamento gay. Quem é rei nunca perde a majestade)

O MAPA DA MINA

Lembra do "Jai Ho" das Pussycat Dolls, que mereceu um post aqui anteontem? Foi uma dica do Clebs, que o encontrou num blog italiano chamado "Please Don't Stop the Music". É uma verdadeira mina de ouro, cheia de raridades e coisas que ainda nem foram lançadas. Como, por exemplo, os novos singles dos Pet Shop Boys e do Röyksopp, Katy Perry cantando "Black & Gold" do Sam Sparro e até mesmo um remix integral do "Hard Candy" da Madonna ao estilo dos anos 80. Vai lá fuçar, você vai se surpreender. Mas, se baixar alguma coisa, depois não deixe de comprar o CD correspondente, hein?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

VICTORIA'S SECRET

Há quase um ano fiz uma previsão de quais seriam as atrizes indicadas para o Oscar de 2008. Acertei uma e meia: Meryl Streep, por "Dúvida", e Kate Winslet - que acabou emplacando com "O Leitor", e não com "Foi Apenas um Sonho". Mas uma delas talvez ainda seja indicada ano que vem, porque seu filme atrasou e só está sendo lançado agora: é a inglesa Emily Blunt, revelada em "O Diabo Veste Prada". Ela é a protagonista de "The Young Victoria", que conta os primeiros anos do mais longo reinado da história da Inglaterra. A rainha Vitória teve a sorte de se apaixonar pelo príncipe a quem estava prometida, e o azar de ficar viúva ainda jovem. Já estou salivando para ver, porque, além da abundância de estolas e tiaras, a direção é assinada pelo canadense Jean-Marc Vallée, autor de "C.R.A.Z.Y", um filme obrigatório para o currículo de toda bilú (não viu? aluga!). E a produção é de ninguém menos que Martin Scorsese, capaz de transformar qualquer espectador em rainha por um dia.

GIVE IT 2 ME

Está saindo lá fora a revista "W" com "Blame It on Rio", o ensaio clicado por Steve Klein no hotel Glória logo após o 2o. show de Madonna na Maravilhosa. São as fotos do momento em que Madge conheceu Jesus e viu a Luz. O Pinto foi um pouco mais tarde.




(Kadhu Santorini, que Jesus também te ilumine)

ALGO DE NOVO NO AR

E não é o cheiro que vem do bong do Michael Phelps. É a reação a favor do recordista de natação, que levou um pau da mídia e perigou perder os patrocinadores. Mas só um puxou o carro, a Kellogg's, enquanto que a Seiko e a Speedo renovaram suas juras de amor. E o mais bacana é que as associações que pregam a descriminizalização da maconha nos EUA estão convocando um boicote à Kellogg's, a menos que ela volte atrás e recontrate Phelps. O prejuízo da empresa pode ser grande: já pensou se este boicote tiver a adesão de todos os americanos que já experimentaram um baseado? É mais da metade da população adulta do país, inluindo os dois ex-presidentes mais recentes e o atual. Te cuida, meu xará Tony the Tiger.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ANJOS A BORDO

Filhinho Duda chegou hoje do tão falado cruzeiro Freedom On Board, e contou que as coisas não foram tanto ao mar, nem tanto à terra. Sim, a Polícia Federal revistou as malas e chamou os proprietários pelo alto falante - procedimento corriqueiro em qualquer porto/aeroporto do mundo - mas parece que ninguém deixou de embarcar. E a bordo o pesoal pegou leve, contrariando a previsão de que ia tombar mais gente que na Faixa de Gaza. Havia muita mulher e muito cacura, e o repertório dos DJs deixou algo a desejar - diz que as mesmas 10 músicas eram repetidas ad infinitum. Pelo menos, quem quisesse escapar do baticum tinha opções, como uma roda de samba e uma indispensáve aula de origami em guardanapo. Mas Duda se divertiu horrores, e foi tão fotografado durante a White Party que pensou até em faturar algum (reparem na placa sobre o peito dele - eu disse placa). Hoje desembarcaram todos em Santos são e salvos, uns verdadeiros anjinhos. Ano que vem tem mais.

O SILÊNCIO DOS CULPADOS

"O Leitor" não me pegou. Não consegui me emocionar com essa história de vergonha e culpa; não entendo como alguém prefere ser acusado pelo assassinato de 300 pessoas do que admitir que não sabe ler. Deve ser uma coisa muito germânica, que passou voando pelo topo da minha cabeça tropical. Isto posto, Kate Winslet está divina como sempre. Não há atriz no mundo que faça cenas mudas melhor do que ela. Tanto em "Foi Apenas um Sonho" como aqui, Kate tem momentos em que fica fitando o vazio, absorta em seus pensamentos sem dizer uma palavra, e o resultado é sempre arrepiante. Dá para perceber cada emoção que rodopia em sua mente, e a danada consegue fazer isto sem abrir a boca. O Oscar já está no papo. Agora, quem merecia uma indicaçãozinha era o Ralph Fiennes, que vem fazendo um trabalho bom atrás do outro e é sempre injustiçado. Como, aliás, foi "Batman - O Cavaleiro das Trevas", que teve sua indicação ao Oscar de melhor filme surrupiada por esta bigorna.

AAJA AAJA JIND SHAMIYANE KE TALE

O Clebs do Tudo Mundo me mandou uma dica milionária: "Jai Ho", a canção do "Slumdog Millionaire" que deve ganhar o Oscar, regravada pelas Pussycat Dolls. Não, não estou sob o efeito de nada. Simplesmente já começou o processo de miscigenação entre o pop indiano e o ocidental. Nada mais justo - afinal, os compositores de Bollywood sempre roubaram de tudo, e sem a menor cerimônia. Pena que tudo que caia na boquinha das PCD imediatamente vire uma música zzzexy, cheia de gemidos e vem-cá-meu-bem. Duvido que a letra em hindi de "Jai Ho" tivesse coisas como "touch me, I want you".

PLEASE STOP THE MUSIC

E então, alguém assistiu à entrega dos Grammys? Eu só aguentei o primeiro bloco, antes de ser vencido pelo sono avassalador dos domingos à noite. A perspectiva de engolir várias apresentações chatíssimas de músicos que eu detesto me levou ainda mais rápido para os braços de Morfeu. Além do mais, hoje posso ver no YouTube tudo o que realmente me interessa, como Estelle e Kanye West cantando “American Boy”, minha música favorita de 2008 (ganhou o prêmio de melhor colaboração rap/canto). Outras queridinhas minhas também se deram bem: Adele (revelação do ano, melhor performance pop feminina) e Duffy (melhor disco pop). O resto foi um tédio: com uns 11 anos de atraso, o Daft Punk levou os prêmios de música eletrônica (e tirou-os das mãos de Madonna, Kylie ou Lady GaGa); o Coldplay, mesmo acusado de plágio, ganhou “melhor composição” para Viva la Vida”; Robert Plant e Allisson Krauss surpreenderam, e faturaram “álbum do ano”; e Gilberto Gil, eternamente indicado, dessa vez não venceu a categoria world music. O momento mais emocionante aconteceu mesmo antes do show, quando Chris Brown deu uns sopapos em sua namorada Rihanna e os dois foram parar na delegacia. Por causa disto faltaram à cerimônia (Rihanna alegou um “acidente de carro”), e Chris teve que pagar uma fiança de 50 mil dólares para sair da cadeia. Ouch.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A RATZINGER DE SAIAS

É incrível pensar que "Dúvida", a peça que deu origem ao filme, foi escrita em 2004, quando o papa ainda era João Paulo II. Porque a irmã Aloysius, a protagonista, age como meu odiado Adolf I: certa de que está certa, segue as regras ao pé da letra e acaba fazendo uma enorme cagada. "Dúvida" é até óbvio como alegoria sobre os defensores e os detratores do Concílio Vaticano II, e o autor e diretor John Patrick Shanley pesa a mão várias vezes. Mas vale muito a pena, porque propõe uma discussão interessante, e o elenco principal, todo indicado ao Oscar, está soberbo. Com uma surpreendente exceção: Meryl Streep, que exagera no carão e fica a um passo da caricatura. Ainda bem que ela é compensada pela excepcional Viola Davis, arrebatadora numa participação de apenas 11 minutos. Gentem, o que é aquela ranho escorrendo do nariz, e como é que ela consegue?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

PIGMALIÃO E GALATEIA

Talvez eu tenha que mudar o nome deste blog para Luciano Guimarães, tantas são as sugestões que este cara de São José dos Campos me manda (e eu aceito). A última foi sobre o novo "Hollywood Portfolio" da Annie Leibovitz para a "Vanity Fair", que reúne os atores e os diretores dos filmes mais comentados da temporada. Quem quiser ver tudo pode conferir o site da revista. Aí embaixo vai um trailer, com minha interpretação do que as atrizes estavam dizendo no momento do clic."Se eu não ganhar o Oscar, vou arrancar sua orelha."

"Baz, exagerei no botox. Me ajuda a descruzar a perna?"

"Quem é esse cara?"