Quem me conhece só pelo blog pode ter a impressão que minha vida é uma festa engatada numa viagem acoplada a uma pré-estréia. Claro que não é bem assim; este ano, especialmente, foi mais difícil que os anteriores para mim, com muitos problemas de saúde na família. Às vezes acho que fui diagnosticado com glaucoma só para não me sentir invulnerável... Por isto, sinto um certo alívio de ver o ano acabar. Curioso que nenhum dos problemas se resolveu, mas só o fato de virar o calendário já me dá um fôlego.
Falando assim parece que 2008 não me foi bom. Foi sim, e cheio de pontos altos. Fiz novos e bons amigos; escrevi dois comerciais de grande sucessso; desfilei na Sapucaí pela primeira vez; fui com uma turma incrível para Portugal, numa das viagens mais divertidas da minha vida; Oscar e eu estamos melhores do que nunca. Quero mais de tudo, e com dois ovos fritos por cima.
Neste último post de 2008, deixo aqui uma dica: lá no site do Coldplay se pode baixar, de graça e dentro da lei, um remix de "Viva la Vida". Acho essa banda um porre, mas como esta nova versão foi feita pelo Stuart Price, que já produziu Madonna e The Killers, então sou obrigado a gostar. Bom réveillon pra todo mundo, e amanhã tem mais.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
OS FILMES DE 2008
Fui ao cinema 111 vezes este ano. Assim como aconteceu com a música, não assisti nenhum filme que entrou para o meu hall of fame pessoal. Mesmo assim, vi muita coisa boa e pouca coisa ruim: tanto que minha lista dos 10 mais na verdade tem 11 títulos, meu número cabalístico. Vou passar rapidamente por cada um deles:
O CAVALEIRO DAS TREVAS
De longe, o melhor filme de super-herói de todos os tempos. Uma trama complexa, labiríntica, com efeitos incríveis e uma atuação que vai entrar para a história: o Coringa de Heath Ledger, o emissário do caos.
AS CANÇÕES DE AMOR
Vi primeiro em DVD e achei marromeno. Depois vi na tela grande como deve ser, e fui arrebatado. Louis Garrel nunca esteve tão belo, Grégoire Leprince-Ringuet é um bombom, e as músicas são tão bonitas que o CD também entrou na lista dos melhores do ano.
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Um filme árduo, mas recompensador. Foi um grande sucesso no Brasil e em muitos outros países, mas o público americano lhe fechou os olhos (sorry…) e não está cotado para nenhum Oscar. Uma pena, porque Julianne Moore está fabulosa.
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
O antípoda de filmes pró-eutanásia como “Mar Adentro” e “Menina Dourada”. Um grito de amor à vida que, apesar do final triste, deixa a alma mais leve.
JUNO
Fofo e inteligente, o roteiro de Diablo Cody consegue fazer piada com um tema delicadíssimo – e pode ter tido um efeito daninho, a explosão de adolescentes grávidas nas escolas americanas.
MAMMA MIA!
Talvez não seja um bom filme, mas é um excelente programa. Levei minha sobrinha, e tive a honra de introduzi-la ao universo do Abba. Resultado: ela me roubou o CD da trilha, e agora sabe todas as músicas de cor. Life doesn’t get any better.
MEU NOME NÃO É JOHNNY
O melhor filme brasileiro também foi o maior sucesso de bilheteria, provando que o cinema comercial, quando bem feito, sempre terá público. Selton Mello manteve seu histrionismo sob controle e acertou o tom.
OM SHANTI OM
Passou discretamente no Festival do Rio (a Mostra de SP continua refratária a Bollywood, porque Leon Cakoff só gosta de filme chato). É um meta-musical, que reúne num número apoteótico quase todas as grandes estrelas da Índia. Saí dançando do cinema.
SEX AND THE CITY
A continuação perfeita para uma das melhores séries de TV de todos os tempos. A seqüência dos vestidos de noiva é um sonho de puta. Agora, deveria parar por aqui: mais uma continuação, para quê? Para vermos as meninas se divorciando?
ÚLTIMA PARADA 174
Tinha tudo para ser um fiasco – história manjada, exaustão do gênero “favela movie” – mas me surpreendeu com o vigor das imagens e das interpretações. Merecia ter feito mais sucesso.
VICKY CRISTINA BARCELONA
O melhor Woody Allen em algum tempo. Apesar dos diálogos falsos – será que ainda existe alguém que fale “vamos fazer amor”? – a trama soa verdadeira. Penélope Cruz está pegando fuego.
Ainda tenho algumas menções honrosas:
QUEIME DEPOIS DE LER
O CASAMENTO DE RACHEL
OS DIÁRIOS DA BABÁ
A DUQUESA
MADAGASCAR 2
LINHA DE PASSE
NA NATUREZA SELVAGEM
A OUTRA
O SEGREDO DO GRÃO
e o dibíno CAFÉ DE LOS MAESTROS, que eu vi ontem e merece um post mais detalhado.
E agora chega de retrospectiva, porque é pra frente que se anda.
O CAVALEIRO DAS TREVAS
De longe, o melhor filme de super-herói de todos os tempos. Uma trama complexa, labiríntica, com efeitos incríveis e uma atuação que vai entrar para a história: o Coringa de Heath Ledger, o emissário do caos.
AS CANÇÕES DE AMOR
Vi primeiro em DVD e achei marromeno. Depois vi na tela grande como deve ser, e fui arrebatado. Louis Garrel nunca esteve tão belo, Grégoire Leprince-Ringuet é um bombom, e as músicas são tão bonitas que o CD também entrou na lista dos melhores do ano.
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Um filme árduo, mas recompensador. Foi um grande sucesso no Brasil e em muitos outros países, mas o público americano lhe fechou os olhos (sorry…) e não está cotado para nenhum Oscar. Uma pena, porque Julianne Moore está fabulosa.
O ESCAFANDRO E A BORBOLETA
O antípoda de filmes pró-eutanásia como “Mar Adentro” e “Menina Dourada”. Um grito de amor à vida que, apesar do final triste, deixa a alma mais leve.
JUNO
Fofo e inteligente, o roteiro de Diablo Cody consegue fazer piada com um tema delicadíssimo – e pode ter tido um efeito daninho, a explosão de adolescentes grávidas nas escolas americanas.
MAMMA MIA!
Talvez não seja um bom filme, mas é um excelente programa. Levei minha sobrinha, e tive a honra de introduzi-la ao universo do Abba. Resultado: ela me roubou o CD da trilha, e agora sabe todas as músicas de cor. Life doesn’t get any better.
MEU NOME NÃO É JOHNNY
O melhor filme brasileiro também foi o maior sucesso de bilheteria, provando que o cinema comercial, quando bem feito, sempre terá público. Selton Mello manteve seu histrionismo sob controle e acertou o tom.
OM SHANTI OM
Passou discretamente no Festival do Rio (a Mostra de SP continua refratária a Bollywood, porque Leon Cakoff só gosta de filme chato). É um meta-musical, que reúne num número apoteótico quase todas as grandes estrelas da Índia. Saí dançando do cinema.
SEX AND THE CITY
A continuação perfeita para uma das melhores séries de TV de todos os tempos. A seqüência dos vestidos de noiva é um sonho de puta. Agora, deveria parar por aqui: mais uma continuação, para quê? Para vermos as meninas se divorciando?
ÚLTIMA PARADA 174
Tinha tudo para ser um fiasco – história manjada, exaustão do gênero “favela movie” – mas me surpreendeu com o vigor das imagens e das interpretações. Merecia ter feito mais sucesso.
VICKY CRISTINA BARCELONA
O melhor Woody Allen em algum tempo. Apesar dos diálogos falsos – será que ainda existe alguém que fale “vamos fazer amor”? – a trama soa verdadeira. Penélope Cruz está pegando fuego.
Ainda tenho algumas menções honrosas:
QUEIME DEPOIS DE LER
O CASAMENTO DE RACHEL
OS DIÁRIOS DA BABÁ
A DUQUESA
MADAGASCAR 2
LINHA DE PASSE
NA NATUREZA SELVAGEM
A OUTRA
O SEGREDO DO GRÃO
e o dibíno CAFÉ DE LOS MAESTROS, que eu vi ontem e merece um post mais detalhado.
E agora chega de retrospectiva, porque é pra frente que se anda.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
OS DISCOS DE 2008
O tempo passa, as tecnologias avançam, e o pré-cambriano aqui continua comprando CD. Nada se compara ao frisson de entrar numa loja de discos e fuçar as novidades. Baixar da internet, por mais prático, rápido e gratuito que seja, é o equivalente a trepar de camisinha - muito bom, mas não é a mesma coisa. Dito isto, dos 174 CDs adquiridos em 2008 (nunca foram tão poucos...), nenhum entrou na categoria "ilha deserta". Talvez seja por causa da minha idade. Meu gosto já está formado, minhas referências estão lá atrás, dificlmente vai surgir alguma coisa que me estremeça as estruturas. Mas música ainda é minha paixão, e meu maior sorvedouro de dinheiro.
Meu álbum favorito do ano é uma compilação: "Nightmoves", uma seleção de música eletrônica feita pela Sister Bliss, da banda Faithless. Moderno, elegante, animado, tudo de bom. Além deste, aqui vão 20 discos que eu ouvi muito durante o ano. Não vou me estender em cada um deles, porque já falei de quase todos aqui no blog. É curiosa a quase ausência de música brasileira: de fato, muito pouca coisa do que se faz hoje em dia por aqui me interessa. Ah, e preciso dar um destaque especial para o "Hard Candy" da Madonna, que foi tão mal-recebido. É verdade que desta vez ela não inovou. Mas o disco está cheio de boas canções, tantas ou mais que em seus melhores trabalhos. O "Hurricane" da Grace Jones também é uma obra-prima, que soa tão moderno hoje como soaria em 1981.
808s AND HEARTBREAK, Kanye West
BALLROOM STORIES, Waldeck
BRING YA TO THE BRINK, Cyndi Lauper
LES CHANSONS D'AMOUR, Alex Beaupain & vários
CASSETTE, Telefunka
CELEBRATE, Cerrone
COMME SI DE RIEN N'ÉTAIT, Carla Bruni
HARD CANDY, Madonna
HERCULES AND LOVE AFFAIR, Hercules and Love Affair
HURRICANE, Grace Jones
LAST NIGHT, Moby
LP3, Ratatat
MTV UNPLUGGED, Julieta Venegas
OMARA PORTUONDO & MARIA BETHÂNIA, O.P. & M. B.
POINT DE SUTURE, Mylène Farmer
ROCKFERRY, Duffy
SAM SPARRO, Sam Sparro
SOFT POWER, Gonzales
TANGO VIVO, Debayres
X, Kylie Minogue
E as músicas? Minha favorita do ano é "American Boy", da Estelle, que marcou minha viagem à Europa em abril. Quase tenho vergonha de dizer o segundo lugar: sim, "Touch My Body" da minha odiada Mariah Carey (ou "Tatibitate", como diz a Lindinalva). Sei que é brega, sei que é banal, mas estar numa pista pegando fogo com esta canção foi inesquecível. E num terceiro apertado vem "Blind" do Hercules & Love Affair, no sensacional remix de Frankie Knuckles. A lista das 20 mais é esta aqui:
4 MINUTES, Madonna & Justin Timberlake
ALIVE, Mondotek
AMERICAN BOY, Estelle feat. Kanye West
BARANGA, João Brasil
BLACK & GOLD, Sam Sparro
BLIND, Hercules and Love Affair
CHASING PAVEMENTS, Adele
DÉGÉNERATION, Mylène Farmer
GET UP… CARMEN, Waldeck
GREAT DJ, The Ting Tings
JUST DANCE, Lady GaGa
MERCY, Duffy
NÃO É PROIBIDO, Marisa Monte
SENSUAL SEDUCTION, Snoop Dogg
SIEMPRE QUIERO MÁS, Bajofondo feat. Julieta Venegas
SINGLE LADIES (PUT A RING ON IT), Beyoncé
TOCA’S MIRACLE, Fragma
TOUCH MY BODY, Mariah Carey
UR SO GAY, Katy Perry
WILLIAM’S BLOOD, Grace Jones
Dá para perceber que, pelo menos quando se trata de música, eu gosto mesmo é de mulher.
Meu álbum favorito do ano é uma compilação: "Nightmoves", uma seleção de música eletrônica feita pela Sister Bliss, da banda Faithless. Moderno, elegante, animado, tudo de bom. Além deste, aqui vão 20 discos que eu ouvi muito durante o ano. Não vou me estender em cada um deles, porque já falei de quase todos aqui no blog. É curiosa a quase ausência de música brasileira: de fato, muito pouca coisa do que se faz hoje em dia por aqui me interessa. Ah, e preciso dar um destaque especial para o "Hard Candy" da Madonna, que foi tão mal-recebido. É verdade que desta vez ela não inovou. Mas o disco está cheio de boas canções, tantas ou mais que em seus melhores trabalhos. O "Hurricane" da Grace Jones também é uma obra-prima, que soa tão moderno hoje como soaria em 1981.
808s AND HEARTBREAK, Kanye West
BALLROOM STORIES, Waldeck
BRING YA TO THE BRINK, Cyndi Lauper
LES CHANSONS D'AMOUR, Alex Beaupain & vários
CASSETTE, Telefunka
CELEBRATE, Cerrone
COMME SI DE RIEN N'ÉTAIT, Carla Bruni
HARD CANDY, Madonna
HERCULES AND LOVE AFFAIR, Hercules and Love Affair
HURRICANE, Grace Jones
LAST NIGHT, Moby
LP3, Ratatat
MTV UNPLUGGED, Julieta Venegas
OMARA PORTUONDO & MARIA BETHÂNIA, O.P. & M. B.
POINT DE SUTURE, Mylène Farmer
ROCKFERRY, Duffy
SAM SPARRO, Sam Sparro
SOFT POWER, Gonzales
TANGO VIVO, Debayres
X, Kylie Minogue
E as músicas? Minha favorita do ano é "American Boy", da Estelle, que marcou minha viagem à Europa em abril. Quase tenho vergonha de dizer o segundo lugar: sim, "Touch My Body" da minha odiada Mariah Carey (ou "Tatibitate", como diz a Lindinalva). Sei que é brega, sei que é banal, mas estar numa pista pegando fogo com esta canção foi inesquecível. E num terceiro apertado vem "Blind" do Hercules & Love Affair, no sensacional remix de Frankie Knuckles. A lista das 20 mais é esta aqui:
4 MINUTES, Madonna & Justin Timberlake
ALIVE, Mondotek
AMERICAN BOY, Estelle feat. Kanye West
BARANGA, João Brasil
BLACK & GOLD, Sam Sparro
BLIND, Hercules and Love Affair
CHASING PAVEMENTS, Adele
DÉGÉNERATION, Mylène Farmer
GET UP… CARMEN, Waldeck
GREAT DJ, The Ting Tings
JUST DANCE, Lady GaGa
MERCY, Duffy
NÃO É PROIBIDO, Marisa Monte
SENSUAL SEDUCTION, Snoop Dogg
SIEMPRE QUIERO MÁS, Bajofondo feat. Julieta Venegas
SINGLE LADIES (PUT A RING ON IT), Beyoncé
TOCA’S MIRACLE, Fragma
TOUCH MY BODY, Mariah Carey
UR SO GAY, Katy Perry
WILLIAM’S BLOOD, Grace Jones
Dá para perceber que, pelo menos quando se trata de música, eu gosto mesmo é de mulher.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
OS MICOS DE 2008
O vexame é como a morte e os impostos: inveitável. Mais cedo ou mais tarde, todo mundo passa por um - ou vários. Mas quando ele vem como castigo dos céus, quando arruina uma carreira, destrói ambições e expõe fraquezas, é absolutamente delicioso. Desde que seja com os outros, é claro. Estes foram os primatas mais bem-pagos do ano:
A NOVELA “REVELAÇÃO”
É até covardia da minha parte. Dificilmente uma novela escrita por Íris Abravanel, onde parte da ação se passa numa cidade chamada Tirânia, deixaria de entrar na lista dos vexames do ano. Agradeço à autora, ao elenco, à equipe e principalmente a este gênio da TV que é Sílvio Santos por confirmar as nossas piores expectativas.
A VENDA DE INGRESSOS PARA OS SHOWS DA MADONNA
Foi um espetáculo de ganância e incompetência como poucas vezes se viu. Mas há um Deus: depois de estressar os fãs da loura em toda América do Sul, a Time4Fuck micou com centenas de ingressos não-vendidos, tamanha a confusão em sua contabilidade, e ainda despediu grande parte de sua diretoria. Também foi bem-feito para os cambistas, que venderam pista VIP, originalmente a 600 reais, por apenas 30.
A BIENAL DE SÃO PAULO
Este foi um mico anunciado, que cresceu até se tornar um Leviatã. A desonestidade artística dos curadores Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen, que ainda tiveram a pretensão de batizar o evento como “Em Vivo Contato”, foi devidamente castigada pelo episódio da pichação. Caroline já está solta e as paredes da Bienal voltaram a ser brancas, mas as reputações da curadoria - ah, estas estão pichadas para sempre.
O CD DE JOSÉ CASTELO BRANCO
JCB é o santo-padroeiro dos pagadores de mico. Ninguém domina como ele a fina arte do vexame. O cara se expõe a situações cada vez mais ridículas, como o patético CD que gravou para brinde de uma revista de fofocas em Portugal. E ganha sempre: mais dinheiro, mais prestígio, mais glamour. Precisamos todos aprender com o Zé.
A SAPATADA NO BUSH
A imagem perfeita para o amargo final do governo de George “Barata”, o pior presidente americano ever. O jornalista iraquiano lavou a alma de muita gente. Melhor que isto, só se o sapato tivesse acertado o alvo.
Update: alguns leitores deram pela falta de dois micos colossais, autênticos orangotangos, que os poucos neurônios que me restam deixaram escapar. Foi maus, mas aqui estão eles. E, por uma dessas coincidências cósmicas, ambos foram protagonizados por manés chamados Ronaldo.
RONALDO FENÔMENO E AS TRAVECAS
Não conheço um único gay assumido que curta transar com travesti. Isto é coisa de HT tentando variar o cardápio. Ronalducho deveria relaxar e gozar, pois passou um atestado de heterossexualidade para ninguém ter mais a menor dúvida. Infelizmente, da maneira mais ridícula possível.
O STRIP-TEASE DE RONALDO ÉSPER
Digamos que você foi pêgo roubando dois vasos num cemitério. O que fazer para limpar sua imagem? Claro, nada melhor do que tirar toda a roupa numa boate. Prêmios para seu assessor de imprensa e vergonha alheia para o resto da humanidade.
E para terminar, uma macaquinha:
LUANA PIOVANI
Será que ela está indo pelo mesmo caminho da Vera Fischer, a quem tudo é perdoado só por ser linda, gostosa e maravilhosa? Bom, vamos combinar que destratar uma produtora da Globo é menos grave que esfaquear a empregada, uma das muitas façanhas da "Alemoa". Na verdade, o grande mico pago por Luana em 2008 foi ter namorado o Dado Dollabella.
A NOVELA “REVELAÇÃO”
É até covardia da minha parte. Dificilmente uma novela escrita por Íris Abravanel, onde parte da ação se passa numa cidade chamada Tirânia, deixaria de entrar na lista dos vexames do ano. Agradeço à autora, ao elenco, à equipe e principalmente a este gênio da TV que é Sílvio Santos por confirmar as nossas piores expectativas.
A VENDA DE INGRESSOS PARA OS SHOWS DA MADONNA
Foi um espetáculo de ganância e incompetência como poucas vezes se viu. Mas há um Deus: depois de estressar os fãs da loura em toda América do Sul, a Time4Fuck micou com centenas de ingressos não-vendidos, tamanha a confusão em sua contabilidade, e ainda despediu grande parte de sua diretoria. Também foi bem-feito para os cambistas, que venderam pista VIP, originalmente a 600 reais, por apenas 30.
A BIENAL DE SÃO PAULO
Este foi um mico anunciado, que cresceu até se tornar um Leviatã. A desonestidade artística dos curadores Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen, que ainda tiveram a pretensão de batizar o evento como “Em Vivo Contato”, foi devidamente castigada pelo episódio da pichação. Caroline já está solta e as paredes da Bienal voltaram a ser brancas, mas as reputações da curadoria - ah, estas estão pichadas para sempre.
O CD DE JOSÉ CASTELO BRANCO
JCB é o santo-padroeiro dos pagadores de mico. Ninguém domina como ele a fina arte do vexame. O cara se expõe a situações cada vez mais ridículas, como o patético CD que gravou para brinde de uma revista de fofocas em Portugal. E ganha sempre: mais dinheiro, mais prestígio, mais glamour. Precisamos todos aprender com o Zé.
A SAPATADA NO BUSH
A imagem perfeita para o amargo final do governo de George “Barata”, o pior presidente americano ever. O jornalista iraquiano lavou a alma de muita gente. Melhor que isto, só se o sapato tivesse acertado o alvo.
Update: alguns leitores deram pela falta de dois micos colossais, autênticos orangotangos, que os poucos neurônios que me restam deixaram escapar. Foi maus, mas aqui estão eles. E, por uma dessas coincidências cósmicas, ambos foram protagonizados por manés chamados Ronaldo.
RONALDO FENÔMENO E AS TRAVECAS
Não conheço um único gay assumido que curta transar com travesti. Isto é coisa de HT tentando variar o cardápio. Ronalducho deveria relaxar e gozar, pois passou um atestado de heterossexualidade para ninguém ter mais a menor dúvida. Infelizmente, da maneira mais ridícula possível.
O STRIP-TEASE DE RONALDO ÉSPER
Digamos que você foi pêgo roubando dois vasos num cemitério. O que fazer para limpar sua imagem? Claro, nada melhor do que tirar toda a roupa numa boate. Prêmios para seu assessor de imprensa e vergonha alheia para o resto da humanidade.
E para terminar, uma macaquinha:
LUANA PIOVANI
Será que ela está indo pelo mesmo caminho da Vera Fischer, a quem tudo é perdoado só por ser linda, gostosa e maravilhosa? Bom, vamos combinar que destratar uma produtora da Globo é menos grave que esfaquear a empregada, uma das muitas façanhas da "Alemoa". Na verdade, o grande mico pago por Luana em 2008 foi ter namorado o Dado Dollabella.
domingo, 28 de dezembro de 2008
AS PESSOAS DE 2008
Desta vez vou fazer algo que não fiz em 2007: listar as 10 personalidades mais impressionantes do ano, para o bem e para o mal. A rigor são mais que 10, e uma delas nem existe em carne e osso, mas zuzo bem. O blog é meu e eu faço o que eu quiser. Então confira aê, em ordem alfabética, e discorde à vontade:
BARACK OBAMA
Muita gente duvidava que ele se elegesse. Agora, muita gente duvida que ele faça um bom governo. Eu não duvidei antes, também não duvido agora. O mundo já começou a mudar.
CARLA BRUNI
“Jornal Nacional” de terça passada: “Lula e o presidente francês Nicholas Sarkozy assinaram um tratado importantíssimo em que ninguém está interessado. Enquanto isto, a primeira-dama Carla Bruni desfilou seu charme e beleza pelo Rio de Janeiro, e encantou a todos com sua elegância e simpatia. Carla Carla Carla…” Bom, não foi exatamente assim, mas quase. Mme. Sarkô rouba mesmo todos os holofotes, e é a arma mais poderosa da diplomacia da França desde a invenção do foie gras.
CQC
Se o pessoal do “Pânico” tivesse feito faculdade, talvez fizesse um humor assim, mais conseqüente e politizado. Precisou-se importar um formato argentino para que a Band voltasse para o mapa e revelasse dezenas de novos talentos, liderados pelo veterano Marcelo Tas. As noites de segunda não são mais de bode.
DANIEL DANTAS
O vilão brasileiro do ano. Incrível como conseguiu se manter relativamente na sombra, enquanto a imprensa discutia se a Operação Satiagraha era lícita ou não. Hellooo? Mesmo condenado, duvide-o-dó que passe um único dia na cadeia. Já a coitada da pichadora da Bienal…
FERNANDO GABEIRA
Foi gratificante perceber que metade da população do Rio de Janeiro quer mesmo uma cidade melhor e mais moderna. A outra metade, francamente, merece o governo medíocre que vem por aí. Mas Gabeira não sairá de cena: continuará brilhando na Câmara e, depois das próximas eleições, provavelmente no Senado.
FLORA
OK, ela não existe de verdade, mas é como se. Porque tudo de mau que acontece atualmente é imediatamente atribuído a ela: “foi a Flora”! Invejo muito sua total ausência de superego, sua beleza estonteante e sua gargalhada maléfica.
INGRID BETANCOURT
As circunstâncias de sua libertação não foram bem esclarecidas até hoje, mas não faz mal. Foi uma bofetada na cara dos festivos que ainda ousam defender a canalha das FARC, o “bolivarianismo” e a miséria de Cuba. Essa gente devia passar seis anos acorrentada na selva, para ver o que é bom para a tosse.
MADONNA
Não houve um dia de 2008 sem uma notícia de sua Madgestade: disco novo, turnê milionária, divórcio, 50 anos, Jesus… Agora preciso de um tempo, para não azedar a relação.
ROBERT MUGABE
O vilão internacional do ano. Ele e sua corja estão saqueando e destruindo o Zimbabwe, onde desgraça pouca é bobagem: além da violência, da inflação estratosférica e da AIDS, agora uma epidemia de cólera se alastra num país que já foi dos mais ricos da África. Delenda Mugabe!
SARAH PALIN
Tudo de ruim na política americana, embalado para presente. Sarahcuda é inegavelmente carismática, e seu jeito de mãe de classe média tem mesmo muito apelo. Mas milhões de americanos pereceberam o engodo, e preferiram ter no poder alguém que conhece melhor o mundo. Ela acha que tem chance em 2012: eu digo que foi o último suspiro de uma era de trevas, e que logo sumirá.
BARACK OBAMA
Muita gente duvidava que ele se elegesse. Agora, muita gente duvida que ele faça um bom governo. Eu não duvidei antes, também não duvido agora. O mundo já começou a mudar.
CARLA BRUNI
“Jornal Nacional” de terça passada: “Lula e o presidente francês Nicholas Sarkozy assinaram um tratado importantíssimo em que ninguém está interessado. Enquanto isto, a primeira-dama Carla Bruni desfilou seu charme e beleza pelo Rio de Janeiro, e encantou a todos com sua elegância e simpatia. Carla Carla Carla…” Bom, não foi exatamente assim, mas quase. Mme. Sarkô rouba mesmo todos os holofotes, e é a arma mais poderosa da diplomacia da França desde a invenção do foie gras.
CQC
Se o pessoal do “Pânico” tivesse feito faculdade, talvez fizesse um humor assim, mais conseqüente e politizado. Precisou-se importar um formato argentino para que a Band voltasse para o mapa e revelasse dezenas de novos talentos, liderados pelo veterano Marcelo Tas. As noites de segunda não são mais de bode.
DANIEL DANTAS
O vilão brasileiro do ano. Incrível como conseguiu se manter relativamente na sombra, enquanto a imprensa discutia se a Operação Satiagraha era lícita ou não. Hellooo? Mesmo condenado, duvide-o-dó que passe um único dia na cadeia. Já a coitada da pichadora da Bienal…
FERNANDO GABEIRA
Foi gratificante perceber que metade da população do Rio de Janeiro quer mesmo uma cidade melhor e mais moderna. A outra metade, francamente, merece o governo medíocre que vem por aí. Mas Gabeira não sairá de cena: continuará brilhando na Câmara e, depois das próximas eleições, provavelmente no Senado.
FLORA
OK, ela não existe de verdade, mas é como se. Porque tudo de mau que acontece atualmente é imediatamente atribuído a ela: “foi a Flora”! Invejo muito sua total ausência de superego, sua beleza estonteante e sua gargalhada maléfica.
INGRID BETANCOURT
As circunstâncias de sua libertação não foram bem esclarecidas até hoje, mas não faz mal. Foi uma bofetada na cara dos festivos que ainda ousam defender a canalha das FARC, o “bolivarianismo” e a miséria de Cuba. Essa gente devia passar seis anos acorrentada na selva, para ver o que é bom para a tosse.
MADONNA
Não houve um dia de 2008 sem uma notícia de sua Madgestade: disco novo, turnê milionária, divórcio, 50 anos, Jesus… Agora preciso de um tempo, para não azedar a relação.
ROBERT MUGABE
O vilão internacional do ano. Ele e sua corja estão saqueando e destruindo o Zimbabwe, onde desgraça pouca é bobagem: além da violência, da inflação estratosférica e da AIDS, agora uma epidemia de cólera se alastra num país que já foi dos mais ricos da África. Delenda Mugabe!
SARAH PALIN
Tudo de ruim na política americana, embalado para presente. Sarahcuda é inegavelmente carismática, e seu jeito de mãe de classe média tem mesmo muito apelo. Mas milhões de americanos pereceberam o engodo, e preferiram ter no poder alguém que conhece melhor o mundo. Ela acha que tem chance em 2012: eu digo que foi o último suspiro de uma era de trevas, e que logo sumirá.
sábado, 27 de dezembro de 2008
AS FRASES DE 2008
Retrospectiva para quem precisa, retrospectiva para quem precisa de retrospectiva! O ano passou voando e cá estou eu mais uma vez, lembrando os fait-divers que mais me marcaram. Não tenho a menor pretensão de ser a "Veja" ou o "Globo Repórter" e listar os acontecimentos mais transcendentais para a humanidade em 2008. Esta é a MINHA retrospectiva, feita do MEU ponto de vista. Por isto, não há menção às Olimpíadas ou a qualquer conquista esportiva, porquê eu acho esse assunto todo de uma irrelevância espetacular. Aliás, o único fato ligado ao esporte que me interessou neste ano foi o flagra do Ronaldo com aqueles três travestis horrorosos.
Então vamos lá. Vou começar pelas frases que me bateram fundo. Fiquei tentado a incluir diversas gírias e expressões popularizadas pelos blogs, mas a maioria delas tem uma vida útil menor do que leite fora da geladeira. De qualquer forma, fica aqui o registro para a posteridade: atóron perigon, I´m burning, partiu, corrão! Teve também o "sífu" do Lula, mas foi apenas mais uma besteira entre milhares. As que realmente fizeram história foram as seguintes:
5) WHY SO SERIOUS?
A força aniquiladora do Coringa fez inúmeras vítimas, a começar por seu intérprete Heath Ledger. Foi a única catchphrase vinda do cinema este ano.
4) AS BASES DA NOSSA ECONOMIA SÃO SÓLIDAS.
Famous last words: foi só o McChicken dizer isto num debate e a economia derreter, junto com a sua candidatura. Êita véio boca de sapo.
3) SE VOCÊ DESAPARECESSE DA FACE DA TERRA AGORA, SERIA UMA COISA MARAVILHOSA PARA TODO MUNDO.
Talvez eu nem devesse escrever esta frase inteira aqui. Talvez devesse colocar uma senha, ou propor um enigma, como nos livros do Harry Potter. Porque o poder letal deste sortilégio já foi comprovado: use por sua própria conta e risco.
2) É CASADO? TEM FILHOS?
Ou como comprometer todo um passado de lutas com apenas quatro palavras e dois pontos de interrogação. Marta Suplicy mostrou que abre mão de suas convicções por uma chance de voltar ao pudê, e não entendeu até agora que alienou uma parcela significativa de seu eleitorado. Ainda estou esperando um pedido de desculpas.
1) YES, WE CAN.
Sim, Obama também parece estar abrindo mão de suas convicções. Mas vamos esperar o homem assumir para depois falar mal. Por enquanto, o sonho que embalou milhões de americanos, que promoveu uma troca não só de gerações como de mentalidades, e que nos encheu o coração de esperança - este sonho AINDA não acabou.
Então vamos lá. Vou começar pelas frases que me bateram fundo. Fiquei tentado a incluir diversas gírias e expressões popularizadas pelos blogs, mas a maioria delas tem uma vida útil menor do que leite fora da geladeira. De qualquer forma, fica aqui o registro para a posteridade: atóron perigon, I´m burning, partiu, corrão! Teve também o "sífu" do Lula, mas foi apenas mais uma besteira entre milhares. As que realmente fizeram história foram as seguintes:
5) WHY SO SERIOUS?
A força aniquiladora do Coringa fez inúmeras vítimas, a começar por seu intérprete Heath Ledger. Foi a única catchphrase vinda do cinema este ano.
4) AS BASES DA NOSSA ECONOMIA SÃO SÓLIDAS.
Famous last words: foi só o McChicken dizer isto num debate e a economia derreter, junto com a sua candidatura. Êita véio boca de sapo.
3) SE VOCÊ DESAPARECESSE DA FACE DA TERRA AGORA, SERIA UMA COISA MARAVILHOSA PARA TODO MUNDO.
Talvez eu nem devesse escrever esta frase inteira aqui. Talvez devesse colocar uma senha, ou propor um enigma, como nos livros do Harry Potter. Porque o poder letal deste sortilégio já foi comprovado: use por sua própria conta e risco.
2) É CASADO? TEM FILHOS?
Ou como comprometer todo um passado de lutas com apenas quatro palavras e dois pontos de interrogação. Marta Suplicy mostrou que abre mão de suas convicções por uma chance de voltar ao pudê, e não entendeu até agora que alienou uma parcela significativa de seu eleitorado. Ainda estou esperando um pedido de desculpas.
1) YES, WE CAN.
Sim, Obama também parece estar abrindo mão de suas convicções. Mas vamos esperar o homem assumir para depois falar mal. Por enquanto, o sonho que embalou milhões de americanos, que promoveu uma troca não só de gerações como de mentalidades, e que nos encheu o coração de esperança - este sonho AINDA não acabou.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
O MITO DO VERÃO BRASILEIRO
Todo fim de ano é a mesma coisa. As pessoas começam a fazer dieta, a malhar mais, a comprar sungas e biquínis, tudo por causa de um tal de "verão" que é que nem Godot: todo mundo espera, mas ele não chega nunca. Da Bahia "para baixo" nunca é verão nesta época do ano (enquanto que, da Bahia "para cima", só dá verão o ano inteiro). Faz seis anos que passo o réveillon no Rio, e é sempre a mesma coisa: chuva, chuva, chuva. Hoje viemos de SP de carro, e choveu a viagem toda. Chegamos na Maravilhosa sob um céu de chumbo, que agora escorre sobre nossas cabeças. Dá uma vontade de ficar em casa... Pelo menos a programação noturna promete salvar o feriadaço, já que a diurna não será mais excitante que um cinema no shopping. Preciso lembrar de passar na farmácia e comprar auto-bronzeador.
PISCO & EU
Fui ver "Marley & Eu" pronto para me debulhar em lágrimas. Não li o livro, mas já sabia o final - e se você ainda não sabe, por favor não olhe para a foto à direita, não olhe, não olhe. Sou uma "dog-person", apesar de também ter um gato e adorar. Mas cachorros são meu ponto fraco, e atualmente convivo com a terceira geração de uma mesma dinastia de cocker spaniels. Pisco é o cão mais educado do mundo: incapaz de fazer suas necessidades fisiológicas dentro de casa, sempre diz "por favor" e "obrigado", e sabe que a ordem dos talheres é de fora para dentro. Por isto contive o choro no cinema e me surpreendi com a família Grogan, que tolerou um monstro como Marley durante treze longos anos. A fera roía e devorava tudo o que lhe caísse pela frente e, apesar de algum stress, todo mundo achava a maior graça. Já vi cães que, por muito menos, foram mandados para aquela mítica "fazenda". Quando cheguei em casa contei ao Pisco sobre Marley, e ele não se interessou. Prefere ver "Um Conto de Natal", o denso drama familiar francês estrelado por Catherine Deneuve. Quem sai ao seus...
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
ABC PÉDÉ
A revista "Details" deste mês traz uma matéria interessante sobre os "alpha-gays". Segundo eles, são as bichas ricas e poderosas que exercem seu poder à luz do dia - ao contrário da famosa "pink mafia", que só age na surdina. Elas também evitam as profissões "clássicas" dos homossexuais, como estilistas ou cabeleireiros: são advogados, empresários ou trabalham no mercado financeiro (se bem que estes últimos hoje em dia não valem mais nada...). Como americano adora rótulos, a revista chega a classificar a bicharada em "A-gays" (cujo exemplo supremo é Tom Ford - mas peraí, ele não é estilista?), "B-gays" (como o Carson do "Queer Eye") e "C-gays"(as pão-com-ovo em geral). As "A" não vão às boates, são elegantes, discretas, sempre têm namorado (geralmente mais novo). Na verdade, parecem héteros em tudo, a não ser em três aspectos: estão sempre bem-cuidadas, adoram Madonna (as "B" e "C" também) e transam com homem (idem, idem). A matéria pode ser lida em inglês aqui. E quer saber o que eu achei dessa bobajada? K-gay.
CORAZÓN PARTÍ'O
Odeio rap. Deixa eu ser mais claro: ODEIO rap. Quer dizer, um rapzinho no meio de uma música da Madonna, vá lá. Mas um disco inteiro de rap? Jamais de la vie. Por isto, surpreendi a mim mesmo quando me vi comprando "808s and Heartbreak", o novo CD do maior rapper americano da atualidade, Kanye West. Talvez porque não seja um disco de rap... Kanye já tinha mostrado que adora música eletrônica, ao salpicar seus arranjos com samples do Daft Punk (e aberto as portas do Grammy para a dupla francesa, que deve faturar os prêmios na categoria dance deste ano). Mas agora ele radicalizou. O título do disco é expliícito: "808" é um tipo de drum machine antigo, muito usado nos anos 80, e que fornece aquela sonoridade típica do technopop. E o "heartbreak" se refere ao annus horribilis que o pobre Kanye passou, quando levou um pé da namorada de anos e ainda perdeu a mãe de uma hora para outra, numa operação que tinha tudo para ser corriqueira. O resultado é um dos melhores álbuns do ano. Sim, triste e um pouco pesado, mas também intrigante e bonito de doer. Experimente "Love Lockdown", bem pra baixo, e "Paranoid", mais pra cima. Todas no alvo.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
O NAUFRÁGIO DO FROTA
É muito bonito quando uma pessoa descobre sua verdadeira missão na Terra. Foi isto que aconteceu quando Alexandre Frota começou a fazer filmes pornôs: era óbvio que ele nasceu para fazer isto, e tudo o que veio antes - as novelas, a Cláudia Raia, a Casa dos Aritstas - eram meros obstáculos que o afastavam de seu destino manifesto. Mas agora o Frota se diz arrependido, e busca salvação na Bola de Neve Church (por que church, caralho? "Igreja" soa careta?). É a trajetória-clichê de quem fez fama às custas do corpo: Mara Maravilha, Gretchen, Monique Evans, hoje em dia são todas do rebanho evangélico. É uma pena que o Frota abandone sua carreira antes de rodar o filme gay que sempre ameaçou fazer (se bem que podemos vê-lo transando com a traveca Bianca em um de seus magníficos opus). Mas seu lugar no inferno está garantido, e não por causa da pornografia - o que é realmente imperdoável é sua participação nesse lixo discriminatório que é "Bofe de Elite".
A QUEDA DO IMPÉRIO
Ontem me programei para ficar em casa e assistir "O Natal do Menino Imperador" na Globo, já que aqui em casa somos chegados numa monarquia. A decepção começou logo na abertura, com Fernanda Montenegro contando a chegada da família real portuguesa ao Brasil num tom condescendente, como se aquilo fosse uma história da carochinha e nunca tivesse acontecido de verdade. O que se seguiu foi pior ainda. A reconstituição de época estava pífia, já que a proposta não era fazer uma leitura carnavalesca do período. Onde já se viu tanta pompa e circunstância na corte brasileira, uma das mais pobrezinhas de então? E aqueles figurinos de belle époque, bem no meio do século 19? E D. Pedro II moreno, quando ele era louro aguado? Fora o texto claudicante e as interpretações idem. E ainda terminou com aquela versão execrável em português do "Merry Xmas - War is Over" do John Lennon. Muito triste ver o imperador velhinho passando seu último Natal, no exílio em Paris, ao som de "Hiroshima, Nagasaki...".
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
O PORTA-VOZ DO INFERNO
Impressionante como Adolf I só abre a boca para falar merda. Numa diabólica tentativa de melar o Natal, Sua Majestade Satânica disse, num discurso aos funcionários do Vaticano, que "a humanidade precisa ser salva da homossexualidade como as florestas precisam ser salvas do desmatamento". E foi além: os homossexuais "destróem" o trabalho de Deus. Olha, difícil alguém destruir mais o trabalho de Deus do que este crápula, que, ao invés de propagar o amor, só incita o ódio. Não é possível que este "intelectual refinado", como a mídia não se cansa de repetir, não tenha consciência que suas palavras esmerdeadas justificam todo tipo de violência e discriminação, e fazem com que os homófobos se sintam justiceiros divinos. Vade retro, satanás.
O AMIGO DA ONÇA
Tem coisa mais chata que amigo secreto (ou oculto, como se diz no Rio)? Quando acontece na firrrma, eu invariavelmente sou tirado por alguém que não me conhece direito, e ganho coisas como carteiras de plástico verde ou DVDs de shows da Cássia Eller, de quem nunca fui fã. Em família é ainda pior. Na minha somos poucos, só uns 6 ou 7 adultos (os números variam porque sempre tem algum irmão viajando) e 2 crianças. Mesmo assim, minha santa mãezinha instituiu a prática há alguns anos, alegando não ter dinheiro para tanto presente (na verdade não tem é saco). Só que o amigo não é tão secreto assim: é ela quem sorteia os nomes e depois comunica aos felizardos, numa total manipulação dos resultados. E ai de quem for tirado pelas crianças – vai ganhar um desenho rabiscado e ainda ter que fazer cara de que era justo isto o que queria. OK, entendo que o objetivo final do “secret Santa” é aproximar as pessoas. Mas na prática o que acontece é o seguinte: ao invés de ganharmos um monte de presentinhos porcaria, o que ganhamos é um único presentão, igualmente porcaria.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
O MENINO DA HORA
Não achei que surgiria este ano um garoto brasileiro ainda mais bonito que o Edilson Nascimento, que já desponta para o mundo fazendo capas para a "Têtu" francesa e a "DNA" australiana. Mas surgiu: Lucas Bernardini, capa da "Aimé" que chega às bancas esta semana, tirou meu fôlego. Vai ver que ele está por aí faz tempo e eu que sou distraído. Mas agora estou pasmo por seu rosto elegante, seu tanquinho Brastemp, sua versatilidade. E todo mundo sabe o que quer dizer quando alguém se diz "versátil", hahaha.
ISTO É UMA ORDEM
Sou fanático pelo Queen desde os 14 anos de idade, mas estou tentado a dar o braço a torcer: nunca houve na face da Terra uma banda mais bacana que o New Order. Especialmente entre os anos de 83 e 86, quando os caras lançaram três álbuns imaculados e mais um monte de singles fundamentais, como "Blue Monday". Por isto não resisti a desembolsar uma grana na compra das edições especiais de "Power, Corruption & Lies", "Low-Life" e "Brotherhood", com todas as faixas remasterizadas e mais raridades, remixes e lados B. São músicas que dão uma idéia do que deve tocar nas discotecas celestiais, onde os anjos vão chacoalhar as auréolas; quem não conhece deve baixar "Thieves Like Us" aqui, "The Perfect Kiss" aqui e "Bizarre Love Triangle" aqui. Um pouco de ordem não faz mal a ninguém.
domingo, 21 de dezembro de 2008
UMA DE NÓS
Dizem que o maior feito do diabo é nos fazer acreditar que ele não existe. Talvez o maior feito de Madonna seja sua fama de eterna mutante. Porque a verdade é que Madonna não muda: é sempre a mesma, há mais de 25 anos. Cabelos e roupas podem variar, mas sua música é sempre dance - às vezes mais black, às vezes mais euro, mas sempre, sempre dance. E mais importante do que isto: a mensagem de Madonna não muda. Que é uma das mais básicas e universais que existem, por isto seu sucesso permanente: vamos todos dançar e ser felizes. Basta conferir os títulos de seus maiores sucessos, todos variações do mesmo tema - "Holiday", "Into the Groove", "Vogue", "Music"... Quando ela tentou mudar de assunto e falar mais de seus problemas pessoais e do mundo, com o álbum "American Life", foi um redondo fracasso. Aí voltou correndo à velha alegria de viver com "Confessions on a Dance Floor", e recuperou o trono perdido. Vê se tem cabimento uma senhora de meia-idade cantar sobre um namorado que não liga para ela, como em "Hung Up"? Mas é disso que o povo gosta.
Escrevo isto ainda sob o impacto do show, que assisti ontem a poucos metros do palco. Não vou descrever cena por cena, porque todo mundo já fez isto. Só digo que o impacto de ver tudo aquilo ao vivo é insuperável. Tivemos a sorte de apanhá-la em estado de graça: Madge estava visivelmente encantada com a animação da platéia. Um amigo que já tinha visto em Londres disse que aqui estava muito melhor. Sim, é tudo milimetricamente coreografado, mas houve inúmeros momentos de espontaneidade. Sim, é quase tudo playback, mas quando ela canta, canta mesmo, se emociona, vibra com a gente. Saí do Morumbi também em estado de graça, feliz por Madonna fazer parte da minha vida há tanto tempo, e com aquela sensação pretensiosa de que o show inteiro foi pensado só para me agradar. Pior: a sensação de que, se nos conhecêssemos, seríamos grandes amigos, porque gostamos das mesmas coisas, temos as mesmas referências, vemos o mundo da mesma forma. Madonna é one of us. Sempre foi, e continuará sendo.
Escrevo isto ainda sob o impacto do show, que assisti ontem a poucos metros do palco. Não vou descrever cena por cena, porque todo mundo já fez isto. Só digo que o impacto de ver tudo aquilo ao vivo é insuperável. Tivemos a sorte de apanhá-la em estado de graça: Madge estava visivelmente encantada com a animação da platéia. Um amigo que já tinha visto em Londres disse que aqui estava muito melhor. Sim, é tudo milimetricamente coreografado, mas houve inúmeros momentos de espontaneidade. Sim, é quase tudo playback, mas quando ela canta, canta mesmo, se emociona, vibra com a gente. Saí do Morumbi também em estado de graça, feliz por Madonna fazer parte da minha vida há tanto tempo, e com aquela sensação pretensiosa de que o show inteiro foi pensado só para me agradar. Pior: a sensação de que, se nos conhecêssemos, seríamos grandes amigos, porque gostamos das mesmas coisas, temos as mesmas referências, vemos o mundo da mesma forma. Madonna é one of us. Sempre foi, e continuará sendo.
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