
Entendo que Caetano esteja apaixonado pela idéia do show, pela honra de cantar com Roberto - o melhor cantor brasileiro - o repertório de Tom Jobim - o melhor compositor brasileiro. Mas o que as críticas diziam é que o resultado saiu muito aquém do que o projeto prometia. Além disso, os espetáculos foram praticamente fechados, pois ao patrocinador interessava mais que Grazi e Cauã fossem vistos na platéia do que vender ingressos para o público. Parece que os próprios idealizadores não se deram conta da importância da coisa, da grandiosidade envolvida, e preferiram apostar nas páginas da "Caras" que na história da MPB.
A vaidade de Caetano é notória, e faz parte do personagem. Quando destilada em gotas pode ser divertida, até folclórica. Mas quando explode assim, sem superego, em todo seu esplendor e arrogância, é de dar pena, porque diminui a estatura do artista. Caetano também parece se esquecer quem é. E, por isto mesmo, o grau de expectativa por qualquer coisa que ele faça é sempre imenso, porque ele próprio se impôs um padrão altíssimo de qualidade. Menos pavonice, Caetano. Você é um dos maiores, mas não é perfeito.