sábado, 31 de maio de 2008

TOM FORD É A LEI

O Grão Mogol tem toda a razâo quando diz que Tom Ford é a Mdaonna do mundo fashion. O cara não é necessariamente o melhor estilista, mas merece o Top de Marketing por tudo o que faz. Sua nova campanha publicitária é mais um exemplo disso, e deixa as ousadias do Dolce & Gabbana com cara de travessuras infantis. Ninguém sabe vender sua marca melhor que ele. Aliás, é bem mais do que só a marca: é o estilo Tom Ford de ser, extraordinariamente desejável. Ou alguém aí tem vontade de ser o John Galliano?
(Leo Gross, obrigado pela dica e desculpa qualquer coisa)

CAVEIRA DE SWAROVSKI

Finalmente consegui ver o novo "Indiana Jones": semana passada não tinha a menor condição, dado o estado au gratin do meu cérebro. E morri de rir, principalmente com as formigas brasileiras capazes de arrastar um homem vivo para o formigueiro. Cate Blanchett também está sensacional, apenas um toque abaixo da caricatura total. Os peruanos andam reclamando dos erros crassos sobre a cultura do país, como o suposto parentesco entre os maias e os quechuas, mas em filmes desse tipo isto realmente é o de menas. E o Shia La Boeuf, apesr do nome de drag, está mesmo se firmando como um dos petiscos do cinema moderno. Um programa luxuoso pra quem quiser refrescar a caveira.

ANTHONY DIABINHO

Anthony Garotinho é uma das piores coisas da política brasileira atual, e olha que a concorrência é pra lá de acirrada. Demagogo, populista, evangélico de araque, envolvido num sem-número de maracutaias. Por isto não foi surpresa nenhuma saber que era ele o chefe de uma quadrilha infiltrada na polícia carioca e com profundas ligações com criminosos. Ou alguém duvida que a criminalidade só não cai no Rio porque tem gente graúda lucrando com toda essa violência? Agora estou rezando para que Garotinho, Álvaro Lins e toda essa corja sejam tragados de volta ao inferno, de onde nunca deveriam ter saído.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

NEPAL DE SEBO

Esse sujeito aí na foto ao lado parece o National Kid desfilando pela Beija-Flor, mas na verdade é o falecido rei Birendra do Nepal. Ele e quase toda a família real foram mortos a tiros pelo príncipe- herdeiro num jantar de gala em 2001, olha só que bafo. O príncipe também se matou, e quem assumiu o trono foi o irmão do rei, Gyanendra. Anteontem o reinado de Gyanendra também chegou ao fim, junto com a monarquia nepalesa: a assembléia local, dominada pelo partido maoísta, votou quase que unanimemente pela república. Isto quer dizer que, enquanto aqui no Brasil são cinco horas da tarde, lá no Nepal é 1949.

SEXO E A CIDADE JARDIM

Ontem assisti na produtora da Flavia Moraes aqui em SP a uma “avant- premiere” do comercial que ela dirigiu em Nova York para o Shopping Cidade Jardim, estrelado pela Sarah Jessica Parker. Flavia contou que tinha só dez horas de Sarah para gravar tudo, e as primeiras cinco foram consumidas em hair & make-up (claro). Um clima de pânico se instalou no set: cada minuto a mais implicaria numa multa vultosa, acima do cachê de 600 mil dólares da atriz. Acontece que ms. Parker é uma estrela mas não tem estrelismo: Flavia disse que poucas vezes trabalhou com alguém tão profissional e focada. Em uma hora e meia elas já tinham todo o comercial “na lata”, e a partir daí só ficaram improvisando. Queria postar aqui o reclame para o pessoal dos outros estados, mas não achei no YouTube nem no site da agência. Então, como consolação aqui vai um link para quem quiser baixar o tema da série em arranjo “big band”, como aparece no filme. Ficou um luxo.

CRÉU CHIC

A poderosa Clarisse Miranda já havia saído da porta da The Week Rio e voltado para seus antigos domínios no Suhsi Leblon. Agora ela usa todo sua beleza e capital social para se lançar como promoter. Na próxima seguinda-feira Clarisse estréia sua festa “Na Beca”, que se pretende “o primeiro baile de charme da zona sul”. O endereço é chiquérrimo: o restaurante Atlântico, ali na avenida idem. Ah, nada como começar a semana dançando funk à beira-mar.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

UM PASSO À FRENTE

É engraçado pensar que, até os anos 60, em alguns estados americanos ainda eram proibidos os casamentos inter- raciais. Isto mesmo: branco não podia casar com preto. No Brasil, com todo o racismo que ainda existe, um absurdo desses nunca houve, mas por lá era considerado praticamente uma lei da natureza. Esse despautério começou a se extinguir na Califórnia, nos anos 40, e pouco a pouco todos os outros estados a seguiram. Alguns, antes de permitir que tais uniões se realizassem em seus territórios, passaram a reconhecer as uniões feitas em outros estados.

O casamento gay está seguindo pelo mesmo caminho. Ontem o estado de Nova York anunciou que vai reconhecer as “same-sex unions” celebradas legalmente em outros lugares, como Massachussets, o Canadá ou a Espanha. Isto significa que casais homo que assinaram os papéis nesses locais terão todos os direitos legais de um casal em Nova York, mesmo se neste estado – ainda – não exista o casamento gay. É uma vitória importante, pois o que acontece em Nova York repercute em todos os EUA, e também no mundo inteiro. Não duvido que até o final do governo Obama (bate na madeira) as bichas e sapatas americanas poderão casar e descasar à vontade.

FRUTINHA MILAGROSA

Então, tá a fim de uma experiência sensorial absolutamente legal e saudável? A "miracle berry", uma frutinha africana praticamente desconhecida no Ocidente, tem um gostinho bem sem graça. Mas também tem uma substância apropriadamente chamada de "miraculina" que altera nossa percepção de paladar: tudo fica mais doce, e o efeito dura cerca de uma hora. Em Nova York já estão rolando festas onde o ingresso custa quinze dólares e cada fruta, dois. Depois de experimentá-la, os convivas saboreiam diversas outras comidas e bebidas, e têm uma surpresa atrás da outra. A cerveja fica com gosto de chocolate; o vinagre parece suco de maçã; limões viram balas - e o que já era doce fica intragável. Já tem barman inventando drinks com a fruta, e as possibilidades culinárias parecem infinitas (mas a ciência já descartou fabricar adoçantes a partir da miraculina). Ficou com vontade? Então faça suas encomendas por este site de um produtor da Flórida, e bom apetite.

O GRITO DA MODA

Tengo unos nervios: hoje é o primeiro desfile pra valer do meu amigo e estilista R. Rosner, e lá estarei eu na platéia da Casa de Criadores rezando para nenhuma maneca escorregar. Ou talvez seja melhor que escorregue, porque assim o Rodrigo ganha mais mídia e mais gente fica conhecendo suas roupas ma-ra-vi-lho-sas. Sashay, shanté.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

BEIJOS E PICADAS

A novela “Duas caras” termina esta semana, e mais uma vez o Brasil prende a respiração: vai rolar ou não o tão falado beijo gay? Todo dia sai uma notícia diferente no jornal. O beijo foi vetado, o bejo foi gravado, a cúpula da Globo está analisando… É evidente que há uma campanha de marketing em andamento, e mesmo assim alguém duvida que (mais uma vez) não vai ter beijo nenhum? São muitas as razões: a Igreja Católica está pressionando, o interior do Brasil se “horrorizaria”, a Globo é careta… E isto apesar de estar infestada de gays em todas as áreas, a começar pelos autores de novela (acho que só a Glória Perez escapa). Ou de ser a dona do canal For Man, onde, aliás, beijo é o de menos. Ou de já ter mostrado vários personagens homossexuais em suas novelas - se bem que todos assexuados. Parece que o beijo gay é pior que o mosquito da dengue: sua picada é altamente contagiosa, irreversível,... irresistível. Melhor não.

VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA

Meu amigo carioca Daniel Cassús teve a pachorra de escrever para o "Portuguese Idol" José Castelo Branco no e-mail castelobrancochic@sapo.pt, e não é que o Zezé respondeu? Quem quiser conhecer a correspondência entre os dois tem que acessar djá o blog do Daniel, que aliás anda muito bom. Beijinho, beijinho pra todos!

WE ARE THE YOUTUBE

O incansável Celso Dossi ataca novamente, e desta vez ele manda o novo clip da banda Weezer. Vamos ver se eu consigo postar antes do Carioca Virtual! A música "Pork and Beans" é bem fracolina, mas o vídeo reúne várias celebridades instantâneas do YouTube. Eu identifiquei os "cientistas" da Diet Coke com Mentos, a Miss South Carolina, o neguinho que cantava "Chocolate Rain", a quaquá que choramingava "Leave Britney Alone!", o cara da "History of Dance", o liquidificador do "Will it Blend?" e até mesmo meu favorito EVER, o esquilo dramático. Alguém tem que produzir uma versão brasileira.

terça-feira, 27 de maio de 2008

VAZOU PARA A IMPRENSA

Amy Winehouse está usando fraldas descartáveis. Eeewww.

SEPARADOS AO NASCER

Olha só que momento emocionante em plena noite de sábado na The Week: os gêmeos univitelinos Leo Gross (a/k/a “A Loura da Ilha”) e Offer Nissim (a/k/a “A Loura da Pilha”) se reencontraram pela primeira vez, depois de mais de 30 anos separados por disputas pela herança da família e pelo amor do mesmo homem. A semelhança é incrível: era só o Leo fazer um interlace que ninguém nunca mais saberia quem é quem. E assim, depois de décadas alone, os dois irmãozinhos voltaram a ser happy people.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

TOCA MEU CORPO

Madonna até que tentou, mas a música que marcou mesmo as festas da parada foi "Touch My Body" de sua arqui-inimiga Mariah Carey. Duas outras mais velhinhas também arrebentaram de tanto tocar: "With Every Heartbeat" da Robyn e a imortal "I Need a Miracle" (no sentido de barata que não morre nunca). Eu acho a versão original de "Touch..." um porre, mas o remix do Seamus Haji é a salvação da lavoura. O clip até que é engraçadinho, com a participação daquele menino esquisito da série "30 Rock". E sempre tenho a sensação de que, se a Mariah comer um misto quente no intervalo das gravações, o corpo dela vai explodir em um milhão de pedacinhos.

COM O REI NA BARRIGA

Juro que não fui eu quem inventou o apelido de “realeza”, como alguns blogs amigos insistem em me chamar. Até na “Junior” deste mês a onda chegou: a chamada para minha coluna no índice aparece como “geléia da realeza”. A origem desse título de nobreza está num post de outubro do ano passado que gerou bastante polêmica, e mais uma vez eu juro que não era essa minha intenção. Agora, se o povo faz questão de me chamar de majestade, quem sou eu pra recusar? Mas a triste verdade é que eu estou mais pro “Reizinho” do Otto Soglow, um personagem clássico de HQ que hoje anda meio esquecido: velho, ridículo e barrigudo.

ESTRANHOS NUM TREM

Minha admiração pela dramaturga francesa Yasmina Reza acaba de diminuir um tequinho. Assisti ontem em SP a mais uma peça de sua autoria, "O Homem Inesperado", com a Nicete Bruno e o Paulo Goulart, e pela primeira vez não saí do teatro em êxtase. Um escritor e uma mulher que está lendo seu último livro se encontram num trem: poderia ser interessante, mas é meio aborrecido. Porque Yasmina abandonou sua especialidade, que são os diálogos certeiros. Aqui as falas são longos monólogos interiores, como se os personagens estivessem pensando alto. Só no finzinho que eles começam a interagir, mas aí já é tarde demais. Claro que a simpatia e o talento do casal de atores não deixa a peteca cair, mas para mim faltou um certo je ne sais quoi.

INJUSTIÇA DIVINA

Nessa horas é que fica difícil acreditar em Deus: como é que um sujeito decente como o senador Jefferson Péres morre assim, de uma hora pra outra, enquanto que o canalha do Renan Calheiros continua por aí todo serelepe?

domingo, 25 de maio de 2008

PARE AGORA

Tivemos a manha de ir até a Paulista e perder TODA a parada, que tal? Estávamos resolvidos a não ir, mas aí meus "patrões" André Fischer e Marcelo Cia nos convidaram para o Lounge do Mix Brasil. Como eu não resisto a uma pulseirinha, arrastei o Oscar ladeira acima. Chegamos lá depois das quatro, e o último carro já tinha passado. Pela primeira vez na história, a parada começou na hora marcada, e acabou muito mais cedo que das outras vezes. Só restava a multidão perambulando, cercada por forte esquema de segurança (ainda bem). Os comentários eram que os carros estavam meio pobrinhos, e que a ausência das boates tirou mesmo o glamour do evento. O lounge era bacana: tinha DJ, comida, bebida e vários descolex. Mas já estava esvaziando, e pouco depois das cinco já estávamos de volta em casa. Zuzo bem, ano que vem tem mais.

AMBIÇÃO LOURA

Agora virou moda falar mal do som do Offer Nissim. Mas eu continuo amando, e o público também. Nunca vi a The Week tão abarrotada e tão animada. Teve gente que achou que a Miojo e o Peter Rauhofer iam fazer um "back to back" na TW, dividindo o comando das pick-ups. Essa turma se esquece que La Offer traz o set pronto gravado em CD, pra não ter o trabalho de apertar botões - o que ela quer mesmo é bater cabelo, coisa que o Peter já não tem. Eu bati também, e confesso que não aguento mais tanta festa. Parece que essa semana da parada não vai acabar nunca...

JUST WANNA HAVE FUN

Cyndi Lauper apareceu em 1984, na mesma época que a Madonna. E os críticos de então não tiveram dúvidas: era ela o talento que duraria muito tempo, enquanto que sua "rival" desapareceria em seis meses. Bom, nenhuma delas desapareceu, mas, depois de um começo de arromba, nunca mais a carreira de Cyndi atingiu proporções madonneanas. Mas ela se manteve moderna, e sem ter que posar de piranha aos 54 anos. Seu novo disco, "Bring Ya to the Brink", é tão eletrônico que parece produzido pela Miss Kittin - e, ouso dizer, é melhor que "Hard Candy". Cyndi aprendeu a dosar seus vocais de enorme alcance, mas que podem se tornar irritantes num piscar de olhos. Dizem que ela vem ao Brasil no fim do ano: já assisti um show dela em 89, e há dois a vi na Broadway fazendo a "Ópera dos Três Vinténs" ao lado do Alan Cumming. Mas quero estar na platéia, além do mais porque, mesmo sendo HT, ela é uma ardorosa defensora dos gays. Madonna que fique esperta.

sábado, 24 de maio de 2008

UM ANO DEPOIS

Hoje meu blog faz um ano. Foi no dia 24 de maio de 2007 que vieram ao mundo essas mal-traçadas linhas. O começo foi meio irregular: eu não postava todo dia, a audiência era baixa, os comentários eram raros. Mas em pouco tempo virei escravo do blog, e não consigo mais passar um dia sem postar alguma coisa. Conheci muita gente, recebi muitos convites, fiz dezenas de amigos, me diverti muito. E esta noite espero todo mundo para a Festa Oficial de Aniversário ali na The Week, ao som de Peter Rauhofer e Offer Nissim. Bora!

AS INVASÕES HÉTERO

É um fenômeno cada vez mais comum: meninas HT que só vão a boates gays. E não só para dançar sem ser incomodada por cafajestes, mas para pa-que-rar. Elas dizem que o nível de beleza e educação da bicharada é muito superior ao dos outros homens, e que no meio da multidão sempre tem um ou outro hétero desgarrado. "Na balada HT os caras bebem muito e ficam inconvenientes, te puxam pelo braço, pelo cabelo, te batem na cara!", me conta uma amiga habitué das maricotecas. "Já os gays são lindos, engraçados, bem vestidos". Mas você tem a esperança de "converter" um deles? "Nããão! Até já fiquei com uns amigos, mas não passou de uns beijinhos. Mas sempre pinta um hétero dando sopa." É verdade: conheço uns caras que não são gays, mas vivem na The Week. "É fácil pegar mulher nesses lugares, a concorrência é muito menor", diz um deles. Era só o que faltava: pegação hétero em boate gay! Esse mundo tá perdido.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

PEGANDO LEVE

Ontem foi o dia de uma dos eventos mais aguardados desta semana de parada aqui em São Paulo. A The Week levou seus “Angels” – os residentes Pacheco, João Netto e Renato Cecin – para a Pacha, junto com o DJ português Paulo. Mas não pudemos ir: meu marido Oscar teve que trabalhar hoje, então preferimos nos resguardar. Mesmo assim ainda encaramos duas festinhas. À tarde demos um pulinho na galeria do Romero Britto, onde o André Almada recebia para uma champanhota – Britto coloriu com seu estilo caracterísco o logo da festa Toy que acontece hoje à noite na TW. Eu confesso que não sou grande fã do cara: acho suas obras facinhas demais, quase todas parecendo latas decoradas de Nescau. Mas alguns trabalhos recentes, mais monocromáticos, são realmente bonitos, como a reinterpretação do Adão de Michelangelo que enfeitava o convite.

À noite o querido Ailton Botelho nos convidou para um esquenta na casa do DJ Eric Cullenberg. O pretexto era o relançamento do incrível site Masterbeat.com, do DJ Brett Henrichsen, esta gostosura que aparece na foto aí do lado (e agora agenciado no Brasil pelo Ailton). Chegando lá, uma surpresa: o maravilhoso duplex de cobertura estava transformado numa verdadeira boate, com sonzão profissional, luzes de laser e a Grá Ferreira e o Moraes se revezando nas pick-ups. Uma produção léguas além dos chill-ins pobrezinhos que eu promovo chez moi… Não sei como os vizinhos não chamaram a polícia, pois dava pra ouvir a música da esquina. Tomamos uns drinks, batemos uns papos e fomos dormir cedinho. Além do mais porque a função de hoje deve ir longe.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

ABRINDO OS TRABALHOS

Há dois anos atrás, quando a semana da parada de SP já estava se firmando como a grande micareta gay do meio do ano, a festa de quarta da The Week meio que micou. Estava um puta frio, muitos turistas ainda não tinham chegado, e o DJ internacional - que agora nem me lembro mais quem era - não conseguiu atrair muito público. Lembro da Grá enroladinha num cobertor, numa entrada que estava praticamente às moscas. Bom, isso faz dois anos. Ontem fomos pra TW achando que ia estar tranqüilinho, e tivemos uma surpresa. O lugar estava mais cheio do que costuma ficar aos sábados, e muito mais animado. Dava pra sentir a eletricidade no ar, e ver que as pessoas não estavam numas de pegar leve no primeiro dia. O tal do "arco do triunfo" deu imponência ao jardim, e uma sensacional parede de luzes de LED emoldurou a cabine do DJ (e tapou completamente a visão da área VIP para a pista, mas zuzo bem). Não morro de amores pelo Isaac Escalante, mas o set do cara foi legal. Mais legal ainda foi encontrar amigos do Rio, BH, Vitória, Curitiba, Buenos Aires... E haja energético para encarar o resto da semana.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ó DÚVIDA CRUEL

Será que já estamos vivendo na era pós- Parada? Não conheço uma só pessoa que diga que vai à Paulista no domingo à tarde: ou vão estar exaustas, ou se jogando nas últimas festas, ou voltando para suas terras natais. Depois da confusão do ano passado, que culminou com um assassinato na porta do Ritz, pouca gente parece disposta a arriscar a carteira e/ou o pescoço. Para aumentar o desinteresse, nenhum clube vai ter carro na avenida. Pela primeira vez, este ano provavelmente não baterá o recorde de espectadores do ano anterior. Como foi que a tão propagada “maior parada gay do mundo” entrou em decadência tão rápido?

Claro que as explicações são muitas. Para começar, todas as paradas do planeta passaram por períodos de inchaço e esvaziamento. Na Europa e nos EUA, elas não arrastam mais multidões às ruas, em parte porque muitas das reinvidicações da “causa” foram sendo pouco a pouco atendidas (por aqui não...). Mas a ferveção paralela continua, e este fenômeno está se repetindo em São Paulo.

Mas tem também uma razão tipicamente brasileira. Somos um país onde impera um apartheid social. Já ouvi muita gente boa dizendo que o "excesso" de drags esfarrapadas e a esculhambação geral não contribuem em nada para a aceitação dos gays pelo resto da sociedade. Há uma parte de preconceito nessa frase, mas também há uma dose de razão. Os mais discretos, os mais “normais”, não costumam desfilar, e quem já era homofóbico só reforça suas crenças hediondas. E aí gera-se um ciclo vicioso, com mais sujeira e mais violência e mais sujeira... Os organizadores e a Prefeitura prometeram dar um jeito – veremos.

Porque a Parada já é o maior evento turístico da cidade, superando o Grande Prêmio de Fórmula 1. São Paulo é um lugar de onde as pessoas fogem nos grandes feriados, mas no Corpus Christi os hotéis lotam e as lojas e boates faturam alto. E quer saber? A grana, o poder aquisitivo, é uma arma mais poderosa que qualquer discurso para a bicharada conquistar seus direitos.

Tudo isto para dizer que ainda não resolvi se vou à Parada no domingo. Moro ali perto e todo ano vou a pé; por outro lado, vou estar no bagaço; por outro lado, acho importante prestigiar; por outro lado, tenho medo de morrer… São tantos lados que acho que só vou decidir na hora. Alguém se habilita?

VAI SER DADA A LARGADA

Que a Lindinalva é uma empregadinha de sucesso, todo mundo sabe. Caseia, chuleia, prega botão e esquenta uma Salton sem gás como nenhuma outra. O problema é que ela também quer fazer sucesso nas áreas de vídeo experimental e exploração de novas linguagens. Enquanto minha casa está uma bagunça federal, com tiaras para polir, mantos para repassar e convidados VIP chegando dos quatro cantos do mundo, a danada se manda para a The Week, em plena luz do dia!! Diz ela que registrou para a posteridade o exato momento em que o "Arco do Triunfo" se ergueu sobre os domínios almadenses; tenho cá pra mim que ela estava mesmo era de olho nos cafuçu diliça das obras na boate. Lindi, vou cortar sua cesta básica, hein? Mas pelo jeito você não vai mais precisar, já que no ano que vem estará competindo na mostra "Un Certain Regard" do festival de Cannes.

Enfim... Hoje começa a maratona de festas da Parada Gay de São Paulo, e vamos precisar de toda a disposição, glamour e consciência política para sobreviver até segunda. Bom feriado pra todo mundo!

terça-feira, 20 de maio de 2008

REVISTA PARA QUEM PRECISA

Finalmente me caiu nas mãos o tão falado "Kit Parada Dom" elaborado por meus amigos e discípulos Marcos Carioca e Thiago Introspective. Os dois se recusaram a submeter o texto original à minha aprovação, então deu no que deu: dicas equivocadas, texto sem verve, um horror. A bee forasteira que se deixar guiar por este imbroglio se arrisca a acordar sem um rim numa banheira cheia de gelo num hotel suspeito no centro da cidade. Nada que se compare ao charme e ao veneno da minha segunda colaboração para a revista "Junior", que chegou às bancas no mesmo dia que a "Dom". Dessa vez acertaram meu nome (tiraram o acento do "Goes") e ganhei fotinha no expediente, iupiii. Logo mais à noite estarei na festa de lançamento no Gloria, autografando exemplares e vendendo beijos.

AGORA FALANDO SÉRIO: existem duas pessoas que foram fundamentais na minha decisão de escrever um blog, e são justamente o Marcos e o Thiago. Foi por admiração e, sim, uma pontinha de inveja dos blogs de ambos, que eu criei coragem para sair da casca e me expor. Esta semana meu blog completa um ano, e fico todo embevecido de perceber que estamos todos ultrapassando as fronteiras da internet. Claro que o momento favorece: de repente o mercado gay ganhou três excelentes revistas (além das duas citadas lá em cima, ainda tem a "Aimé"), e a demanda pelos nossos preciosos pontos de vista só aumentou. Não vou entrar naquela de ficar comparando as publicações: todas estão no começo, e o saldo de acertos me parece largamente favorável. Tomara que haja espaço para todas, até mesmo porque um dia a gente pode ter um convite da concorrência, né não?

segunda-feira, 19 de maio de 2008

OMO PROGRESS

Ainda nem começou a semana de mega-festas aqui em SP e já saiu a data da mega-festa do final do ano: a 3a. edição da White Party do Rogério Figueiredo acontece dia 14 de dezembro, novamente na The Week. Quero só ver se vai superar a do ano passado, na minha opinião a melhor festa de 2007. Gentem, vamos mandando as roupinhas brancas pra tinturaria, e nada de esquecer os brinquedos desa vez, hein? O que teve de bee se fazendo de distraída da outra vez, que vergonha... Lembre-se: quanto melhor o presente que você trouxer, maiores suas chances de se dar bem!

QUEER HOUSEWIVES

Meus sais!! Gale Harold está de volta! Ou quase: ele vai entrar na quinta temporada de "Desperate Housewives", que estréia nos EUA em setembro e por aqui só no ano que vem. O inolvidable Brian Kinney de "Queer as Folk" vai ser o novo namorado da Susan, pelo que se pode deduzir do final do capítulo exibido ontem nos EUA (o Alexandre Lucas do RH do Inferno postou, vai lá ver!). A série deu uma de "Lost" e fez um flash-forward, mostrando como estarão as personagens daqui a cinco anos. - uma tentativa meio patética de reanimar a audiência, mas tá valendo. O que importa é que em breve um dos homens mais lindos do planeta vai voltar à TV. Ah, e os mais assanhados podem enfiar a viola no saco: Gale é HT, e casado com a Michelle Clunie, a lésbica morena do "QAF". Êita casárzinho porreta!

ALLEZ CAMILLE ALLEZ

Não tem cantora moderna mais muderna que a francesa Camille. Seu penúltimo CD, "Le Fil", era todinho accapella, ou seja, sem a presença de nenhum instrumento: o único acompanhamento era um drone, aquela vibração feita com a boca, que percorria o disco do começo ao fim (daí o "fio" do título). Era uma experiência ainda mais radical que o "Medúlla" da Björk, e muito mais bem-sucedida. Agora ela lança um trabalho quase todo em inglês, "Music Hole", e o resultado é bizarro e acessível ao mesmo tempo. Implico um pouco com essa mania dos artistas franceses de gravar em inglês para conquistar o mundo, mas zuzo bem: a música esquisita de Camille merece ser ouvida por muito mais gente. Quem ainda não conhece pode visitar o site da cantora, repleto de sons e informações. Allez-y!

domingo, 18 de maio de 2008

O AMOR E O PODER

É curioso como os adversários do casamento gay invariavelmente se digam "defensores da família". Os mais simplórios podem achar que o simples fato de dois homens se casarem levará à combustão espontânea de centenas de lares felizes - e é exatamente este tipo de pânico infundado que esses meganhas querem espalhar. Mas é verdade que eles estão defendendo, sim, um modelo de família: a patriarcal, onde todo o poder é do pai. Esse modelo predominou no Ocidente e em quase todas as culturas, mas essa predominância de maneira nenhuma significa que ele é o "natural", ou seja, o correto. Porque ele está em constante evolução, e a maior mudança por que passou foi a CAUSA do casamento. Há menos de cem anos atrás, se casava por dinheiro, conveniência, poder, divisão de tarefas. O conceito de amor romântico já existia, mas raramente era levado em consideração. Hoje em dia se casa por amor e se separa quando o amor acaba, e isto muda tudo de figura. A começar pelo argumento conservador de que o objetivo do casamento é a produção de filhos. Não é mais: se ainda fosse, casais continuariam juntos pelo bem-estar da prole e não existiria o divórcio. Felizmente a maré está virando para o nosso lado. Semana passada a corte suprema da Califórnia derrubou a proibição ao casamento gay, e no Brasil, onde ainda inexiste legislação favorável, uma legião de juízes esclarecidos vem fazendo justiça e história. Ainda falta muito, claro: nesta semana de parada gay em São Paulo, entre uma jogação e outra, de vez em quando é bom lembrar que a luta continua.

sábado, 17 de maio de 2008

VAMPIROS BANGUELAS

Comprei em DVD a primeira temporada da hypada série "Dante's Cove", e não me arrependo de não ter comprado a segunda. A prometida mistura de "Queer as Folk" com vampiros e forças ocultas não deixava esperar grande coisa, mas "D. C." é tão trash, mas tããão trash, que nem chega a ser cult - é só trash mesmo. Os atores são de quinta, e os diálogos são de meter medo na Íris Abravanel. Só se salvam os corpos esculpidos e as cenas de sexo, mas quem estiver atrás disso faz melhor em alugar um vídeo pornô.

TÃO LONGE, DE MIM DISTANTE

Onde irá, onde irá teu pensamento? "Longe Dela" é um filme que trata dessa questão, ao contar a história do amor de um homem por uma mulher que nem o mal de Alzheimer consegue apagar. Já tinha visto grande parte num vôo vindo de Buenos Aires, mas perdi o final porque o avião aterrissou antes. Hoje revi no cinema, e chorei feito o palerma que sou. Julie Christie consegue estar deslumbrante mesmo enrugada como um maracujá, e por pouco não levou o Oscar que afinal foi (merecidamente) para Marion Cotillard. O roteiro não deixa de ter sua dose de fantasia de mulherzinha, porque devoção masculina como a mostrada na tela é difícil de encontrar na vida real. Mas tomara que eu seja digno de encontrá-la.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

AFRODITA & CLEOPATRA

Vasculhando o YouTube em busca de cenas do filme "Diva", acabei topando com uma diva de outra espécie: a canção vencedora do festival EuroVision de 1998. Foi um escândalo na época, e acho que seria até hoje: a cantora israelense Dana International na verdade é um travesti belíssimo, desses de confundir Ronaldinho. A música é trash total, ou seja, divina, e adivinha quem era o jovem produtor? Um certo Offer Nissim, ainda cheirando a leite. Viva la diva!

ROMANCE COM CHAVE

Trouxe um monte de livros poderosos de Portugal, mas lógico que estou começando a leitura pelo mais levinho deles. "Geneticamente Fúteis" foi (mal) escrito pelo apresentador de TV e poseur Cláudio Ramos, e se pretende um roman à clef sobre o jet-set português, cheio de referências mais ou menos veladas aos socialites locais. Como não conheço muita gente por lá, até agora só identifiquei o "Zezinho Ribeira Palacete", descrito como "cheio de tiques e achaques, uma verdadeira celebridade graças à sua excentricidade exibiconista" (dããã, quem será que é, hein?). A trama gira sobre o assassinato de um colunista social, mas o mais divertido para um brasileiro são mesmo os trechos como este:

"- Encarnado, Marta! Encarnado. Estou farta de te dizer.

Uma correção que Bibi faz sempre que ouve alguém dizer a palavra vermelho. Que para ela está totalmente fora de moda, é brejeira e de baixo nível. Da boca dos famosos a sério só sai encarnado."


Então agora você já sabe.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

GAY-BOY!!

Com a lucratividade em queda, a "Playboy" anuciou que vai lançar até o fim do ano um canal de TV para o público gay masculino. Só que vai ser "softcore" como o canal hétero que já está no ar, ou seja: nada de penetração, S&M, ejaculação, rimming... (mas vai ter ereção e fellatio, dizem as fontes). O problema é que não falta oferta "hardcore", principalmente na internet. Será que existe muita biba disposta a pagar mais na conta da TV a cabo só para ver sexo fingido?

DEATH AND THE CITY - THE SEQUEL

“Confirmando” os rumores sobre “Sex and the City”, o jornal “Village Voice” foi além e publicou uma matéria relatando a morte de TODOS os personagens, um por um (Carrie prende o salto do sapato num bueiro e é atropelada por aquele ônibus que tem sua foto). Na mesma linha, a revista “Time Out” de Nova York saiu com essa capa aí do lado. Ainh, por quê é que essa gente então não pára de encher o saco e vai logo ver “Speed Racer”?

DEATH AND THE CITY

O festival de Cannes já está a todo vapor, mas o filme mais comentado do ano fez a Nefertiti pra ele. A revista "Entertainment Weekly" que sai amanhã nos EUA traz uma matéria de capa sobre "Sex and the City" que já pode ser lida aqui (em inglês). E também escapa pela tangente quanto ao insistente boato de que uma das personagens principais bate os Manolos. As notícias que chegam da pré-estréia em Londres também não esclarecem nada, só dizem que o filme é bem marromeno. Só acredito vendo - e no dia 6 de junho. A estréia no Brasil foi antecipada, wu-huu!

WOODY GOES ALMODÓVAR

“O Sonho de Cassandra” mal estreou pelo mundo afora, e Woody Allen já tem outro filme na lata. “Vicky Cristina Barcelona” foi filmado na Espanha, em plena seara almodovariana, vai passar como hors-concours no festival de Cannes, e está sendo esperadíssimo por causa de um suposto ménage à trois entre Scarlett Johansson, Penélope Cruz e Javier Bardem. Ah, e por falar no Bardem, ele alegou exaustão e caiu fora de “Nine”, a adaptação para a telona de um musical vagamente baseado na vida de Federico Fellini. Em seu lugar entrou o outro oscarizado deste ano, Daniel Day-Lewis. Hmm, sei não… Day-Lewis não me parece viril o suficiente para encarar o mulherio do elenco – nada menos que Penélope Cruz, Marion Cotillard, Sophia Loren, Judi Dench e Nicole Kidman.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

CÉUS! MINHAS JÓIAS!

Esta é pros tintinólogos: nesse caso do roubo das jóias, a Hebe Camargo não está a própria Bianca Castafiore? A diferença é que a esmeralda da Hebe foi poupada, enquanto que a do “rouxinol milanês” não. Mas nos dois delitos as suspeitas são penosas: por lá a culpada era uma pêga, enquanto que, por aqui, o genial Te Dou um Dado? acusa a galinha d’angola Chamboca. Ah, eu rio!

UM NOVO ASTRO NO SISTEMA SOLAR

E as piadinhas fáceis continuam...

EBBEN, N'ANDRÒ LONTANO

Você já fez a lista dos filmes que levaria para uma ilha deserta? "Diva" está na minha, e acabo de comprá-lo em DVD. Não o via há mais de uma década, e me espantei como lembro de cor diálogos inteiros. O diretor Jean-Jacques Beineix foi muito malhado por trazer um estilo "publicitário" ao cinema, e em sua acidentada carreira só fez mais um filme realmente sensacional, "Betty Blue". Mas "Diva" talvez seja ainda melhor, porque, lançado em 81, não envelheceu um segundo até hoje. A trama mistura crime, perseguições, romance e canto lírico: o que mais se pode desejar? Tudo numa embalagem ultra cool, e acalentado por uma ária da ópera "La Wally" que talvez seja a mais linda ever. Confira na cena de abertura aí no alto, cantada pela divina Wilhelmina Wiggins-Fernández (só o nome dela já é tout un programme). A trilha original de Wladimir Cosma também não fica atrás, como se percebe nesse clip aí embaixo: "Promenade Sentimentale" é digna de Erik Satie. Como se não bastasse, ainda tem uma cena onde surge um jornal com uma manchete impagável: "Qui a volé la robe de la diva?"

O QUIABO VESTE PRADA

Adoooro essa campanha cinematográfica da agência capixaba MP para a rede Hortifruti, que tem lojas no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Os títulos são infames e sublimes ao mesmo tempo, e conseguem atrair a atenção para produtos sobre os quais não há muito o que falar. Invejinha.