quarta-feira, 30 de abril de 2008

BANHEIRÓN NOS TRINQUES

Fui à The Week em plena terça-feira, para a festa de lançamento da revista “Aimé”. Que na verdade estava mais para um coquetel: apesar de Guto Rodrigues e João Neto terem mandado um sonzão poderoso, o povo não se animou muito em chacoalhar. A revista é bacana e estava cheio de gente idem, mas para mim o ponto alto mesmo foi o tour privativo que o André Almada me concedeu pelos novos banheiros da pista 2, ainda em obras. A pistinha já está com um lay-out diferente, e com os novos toaletes poderá funcionar de maneira totalmente independente.Que isto sirva para enterrar de uma vez por todas os boatos insistentes de que a TW está para sair da Barra Funda: ninguém faria uma reforma daquele tamanho se tivesse que se mudar. O resto, é intriga da oposição.

PERGUNTE-ME COMO

Seus problemas acabaram! Agora você pode levar qualquer questão, sobre qualquer assunto, para o divo assoluto e mascote desse blog, José Castelo Branco. Não contente em ser marchand, cantor e pai do gostosíssimo Guilherme (que, como vários leitores já me alertaram, não é filho da Lady Betty), La Castelo acaba de disponibilizar um e-mail para atender às demandas da plebe ignara. Então vamos lá, moçada: azul-celeste combina com verde-limão? Qual o animal mais veloz? Devo fingir o orgasmo? Mande já sua pergunta para castelobranco@sapo.pt, que o José responde inteiramente gratis!! Gentem, melhor que isso, só dois disso.
(obrigado ao Deco pela dica preciosa)

terça-feira, 29 de abril de 2008

DE OLHOS BEM FECHADOS

Já está circulando na web o primeiro trailer de "Blindness", um dos filmes mais aguardados do ano (até o diretor Fernando Meirelles o chama assim, então me recuso a dizer "Ensaio sobre a Cegueira"). É meio decepcionante, não? Parece aqueles filmes de epidemia classe Z. Se não soubesse quem está por trás, nem me abalaria. Mas parece que o filme é bom mesmo: está cotadíssimo para abrir o próximo Festival de Cannes, talvez como hors-concours. E é sempre divertido acompanhar o blog do Meirelles - são poucos posts, mas maravilhosamente bem escritos e esclarecedores.

VÔO RASANTE

Depois de mais de dois meses sem vir ao Brasil, finalmente a Libanesa fez uma passagem-relâmpago por São Paulo, vinda diretamente de Dubai. E ela fez questão de passar lá em casa e demonstrar seus talentos enquanto comissária de bordo, devidamente paramentada de "Jeannie é um Gênio". Claro que eu, mal-acostumado como sou, achei que ela ainda tem muito o que rebolar, rebolar, rebolar.

PELO BURACO DA FECHADURA

A Vivid, uma das maiores pordutoras pornô dos EUA, está lançando um vídeo que inclui um filme de 11 minutos onde Jimi Hendrix (ou alguém parecido com ele) aparece transando com duas garotas. É engraçada essa obsessão que os americanos têm por cenas pirateadas de celebridades fazendo sexo, tipo Paris Hilton ou Pamela Anderson. Por aqui isto raramente acontece: só me lembro daquele episódio do Mike Love com a Pamela Butt, e olhe lá. Nossos famosos preferem eles mesmos autorizarem seus filmes de sacanagem, como já o fizeram Alexandre Frota, Rita Cadillac, Mateus Carrieri, Gretchen, e agora a divina Leila Lopes. O buraco, por aqui, não só é mais embaixo como também é muito mais largo.

NOITES DE NEON

"Um Beijo Roubado" é um deslumbre visual, como todos os filmes do Wong Kar Wai. E, como todos, também é fraquinho de roteiro. Mas o diretor não parece muito interessado em contar uma história: ele prefere criar um climão, com muita luz de neon e uma trilha sonora suave e enfumaçada. Jude Law nunca esteve tão lindo (o que não é pouco) e Norah Jones dá pro gasto, mas quem brilha mesmo é Natalie Portman, que aqui parece uma mini-Sharon Stone. Talvez se ela não fosse tão bonita, seria mais considerada como a excelente atriz que de fato é.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

OLHA O PASSARINHO

Impressionante como o efeito das férias dura menos que o de um desodorante. Voltei hoje ao trabalho e uma avalanche de problemas despencou sobre a minha cabeça. Já estou com dor nas costas de tão tenso, e vontade de mandar todo mundo pastar. Mas não há de ser nada: ainda tenho dezenas de discos para ouvir, algumas roupinhas novas e mais de 1.200 fotos para me ajudar a não esquecer de nada. Atendendo a pedidos, posto aqui algumas das minhas favoritas. Ah, e o Oscar não aparece porque o contrato dele não permite, tsá?Drinks no Pavilhão Chinês, o bar mais bonito de Lisboa (e do mundo)Fazendo carão na Pousada de Santa Maria do BouroEm Lousã, a poucos quilômetros da terra dos meus antepassadosRevendo velhos amigos em Londres: a fabulosa Patsy Stone......e Benazir Bhutto, a favorita da LibanesaMeu futuro endereço em Paris, o Palais RoyalAh, a alegria de ir às comprasVestido de caixa da Tiffany's, tomando kir no Buddha-BarAcorrentado em AntuérpiaDói, um tapinha não dóiMomento larica: abocanhando o croquete em Amsterdam

domingo, 27 de abril de 2008

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Li na "Wallpaper" sobre o arquiteto e empresário novaiorquino Carlos Almada, que já era dono de um dos restaurantes mais badalados de Londres, o Automat - na verdade, uma lanchonete metida a besta. Ele acaba de abrir no porão do Automat uma mistura de clube, restaurante e boate batizado com seu próprio nome, Almada, e que já está fazendo o maior sucesso. Perguntei para o André Almada se ele conhecia esse talvez primo, e ele disse que não. O que só reforça minha teoria que os Almada na verdade estão tramando para dominar o mundo.

sábado, 26 de abril de 2008

DOIS FESTAS EM UNHA

Sou da opinião que o Brasil tem atualmente a melhor noite gay do mundo, e nuestros hermanos de Latinoamérica parecem concordar. Olha só que fofo o flyer que recebi por e-mail hoje, vindo do México. Eles tentam recriar o clima das festas cariocas, mas porque não trazem pelo menos um DJ brazuca pro line-up? Talvez seja pedir demais, já que nem um tradutor decente eles arranjaram...

EU JÁ TENHOOO!!!

Flanando ontem de manhã pelo imenso duty free do aeroporto de Schiphol, em Amsterdam, vejo uma loja de CDs e DVDs e não resisto a dar uma entradinha. Já comprei 44 discos nesta viagem, mas vai que eu esqueci alguma coisa, não é mesmo? E adivinha o que estava lá dentro me esperando... O "Hard Candy" da Madonna, que oficialmente só sai na segunda-feira, dia 28. Claro que comprei na hora, apesar de já ter baixado tudo da internet: eu sou aquele ouvinte à moda antiga, do tipo que ainda manda flores. E hoje estou ouvindo sem parar, e gostando muito. Não é uma obra-prima do quilate do "Confessions" ou do "Ray of Light", mas é divertido do começo ao fim (e menos dançante que o esperado). É sem dúvida uma tentativa semi-desesperada de voltar a tocar nas rádios americanas e tem um certo excesso de produtores e convidados, mas Madonna sempre dá um jeito de roubar todos os holofotes para si. Com certeza um dos 5 melhores do ano.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

TERRA À VISTA

Pronto, acabou. Foram 20 dias muito intensos, que passaram voando. Mas às vezes tenho a sensação que saí do Brasil faz dois anos, tamanha a quantidade de informação, compras e quilos a mais. Oscar e eu estamos exaustos e felizes, e morrendo de saudades de casa, da família e dos amigos. Do trabalho, não (é ruim, hein?). Daqui a pouco sairemos do hotel aqui em Amsterdam, e uma longa viagem nos aguarda. Primeiro vamos para Lisboa, onde teremos apenas uma hora para fazer a conexão - a situação ideal para que malas se percam. Depois temos um vôo diurno de dez horas para o Brasil, onde chegaremos ainda esta noite. Amanhã acordo em casa.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

RO RO RO

Este mundo está perdido: depois de Cláudia Gimenez assumir o "namoro" com Rodrigo Phavanello e Ana Carolina declarar aos quatro ventos que está a fim de "pegar" um cara, chegou a vez de outra fanchona histórica mudar de time. Angela Ro Ro deu uma entrevista à Mônica Bergamo onde "confessa" estar de cacho com um ex-padre romeno chamado Ninco Revendo, que a preenche "espiritualmente, carnalmente, culturalmente". Claro que é tudo troça da Ro Ro, minha cantora favorita no começo dos anos 80. Ela tem contado essa história nos shows para provocar a platéia, e mais nada. Fiu.

QUE A SUA HOLANDESA NÃO PODE ESPERAR

Taí, ontem vi um filme "de mulherzinha" e gostei. Escolhemos "Tiramisu" por duas razões: 1) é um filme holandês, que dificilmente irá passar no Brasil; e 2) tinha legendas em inglês. Entramos sem saber mais nada no cinema - aliás, uma das salas mais antigas da Europa, a De Uitkijk, em funcionamento desde 1913. E tivemos uma grata surpresa, porque o filme é uma comédia romântica inteligente e nada óbvia. Conta a história de uma atriz que está a ponto de perder a casa-barco onde mora por causa dos impostos atrasados, e do contador que se encanta com ela. Roteiro enxuto e atores ótimos. Depois fomos jantar no Sea Palace, um pagode flutuante totalmente para turistas, mas com uma comida chinesa decente e uma vista romântica da cidade (suspiro). A viagem está acabando...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

AFOGANDO O GOES

Muita coisa fechada em Amsterdam. A Oude Kierke, ou "igreja velha", está em obras. A Nieuwe Kierke, que de nova não tem mais nada, se prepara para o aniversário da rainha, que é semana que vem. O Riejksmuseum está em reforma há anos, e abriu uma seção com os highlights do museu que pode ser vista em hora e meia (aliás, outros museus do mundo podiam adotar o mesmo sistema, para pouparmos tempo e pés). Em compensação, o museu Van Gogh está completaço, e ainda traz uma retrospectiva de um artista cujo nome eu nem sabia, mas que é o autor de um dos meus quadros favoritos ever, "Ophelia". Pois bem: agora eu sei que John Millais foi o fundador do movimento pré-rafaelita, e que toda sua obra é um assombro. Saí com vontade de me jogar num canal para ver se eu flutuava. (Uma explicação sobre o título desse post: "Goes" quer dizer "ganso" em holandês antigo. Achei o trocadilho apropriado porque estou me afogando em cultura aqui na Europa, hehehe)

O SONHO DE CASSANDRA

Muita gente não gosta quando o Woody Allen faz dramas (aliás, ultimamente muita gente não tem gostado das comédias também). "Cassandra's Dream", que eu vi ontem aqui em Amsterdam, vai continuar dividindo opiniões. O filme não é nenhuma obra-prima, e retoma o "leit-motiv" do assassinato por conveniência que Woody já explorou em "Crimes and Misdemeanors" e "Match Point". Mas a trama é bem construída, e ainda por cima é estrelada pelos dois maiores dreamboats britânicos do momento, Ewan MacGregor e Colin Farrell. O problema é que ambos são meio grandinhos para interpretarem os dois garotos que se deixam enrolar por um tio malandro, na eterna busca por grana e xana. Relevando isso, até que dá pra distrair.

terça-feira, 22 de abril de 2008

ACHARAM O PADRE!

(Obrigado ao Celso Dossi e à Marta Matui pela dica)

OS CLONES DA AMY

E de repente a música pop ficou cheia de cantoras inglesas "viscerais", que fazem um som algo retrô e escrevem letras que traem uma experiência muito maior que suas parcas idades deixam supor.Algumas são até bem legais: "Chasing Pavements", da gorducha Adele, tem tocado direto na minha viagem, e não me sai mais da cabeça. O caso da Duffy é mais curioso. Parece que algum executivo de gravadora resolveu criar uma versão da Amy Winehouse liberada para menores, sem drogas, mé ou tatuagens. Deram à moça uma cabeleira loura, para a chupada não ficar tão óbvia, mas na música copiaram o máximo possível. Confira aí em cima o vídeo de "Mercy", o single que está estourado em toda a Europa e é praticamente um plágio de "Rehab". Enquanto isto, o visual wineháusico também faz escola. Olha só que drag divina eu vi ontem no Supperclub, aqui em Amsterdam. Muito mais refinada e elegante que a original, néahm?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

BURN BABY BURN

Nosso trem chegou a Amsterdam ao meio dia e meia, e menos de uma hora depois já estávamos numa coffeeshop. Onde evidentemente a especialidade não é o café: assim se chamam os bares onde se vendem e fumam cigarros de maconha. talvez a maior atração turística da cidade. Só que o gererê para mim é como a cerveja: até hoje não entendo que tanta graça a humanidade acha nisto. Enquanto a maioria das pessoas relaxa com um baseado, eu fico enjoado, tusso sem parar e em seguida perco os sentidos. Mas vir a Amsterdam e não dar uns tapas é como ir a Roma e não ver o papa: programa obrigatório. O barman nos indicou um blend super potente, e ele tinha razão. Não havíamos chegado à metade do charo quando um torpor e um formigamento envolveu nossos corpos. Saímos para passear: enquanto meu marido Oscar achava as pessoas lindíssimas, eu lutava para saber qual lado era a frente. Claro que a larica chegou logo, e nem mesmo um daqueles croquetes suspeitíssimos do Febo, onde você abre uma janelinha e pega o seu, conseguiu saciá-la. Depois não me lembro de mais nada.

domingo, 20 de abril de 2008

E CRESCE O HARÉM

Já tenho dois noivos imaginários: o ator espanhol Eduardo Noriega e o cantor francês Benjamin Biolay. Hoje resolvi acrescentar mais um nome à coleção, depois de assistir à comédia "Palais Royal" em DVD. O ator francês Lambert Wilson alcançou o número de pontos suficientes para entrar em tão seleto time. Lambert já fez vários filmes em inglês (como "The Matrix Reloaded"), e dizem as boas línguas que ele joga no mesmo time que eu. Ou seja, ainda resta uma esperança.

PIT-STOP ANTWERPEN

Este tipo de viagem que estou fazendo agora, com várias paradas e atividades de manhã até a noite, é muito divertido, mas também cansativo pacas. Por isto veio bem a calhar este fim de semana tranquilo em Antuérpia, na Bélgica. Meu irmão mais velho se casou com uma belgo-espanhola, e eles têm uma casa em Kapellen, um subúrbio residencial da cidade. Também têm um filho lindo de 20 meses, o Paolo, meu sobrinho de número 11 e o único que eu ainda não conhecia. Chegamos aqui ontem ao entardecer, vindos de Paris, e nosso ritmo se alterou consideravelmente. Ontem jantamos em casa, brincamos muito com o garoto e fomos dormir cedo. Hoje acordamos cedo, brincamos muito com o garoto, e fomos todos passear pelo centro. Antuérpia não é translumbrante, mas num domingo de sol fica cheia de gente, com restaurantes lotados e estátuas vivas, e ainda por cima era o dia da maratona. Visitamos a Grote Market, a praça principal, e a linda catedral flamenga. Depois almoçamos no Zuidsterrasse, uma torre à beira do rio, onde tomamos uma overdose de batatas fritas com maionese, o prato mais típico da Bélgica (e o mais engordativo do mundo). Já que o regime foi mesmo pro caralho, completamos com alguns quilos de chocolates e pralines. Agora já estamos de volta em casa, onde a noite vai ser mesmo de DVDs e brincadeiras com o garoto. Ah, como é bom ser tio: brinca-se um pouco, depois se devolve aos pais.

sábado, 19 de abril de 2008

THE QUEEN IS DEAD

O tempo faz bem para certos lugares. Em 1997, quando estive em Paris pela penúltima vez, o Buddha-Bar tinha acabado de abrir e estava na crista da onda – e isto antes de ter lançado um único CD. Eu era tão caipira que jantei antes de ir lá… achava que era só um bar. Mas é também um restaurante, e um dos mais espetaculares do mundo. Ontem voltamos lá, e é com satisfação que relato que o vibe do lugar continua o mesmo: comida exotica, pessoas lindas, e o mix adequado de turistas e locais. O mesmo não pode ser dito da Queen, também desde 97 o nightclub no. 1 de Paris. Dez anos é tempo demais para uma boate, e o Queen não escapou à regra. Amigos tinham me dito que continuava bacana, mas a única coisa de que gostei foi o som. Estava tocando o DJ Eicko, um francês que faz um electro mega-energizante, e a molecada HT presente pulava de acordo. Mas cadê a ambiance pédé que eu tanto queria? O climão estava mais para uma festa de formatura em Belo Horizonte. Nada contra a capital mineira, claro, mas sair dos Champs-Elysées e cair direto em BH, non, ça ne va pas.

A ESTRATÉGIA DA ARANHA

O tempo faz bem para o visual de certas pessoas. Fernanda Montenegro não era uma moça bonita; hoje é uma senhora alinhadérrima. O mesmo acontece com a artista plástica francesa Louise Bourgeois, aquela da aranha, lembra? Nas fotos onde está entre os 30 e os 40 anos, ela aparece com a expressão dura, e aparenta ser muito mais velha. Mas hoje, no esplendor dos 97 anos e enrugada como uma passa, mme. Bourgeois está sempre radiante, com o ar de quem está se divertindo muito. Vai ver que ela conseguiu exorcizar os inúmeros fantasmas pessoais que assombraram toda sua carreira. O Centre Pompidou, aqui em Paris, está promovendo uma mega-retrospectiva da obra de Louise, e é épatant acompanhar uma vida tão movimentada através de esculturas, desenhos e instalações – às vezes horrendos, mas sempre instigantes.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O MELHOR SORVETE DO MUNDO

Fomos para a Île de Saint-Louis com a intenção expressa de provar o sorvete da Berthillon. Esta é a sétima vez que venho a Paris, mas nunca tinha ido a esta sorveteria, considerada por alguns como nada menos que a melhor do mundo. Chegando na ilha, não tem como não ficar confuso: todos os restaurantes e cafés anunciam sorvetes Berthillon, e alguns chegam a montar balcões só para vender casquinhas. Mas rodamos um pouquinho, e logo achamos o original. Não resisti e pedi logo três bolas: pêssego branco, mirabelle (uma espécie de cereja) e laranja sanguínea, um sabor que redescobri nessa viagem. E estava maravilhoso… Sabe aquele gostinho de anjos derretidos pelo orvalho da manhã? Pois é, eu também não sabia. Mas agora eu sei.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A MÚSICA DA VIAGEM

Toda vez que eu viajo compro uns trocentos CDs (já são 23 até agora), mas sempre tem uma música que marca a viagem inteira.Dessa vez a escolhida é “American Boy”, de uma cantora inglesa nova, a sensacional crioula Estelle. Com a participação do rapper Kanye West e produção do w.i.l.l.i.a.m, é uma canção ensolarada, animada, otimista – tudo o que o espírito das férias tem que ser. Quando eu a ouvir no Brasil vai me dar uma saudade…

REZANDO OUTRA VEZ

Compramos o “Pariscope”, uma espécie de “Vejinha Paris”, para saber dos espetáculos em cartaz na cidade. E adivinha qual peça nos chamou a atenção? A mesma que vimos em Londres, “O Deus da Matança” (no original em francês, “Le Dieu du Carnage”). Com direção da própria autora, Yasmina Reza, e estrelada pela que talvez seja a maior atriz viva em lingua francesa: Isabelle Huppert. Telefonamos pro teatro, e voilà: conseguimos dois strapontins (cadeiras extras), na fila três, bem no centro!! Nem acreditávamos, é muita sorte. E lá fomos nós: a verdade é que a montagem inglesa é melhor resolvida, com marcas e tempos mais afiados. Mas o texto genial é o mesmo, e assistir Isabelle Huppert em carne, osso e sardas, é um privilégio inesperado. Je ne le mérite pas!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

MADAME BOVARY, C'EST MOI

Hoje foi um dia cultural. Só visitamos exposições, e conseguimos voltar para casa tendo batido um recorde mundial: ninguém comprou nadica de nada. Começamos pelo Louvre, para dar uma espiada nas exposições temporárias. A palavra “espiada” dá a idéia de que só demos um pulinho no museu, mas claro que isto é impossível. O Louvre é mais emaranhado que o labirinto do fauno, e nem seus guardas sabem o quê está passando aonde. Assim, nos perdemos naquelas alas Sully, Denon e Richelieu, mas conseguimos ver a mega-exibição sobre a Babilônia e as intervenções do belga contemporâneo Jan Fabre nas coleções da escola flamenga. A brincadeira toda levou quase três horas, com direito a adeusinho à Vênus de Milo. Depois cruzamos o Carrousel e as Tuileries rumo ao Grand Palais, onde está a maior exposição de todos os tempos sobre Maria Antonieta. Uam das maiores filas também: levamos quase uma hora e meia para entrar, e só depois ficamos sabendo que o museu fica aberto até as 22 horas (grrr). Mas o sofrimento vale a pena, pois está tudo lá, e como frisou um guarda, nada se compara ao sofrimento da própria rainha. Na saída, Oscar se sentiu enjoado e cansado, e voltamos para nossa casa na campagne. Ontem foi engraçado fazer jantar e ficar por aqui, mas hoje bem que eu estava no ponto para uma noitada daquelas em Paris. Ao invés disto, vou ficar trancafiado neste cafundó, me sentindo frustrado e provinciano como a Madame Bovary.

ABSOLUTAMENTE ZERO

Interrompemos os posts de férias para convocar todas as pessoas de bom coração e cabeça no lugar para dar uma passadinha em qualquer loja Foch de São Paulo ou Curitiba e assinar o abaixo-assinado em apoio ao Zé Ávila. A história que está por trás, todo mundo que freqüenta a blogosfera já conhece há dias, e devo ser dos últimos blogueiros a aderir à campanha (é que Paris está uma lou-cu-ra, tsá?). Mas nunca é demais lembrar que nos orgulhamos de ter a maior parada e algumas das melhores boates gays do mundo, mas também temos absolutamente zero de leis que defendam os direitos dos homossexuais. E a culpa claro que é nossa, para variar. Todo ano de eleição surgem alguns candidates assumidamente gays e dispostos a levantar a bandeira. E sabe quantos foram eleitos até hoje? Pois é, absolutamente zero. Então que esse caso, que envolve pessoas conhecidas e bem-conectadas, nos sirva de toque de despertar. Ser “liberado” é bem mais que cair de G na pista de dança. É poder andar de cabeça erguida na rua, no trabalho, na frente de toda a família, e saber que somos todos seres humanos com os mesmos direitos, deveres, dores e defeitos. Voltamos agora com nossa programação normal.

terça-feira, 15 de abril de 2008

MA MAISON À LA CAMPAGNE

Lembra que eu disse que estava vindo para a casa de um amigo em Paris? Bom, eu menti: a casa não é beeem em Paris. Eu achava que era em Versailles, afinal o lugar perfeito para a realeza se hospedar. Mas aí estava era mentindo para mim mesmo: na verdade, a casa fica em Fontenay-le-Fleury, na “grande” Versailles, a uns 35 minutos do centro de Paris. Isto para quem souber o caminho, o que não era o nosso caso. Mesmo num carro munido com GPS, conseguimos nos perder várias vezes, e discutimos tanto que a relação quase que fica ali na estrada, estendida no chão. Mas afinal chegamos, e ficamos bouleversés. A casa é de um amigo francês que mora no Brasil, e o melhor da história é que ele não veio – temos tudo só para a gente até sábado! A primeira providência foi ir ao supermercado comprar víveres, e nessas horas bate a vontade de morar para sempre na França. Porque não basta ser manteiga: tem que ser beurre aux grains de sel de la Camargue. Não basta ser presunto: tem que ser jambon fumé de Paris. E assim por diante, sem falar na épicerie e na boulangerie ali do lado. Voltamos para o nosso chateau e preparamos um jantarzinho inesquecível, regado a Orangina Sanguine. Ah, e o programa dessa noite vai ser lavar roupa.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

AJOELHA E (YASMINA) REZA

Yasmina Reza é maior autora teatral da atualidade. Essa francesa de mãe húngara e pai iraniano não está interessada em revolucionar a linguagem nem em desconstruir a dramaturgia. Ela escreve bem, e ponto: seu texto limpo faz você rolar de rir enquanto fere como uma faca, e sua carpintaria esmerada faz com que suas peças corram sobre carretéis. Já tinha visto "Art" aqui em Londres mesmo, há mais de 10 anos, e fiquei embasbacado (depois foi montada no Brasil com Paulo Goulart, Paulo Gorgulho e Pedro Paulo Rangel). Acabo de chegar de seu novo espetáculo, "The God of Carnage" (algo como "O Deus da Matança"), estrelado pelo Ralph Fiennes e pela Janet McTeer, que foi indicada ao Oscar em 2000 mas é meio desconhecida entre nós. A situação abordada é incômoda, mas corriqueira: dois casais burgueses se encontram para discutir sobre seus filhos, que se engalfinharam no colégio. A conversa começa civilizada, mas logo descamba para uma enorme escaramuça sobre casamento, moral e os valores da civilização ocidental - e é uma comédia! Tomara que este texto seja logo montado no Brasil. É para se assistir de joelhos.

PRA QUANDO SÃO OS DOCES?

O Ítalo manda avisar que dia 30 tem festa do Madonna Online na The Week, para festejar o lançamento do "Hard Candy", o CD mais esperado do ano. Eu sou tão burro que quando li o e-mail pela primeira vez entendi que era uma festa online... Um lance tipo Second Life, olha só que coisa mais ano passado. Mas não, é uma festa em carne (hmmm) e osso mesmo, e quem estiver em SP nesta data não pode perder a chance de só dançar Madonna na pistona na TW. Visite o hotsite aqui. Os doces estão chegando!

DE OLHO EM LONDRES

Tenho medo de altura. Quando estou num lugar alto não me incomoda olhar para baixo, mas basta olhar para cima que eu desmaio. Só que não há vertigem que justifique perder o London Eye, a maior roda gigante do mundo, construída em Londres para celebrar a passagem do milênio. É mais alta que o Big Ben e deve ter uns trinta vagões, cada um maior que o bondinho do Pão de Açúcar. E leva meia hora para dar a volta completa; de longe, parece que está parada. Vamos ver se no ano que vem a Skol toma vergonha na cara e monta uma roda um tiquinho maior no Forte de Copacabana: a verdade é que a vista do Rio de Janeiro deixa Londres no chinelo.

domingo, 13 de abril de 2008

A OUTRA BOLENA

O que tem pra fazer em Londres num domingo à noite? Os teatros, incrivelmente, estão fechados. A maioria dos restaurantes também, o que é ainda mais incrível. Foi assim que arrastei meu marido Oscar para o cinema. Digo arrastei porque Oscar é contra ir ao cinema no exterior: "depois passa tudo no Brasil, não vamos desperdiçar essas duas horas". Mas a alternativa era voltar para casa, então eu venci. E fomos ver "The Other Boleyn Girl", que me surpreendeu. O que a série "Os Tudors" não consegui contar na primeira temporada, o filme resolve em duas horas - e ainda tem o bofão do Eric Bana, que eu acho muito mais yummy que o Jonathan Rhys-Myers. Mas a estrela aqui é mesmo a Natalie Portman, que encontra em Ana Bolena um papel dos sonhos. Ela trama, seduz, grita, chora, faz carão e é decapitada. O que mais uma garota pode querer?

É COMO AS MÃOS

(Ontem fomos a mais uma boate aqui em Londres, a Area, onde rolava uma festa da Space de Ibiza com DJs espanhóis e go-gos que dançavam tecktonik. A música estava ótima, tinha muita gente linda, alguma colocação, e de repente me senti quase em casa. E aí conheci um indiano muito simpático, com quem tive um papo interessante...)
- How old are you?
- 35, and you?
- How much do I look like I am?
- Hmm... 44.
- Bitch! You almost got it right. I'm 47. But I was expecting you'd say I don't look a day over 29...
- It's not the way you look. It's the way you talk. You sound like you've lived life.
- I sound old!!
(Foi então que eu realizei que não existe botox para a maneira como você fala. É como as mãos: sua pele pode estar aveludada como um pêssego, mas suas mãos sempre traem sua verdadeira idade. Bitch)

sábado, 12 de abril de 2008

MY PRECIOUS

Nunca fui fanático pelo "Senhor dos Anéis". Adorei os filmes (especialmente o primeiro), mas aquele papo de Galadriel e Legolas sempre me soou meio babaca. Mesmo assim, não resistimos e fomos assistir a versão musical para o palco, aqui em Londres. E foi exatamente o que eu esperava: absolutamente espetacular, e um pouqinho chato. As soluções cênicas são geniais, e a cena do dragão atacando o Gandalf é de arrepiar. Outros números lembram muito o Cirque du Soleil, como no clip aí em cima. Mas as músicas são todas fracas, e mesmo com os três volumes da história compactados de uma só vez, abundam os momentos enfadonhos. Mas não há de ser nada: segunda-feira vamos ver Ralph Fiennes, wu-huu.

A ILHA DOS PRAZERES

Sabe o que quer dizer "Londres"? Longe. "Londinium", longe de Roma - foi assim que os romanos batizaram a mais longínqua capital provincial do império. Hoje em dia Londres não é mais periférica, e sim o epicentro de muitas esferas do universo. A energia da cidade deixa Lisboa com cara de aldeia alentejana. Chegamos ontem à noite a Londres, e estamos hospedados na casa de um amigo em Pimlico. Pegamos um ônibus "double-deck" para a região de Leicester Square, e tive a sensação de estar entrando na Ilha dos Prazeres, para onde o Pinóquio foge com seu amiguinho ruivo. Lá eles jogam bilhar, fumam charutos e nunca precisam ir à escola - claro que depois todos se transformam em burros. O centro de Londres tem tanta luz, tanta gente na rua nesse início de primavera, que se fica até desnorteado. Jantamos no Balans, um restaurante straight-friendly, e depois de uns gorós nos jogamos pra Fire, em Vauxhall. A música estava in-crí-vel (adorei um remix de "Touch My Body" da Mariah Carey, veja só) e o nível de beleza dos mancebos, surpreendente. Um deles me encantou: mais de dois metros de altura, magro, louríssimo, parecia saído diretamente de um livro do Harry potter. Prestando mais atenção, daria até para sacar se ele era de Griffindore ou de Slytherin.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

LISBOA, NÃO SEJAS FRANCESA

Eu me mudaria para Lisboa amanhã. Brazucas que vivem em Portugal reclamam dos serviços e da mentalidade retrô dos habitantes, mas acho que os encantos da cidade compensam. Ontem, nosso último dia completo aqui, fizemos de um tudo. Começamos com um pouco de turismo, primeiro no lindo (e inacabado) Palácio da Ajuda, tão pouco badalado que éramos os únicos vistantes. Depois descemos a pé até Belém, onde, depois de um inevitável pastel, conhecemos a coleção Berardo no moderno Centro Cultural. Daí toca pro Chiado fazer comprinhas, e arrematamos com petiscos na Garrafeira de Alfaia, no Bairro Alto. O jantar de despedida foi na Bica do Sapato, que eu morria por conhecer há anos. E não me decepcionei: a comida é sensacional, e o décor ainda mais. Hoje ainda deu tempo de subir a pé até o Castelo de São Jorge e conhecer as ruínas de um teatro romano pelo caminho. Ah, Lisboa, eu me mudava para cá ontem.

AH, “TÁ” BOM ENTÃO

O André Fischer manda avisar que na próxima terça, dia 15, começa mais um ciclo de filmes do Festival Mix Brasil no Canal Brasil, às 23:30. E a estréia não podia ser mais retumbante: “Tá”, do brasileiro Filipe Scholl, que venceu o prêmio Teddy Bear de melhor curta-metragem de temática gay no último festival de Berlim (e também o Mix do ano passado). Reprisa domingo, à meia-noite. A não perder.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

COMO UMA DEUSA

O público exigiu, e lá vamos nós com mais José Castelo Branco. Já são 19 comentários até agora, e começou uma pequenina polêmica. Um anônimo (sempre eles...) escreve que "a "bicha" como lhe chama provém de uma família de Moçambique e é irmão do coronel na reserva, Sérgio Maria Castelo Branco da Silva Vieira, destacado político, escritor, professor universitário, investigador, ex-ministro, etc. de Moçambique. Como pode ver a bizarria da aparência é apenas isso, aparência." Ah, então eu não posso falar do Zé Castelo porque o IRMÃO dele é um destacado político, etc.?? Hellooo? E quem disse que eu estou falando mal do gajo? Estou é fascinado por ele. Qualquer pessoa que não tem medo do ridículo merece toda minha admiração.
Ah, e o Peter, um leitor assíduo, mandou um comentário completo sobre o assunto (e longo demais para reproduzir aqui - vai lá ler, vale a pena). Ele me lembrou que o Zé começou sua "carreira" como a drag Tatiana Roumanova, e que foi o vencedor da "Quinta Das Celebridades", espécie de "Casa dos Artistas" luso que teve até a participação do Alexandre Frota (claro que os dois se beijaram).
E agora um update: depois de tentar se enforcar na prisão, Maria das Dores, (a mãe de David Motta, o "aprendiz" de Castelo) foi condenada a 23 anos pelo assassinato do marido, morto por asfixia e pauladas por seu amante, um motorista brasileiro, e um comparsa. Bota Almodóvar nisso.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

TAWNY GOES

Como se não bastassem as passagens, os hotéis, os traslados, os restaurantes, os presentinhos, nosso gentil anfitrião achou que ainda era pouco e resolveu nos brindar com... vinho. Ontem à noite, antes do jantar-oficial de aniversário na Pousada de Santa Maria do Bouro, tivemos uma aula-degustação sobre vinho do porto. Aprendemos que o tawny ("aloirado") e o ruby nascem da mesma cor, mas o primeiro é deixado oxigenar em cascos de madeira, enquanto o outro é logo engarrafado para manter os aromas de origem. Que o vintage deve ser aberto umas quatro horas antes de ser bebido, e aí bebido todo de uma vez: não deve ser guardado pela metade. Que o porto rosé lançado há pouco tempo é um sacrilégio... Depois nos regalamos com bacalhau na broa e doces conventuais. E hoje a esbórnia gastronômica continuou: na volta a Lisboa, paramos para almoçar em Lousã, no Palácio da Viscondessa (hoje um hotel). Já na capital, reencontrei minha ex-cunhada Nini e um bando de amigos modernos para um jantar animadérrimo na Brasserie de l'Entrecôte, e arrematamos com umas ginjinhas na rua das Portas de Santo Antão. Pois dar de beber à dor é o melhor, já dizia a Mariquinhas.

PENEDA-GERÊS

Serra!
E qualquer coisa dentro de mim se acalma...
Qualquer coisa profunda e dolorida,
Traída,
Feita de terra
E alma.

Uma paz de falcão na sua altura
A medir as fronteiras:
- Sob a garra dos pés a fraga dura,
E o bico a picar estrelas verdadeiras...

(Miguel Torga, “Pátria”, 1942)

terça-feira, 8 de abril de 2008

O PANELEIRO ALFACINHA

José Castelo Branco é a bicha mais sensacional de Portugal, e não estou usando a palavra “bicha” no sentido que tem aqui, que é “fila” (para dar um sabor mais local, talvez eu devesse usar “paneleiro”). O cara tem uns 45 anos, mas acha que parece menos porque fez zilhões de plásticas – na verdade, elas o transformaram no filho bastardo de Regina Guerreiro com Michael Jackson. Sua profissão é meio indefinida: marchand, comentarista de TV, maquiador, who cares? Como aquelas bichas à moda antiga (e, hélàs, algumas atuais), ms. Castelo Branco é casado com uma mulherrr, tão plastificada quanto ele, e que atende pela alcunha de Lady Betty. Os dois têm um filho de 19 anos até bem bonitinho, e que tenta fazer um ar nonchalant nas fotos.

Esta semana La Castelo está na capa da “Lux”, a “Caras” lusitana, junto com o “amigo” David Motta, de apenas 21 aninhos. A manchete da revista é “Estão a viver juntos!”. Mas antes que alguém pense mal dos dois, a história é logo esclarecida – e piora muuuito. A mãe do David, Maria das Dores (que eu não descobri se é atriz, cantora, socialite, who cares?) está presa há mais de um ano, acusada de ter encomendado a morte do marido, e mandou uma carta desesperada para José , que a revista publicou na íntegra. Lá implora ao melhor “amigo” do filho que dê guarida ao pobre Davidzinho, e quem sabe outras coisinhas mais. A reportagem é ilustrada com fotos dos dois pombinhos escolhendo modelitos no guarda-roupa e indo a um desfile de moda, enquanto a mami apodrece na cadeia. Adoooro, e José Castelo Branco já é meu novo ídolo: perto desse alfacinha, Clodovil parece Rambo.

COMENDO PORTUGAL

Vou voltar uma pipa para o Brasil, ainda maior do que saí. Ontem tomamos café da manhã no sul de Portugal, almoçamos no região central e jantamos no norte. Vamos aos detalhes…
Nosso gentil anfitrião nos enfiou a todos, nada menos que 28 pessoas, num moderno autocarro, com três destinos indefinidos. A primeira parada logo se revelou: foi a Quinta das Lágrimas, em Coimbra, que tem este nome porque em seus jardins está a Fonte das Lágrimas (e também a dos Amores), onde Inês de Castro vinha fornicar com o infante d. Pedro no século 14. Comemos pintada, vulgo galinha d’angola, o que gerou piadinhas infames como “você gosta de pintada?” ou “se você não comer tudo, vai levar pintada em casa?”
Ao anoitecer chegamos à mui leal cidade do Porto, onde tivemos duas horinhas para passear. Revisitamos a catedral e nos perdemos nas lindas ruas comerciais do Bolhão, cheias de prédios em art nouveu. Depois fomos à histórica livraria Lello, e jantamos no Foz Velha – um restaurante moderno numa casa antiga do bairro da Foz. Cara, ninguém faz carne como fazem em Portugal: acho que é a vinha d’alhos, só sei que lambi o prato. Para encerrar a ementa, uma verdadeira guerra de sobremesas, com destaque a um sorvete de queijo da Serra da Estrela (sim, você leu direito).
Mais uma hora e meia de autocarro e chegamos, já de madrugada, ao nosso destino-surpresa final: a Pousada de Santa Maria do Bouro, perto de Amares, na região do Minho. Um convento da Idade Média reconstruído como design hotel. Amanhã tem mais.