quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

BONECAS DO INFERNO

Olha só quem andou espionando meu perfil no Orkut: as DOLLS! Não, não as Pussycat Dolls, porque Nicole Scherzinger e suas meninas têm mais o que fazer. Mas sim uma dupla de cachorras brasileiras, a Grazy e a Jessy-K (adoooro, quem inventa esses nomes?), que cantam uma musiquitcha inacreditavelmente pentelha chamada "Infernizar Você". Bom, elas conseguiram: eu adoro música trash, mas tudo tem limite. Quem quiser descer aos infernos pode visitar o site das barangas e baixar duas versões desse grande sucesso, a "normal" e o "eletro house mix" - assim mesmo, sem "c" em "eletro". Depois não diga que eu não avisei.

STRIKE A POSE

Aliás, meu Orkut anda bombando mais que a Benazir: recebi também um scrap me convidando para ser modelo!! Hahaha, só se for para aqueles anúncios tipo "eu era assim" (aí entra a minha foto), "fiquei assim" (foto do Cauã Reymond). Óbvio que é armação para forçar uns coitados/as a torrar uma grana para fazer um book. O mais hilário é a pessoa que assina o scrap, que tem a cara-de-pau de se chamar nada menos que... Bruno Vogue. Hahaha, deve ser da família Vogue lá de Nova Iguaçu, ou quem sabe dos Vogue de Jaguariaíva?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

RASGUEI MINHA FANTASIA

Sempre sonhei que minha estréia na avenida seria na frente da bateria, com uma gargantilha escrita “Oscar” em volta do meu pescoço. Qual o quê: neste domingo adentrarei a Sapucaí a bordo dessa inacreditável fantasia de “Beijo de Língua”, que mais parece um stafilococcus aureus. Como se não bastasse, o enredo da Viradouro, “É de Arrepiar”, junta num balaio só tudo o que causa frisson, de um beijinho no cangote ao holocausto nazista. Sim, você leu direito: a brava escola de Niterói vai trazer para o Sambódromo todo o encanto e a magia dos campos de concentração. A comunidade judaica já está chiando, e lá vamos nós para mais uma noite de babado e confusão.

EU SOU O SAMBA

Remando contra a maré paulistana que vai inundar Florianópolis durante o périplo de Momo, vou mesmo para o Rio, já que meu contrato obriga. Neste carnaval, além da jogação habitual em boates e label parties, vou fazer algo inédito: desfilar numa escola de samba. Junto com mais 10 amigos, sairemos pela Viradouro na madrugada de domingo para segunda. Não sei sambar, não sei cantar o samba da escola e, last but not least, vou perder o Offer na B.I.T.C.H. Mas não dá pra recusar um Sambódromo, né não? Seja o que Deus quiser. Enquanto isso, vou aquecendo os tamborins com os dois novos sets do DJ Guto Rodrigues, que aliás faz aniversário hoje e está com um site recauchutado que ficou lindão. Curioso que o set de tribal foi DEZ vezes mais baixado que o de house… é tendência?

1 HORA, 49 MINUTOS E 25 SEGUNDOS

Não tenho o chip mental adequado para achar "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" uma maravilha. Esse filme romeno ganhou a Palma de Ouro em Cannes no ano passado e era o favorito para o Oscar de Filme Estrangeiro até ficar de fora da lista dos nove semi-finalistas. Acho que sou como os velhinhos da Academia: vou ao cinema para me divertir. O diretor Cristian Mungiu cria um clima de ultra-realismo, sem trilha sonora e com personagens secundários dizendo coisas que não têm nada a ver com a trama principal. Mas o tema barra-pesada - um aborto clandestino - faz com que a experiência seja especialmente árdua. Veja bem, não acho que tudo tenha que ser "Xanadu", para eu sair saltitando do cinema. Gosto de filmes-cabeça e sou a favor do aborto, mas "4 Semanas..." me pareceu tão agradável quanto uma curetagem mal-feita.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

JÁ NÃO TE SUHARTO MAIS

Deus atendeu as nossas preces e parou de matar só gente bacana. Anteontem morreu o ex-ditador da Indonésia, o Suharto (naquela parte do mundo ainda são comuns pessoas com um nome só, sem sobrenome). Ele governou por mais de 30 anos, e deixou um legado pra lá de controvertido. Conseguiu manter a unidade física do país e garantir bons índices de crescimento econômico. Mas… (e sempre tem um mas) …roubou pra carái, reprimiu a oposição com brutalidade e matou um número tão grande de pessoas que a conta pode chegar a milhões. Treinado pelos japoneses durante a 2a. Guerra, Suharto era um adepto da selvageria: sua invasão do Timor Leste em 1975 massacrou quase metade da população da pequena colônia portuguesa.

A Indonésia é um país meio artificial. Na verdade, é um império: a ilha de Java, a mais populosa, domina cultural e economicamente as outras. Até mesmo o idioma javanês mudou de nome em prol da integração nacional: hoje ele se chama bahasa indonesia. Colonos javaneses são “exportados” para os rincões mais remotos do arquipélago, num processo de aculturação parecido com o que a China faz no Tibete. E as dezenas de revoltas separatistas – de Aceh, na Sumatra, ao Irian Jaya, na Nova Guiné – são reprimidas a mão de ferro. A exceção que confirma a regra é, obviamente, o Timor Leste, que conseguiu sua independência amparado pela comunidade internacional (o Brasil teve grande participação nesse processo, e ainda tem. Bra-sil! Bra-sil!).

Agora, será viável um Timor Leste independente? Ocupando metade de uma ilha pequenina, Timor pode se tornar em breve mais um estado falido à la Haiti. E, apesar dos pesares – e de uma militância islamo-fascista crescente – a Indonésia é hoje uma democracia. Torço para que os javaneses percam sua arrogância, e esse arquipélago maravilhoso, terra do batik e dos cigarros de cravo, continue estável, seguro e mandando ver no gamelan. Terima kasih, tô indo nésia (ai...)

LIBEROU GERAL

A Igreja Católica está precisando contratar uns advogados melhorzinhos. A Arquidiocese do Recife entrou na Justiça tentando barrar a distribuição da “pílula do dia seguinte” durante o carnaval, e seu grande argumento era… “a lei de Deus, superior à dos homens”. Francamente. Essa intromissão nos assuntos do estado laico é típica do catolicismo, que quer meter seus grilhões até mesmo em quem não segue a religião. Ainda bem que o juiz não era carola, e os foliões pernambucanos poderão trepar à vontade.

A PLACE WHERE NOBODY DARED TO GO

O Zeca Camargo, que partilha da minha obsessão macabra por "Xanadu", chegou de Nova York e me trouxe o CD do "Original Broadway Cast Recording", que ainda não havia saído quando eu vi a peça em setembro. Desnecessário dizer que estou ouvindo sem parar, apesar dos vocais esganiçados - que funcionam melhor no palco - às vezes beirarem o insuportável. Não importa: TODAS as 14 músicas são ótimas (além das 10 "oficiais" do filme, foram acrescentados alguns pseudo-clássicos da Olivia Newton-John e da Electric Light Orchestra). Algumas faixas podem ser ouvidas no MySpace do espetáculo (Genrinho, ouça "Magic" até o fim!). "Xanadu" para mim é pure bliss, e eu não consigo parar de cantar por dentro: Now that I' here, now that you're here...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

FILÉ À CHATEAUBRIAND

Nunca pensei que diria isso algum dia, mas virei fã do Bruno Chateaubriand. Ele deu uma entrevista sincerinha e corajosa às páginas amarelas da "Veja", contando sua trajetória "a nível de" homossexual. É uma história que se parece com milhares de outras (inclusive a minha), mas é sempre bom quando alguém se expõe na grande imprensa sem aquele papinho de "não aceito rótulos". Bruno tem carradas de razão quando diz que ser gay não é opção, um mito ainda bastante difundido, e marca outro ponto quando afirma que as paradas "de orgulho" não têm o respaldo de um movimento forte que conquiste avanços reais para a causa. Como se não bastasse, ele e seu marido André Ramos repaginaram os cabelos e estão muito mais bonitos e elegantes. You go, girl!

NOSSO HOMEM EM BEIJING

Raul Juste Lores já foi correspondente da "Veja" em Buenos Aires, editor internacional da mesma revista, repórter da "Folha de São Paulo" e apresentador do "Jornal da Cultura". Agora ele atinge o ápice de sua carreira, ao se tornar o correspondente deste blog na China (nas horas vagas, Raul também vai mandar umas notinhas para a "Folha"). Acho que, para um jornalista, não há neste momento um lugar mais interessante no planeta do que Beijing, ainda mais em ano de Olimpíada. Raulito literalmente chegou lá, com noções rudimentares de mandarim, mas também com o charme e o veneno que lhe são peculiares. Como diz um provérbio chinês, "que sua boca seja afiada como uma adaga, mas seu coração macio como o tofu". (juro que não estou inventando! duvida? clique aqui)

domingo, 27 de janeiro de 2008

RODA E AVISA

A roda gigante que a Skol instalou no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, é uma coooisa. O espaço embaixo dela inclui um lounge e uma pista de dança; se o Exército autorizasse, poderia ser a locação da melhor X-Demente de todos os tempos (as if...). Mas o melhor mesmo é a vista lá de cima, de um ângulo que nem os cariocas estão acostumados. Fora que à noite são projetadas imagens psicodélicas no centro da roda, que fica parecendo aquele olho místico do "Senhor dos Anéis". Vai só até o dia 10 de fevereiro, mas as filas andam rápido - talvez pelo preço salgado dos ingressos, que, dependendo da hora, podem chegar a 30 reais. Mas vale a pena! Roda mundo, roda gigante, roda moinho, roda pião...

FEIJUCA CHIC

Minha amiga Marta Matui é a convidada ideal: não só ela ajuda a passar o rodo no chão da cozinha do apê carioca, como ainda traz convites para a feijoada da "Vogue" no Copacabana Palace. Chegamos cedo, às quatro e pouco da tarde, e ainda não havia quase ninguém - só mesmo no Rio para um evento que teoricamente é um almoço só engrenar pra valer lá pelas seis. Tinha roda de samba, pastel e caldinho de feijão; não fosse pelo terraço suntuoso do Copa, diria-se que estávamos numa comunidade. Acho que sou hétero enrustido, porque me impressionei com a quantidade de mulheres lindas. E a produção estava impecável, assinada por Cacá Ribeiro e seu imediato Marcos Carioca. Adorei os garçons servindo sorvetes de casquinha, e me empapucei tanto que cheguei em casa e desmaiei na cama. Já é carnaval.

sábado, 26 de janeiro de 2008

SHOW DO GONGO

Gonga la gonga! Gonga gonga gonga!! Tava demorando. Depois de gongarem lá nos comentários blogueiros ilustres e amigos como o Ítalo, a Libanesa, o Alexandre Lucas e o Alê Bessa, finalmente chegou a minha vez. Anônimos (sempre eles...) acham a maior graça em mandar insultos e denúncias, sem se dar conta que nas entrelinhas estão dizendo: "Tony, eu acho você o máximo, porque eu sou feio e fracassado; eu queria ser como você, Tony, porque EU TE AMO". Não apago os comentários ofensivos porque acho que faz parrrte, e também porque minha tropa de elite de amigos e admiradores me defende muito bem. Enquanto isto, faço minhas as palavras de minha ídala, Atia dos Julii, no último capítulo da série "Roma" da HBO: "I know who you are. I can see. You’re swearing now that someday you’ll destroy me. Remember: far better women than you have sworn to the same. Go look at them now."

Update: Gentem precisei ativar a moderação dos comentários. Não gosto de apagar nada, acho que todo mundo tem o direito de se expressar e qualquer opinião é válida. Mas as coisas ficaram pesadas demais. Tem até gente tentando me comprometer no meu trabalho (mal sabem eles, kkkk). Então, pelo menos até a poeira baixar, vou ter que moderar os comments. Também dei uma editada no texto aí de cima, pois aquele trecho em que eu citava a sala VIP da TW e a executiva da American era realmente too much. Isso é o que dá postar bêbado: eu tinha acabado de chegar da feijoada do Copa, tava briaco total. Peço desculpas pela derrapada e prometo melhorar.

DIRETO AOS FINALMENTE

Desde que morreu Paulo Autran, quem foi para o trono de maior ator brasileiro vivo? Eu não tenho a menor dúvida: Marco Nanini, muito mais versátil que o Latorraca e beeem menos narcisista que o Fagundes. Nanini se lançou a um desafio temerário: ele está em cartaz no Rio com "O Bem-Amado", a peça de Dias Gomes que depois virou novela e série de TV. Não é para qualquer um recriar um papel que, na memória coletiva do Brasil, vai estar para sempre associado a Paulo Gracindo. Mas Nanini se sai incrivelmente bem. O texto foi atualizado com citações aos sem-terra e às CPIs, e a direção impôs um ritmo ágil - o espetáculo dura reles 80 minutos. E a platéia ri à pampa, porque, afinal de contas, Odorico Paraguassu continua vivo e bem-disposto com seus "emboramente" - dentro e fora do palco.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

QUATROCENTOS E CINQUENTA E QUATRO ANOS

Moro em São Paulo como se tivesse dado o golpe do baú: estou aqui por dinheiro, não por amor. Sei que vou comprar briga com muita gente, mas SP está longe de ser uma cidade apaixonante. Claro que tem inúmeras qualidades: farta oferta cultural, restaurantes sensacionais, vida noturna trepidante. Mas veja bem, mesmo o lado bom da cidade só é bom mesmo para quem tem dinheiro. Seria injusto cobrar a beleza física de um Rio de Janeiro – mas porque São Paulo não pode ter o charme e a civilidade de Buenos Aires, por exemplo? Somos mais ricos que os portenhos.

A culpa, claro, é nossa, os moradores da cidade (até hoje não me assumo como paulistano, apesar de trabalhar e votar aqui). Por quê não cuidamos melhor dela, por quê não cobramos mais dos governantes? São Paulo tem, por exemplo, um asfalto de quinta categoria em suas ruas, todo engruvinhado e remendado. Em nenhuma metrópole da América Latina é assim, e olha que eu conheço quase todas. Mas a gente vai se acostumando, e o asfalto ruim acaba virando um fato da vida. Outro fenômeno tipicamente paulistano são os motoboys, filhos do trânsito permanentemente engarrafado com o enorme excedente de mão-de-obra não-qualificada. Tod mundo se queixa deles, mas ninguém vive sem.

Hoje São Paulo faz 454 anos. Parabéns, claro: é sempre divertido ver aquele bolo imenso ser trucidado em segundos, e é motivo de orgulho ver que, com tanta gente do mundo inteiro, finalmente estamos nos tornando cosmopolitas. Mas se o SP TV me perguntasse o que eu daria de presente para a cidade, eu responderia: uma passagem para o Rio de Janeiro, que é onde vou passar o feriado. E onde pretendo me aposentar - ninguém merece ser velho em São Paulo.

MEMBER OF THE ACADEMY

Graças à minha contribuição aos roteiros de “Avassaladoras” e “Gatão de Meia-Idade”, esses dois pilares da moderna cinematografia nacional, consegui ser aceito na Academia Brasileira de Cinema. Isso quer dizer que tenho direito a dois convites para a festa de entrega dos prêmios para os melhores do ano, e também posso votar nos ditos cujos. Esta semana começou o 1o. turno da votação relativa a 2007, de onde sairão os cinco indicados em cada uma das categorias. Para melhor filme, votei (pela internet) em “Tropa de Elite”, “Cidade dos Homens”, “Anjos do Sol”, “Saneamento Básico” e “Proibido Proibir” (antes que alguém me acuse, sim, assisti a todos esses, no cinema, e também a muitos outros mais; não, não vi todos os filmes brasileiros de 2007, pois isto seria impossível – e cruel, hahaha).

A Academia Brasileira existe há uns cinco anos, mas a maioria das pessoas nunca ouviu falar dela. E um prêmio só é importante quando reflete no sucesso financeiro do premiado, I’m sorry. O Oscar, o Grammy e até mesmo o Nobel (de literatura) só são o que são porque ajudam as vendas de seus eleitos. O que falta para a Academia, então? Suas escolhas costumam ser corretas, e seus membros (apesar da minha presença) são mesmo os maiores profissionais do cinema tupiniquim. Falta, pra começar, um nome catchy: todos os prêmios famosos têm um. A França tem o César, a Espanha tem o Goya, a Argentina tem o Martín Fierro. Porque nossos prêmios não podem se chamar, por exemplo, Grande Otelo? “Fulana ganhou o Grande Otelo” soa bem melhor que “Fulana ganhou o Grande Prêmio da Academia Brasileira de Cinema”. Além disso, a Globo – que através da Globo Filmes é responsável por 99% dos sucessos nacionais – deveria transmitir a cerimônia em horário nobre, com tapete vermelho, números musicais e muita pompa e circunstância. Em muitos países é assim, e essa festa toda só faz bem para a indústria. Por quê será que o cinema brasileiro reluta até hoje em assumir seu lado glamouroso - e também o lado comercial?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A MULHER DIABLO

Nunca vi um roteirista ficar tão conhecido em tão pouco tempo; aliás, acho que nunca vi um roteirista ficar conhecido, period. Mas Diablo Cody (nome artístico de Brooke-Busey Hunt) virou celebridade por um único filme, o multi-indicado “Juno”, e ganhou até uma coluna na revista “Entertainment Weekly”. Tá certo que ela já era ligeiramentante famosa antes disso: largou uma carreira na propaganda para se tornar stripper, depois escreveu um livro sobre a experiência e foi entrevistada pelo David Letterman. Claro que ajuda ter um senso aguçado de marketing: Diablo está em todas, aparentemente promovendo o filme, mas evidentemente se auto-promovendo. E claro que também ajuda ser linda e fotogênica. Mas Diablo escreve bem pra valer, e tira sarro de tudo e todos (principalmente de si mesma). Já tem mais três filmes em produção, e é garota da hora. Agora, quem sabe se eu largar minha carreira em propaganda e me tornar stripper

FAZ SENTIDO

Hoje recebi um e-mail misterioso, vindo de um site de que nunca tinha ouvido falar. Passado o medo de que fosse algum vírus, cliquei e caí no SentidoG, uma espécie de MixBrasil de habla hispana. Primeiro pensei, será que preciso de mais um site deste tipo? Mas muitas notícias do SentidoG são interessantes, justamente porque vêm da perspectiva de nossos hermanos: hoje, por exemplo, falam do neto de Salvador Allende que saiu do armário e da possível bissexualidade de Hugo Chávez (eew!). Já adicionei aos links aí do lado, e vou visitar de vez em quando. Que Telesur que nada: é assim que se faz a integração latino-americana.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

NUEVA OLA

Para quem acha que o pop mexicano se resume ao RBD e similares, Maria Daniela y Su Sonido Lasser é um choque de 300 volts. Apesar do nome quilométrico, trata-se de uma dupla formada pela vocalista Maria Daniela (dãã) e o tecladista Emilio Acevedo. E o som parece uma mistura de B-52’s com eletrônica e folclore norteño: tem várias faixas disponíveis para audição e download no perfil do MySpace da banda. Trouxe o novo disco deles, “Juventud en Éxtasis”, e admito que não consigo ouvir tudo de uma só vez – me dá uma dor de cabeça…

MAL CRIADA

Por sua integridade e coragem, Marina Silva parecia ser uma das poucas pessoas inatacáveis do governo Lula. Não é mais: a presença da ministra do Meio Ambiente num simpósio pró-criacionismo e sua defesa de que essa tese obscurantista deve ser ensinada nas escolas, em pé de igualdade com a teoria da evolução, acabam de lhe manchar a reputação. Que ela seja evangélica, carola, ou acredite no spaghetti monster, vá lá – a constituição garante a liberdade de culto. Mas ciência não é “democracia” – as pessoas não podem “votar” no ensinamento que mais lhes aprouver. E a verdade é que há muito tempo a evolução deixou de ser uma teoria; suas provas abundam, enquanto que o criacionismo (ou sua nova embalagem, o “design inteligente”) não resiste a dez minutos de argumentação científica séria. Fora, Marina Silva: a ministra de uma pasta tão ligada à natureza não pode se pautar por contos da carochinha.

A BRUXA ESTÁ SOLTA

E não é aquela boazinha da novela "Lalola", que transforma homem em mulher. Essa que está por aí ceifa gente que estava no comecinho, ainda cheia de amor pra dar. Anteontem foi o Tourinho, ontem foi o Heath Ledger - um ator lindo e fantástico que estrelou um dos filmes-chave da nossa época, "Brokeback Mountain". Ainda o veremos no meio do ano como o Coringa do novo "Batman". Mas a tão falada continuação de "Brokeback", onde o personagem Ennis del Mar finalmente sairia do armário, provavelmente foi pro espaço. Bom, por esta semana já chega, né, Papai do Céu? Não queremos perder mais ninguém. Tanta gente melhor (ou pior) pra ser levada embora...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

SANGUE E AREIA

O que é a tecnologia, hein? Há dez anos atrás, Steven Spielberg recriou o desembarque das tropas aliadas na França (para "O Resgate do Soldado Ryan") com milhares de extras, milhões de dólares e muitos dias de filmagem. No ano passado, três designers ingleses levaram quatro dias para refazer a cena, o épico "dia D", para o especial "Bloody Omaha" da BBC. O making of acima, um sucesso do YouTube, não diz quanto foi gasto. E também não sabemos quantos dias levou a pré-produção, que teve que ser minuciosa, nem a pós, com horas e horas de computadores gerando imagens. Mas é realmente impressionante, e a montagem é super bem-humorada - repare na cena em que uma mulher a cavalo invade uma cena. Ah, e a trilha chocrível é "Two Tribes", do Frankie Goes to Hollywood, a mesma banda do clássico "Relax". Relaxe, são só quatro minutos.

TELA QUENTE

O Deco, um dos leitores mais fiéis desse blog, me mandou convite para a vernissage da exposição "São Paulo em Foco", que acontece hoje no saguão do WTC São Paulo, aquele prédio de escritórios que fica em cima do Shopping D&D. É uma homenagem ao aniversário da cidade, mas fica em cartaz até 29 de fevereiro. Um dos artistas expostos é seu namorado Carlos Avelino, que além de excelente caricaturista e animador, também tem um trabalho incrível de pintura. Vou dar um pulinho lá, Deco: me aguarde.

FRAMBOESAS ASSASSINAS

Acabam de sair as indicações para o Oscar, e eu dei uma atualizada no post aí embaixo contando quantos “pontos” meus palpites fizeram. Ontem também anunciaram os indicados para os Golden Raspberries, as Framboesas de Ouro ("carinhosamente" conhecidos como "Razzies"), para os piores do cinema americano em 2007. O páreo está duríssimo: Lindsay Lohan concorre contra ela mesma pelo mesmo filme, o abominável “I Know Who Killed Me”, onde faz um par de gêmeas tresloucadas. A comédia homofóbica “Eu vos Declaro Marido... e Larry” também levou uma penca de indicações, bem-feitooo. Vale a pena visitar o site dos Razzies e conferir a lista completa; afinal, as framboesas costumam deixar uma mancha nas carreiras dos agraciados que é bem difícil de tirar.

UM GIGANTE

Luiz Carlos Tourinho era pequenininho como seu nome sugere, mas também enorme em talento como manda o clichê. Trabalhamos juntos em 1999, num piloto de sitcom para a Columbia, e brigamos logo de cara: ele não concordava com a linha que eu queria que seu personagem seguisse (eu era o autor e executive producer da série, olha só que luxo). Eu "venci", e ele, super-profissional, deu um show, transformando até as falinhas bobas em piadas de rolar de rir. Tourinho morreu ontem de manhã, de aneurisma cerebral, e eu estou perfeitamente chocado. No lugar dele fica um buraco imenso, e aquela sensação besta de que o melhor de sua carreira ainda estava por vir.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

CORRA, LALOLA, CORRA

Desde "Vale Tudo", de 1988, que não tenho a menor vontade de acompanhar uma novela. Ainda mais argentina, e ainda menos no SBT. Mas "Lalola", que estréia hoje à noite no canal do Sílvio Santos (em dois horários: 20:15 e 21:45 - coisas do Sílvio) atiçou minha curiosidade. Acho o roteiro muito mais interessante que crianças que se transformam em lobisomens: em "Lalola", um homem se transforma em mulher. O jornalista Lalo é um mulherengo e destruidor de corações, até que destrói o coração da moça errada. Para se vingar, ela contrata uma bruxa que joga sobre ele um terrível feitiço. Lalo acorda um belo dia e descobre que não tem mais pipi (veja a cena aí embaixo). E então, já como Lola, ele descobre na pele a dor e a delícia de ser mulher - chegando mesmo a se apaixonar por um colega de escritório bem gostosón. Já sei, o cinema já contou essa história um bilhão de vezes (inclusive no Brasil, em "Se Eu Fosse Você"), mas a novela chega por aqui embalada em críticas ótimas e um enorme sucesso em vários países. Vou ter que conferir.

ÁREA PARA NÃO-FUMANTES

Meu marido Oscar fuma feito uma chaminé. Já esgotei os argumentos para tentar convencê-lo a largar o cigarro: faz mal para a saúde, custa caro, deixa gosto ruim na boca, envelhece a pele (este último quase deu certo). Quem sabe esse ótimo anúncio aí do lado (que é grego, apesar do título em inglês) me ajude a sensibilizá-lo.

CHOU DA CHUCA

Nada como um erro de digitação para transformar uma notícia banal numa piadinha semi-constrangedora. Olha só que saiu hoje no Globo Online: "Chuca causa alagamento na Voluntários da Pátria". Duvida? Então clique aqui. Esperamos que, pelo menos, tenha ficado tudo bem limpinho. (Daniel, obrigado pela dica!)

domingo, 20 de janeiro de 2008

INDICANDO AS INDICAÇÕES

Sou viciado em sites que fazem previsões para o Oscar, como The Film Experience ou Movie City News. Acompanho o ano inteiro o sobe-e-desce dos nomes cotados para os prêmios, e quando o momento das indicações se aproxima (vai ser nesta terça, dia 22, por volta do meio-dia e meia), já tenho uma boa idéia de quem serão os felizardos. Na lista aí de baixo estão os prováveis escolhidos para as principais categorias: cinco favoritos e três azarões. Qualquer nome fora desses oito será uma enorme surpresa. Tentei usar os nomes em português dos filmes para não parecer mais esnobe do que já sou, mas tem alguns que eu não sei ou simplesmente não lembro. Lá vai:

Melhor Filme
Conduta de Risco
Desejo e Reparação
Juno
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro
alternativas: O Escafandro e a Borboleta, Na Natureza Selvagem, Sweeney Todd

(Update 22/01: acertei TODOS, nhénhénhé)

Melhor Diretor
Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)
Tim Burton (Sweeney Todd)
Joel Coen & Ethan Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Julian Schnabel (O Escafandro e a Borboleta)
Joe Wright (Desejo e Reparação)
alternativas: Tony Gilroy (Conduta de Risco), Sean Penn (Na Natureza Selvagem), Jason Reitman (Juno)

(Update 22/01: entraram as alternativas Gilroy e Reitman, saíram Burton e Wright. Grrrr.)

Melhor Ator
George Clooney (Conduta de Risco)
Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)
Johnny Depp (Sweeney Todd)
Emile Hirsch (Na Natureza Selvagem)
Viggo Mortensen (Senhores do Crime)
alternativas: Ryan Gosling (Lars and the Real Girl), Tom Hanks (Charlie Wilson’s War), James MacAvoy (Desejo e Reparação)

(Update 22/01: primeira supresa. Não esperava Tommy Lee Jones por "No Vale das Sombras", no lugar de Emile Hirsch. Apesar do choque, indicação merecida)

Melhor Atriz
Julie Christie (Longe Dela)
Marion Cotillard (Piaf)
Angelina Jolie (O Preço da Coragem)
Laura Linney (A Família Savage)
Ellen Page (Juno)
alternativas: Amy Adams (Encantada), Cate Blanchett (Elizabeth: A Idade de Ouro), Keira Knightley (Desejo e Reparação)

(Update 22/01: saiu Jolie, entrou a alternativa Blanchett. Hmm.)

Melhor Ator Coadjuvante
Casey Affleck (O Assassinato de Jesse James…)
Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez)
Hal Holbrook (Na Natureza Selvagem)
Philip Seymour Hoffman (Jogos do Poder)
Tom Wilkinson (Conduta de Risco)
alternativas: Tommy Lee Jones (Onde os Fracos Não Têm Vez), John Travolta (Hairspray), Max von Sydow (O Escafandro e a Borboleta)

(Update 22/01: acertei TODOS, nhénhénhé)

Melhor Atriz Coadjuvante

Cate Blanchett (Não Estou Lá)
Ruby Dee (O Gângster)
Saorse Roinan (Desejo e Reparação)
Amy Ryan (Medo da Verdade)
Tilda Swinton (Conduta de Risco)
alternativas: Catherine Keener (Na Natureza Selvagem), Kelly MacDonald (Onde os Fracos Não Têm Vez), Vanessa Redgrave (Desejo e Reparação)

(Update 22/01: acertei TODOS, nhénhénhé)

sábado, 19 de janeiro de 2008

PERDIDOS NO OCEANO

Cheguei todo pimpão ao balcão da Varig no aeroporto da Cidade do México e levei um choque: vôo cancelado! Como assim?? Mas antes que eu me jogasse no chão como é de rigueur no caos aéreo brasileiro, uma palavra de esperança: embarcaríamos todos num vôo da Ocean Air. Como assim?? Não era essa a companhia do avião que caiu na ilha de "Lost"? Respirei fundo e lá fui eu. A verdade é que os vôos das duas empresas estavam bem vazios, então juntaram todo mundo num só. E a Ocean Air nem é tão horrível assim. O avião era velho e as aermoças mais ainda, mas gentilíssimas. Comida e cinema a bordo eram umas bostas, mas é para essa essas horas que existe o iPod. E, apesar de certa turbulência na rota, consegui chegar a SP num pedaço só. Fiu.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

PINCHES MARICONES

Daqui a pouco vou para o aeroporto pegar o avião de volta para o Brasil. E deixei para o final o post que todo mundo estava esperando: a vida gay no México (confessa, vai!). Tenho vindo sempre para cá nos últimos sete anos, e as mudanças são visíveis. Há até bem pouco tempo atrás existia aqui um serviço de aluguel de namorada: o maricón tinha um churrasco da firma ou coisa que o valha, e não poderia comparecer sem uma hembrita a tiracolo. No problemo: era só ligar e escolher a sua puta-a-seco, e a reputação estava salva. Hoje a Cidade do México reconhece a união civil entre casais homossexuais, apesar da oposição da Igreja e dos conservadores. Enquanto isso, no Brasil tão liberal, ninguém toca no assunto.

A noite também melhorou muito. Em 2001, num acesso kassabiano, a Prefeitura do DF fechou um monte de antros (é assim que eles chamam as boates, não é o máximo?) pela cidade. Mas aí o governo mudou, e a bicharada chilanga conta hoje com, além de numerosas label parties, uma das melhores boates da América Latina, a suntuosa Living. Ela começou num casarão no bairro semi-boêmio da Roma, mas agora está instalada numa mansão gótica em pleno Paseo de la Reforma, a avenida Paulista local. É lá que Isaac Escalante e Oscar Velázquez aperfeiçoaram suas técnicas, e volta e meia pinta um DJ brasileiro. O que de fato não ajuda é a beleza do povo: os mexicanos em geral são baixinhos, atarracados, e adoram empapar seus cabelos com gel. Nunca vi ninguém tirar a camisa na boate: aliás, no inverno eles vão de blazer, vê se pode. Mas são sempre muito simpáticos, e adoram – mesmo – os brasileiros. Vem pro México você também!

(Ah, e quem quiser saber o que eu realmente vim fazer no México, é só dar uma passadinha na Lindinalva)

VOA, PASSARINHO, VOA

Bem assanhada a nova coleção "Secret Underwear" da Viseau, hein? Confira os outros modelitos aqui, mas se você estiver no trabalho, cuidado: é uma página NSFW (Not Safe for Work). Algumas das peças também não me pareceram muito "safe", outras são escandalosamente desconfortáveis. E, no quesito fetiche, nenhuma bateu a clássica cuequinha branca.

LA NIÑA BLANCA

O culto aos mortos aqui no México tem nas festas do Dia de Finados sua expressão mais famosa no resto do mundo. Bem menos conhecida e muito mais apavorante é a devoção à Santa Muerte. Seus fiéis alegam que não é magia negra, e rezam para a "garota branca" (por causa da alvura dos ossos) pedindo amor, saúde e dinheiro. Os entendidos dizem que ela é uma versão moderna da deusa da morte azteca Mictecacihuatl, e a Igreja Católica condena como resquício do paganismo. Tem vários altares a ela espalhados pela cidade (claro que não tantos quantos os da Virgen de Guadalupe), estatuetas à venda nas esquinas e até uma revista mensal. Eu, hein? Sai pra lá. Pé de pato, mangalô, três vezes.

FOR YOUR CONSIDERATION

Esta é a capa da edição diária do "Variety" de hoje. É um anúncio, e não a chamada para uma matéria. E quase me dá certeza que "O Ano em que Meus Pais..." vai ser mesmo indicado ao Oscar. A produção do filme está fazendo tudo direitinho: contratou um dos melhores lobistas especializados em conseguir indicações, e Cao Hamburger foi pessoalmente acompanhar as projeções para a Academia. É assim que se faz: nesse mundo ultra-competitivo, achar que só a qualidade de uma obra é capaz de lhe garantir um lugar ao sol é muita santa ingenuidade, Batman. All you need is lobby.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

SHAKIRA SHAKIRA!

Estou de corazón partí'o: Shakira anunciou as datas de seus shows no Brasil justamente para uma época em que estou de viagem marcada. Vou ter que me contentar com o DVD do show, já nas boas lojas do ramo. E torcer por ela no Oscar: "Despedida", do filme "O Amor nos Tempos do Cólera", deve ser indicada a Melhor Canção. Se ganhar, Shakira vai dividir o prêmio com Antônio Pinto, que escreveu a melodia (ela fez a letra). E se não me engano, será a primeira vez ever que um brasileiro levará um Oscar (Lourival, me corrija!)

PORQUERÍAS Y GOLOSINAS

Adoooro comida mexicana. Se eu fosse como meu querido Introspective, falaria horas a fio dos pratos de restaurantes como o Águila y Sol ou o Izote, que fazem uma versão nouvelle-cuisinesca e sofisticada da culinária local. Pero soy como soy, les guste o no: por isto, vou focar no lado mais trash do que se come por aqui, jajaja.

O México apresenta o maior consumo per capita de salgadinhos de pacote e refrigerantes. Os dois fenômenos têm explicação “científica”: afinal, foram os mexicanos que praticamente inventaram esses salgadinhos. Os manjados Doritos são apenas uma versão industrializada dos totopos, triângulos de tortilla frita que se comem com salsa. Ambulantes vendem releituras caseiras do negócio, e também dos outros “itos” – Baconzitos, Cebolitos e por aí vai. Nunca tive coragem… Já para os refrigerantes a razão é mais prosaica: durante muito tempo, a água era ruim para beber, então o povo se acostumou a tomar gaseosas.

A paixão local por essas duas ameaças à saúde se traduz numa explosão de sabores inimagináveis. Batatas fritas de saquinho? Tem com limão, “adobadas” (com pimenta e cebola), com chiles das mais diferentes gradações. Doritos tem uma infinidade: até mesmo verdes, de guacamole, e um tão misterioso que se chama “Incógnito”. Os refrigerantes também são estranhos: tem de tamarindo e maçã verde, por exemplo. Mas meus favoritos são os de grapefruit, que aqui eles chamam de toronja (na Argentina é pomelo). O sabor mais próximo que temos no Brasil é a Schweppes Citrus. E é com ele que se faz a paloma: num copo alto com gelo, metade tequila branca e metade refrigerante (o melhor é da marca Jarritos). Sal na borda, e pronto: vamos nos emborrachar!

JÁ COMEU JÍCAMA?

Quem não gosta de levar um nabo de vez em quando? A jícama é uma espécie de nabo mexicano de sabor tão suave que pode-se até dizer que no sabe a nada. O povo daqui costuma comê-la em tiras ou ralada feito cenoura, temperada com limão, sal e pimenta – e aí sim, vira uma gostosura refrescante. Tem até barraquinhas que a vendem na rua, em copos de plástico. Fica uma delícia polvilhada com tajín, um tempero apimentado vermelho e adocicado. Aliás, eles também comem frutas como manga e mamão com tajín: é esquisito mas, como no caso do nabo, a gente acostuma.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

UM BRASIL PARALELO

Quando viajo, gosto de assistir à Globo Intenracional só por causa dos comerciais dirigidos à comunidade brazuca dos Estados Unidos. De produção caseira, geralmente são de advogados ou cursos de inglês. Mas tem também os de rodeios e shows, com artistas que parecem saídos do universo paralelo. Ou alguém no Brasil já ouviu falar na banda BRZ Top ou no DJ Gasparzinho?

TIROTEIO CUCARACHA

"Sultanes del Sur" tem um tipo de história que o cinema americano já filmou mil vezes: o assalto que dá errado, com traições, perseguições e bala pra todo lado. Na América Latina esse gênero é raro, então resolvi arriscar. Quatro mexicanos roubam um banco e fogem com a grana para Buenos Aires - why? O roteiro é do próprio galã do filme, Tony Dalton, e como ele, é razoável. Faltaram uns diálogos mais tarantinescos para os vilões, que se levam demasiado a sério. Mas a direção não vai além do esforçado, e os clichês são mais numerosos que os cadáveres. Preciso escolher meus filmes com mais cuidado.

A VISITA DA SAÚDE

A ditadura comunista cubana deve estar com o cu na mão por causa da morte iminente de Fidel Castro, pois sabe que a ausência do “comandante” porá o regime em risco. Não há outra explicação para a visita de Lula ao compadre: é óbvio que o objetivo da viagem era só dizer que o ditador está de excelente saúde e “lúcido”, hahaha. Parece aqueles líderes soviéticos que pegavam “resfriados”. Se Fidel está tão bem, porque só aparecem fotos suas, e não imagens em video? Porque ele deve estar visivelmente nas últimas, eis por quê. Só me resta desejar que a visita de Lula tenha sido como a da saúde - aquela súbita melhora que os moribundos apresentam logo antes de bater as botas.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

SEU NOME TÁ NA LISTA?

Desde o ano passado, a Academia de Hollywood divulga um shortlist de 9 filmes “classificados” para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (porque 9 e não 10? mistééério). A lista deste ano acabou de sair, e é com mixed feelings que eu recebo a pré-indicação de “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, que eu achei um porre de chato. Mas isto era até esperado: surpresa mesmo foi a exclusão de favoritos como o alemão “Do Outro lado”, o romeno “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” (que venceu em Cannes) e o francês “Persépolis” (que ainda deve ser indicado como longa de animação). Um mix curioso mesmo: muito filme do leste europeu e, pela primeira vez em muito tempo, nenhum da Escandinávia. Olha só a listeeenha dos nove VIPs:

Áustria, “Os Falsificadores”
Brasil, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” (nhénhénhé)
Canadá, “A Idade das Trevas” (vi na Mostra de SP e achei terrível)
Cazaquistão, “Mongol”
Israel, “Beaufort”
Itália, “A Desconhecida” (wu-huu, merecidíssimo)
Polônia, “Katyn,”
Rússia, “12”
Sérvia, “A Armadilha”

COSTURANDO PRA FORA

Amanhã meu amiguérrimo Rodrigo Rosner lança sua coleção, e, como sói acontecer, eu estou nervoso por ele. Rodrigo trabalha com moda há quase quinze anos, e já assinou trocentas coleções na confecção dos pais - mas essa é a primeira onde ele põe o próprio nome (e a cara para bater). Vi umas fotos e achei que é "coisa de primeiro mundo"; quando voltar a São Paulo vou lá no Clube de Estilo, na Gabriel Monteiro da Silva, 399, conhecer os modelitos ao vivo. O Rodrigo é mignon, mas sua costura é alta! (perdão, Rô, não resisti - ainda somos amigos?)

O IMPACIENTE TERMINAL

A viagem começou tumultuada. Quando cheguei no aeroporto percebi que havia esquecido nada menos que a carteira em casa – com TODOS os cartões de crédito dentro. Tive que implorar para minha santa mãezinha pegar um táxi, passar na minha casa, achar a dita cuja e me trazê-la em Cumbica. Acho que ela nunca se divertiu tanto, porque 45 minutos depois a missão estava cumprida. Ufa.

O vôo em si foi razoável. Quando aterrissamos, a aeromoça avisou: estamos inaugurando o novo terminal do Aeroporto Benito Juárez, que abre hoje! A emoção logo evaporou quando vi a imensa fila dos passaportes, e outra de igual tamanho para a alfândega (aqui no México todas as malas que chegam têm que passar pelo raio-X).Ainda achei que tinha esquecido o celular a bordo: tive que voltar ao avião, onde armei um forróbodó. Desnecessário dizer que o dito cujo estava na minha mala de mão o tempo todo... Tudo isso me fez levar DUAS horas do finger até o táxi. E aí caí de boca no trânsito chingado dessa cidade, tremendo pelo longo dia que tenho pela frente - quatro horas mais longo, por causa do fuso horário. Coraje, cabrón.