
Fui ao cinema 111 vezes este ano. Assim como aconteceu com a música, não assisti nenhum filme que entrou para o meu
hall of fame pessoal. Mesmo assim, vi muita coisa boa e pouca coisa ruim: tanto que minha lista dos 10 mais na verdade tem 11 títulos, meu número cabalístico. Vou passar rapidamente por cada um deles:
O CAVALEIRO DAS TREVASDe longe, o melhor filme de super-herói de todos os tempos. Uma trama complexa, labiríntica, com efeitos incríveis e uma atuação que vai entrar para a história: o Coringa de Heath Ledger, o emissário do caos.
AS CANÇÕES DE AMORVi primeiro em DVD e achei marromeno. Depois vi na tela grande como deve ser, e fui arrebatado. Louis Garrel nunca esteve tão belo, Grégoire Leprince-Ringuet é um bombom, e as músicas são tão bonitas que o CD também entrou na lista dos melhores do ano.
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRAUm filme árduo, mas recompensador. Foi um grande sucesso no Brasil e em muitos outros países, mas o público americano lhe fechou os olhos (
sorry…) e não está cotado para nenhum Oscar. Uma pena, porque Julianne Moore está fabulosa.
O ESCAFANDRO E A BORBOLETAO antípoda de filmes pró-eutanásia como “Mar Adentro” e “Menina Dourada”. Um grito de amor à vida que, apesar do final triste, deixa a alma mais leve.
JUNOFofo e inteligente, o roteiro de Diablo Cody consegue fazer piada com um tema delicadíssimo – e pode ter tido um efeito daninho, a explosão de adolescentes grávidas nas escolas americanas.
MAMMA MIA!Talvez não seja um bom filme, mas é um excelente programa. Levei minha sobrinha, e tive a honra de introduzi-la ao universo do Abba. Resultado: ela me roubou o CD da trilha, e agora sabe todas as músicas de cor.
Life doesn’t get any better.
MEU NOME NÃO É JOHNNYO melhor filme brasileiro também foi o maior sucesso de bilheteria, provando que o cinema comercial, quando bem feito, sempre terá público. Selton Mello manteve seu histrionismo sob controle e acertou o tom.
OM SHANTI OMPassou discretamente no Festival do Rio (a Mostra de SP continua refratária a Bollywood, porque Leon Cakoff só gosta de filme chato). É um meta-musical, que reúne num número apoteótico quase todas as grandes estrelas da Índia. Saí dançando do cinema.
SEX AND THE CITYA continuação perfeita para uma das melhores séries de TV de todos os tempos. A seqüência dos vestidos de noiva é um sonho de puta. Agora, deveria parar por aqui: mais uma continuação, para quê? Para vermos as meninas se divorciando?
ÚLTIMA PARADA 174Tinha tudo para ser um fiasco – história manjada, exaustão do gênero “favela movie” – mas me surpreendeu com o vigor das imagens e das interpretações. Merecia ter feito mais sucesso.
VICKY CRISTINA BARCELONAO melhor Woody Allen em algum tempo. Apesar dos diálogos falsos – será que ainda existe alguém que fale “vamos fazer amor”? – a trama soa verdadeira. Penélope Cruz está pegando
fuego.
Ainda tenho algumas menções honrosas:
QUEIME DEPOIS DE LER
O CASAMENTO DE RACHEL
OS DIÁRIOS DA BABÁ
A DUQUESA
MADAGASCAR 2
LINHA DE PASSE
NA NATUREZA SELVAGEM
A OUTRA
O SEGREDO DO GRÃOe o
dibíno CAFÉ DE LOS MAESTROS, que eu vi ontem e merece um post mais detalhado.
E agora chega de retrospectiva, porque é pra frente que se anda.