sexta-feira, 31 de agosto de 2007

EM CIMA DO MURO

Qualquer cinéfilo sabe que os eleitores do Oscar de melhor filme estrangeiro são um bando de velhinhos gagás. Eles sempre escolhem as obras mais caretas, no lugar das que vão entrar para a história do cinema (vide a exclusão de “Cidade de Deus” dos cinco indicados). Ano passado aconteceu coisa parecida: ao invés de premiar o delírio visual do “Labirinto do Fauno” (que felizmente levou 3 outros Oscars), o asilo da Academia preferiu o alemão “A Vida dos Outros”, que assisti aqui em Santiago (tralala). O ator Ulriche Mühe, que morreu de câncer há uns meses atrá, faz um agente da Stasi, a polícia secreta da antiga Alemanha Oriental. Incumbido de espionar um casal de atores, ele acaba por tomar o partido de suas vítimas. O filme discute temas grandiosos como princípios, lealdade e traição, mas tem uma frieza, digamos… germânica.

VAMOS A LA PLAYA

Hoje no workshop apresentaram um case engraçado. A CTI, companhia argentina de telefonia, veiculou no verão passado o comercial aí embaixo, pra lançar um modelo de celular com mp3 player. É uma sátira àquelas musiquinhas infernais que nuestros hermanos latinos gostam de bailar quando o clima esquenta, tipo “Macarena” ou “La Bomba”. Só que o tiro saiu pela culatra: “El Tema del Verano” de fato se tornou EL tema del verano, tocando nas rádios sem parar e ganhando remixes dance para as pistas. Jajaja.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

MUSEO DE LA MODA

Esses workshops a que tenho que comparecer de vez em quando são uma mega-pé no saco. OK, viajar grátis pro estrangeiro é fabuloso, mesmo à base de Maxi Goiabinha, mas oito horas diárias de palestras sobre assuntos como "ideation" e "first moment of truth", vamo combinar - ninguém merece. Ainda mais quando depois disso tudo a gente ainda tem que ir jantar com o cliente: nem um único momento de descontração, o seletor virado no "on" o tempo todo, sorrisos falsos e cara de inteligente 24/24. Qual não foi minha surpresa quando os organizadores do certame aqui no Chile marcaram a janta de confraternização no recém-inaugurado Museo de la Moda. Esse museu, o único do gênero da América Latina, é tudo o que você faria se fosse o único herdeiro gay de uma dinastia de magnatas da tecelagem. Foi isso que Jorge Yarur Bacunán fez com a casa de seus pais, uma mansão dos anos 60, totalmente térrea e muderna, na chiquérrima Avenida Vitacura. Fiz um tour guiado do museu depois de ter virado um pisco sour de estômago vazio, ou seja - parecia aque tinha morrido e ido pro céu. A mostra "Vistiendo al Tiempo" conta a história da moda do século 18 até os dias de hoje. Tem roupas que foram usadas por Marilyn Monroe, Evita Perón, Joan Crawford, Cary Grant. Tem o "little black dress" que a Nike fez para Maria Sharapova vencer Wimbledon. Tem um vestido de noiva da Vivienne Westwood que parece um macacão preto de pára-quedista. Tem vestidos que foram da família Yarur, e mais home movies e vários ambientes originais preservados... Fiquei num estado de felicidade que a "finger food" servida à guisa de refeição só fez reforçar. Anota aí, meegusha: quem vier a Santiago não pode perder esse programa.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

SIN PERDER LA TERNURA JAMÁS

O Chile consegue se vender muito bem como o único país de Primeiro Mundo da América Latina, com justiça social e distribuição de renda, mas a realidade nem sempre corresponde. Está acontecendo uma manifestação da CUT local aqui em Santiago que provocou caos no trânsito e degringolou em grossa pancadaria. Estou longe do quebra-quebra, trancafiado num hotel no bairro pheeeno de Las Condes, mas tenho acompanhado pela TV. Ainda bem que essas coisas não acontecem no oásis de tranqüilidade que é o Brasil.

SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA

Sempre no intuito de fornecer informações de cocheira ao meu fã-clube, eu não meço esforços: vou a todas as inaugurações, todas as pré-estréias, todos os funerais. Tanto sacrifício só pra que meus leitores saibam o que vestir, do que gostar, o que pensar. Olhaí uma foto que não me deixa mentir. Fui flagrado na pista da TW Rio, examinando as condições sanitárias das mercadorias oferecidas ao público. Em tempo: a mão e a pulseirinha são minhas mesmo, tá boahn?

NON, RIEN DE RIEN

Acabo de voltar de uma sessão espírita. Vi o fantasma de Edith Piaf se encarnar na minha frente, e estou arrepiado até agora. Explico: acabo de voltar do cinema. “La Vie en Rose” está passando aqui em Santiago – assisti antes que todos vocês, tralalala. O filme é uma porrada atrás da outra: Piaf foi (mal-) criada nas ruas, num circo, num puteiro, e a partir daí sua vida só piora, apesar do sucesso fenomenal. Mas o mais incrível é mesmo a interpretação de Marion Cotillard, indicação barbada para o Oscar. Que aliás já estaria no papo se ela fosse americana. Sai desse corpo que ele não te pertence!

SWEET DREAMS ARE MADE OF THIS

Já que esse blog agora só fala de divas, aqui está a capa do novo CD da Annie Lennox, “Songs of Mass Destruction”, que só sai em outubro. A faixa mais badalada é “Sing”, que se pretende um hino da luta contra o câncer de mama. E pra provar que está realmente podendo, a ex-Eurythmics juntou no backing vocal um “dream team” de divas como ela: Madonna, Shakira, Céline Dion, Sarah McLachlan... Quem quiser ouvir deve fuçar o site do Perez Hilton, que a postou na semana passada. Tem link aí do lado, vai lá que vale.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

¿CACHAY?

Uno, dos, ches, quacho... demorei, mas aprendi a identificar alguns sotaques da América Latina. No México eles falam devagar, é de uma preguiça contagiante. Na Venezuela falam rápido, engolem pedaços das palavras e tudo vira diminutivo ("ahoritica"). Em Buenos Aires falam italianado, e em Córdoba parece que o idioma oficial é o etrusco. Aqui no Chile tenho a sensação de que as pessoas não têm fôlego; talvez seja por causa da altitude... Chamam todo mundo de "huevón", e sempre perguntam se você "cachay" (entendeu?). No, no mucho, lo siento.

MOTE CON HUESILLOS


Tomara que eu não tenha nenhum leitor chileno, porque o que eu vou dizer agora vai ofendê-los profundamente: não existe culinária chilena propriamente dita. A não ser que você ache que comer qualquer coisa com abacate ("palta") seja o suficiente para qualificar como cozinha típica; aqui no Chile até o McDonald's foi obrigado a inventar o McPalta. Mas existe uma coisa latejante de chileniidad que eu adoro... é o mote con huesillos, uma mistura de refresco com sobremesa. O "mote" é trigo cozido; os "huesillos" são pêssegos desidratados. Uma verdadeira bomba calórica, mas, caray, a vida é curta.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

DAMA DE FERRO

Estou no break de um seminário chatíssimo aqui no Chile, e corri pro lobby do hotel, onde tem internet "inalámbrica". E em cinco minutos descobri esse vídeo chiquérrimo de Dame Shirley Bassey, aquela cantora britânica que vociferava os temas dos filmes de James Bond nos anos 60. Ela agora faz questão de usar seu título de nobreza antes do nome, talvez para seduzir ainda mais a platéia entendida. E acaba de lançar um CD de músicas mais ou menos modernas, pelo menos para ela: "Slave to the Rhythm", "I Will Survive"... O ponto alto é a faixa-título do disco, "Get the Party Started" - sim, aquela mesma da Pink. Fala sério: a indestrutível Shirley tá a cara da Silvetty Montila!

AVISO AOS NAVEGANTES

Tá feliz que sua passagem para o exterior pela Gol custou a metade do que seria cobrado por qualquer outra companhia aérea? Segura o tchan, porque there's no free lunch - literalmente. Acabo de chegar a Santiago do Chile pela Gol. O vôo saiu e aterrissouu no horário, desembarquei são e salvo, etc,, mas foi tão desconfortável quanto eu temia. Pra começar que o avião é o mesmo da Ponte Aérea, mais apertado que bumbum de virgem. E adivinha o que tem pra comer? Maxi Goiabinha!! Além de um sanduíche gelado enrolado no plástico. E nada de vídeos, música, jornais... Que contraste com a classe econômica da Lan Chile, que consegue ser melhor que a executiva da Varig. Mas enfim, são tempos de vacas magras na agência onde trabalho: devo agradecer por não terem me mandado pra cá de ônibus.

domingo, 26 de agosto de 2007

QUER FICAR COM A PERNA GROSSA?

Dia desses recebi um comentárío furibundo: "o que é esse link pro site da Mãe Loira aí no seu blog??" É isso mesmo que você tá vendo, porque eu ADOOORO a Mãe Loira. Adoro funk carioca em geral, do estilo melody do MC Leozinho às letras sem duplo sentido da Tati Quebra-Barraco - que outro sentido pode ter "goza na boca, goza na cara, enfia tudo, até o saco"? Mas nutro um carinho especial pela Verônica Costa, a Mãe Loira do Funk, talvez por ela ser uma armação pra lá de ilimitada. Confira no vídeo aí em cima, um dos quatro que eu tenho na minha página do Orkut. E repare como ela fica só no trucão, jogando o cabelo oxigenado pra lá e pra cá e balançando os ombrinhos botocados enquanto as cachorras/bailarinas se esfalfam até o chão, chão, chão. Isso que é catiguria.

sábado, 25 de agosto de 2007

O CULPADO É O MORDOMO

Hoje fomos ver "Santiago", o documentário que João Moreira Salles fez sobre o antigo mordomo de sua casa. Antigo em mais de um sentido: Santiago Merlo, o protagonista, era sofisticado, devotado aos patrões e obcecado por dinastias. E nunca percebeu que fazia parte de uma delas, que está quase em extinção - justamente a dos mordomos sofisticados. Pra começar que ninguém mais tem mordomo (em SP diz-se copeiro), nem mesmo as famílias mais ricas. Conheci dois quando era pequeno, Waldir e Sebastião, que trabalhavam para amigas de minha mãe. Não eram tão cultos quanto o do filme, mas eram refinados, esnobes, prendados e, evidentemente, gays. Por que será que eles não existem mais? Acho que é mais um problema de oferta do que de demanda: hoje em dia os jovens pobres homossexuais migram para outras carreiras, como cabeleireiro, maquiador, comissário de bordo. Ninguém mais sonha em ser garçom nos jantares do embaixador, todo mundo quer ser convidado. No que fazem muito bem, é claro.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

I'M READY FOR MY CLOSE-UP

Como todo rapaz culto, viajado e de bom gosto (ou seja, viado), eu adoro divas. Minhas favoritas são as grandes atrizes que estouraram nos anos 80, quando eu ainda era facilmente impressionável: Anjelica, Sigourney, Michelle... E a mais fascinante delas, Glenn Close - talvez por ter sido indicada ao Oscar cinco vezes e perdido todas. Hoje saiu a notícia de que estão mais uma vez pensando em transformar em filme o musical "Sunset Boulevard", o maior sucesso de Glenn na Broadway, e que ela está disputando o papel de Norma Desmond com Barbra e Meryl. Como assim?? Xô, jararacas! Esse osso já tem dona!

É DISSO QUE O POVO GOSTA

Nesta sexta chega nas bancas dos EUA (e semana que vem nas daqui) essa "Entertainment Weekly" aí do lado, com uma recapitulação dos escândalos mais suculentos do verão de lá: Lindsay, Britney, Amy, Paris... Que pena que as nossas revistas de celebridades ainda sejam muito baba-ovo, porque eu ia adorar uma "Contigo" especial sobre o mesmo tema. OK, os sites que gongam os famosos estão cada vez melhores, mas eu sou aquele amante à moda antiga: queria ler sobre os atorzinhos que batem em puta num suporte de papel, de preferência couché, tsá?

ESTÁDIO INTERESSANTE

Enquanto que aqui no Brasil ainda se discute a sério se os gays devem ou não jogar futebol (e dezenas deles jogam, sob os aplausos da torcida ignara), na França sai agora em setembro mais uma edição do calendário "Les Dieux du Stade", aquele com os jogadores de rugby pelados. As fotos estão ficando cada vez mais ousadas: ano passado já teve até nu frontal. O que aguardar pra 2008? Ereções? Sexo explícito? Ah, e a maioria deles não é gay não, só está posando para angariar fundos para a federação - antes que alguma bee xiita (bixita?) reclame que "esses héteros só querem nosso dim-dim, ninguém defende nossa causa". Quem defende a causa é você, biba!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

ESTÁ LÁ?

Sempre achei o Bob Dylan um puta chato, mas nem por isto vou deixar de ver “I’m Not There”, o novo filme do diretor gay (atenção, Lou!) Todd Haynes. A idéia é intrigante: vários atores representam diversas facetas da personalidade de Dylan, e o mais convincente deles é… Cate Blanchett. Pois é, the times they are a-changin’.width="425" height="350">

FAÇAMOS UM BRINDE

E por falar em chato, e a Paula Toller, hein? Aquela vozinha enjoada sempre me impediu de agüentar um disco do Kid Abelha até o fim (menos o primeiro, "Seu Espião", que é A obra-prima da new wave tupiniquim). Mas ela acaba de lançar um CD que é a trilha sonora perfeita pruma manhã preguiçosa, "Só Nós". O repertório vai de Rufus Wainwright ao argentino gostosón Kevin Johansen, e a moça (já sei, já sei, bondade minha) está cantando melhor do que nunca. Só não gostei da foto da capa, onde ela está a cara da Vanusa.

EU QUERO TER UM MILHÃO DE AMIGOS

Ontem fui jantar com a Libanesa. Era assunto que não acabava mais, apesar dos 22 anos de diferença de idade. Karina Buairide, que pena que não nos encontramos num show do Queen no Hammersmith Palais em 1974! Por outro lado, que bom que nos encontramos. E acho que nossos destinos nunca teriam se cruzado se não fosse o mundo maravilhoso dos blogs.
Depois de amanhã faz três meses que estreei este blog, e posso dizer com serenidade que minha vidou mudou - e para melhor. Não é só a alegria de escrever o que quiser, sem ninguém te censurando, nem as propostas milionárias de Hollywood. É um efeito colateral inesperado mas absolutamente embriagador: sinto que estou fazendo amigos de verdade, de uma maneira muito mais profunda que qualquer Yakult da vida. A blogosfera é uma suruba mental, um jeito novo de seduzir, porque você expõe aqui o que tem de mais apetitoso: a alma.

Estou estreitando laços (hehe) com o Marcos Carioca, a quem já conhecia desde o ano passado. Sábado encontrei pela primeira vez o Thiago do Introspective e o Lourival do Canal de Cinema, e a sensação é de que nos conhecemos há muito tempo. Ontem com a Karina foi a mesmíssima coisa - somos todos da mesma enfermaria. E ainda faltam o Renateenho, o Alexandre Lucas do RH do Inferno, o Guilherme Sillva do Gente Fina, o Gui do que Pressão é Essa?!, o Estefanio do GlamAddict, o Leo Lazzini da Tampa, o Cris do Uomini, o BHY... até a Lindinalva me aceitou em seu seletíssimo círculo de clientes Platinum. Sem falar no pessoal que deixa comentários quase todo dia, como o misterioso Clebs - promete que um dia você vem falar comigo na buatchy? Gente, é um privilégio trocar idéias com vocês, brigar de vez em quando, eventualmente nos conhecermos. Beijomeliga!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

RICH BITCH

Outra semana, outra bilionária morta. Dessa vez foi Leona Helmsley, que ficou conhecida nos EUA ao posar para os anúncios da cadeia de hotéis de seu marido, e também por tratar mal empregados e subalternos em geral. Nos anos 90 essa autêntica “bitch” foi condenada por fraude ao imposto de renda, e amargou um ano e meio de xilindró. Uma frase sua (talvez apócrifa, ma si non è vero è bene trovato) entrou para a história: “only the little people pay taxes”. Enquanto isso, a Justiça brasileira sempre encontra um pretexto para deixa fora das grades bandidos ainda maiores, como Sérgio Naya, Paulo Maluf, o juiz Nicolau…

TE AMO ESPANHOLA




Safadinha a campanha do novo perfume do Tom Ford, hein?

FEIJÃO SALTADOR

Gael García Bernal mede cerca de 1,40m, mas isso nunca o impediu de seduzir a humanidade. A vida dele deve ser um grande bufê: é só ir escolhendo o que quer comer e colocando no prato. Em outubro ele vem para a Mostra de SP, onde vai apresentar "El Pasado", o filme que fez com Hector Babenco, e "Déficit", dirigido por ele mesmo. E claro que eu não resisto a contar um "potin" da outra vez em que que Gaelito esteve por aqui. Contam que ele estava jantando no Spot, e uma alma caridosa ligou para certa atriz global: "vem pra cá agora!!" A mina foi e se deu bem, ou melhor, deu bem. Quer saber o nome? Só posso dizer que começa com "Fernanda" e termina com "Lima".

A BOLHA ASSASSINA

Que ninguém vá ver "Bubble" esperando uma comédia leviana: apesar do título, os personagens NÃO vivem numa bolha, muito pelo contrário. Sim, eles tomam drogas e vão a raves, mas não ignoram a realidade absurda de Israel, onde a homofobia e o ódio racial podem explodi-los na próxima esquina. O filme deixa um gostinho pessimista na boca, mas também saí com a sensação que o diretor Eytan Fox pensa como eu: sem essa de um estado para os judeus e outro pros palestinos. Todo mundo tem que aprender a viver junto num mesmo país, tralala.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

SEUS PROBLEMAS ACABARAM

Ninguém deve se animar muito com a prisão dos “bispos” Hernandez da Igreja Renascer. É bom lembrar que a condenação aconteceu nos Estados Unidos: alguém acredita que o mesmo se daria por aqui, com a bancada evangélica pentelhando no Congresso? Pelo menos parece que a Renascer já começou a perder fiéis, que finalmente se deram conta para onde vai o dízimo tão suado.Mas opções não faltam no Brasil para quem quiser sustentar um charlatão. Veja só que fotos maravilhosas, enviadas pelo meu amigo Thales.

ERA SÓ QUE FALTAVA

Fiquei estarrecido quando vi o show de Siegfried & Roy em Las Vegas, há mais de 10 anos atrás. Os dois domadores alemães, maquiados e escovados no úrtimo, traziam seus famosos tigres brancos ao palco. Os bichos faziam carão e iam embora, sob uma saraivada de palmas: nenhum truquezinho, uma empinadinha de bola que fosse, nada. Agora a dupla volta a assombrar o mundo: acabam de lançar um livro-bomba onde confessam que foram “casos” durante décadas a fio (adoro falar casos, é tão anos 70). Como assim?? Quem podia desconfiar? Meus sais! O mundo é gay! O mundo é gay!!

domingo, 19 de agosto de 2007

BEIJA EU

Lembra do beijo gay que não rolou no último capítulo da novela “América”? Quer ficar com mais raiva? Acaba de acontecer o primeiro beijo gay numa novela americana, aquelas “soap operas” que passam à tarde. Sim, eu disse à tarde. Enquanto a Globo acha que um selinho entre dois rapazes às 10 da noite vai escandalizar o Brasil, os espectadores de “As the World Turns” puderam se deleitar com essa bicoca aí em cima. Grrrr.

FORMIGAS NO BOLO

Sabe o bolo de aniversário de São Paulo, aquele com mais de 450 metros e que desaparece numa fração de segundo? Pois foi assim que meus amigos reagiram quando eu mostrei a capa da revista espanhola Zero: todo mundo queria tirar um pedaço e lamber a cobertura. Culpa do Marco da Silva, o bailarino português que criou as coreôs do show da Kylie Minogue. Consegui arrancar a Zero das garras dessa alcatéia, e vi que ela é tão boa quanto a francesa Têtu - e recheada de anúncios. Tomara que aconteça o mesmo com a Júnior.

CREPÚSCULO DOS DEUSES

Digamos que você foi um pioneiro da luta pelos direitos dos homossexuais. Jogou pedra na polícia em Stonewall, desfilou na primeira parada gay, escapou por um triz da maldita. Agora chegaram seus anos dourados, e como você não constituiu família e se tornou um estorvo para a sociedade, a solução é ir para um asi…perdão, um lar para a terceira idade. E para piorar a situação, seus colegas são todos uns homófobos intolerantes! Calma, essa última parte não precisa ser verdade, pois já existem nos Estados Unidos e na Europa algumas “retirement communities” especializadas no público boiola. Os nomes até parecem de boate: Rainbow Vision, Paradise One… Já pensou que máximo? Você na cadeira de rodas e usando fraldas, mas driblando o reumatismo ao som do tribal house?

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

UGLY IS THE NEW BEAUTIFUL

Por quê é que nenhum canal a cabo passa "Ugly Betty" no Brasil, a versão americana de "Yo Soy Betty la Fea"? Tivemos que agüentar o original colombiano e o remake mexicano, mas a sitcom da ABC que é bom, necas de pitibiriba. Dizem que a série é hilária e ousada - tem até um personagem de 14 anos que vai ser gay quando crescer. Aliás, é um produção da Disney, que não teve o menor prurido em adaptar a telenovela para a realidade dos Estados Unidos. Mas quando o produto é deles ("Donas de Casa Desesperadas"), cucaracha nenhum pode por a mão, né bebé? A segunda temporada começa por lá no mês que vem, e o desfrutável do Mika regravou sua música "Big Girl" para promover a estréia. A qualidade do clip é sofrível, mas serve como aperitivo.

BAIXA UMIDADE RELATIVA



E agora vamos desidratar de vez o ambiente: sabe quem é que está debaixo do pancake? O Heath Ledger, fazendo o Coringa no próximo filme do Batman. Fica aqui a sugestão de look pra quem quiser ahazar na Bendito KY amanhã.

FASHIONISTAAA...

É o Sebastian da C&A? Não, mas é quase tão transado quanto: é o Michael Roberts, fotógrafo e editor da Vanity Fair que anda circulando pela noite paulistana esta semana. Reparem só como ele é antenado: além de usar DOIS relógios ao mesmo tempo (ôlôôôco), o cara JÁ TEM aquela pulseira amarela de borracha que é o “dernier cri” no circuito Helena Rubinstein. E por falar em VF, alguém reparou que a única peça brasileira do editorial de moda clicado no Rio é um smoking Daslu usado pelo Rogério Fasano?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

MUITA AREIA PRO MEU PAQUISTÃOZINHO

Esta semana se comemoram os 60 anos da divisão do subcontinente indiano. E agora podemos dizer de boca cheia: não foi uma boa idéia. Enquanto que a Índia é uma democracia e cresce a vertiginosos 8% ao ano (quem nos dera...), o Paquistão é uma ditadura instável e um viveiro de radicais islâmicos. Mas minha antipatia pelo país se derrete diante dessa linda foto da Associated Press. Karina, qual delas é você?

MAMASSÊ MAMASSÁ MAMÁ KUSSÁ

Agora que eu aprendi como “embed” vídeos nos meus posts, finalmente vou tocar num assunto seríssimo que tá entalado na minha garganta: Rihanna! Todo mundo já disse que ela vai desbancar a Beyoncé (improvável, já que um de seus produtores é o namorado da outra, o Jay-Z) e que “Umbrella” é uma das melhores músicas do ano, mas nada disso vai me impedir de dar o meu pitaco. Então lá vai: as cinco primeiras faixas do CD “Good Girl Gone Bad” são tooodooo! Verdadeira festa portátil, uma mais animada que a outra. E minha favorita muda o tempo todo: já foi “Don’t Stop the Music”, que sampleia o corinho africano de “All Night Long” do Lionel Ritchie; agora é “Breakin’ Dishes”, onde a nêga dá um piti. E eu nunca tinha reparado como a melodia de “Umbrella” é bonita até conhecer a versão acústica da Mandy Moore, a quem eu considero uma bolacha de água sem sal. Pon de replay:

A HORA DO DESESPERO

Respirei fundo e aguentei até o fim do primeiro episódio de “Donas de Casa Desesperadas”. E achei… esquisito. Não é bom, longe disso, mas também não é tão ruim assim. Tem qualidades óbvias, como a fotografia e o “camera blocking”, decalcados do original. E tem uma tonelada de defeitos… Pra começo de conversa, por quê construir uma rua cenográfica na Argentina, se ela é exatamente idêntica à Wisteria Lane? E as atrizes parecem inseridas eletronicamente na imagem, de tão falsas as interpretações. Abundam os erros de casting: o jardineiro está velho demais, e o futuro namorado da Lucélia Santos está mais para filho dela. Pra completar, os coadjuvantes são feitos por atores argentinos dublados, ay Diós.

Esse tipo de projeto raramente dá certo no Brasil. Vai ver que a gente tá acostumado demais com o padrão Globo e recusa qualquer coisa diferente. Em 1999, trabalhei na adaptação de uma série americana para Bandeirantes, a malfadada “Santo de Casa” (eu sei, eu sei, ninguém lembra, ninguém viu). Mas pelo menos lá a gente tinha mais liberdade pra abrasileirar o texto. Tá duro de engolir essas donas de casa bem de vida, sem uma única empregada por perto.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

A LUTA CONTINUA

Li, com dois dias de atraso, a entrevista que o psicanalista Tales Ab’Saber (que nome perfeito para uma pessoa sábia, caraca) deu para o caderno Mais! da Folha de São Paulo. Ele está lançando um livro sobre o finado Telê Santana, que modernizou o futebol brasileiro sem abrir mão de idéias arcaicas como a homofobia. E claro que se fala no caso Richarlysson. Aí eu entendi que aquele juiz boçal se inscreve num contexto muito maior. Pois o que sua infame sentença diz é simplesmente recusar a discussão, ignorar a realidade, e fechar o futebol num clube proibido não só aos gays, mas também às mulheres.

Um dia vamos entender que a luta pelos direitos dos homossexuais é apenas um dos flancos de uma guerra muito mais ampla: aquela contra o patriarcado. Contra o predomínio e os privilégios do sexo masculino em todos os setores da sociedade. E as maiores vítimas desse sistema opressor nem somos nós, são as mulheres. Os viados são os traidores, os desertores, os vira-casaca. Aqueles que abdicam de usar o pênis como um revólver apontado para o outro sexo, pois é isto o que ele de fato é: uma força incontrolável e ameaçadora a quem a mulher tem que se submeter. E se não quiser, ela que tome as devidas providências, como pílulas, ligação de trompas ou abortos clandestinos. E arque com as conseqüências.

Esse raciocínio renderia um livro inteiro, e eu já estou divagando. Tenho raiva do Richarlysson não ter se assumido, mas também tenho a sorte de circular num meio muito mais liberal e esclarecido. Que esse bafafá todo sirva para a gente conhecer melhor o inimigo, que está literalmente por toda a parte. E também para sacarmos que não buscamos só o direito de nos beijarmos em público, de nos casarmos, de rebolarmos na parada gay. Queremos um outro tipo de sociedade, só isso.

(A foto lá de cima é chupada do site The Onion, um dos mais engraçados da internet. Ela mostra o que seria uma “Parada da Vergonha Gay” numa cidadezinha dos Estados Unidos. Mas também serve como alegoria do que enfrentamos todos os dias, desde pequeninhos.)

URSINHOS CARINHOSOS

Aprendi como se põem vídeos no blog!! Muchíssimas gracias, BHY, você salvou minha honra. E para estrear lá vai o clip da primeira “boy band” formada inteiramente por ursos. O Bear4ce1 vem da Holanda e é tão "eurotrash" que nem tem uma música propriamente dita: eles cantam um medley de Donna Summer, Amanda Lear, Dead or Alive y otras coistas más, e fazem uma coreografia descaradamente inspirada no Village People. Não sou muito chegado em ursídeos (apesar de que, um dia, fatalmente serei um), mas vem cá: aquele de blusa amarela à esquerda até que dá um caldo, hein?

terça-feira, 14 de agosto de 2007

BROKEBACK MOUNTAIN 2 – A MISSÃO

Adivinha quem é esse bofão exibindo os peitorais ao ar livre? Parece um bicheiro carioca, e na verdade é quase isso: ninguém menos que Vladimir Putin, o presidente da Rússia. Ele levou o príncipe Albert de Mônaco para um tour por seus domínios, e os dois aproveitaram para pescar trutas, pastorear ovelhas e assar salsichas no fogo. Programinhas bem Terra de Marlboro, onde os homens se encontram.
(gracias ao Raul Juste Lores pela dica sensacional)

JÁ VAI TARDE

Houve um tempo em que George W. Bush era desprezado pela extrema direita religiosa dos EUA, graças à sua fama (verdadeira) de bebum e padêzeiro. O maior responsável pela adesão dos evangélicos, e estrategista das vitórias republicanas de 2000 e 2004, foi Karl Rove, que renunciou ontem ao cargo de assessor especial da Casa Branca. As bibas têm bom motivo para comemorar, pois foi este especialista em calúnia e difamação que pintou Bush como um santo arrependido e incluiu a agenda anti-gay no centro do programa de governo. Parece que mr. Rove só está saindo de Washington para não ter que depor no Congresso. Tomara que não consiga escapar, nem que para isto esta montagem fotográfica aí em cima tenha que se tornar verdade.

MEGA-HAIR

Eu devo ser mesmo uma pessoa muito bondosa, pois papai do céu vai me dar a chance de ver pela TERCEIRA vez este ano (e quarta na vida) meu DJ favorito em ação. São Offer Nissim “Lamen” vem tocar no aniversário da The Week SP dia 29 de setembro!! E daí que ele traz o set já gravado em CD e fica só na fechação? Já estou marcando hora na Satiko pra fazer extensão, porque dessa vez quero sair com dor no cabelo.

DINHEIRO, PRA QUÊ DINHEIRO?

A zilionária americana Brooke Astor morreu ontem, aos 105 anos. Mas não pensem que o dinheiro traz felicidade: depois de um século de badalação e filantropia, a velhota quase foi parar nas páginas policiais. Tudo por causa de seu filho mais velho, que a deixou sem os cuidados que ela precisava – e que obviamente tinha como pagar. O escândalo foi tão grande que um juiz deu a “guarda” de Brooke a uma de suas amigas, para que ela tivesse algum conforto no fim da vida. E a gente reclama quando não ganha pulseirinha na boate…

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

ARROZ DE FESTA

They try to make me go to rehab, I say no, no, no, no.

UM CANTINHO, UM VIOLÃO

Meus leitores dos outros pontos do sistema solar que me perdoem, mas senta que lá vem mais um post sobre o Rio de Janeiro. É porque não falta assunto: a Maravilhosa continua em franco processo de upgrade, e a novidade da semana é o Hotel Fasano, na Vieira Souto, quase no Arpoador.

Depois de um lauto almoço de Dia dos Pais, fui com Oscar e sua poderosa madrasta no cocktail de inauguração. Ah, nada como uma tacinha de viúva e uma visita guiada pelo hotel mais caro do Brasil para espantar a ressaca de mais uma looonga noite na TW.

São Paulo já tem três “design hotels” – o Unique, o Emiliano e o próprio Fasano – mas o Rio continuava inexplicavelmente defasado. O principal destino turístico do Brasil não teve um único hotel de impacto inaugurado nos últimos 20 anos (e não, o Ipanema Plaza não conta, apesar de ser a gaiola das loucas). Agora tem, e de repente todo o resto ficou com cara de mofado e démodé.
Porque o Fasano é tudo o que você espera de um projeto do Philippe Starck: elegante, aconchegante, extravagante. Não tem a teatralidade do Faena em Buenos Aires, mas tem algo melhor em volta: a praia, o mar, o Dois Irmãos.

Dizem que Starck e Rogério Fasano brigaram muito. O hotelier paulistano entrou na foto há apenas dois anos, quando o prédio já estava de pé, financiado por grupos internacionais. E o designer vinha desde o começo, então já viu: cada um querendo ser o “alpha dog” do negócio. Mas o resultado ficou de cair o queixo.

Visitamos tudo o que era possível: o restaurante Fasano al Mare, com cortinas de seda que podem dividir o ambiente em áreas mais ou menos privés; o bar Londra, com LPs pregados na parede (eu tenho muitos, como estou ficando antigo, credo); a mega-suíte do sétimo andar, aquela que custa mais de cinco mil reais por dia – tem até um lavabo e é maior que nosso apartamento na Gávea. E a cereja do bolo: a piscina na cobertura, com uma vista que me deixou transtornado. O único senão foi quando o Bruno Chateaubriand se aproximou da mureta. Quase gritei para os pedestres lá embaixo: fujam! Salvem suas vidas!

MISS GUANABARA 2007

E essa nova onda carioca já tem até mesmo sua garota da capa. É a Clarisse Miranda, que consegue a proeza de ser a hostess dos dois lugares mais quentes da cidade ao mesmo tempo: a TW e o Londra. Ela e seu namorado Alexandre – que trabalha no Fasano al Mare, e é louro, alto e de olhos azuis – formam um casal tão lindo que parece até desenhado pelo Philippe Starck. You go, girl!

PRIMO POBRE

Sempre achei que “Primo Basílio” fosse sobre a luta de classes: a empregada fudida tentando uma vingança sórdida contra a patroa, só para se ferrar ainda mais no final. Pena que Daniel Filho concorda comigo só até certo ponto: seu filme vai muito bem até o desenlace do personagem de Glória Pires (soberba, e finalmente deixando aflorar a feia que sempre foi), pra depois ainda se arrastar por meia hora de culpas e choradeiras. Mas o ingresso vale mesmo pelo Fábio Assunção, escultural e desinibido nas cenas de sexo. Como diz a Katylene Beezmarcky do blog Papel Pobre: umidifiquei.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

CRIANÇA ESPERANÇA

Eu tava saindo da The Week, zonzo como sempre, com a luz da manhã deflorando minhas pupilas dilatadas. Fui buscar o carro no estacionamento do outro lado da rua, quando de repente tropecei numa coisa na calçada. Era uma cestinha com um bebê dentro, todo peladinho mas já bem crescido. E ainda havia um bilhete: “Meu nome é Duda, você quer ser meu papai?” Claro que quero! Levei o chorão pra casa, dei leitinho, passei Hipoglós. Nunca havia cuidado antes de uma criança, e não posso ter filhos – a ciência ainda não chegou nesse ponto. Mas adotei o Duda, que nesses anos todos me encheu de alegrias e preocupações. Agora ele está em Ibiza, onde arrasa na boate ainda mais que a Vanessão. Quero só ver se ele vai lembrar que domingo é Dia dos Pais.

ENTRE NA LINHA

Há alguns anos atrás, a HBO Brasil ofendeu a bicharada ao relegar nossa série favorita, “Queer as Folk”, para as madrugadas. Agora o canal quer fazer as pazes. Hoje passa o documentário “A Fabulosa História do Cinema Gay”, às 9 horas da noite. E sexta que vem, no mesmo horário, estréia “A Linha da Beleza”, série-escândalo da BBC. É baseada num livro de Alan Hollinghurst e conta as aventuras de Nick Guest, um viadinho “social climber” na Inglaterra dos anos 80. São só três capítulos, e quem perder vai ficar sem assunto.