sexta-feira, 29 de junho de 2007

ERA O MÁXIMO E ACABOU-SE

Hoje é o ultimo dia do NoMínimo, um dos melhores sites de todos os tempos. Quase uma versão brasileira da “Salon”, NoMínimo tinha muitos leitores e poucos anunciantes. Não agüentou a barra. E eu, agüentarei ficar sem ler o Tutty Vasques todos os dias?

CANTE CONOSCO

Pelo visto, Daniella Cicarelli e seu namorado não perceberam que, cada vez que conseguem tirar o famoso vídeo do YouTube, aumentam em muito o número de visualizações do próprio (incrível ainda ter gente que não viu). Então só nos resta cantar: “Vai tomar no Tube… vai tomar no Tube… bem no meio do YouTube…”

A VIDA SECRETA DAS MULHERZINHAS

Isabel Coixet faz filmes de mulherzinha. Suas heroínas estão envolvidas em apuros dos grossos, mas a conclusão é sempre igual: mulher quer mesmo é casar e ter um montão de filhos. Em “Minha Vida Sem Mim”, a mocinha descobre que tem só três meses de vida e resolve fazer tudo o que ainda tem vontade. Em “A Vida Secreta das Palavras” (em cartaz no Rio e em SP), uma enfermeira com cicatrizes no corpo e na alma cuida de um ferido numa plataforma de petróleo. A atriz dos dois filmes é a mesma, a incrível e ainda pouco badalada Sarah Polley. Tudo é tecnicamente impecável, e o uso de música pop na trilha beira o sublime. Mas no final sempre saio com a sensação de que acabei de ler um romance da coleção “Sabrina”. Não que haja algo de errado com isso.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

O MARCO ZERO

Nos anos 60, a polícia de Nova York costumava dar batidas nos bares gay e levar todo mundo em cana. Assim, sem mais nem menos - que coisa impensável, não? Até que um belo dia o pessoal encheu: no dia 28 de julho de 1969 os freqüentadores do bar Stonewall Inn, no Greenwich Village, resolveram dar um basta e resistir à prisão (coincidência cósmica: nessa mesma noite morria Judy Garland). O resultado foi uma batalha campal que durou até o dia 3 de julho, quase uma semana depois! Alguém imagina algo semelhante acontecendo por aqui? Digamos, quando fecharam o Ultralounge?... Stonewall é o marco zero na luta pelos direitos dos homossexuais. Quase todas as paradas gay acontecem em junho por causa desta data histórica. Portanto, se hoje a gente pode rebolar à vontade e desfrutar de um pouco mais de respeito, devemos muito a essa turma. Leia também o post magnífico que o Marcos Carioca fez sobre o assunto: www.cariocavirtual.blogspot.com/

O CLONE DE “MARY”

“Mary Tyler Moore” foi a melhor sitcom dos anos 70. E é curioso vê-la replicada em “30 Rock”, a 2a. melhor sitcom exibida atualmente no Brasil (a primeira é “The Office”). As duas séries se passam nos bastidores de um programa de TV - em “Mary” era um telejornal, em “Rock” um humorístico. Ambas têm uma protagonista solteirona, um chefe neurastênico, um astro estúpido, uma perua desengonçada, um redator careca… Plágio? Que importa? “30 Rock” é bem escrita e bem interpretada, ainda mais pelo gostosão do Alec Baldwin. Ah, e sabem o que quer dizer o nome? É o “apelido” do endereço real da NBC em Nova York, 30 Rockefeller Plaza. O final da 1a. temporada passa na quarta, 4/7, na Sony, às 20:30. Não “perdam”.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

SEGREDO DE POLICHINELO

Pronto, vazou. Foi só surgir a notícia de que um jogador de futebol iria se assumir gay numa entrevista ao “Fantástico” que começaram a pipocar comentários na blogosfera: “é o Richarlyson do São Paulo”, “ele vive na The Week”, “ele é feeeio”… Depois um dirigente do Palmeiras cometeu um ato falho em pleno programa do Milton Neves, que se espalhou por toda a internet. E hoje no vestiário da academia não havia outro assunto. Se realmente sair do armário (e agora acho que vai), Richarlyson merecerá estátua em praça pública por quebrar o estereótipo do desmunhecado, ainda tão corrente nesse país. As reações que ouvi até agora são mais de dúvida e curiosidade, mas resta ver como isso vai repercurtir com o povão.

A MÚSICA DO ANO

O que começou como um reles viral está se firmando como um verdadeiro fenômeno. A essa altura todo mundo já viu a Eliana cantando “Vai Tomar no Cu” no palco do Nunca se Sábado (como eu queria ter estado lá, presenciando “history on the making” – mas ainda bem que existe o YouTube). Agora Cris Nicolotti vai lançar um CD só com remixes da música. Tomara que tenha um bem dance, à la Offer Nissim. E tomara que a galhofa vá ainda mais longe: vamos todos cantar em alto e bom som para Renan, Roriz, Marta, Zuleido, Vavá, Lula… Povo cordial é a puta que o pariu.

LUTA DE CLASSES À BRASILEIRA

Quero só ver qual vai ser o destino dos agressores da doméstica Sirlei Pinto. Claro que as famílias vão contratar advogados a peso de ouro, que trarão provas e argumentos convincentes da bom-mocice dos moços. Mas acho que o Brasil não é mais o mesmo de 10 anos atrás, quando um bando de playboys tacou fogo num índio em Brasília sem maiores conseqüências. Hoje as classes baixas têm mais consciência de seus direitos, e uma voz muito mais alta. Vai ser difícil o juiz ignorar.

A CONQUISTA DA ARGENTINA

Não é de hoje que os DJs brasileiros vêm bombando em Buenos Aires. Agora chegou a vez da Patricinha Tribaaaaal, que toca por lá nesta sexta. O que mais me chamou a atenção no flyer do Palacio Alsina é o nome da festa, “Gay Pride Day Brasil-Argentina”. Estamos mesmo ensinando à vizinhança como se faz uma balada daquelas.

A TAILÂNDIA VERSUS “PERSEPOLIS”

O festival de cinema de Bangkok havia programado “Persepolis” para sua sessão de abertura. Mas já desprogramou, atendendo a um pedido do governo islamo-fascista do Irã. Esses aiatolás já tinham medo de mulher de calça comprida, e agora estão se cagando por causa de um desenho animado. E também é muito feio a Tailândia (que já não é uma democracia desde o golpe militar de 2005) fazer o jogo dessa laia. Se eu tivesse um filme em competição no festival (sonhar não custa nada…), tirava na hora.

terça-feira, 26 de junho de 2007

SE A MODA PEGA

O governo da Alemanha proibiu as filmagens do thriller “Valkyrie” em qualquer sítio histórico ou militar do país. O motivo, que nada tem a ver com censura, merece aplauso: é porque a estrela do filme, Tom Cruise, pertence à Cientologia, que por lá não desfruta o status de religião – e sim de culto caça-níqueis, o que de fato é. Já pensou se algo semelhante acontecesse por aqui? Digamos, com os patifes da Igreja Universal do Reino de Deus e sua TV Record…

O FIM ESTÁ PRÓXIMO

Começa no próximo domingo a última temporada dos “Sopranos” na HBO. Serão apenas 8 episódios, até uma cena final que está dividindo o público e a imprensa nos EUA. Empulhação? Ousadia? O fato é que a conclusão da série já entrou para a história, e continuará desafiando os roteiristas por anos a fio a inventar um final melhor. Que, por sinal, não é o da foto aí ao lado.

NÓS SOMOS JOVENS, JOVENS, JOVENS

Botox? Fios de ouro? Pacto com o demônio? Que nada: o segredo da eterna juventude é mesmo o bom e velho photoshop. Confiram só as moçoilas aí de cima: Glenn Close, o autor Michael Cunningham, Meryl Streep, sua filha Mamie Gummer (ou seria sua irmã mais nova?) e Vanessa Redgrave. Todos passados a ferro numa matéria da “Elle” americana, promovendo o lançamento do filme “Evening”. O roteiro é de Cunningham, o mesmo autor de “As Horas”, e o elenco translumbrante ainda conta com Natasha Richardson, Toni Colette e Claire Danes. O trailer pode ser visto aqui: http://www.apple.com/trailers/focus_features/evening/trailer1b/

“VOLTA” AO MUNDO

Resisti o quanto pude a comprar o novo disco da Björk. Ouvi umas coisas na internet, e achei pretensioso e enfadonho. Às vezes Björk me passa a sensação de estar inventando a música na hora, sem saber muito bem onde quer chegar – assim como os roteiristas da série “Lost”. Mas finalmente capitulei, seduzido pelo adesivo da capa onde a cantora aparece dentro de um treco que parece cruzamento de uma boneca russa com um dodô (só na versão importada – a brasileira é bem furreca). E aí dei a mão à palmatória, porque “Volta” é mesmo um CD muito bom. Tem um climão de viagem pelo mundo, com apitos de navio e cordas orientais. Bem-vinda de volta, Björkita.

PAN E CIRQUE

Quando vi o Cirque du Soleil na TV pela primeira vez, há uns 20 anos atrás, fiquei boquiaberto. Tão lindo e moderno que deixava o Orlando Orfei no nível dos gladiadores romanos. Tempos depois consegui ver o espetáculo “Quiddam” em Los Angeles, e me senti a pessoa mais cool do universo. Ano passado o Cirque finalmente veio ao Brasil, e foi aquele carnaval na mídia. A decepção foi quase inevitável, ainda mais porque a trupe foi usada à exaustão em propaganda de banco e cartão de crédito. Agora já estão anunciando uma nova visita deles, e a super-exposição já começou. Não tenho a menor vontade de ir, muito pelo contrário. Tudo que eu quero é que o Cirque du Soleil desapareça. Para. Sempre. Amém.

E por falar em saturação, vai ser difícil driblar o noticiário sobre o Pan-Americano, que começa no Rio na semana que vem. Esses esportes todos me dão um sono incontrolável, mas o que mais me irrita são as reportagens edificantes sobre atletas que vieram da favela (perdão, da comunidade), superaram zil obstáculos e hoje conseguem saltar 3,76 m. Como se esse salto fosse façanha equivalente à cura do câncer ou mesmo a um bom filme. Dai-me saco, Senhor.

AS BOAS COMPRAS

Finalmente apareceu o autor daquela foto do traveco se aliviando durante a parada, que postei há duas semanas atrás (“Vale Mais que Mil Palavras”). É o Ricardo Aquino, e para agradecer vou dar aqui o endereço da nova loja dele de artes e presentes. Fica na rua Virgilio de Carvalho Pinto, 187, em Pinheiros, São Paulo. Agora me dá um desconto, Ricardo!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

O LADO ESCURO DA FORÇA

Falta um ano e meio para o mundo se ver livre de Dick Cheney, a mais maléfica criatura que jamais chegou ao poder nos Estados Unidos. Um dos órgãos do sistema americano de “checks and balances” pediu para examinar os documentos do gabinete de Cheney. O vice-presidente não só recusou, como ameaçou extinguir o órgão! Fora a hipocrisia de apoiar a filha lésbica e os movimentos anti-gay ao mesmo tempo. Vade retro, Satanás.

A CHINA E O CHEMA


Tenho “mixed feelings” com relação à China moderna. Todo mundo baba diante do crescimento econômico do país, mas muita gente se esquece que é à custa de repressão aos direitos humanos, trabalho semi-escravo e poluição desenfreada. Apesar dos pesares, a produção cultural de lá está cada vez mais interessante. O cinema já é nosso velho conhecido, e agora podemos ver um pouquinho das artes plásticas no Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro. Pouquinho mesmo: é um recorte minúsculo da coleção de mais de mil e quinhentas peças de Uli Sigg, ex-embaixador da Suíça em Beijing. Mas é de encher os olhos, “fácil” de entender (quase tudo é figurativo) e com gostinho de quero mais. Ainda bem que na saída topamos com a exposicão de fotos do espanhol Chema Madoz, que faz trocadilhos visuais num preto-e-branco chiquérrimo. Encha os olhos você também: www.chemamadoz.com

sexta-feira, 22 de junho de 2007

TOTALMENTE SEM GRAÇA

Qual o problema das comédias românticas? Acho que é o gênero cinematográfico que menos produziu bons filmes (um dos poucos exemplos que me ocorre é “When Harry Met Sally”). Esta semana vi duas, ambas sofríveis. A primeira foi a bordo do avião vindo do Chile: “Because I Said So”, ou “Minha Mãe Quer que eu Case”, que não tive coragem de ver nos cinemas. E tinha razão: até que começa bem, com Diane Keaton fazendo o papel de Diane Keaton. Mas quando descobrimos que o músico sexy e tatuado é um dedicado pai solteiro, com um filhinho que é um amoooorrr – eca. E ontem vi “Trust the Man”, que ganhou por aqui o originalíssimo título de “Totalmente Apaixonados”. Mesma coisa, se bem que um pouco melhor: começa bem, Julianne Moore e Maggie Gylenhaal estão fofas, mas logo a coisa desanda pra babaquice e caretice habituais. Sei que não é fácil escrever uma “rom-com”, porque eu mesmo tentei: fui co-roteirista de duas, “Avassaladoras” e “Gatão de Meia-Idade”, não exatamente obras-primas. A graça não vem fácil, nos dois sentidos da palavra.

NAS ANTÍPODAS

Sempre fui fanático por mapas. Já ganhei atlas como presente de aniversário, e sei até desenhar a mão (e de cabeça) uma versão bem decente do mapa-mundi. Qual não foi minha alegria ao descobrir o site Strangemaps: lá só tem mapas pouco convencionais, mas super interessantes. Como um dos EUA onde cada estado tem seu nome trocado pelo de um país com PIB semelhante – Nova York vira Brasil, a Califórnia vira França e assim por diante, numa demonstração claríssima e impressionante da riqueza americana. Outro mapa destrói o mito de que, se cavarmos um buraco bem fundo, saíremos no Japão: quase todas as coordenadas antípodas do Brasil são no Oceano Pacífico, ou seja, o buraco vai dar n’água. É esse mapa que aparece aí em cima. Para viajar mais, clique aqui: http://strangemaps.wordpress.com/

quinta-feira, 21 de junho de 2007

UY PAPI

Um amigo carioca perdeu a virgindade para Miguel Bosé. Isso foi no começo dos 80, quando o filho do toureiro Dominguín era tido e havido como um dos homens mais bonitos do mundo (antes que meus dois leitores digam que estou sendo indiscreto de novo: não, não vou dizer o nome do amigo, e o Bosé já deu entrevista se declarando bissexual. Mas como dizia Glauber Rocha, esse papo de bissexualismo é coisa de viado...). Hoje Miguel Bosé tem 52 anos, ainda bate um certo bolão e é um dos maiores superstars do pop em espanhol. Acabou de lançar o disco “Papito”, para comemorar os 30 anos de carreira.Tem uma versão simples, onde ele recria seus “greatest hits” em duetos com outras estrelas: Shakira, Ricky Martin, Paulina Rubio, e até mesmo Michael Stipe do R.E.M. e uma irreconhecível Ivete Sangalo, cantando num tom super baixo. E tem uma versão dupla, que inclui um segundo CD com astros menos cotados. É esse disco que traz “Mía”, clássico de Armando Manzanero cantado com o próprio, o rei do bolero. E que me levou às lágrimas em pleno engarrafamento na Av. Europa. Tô mesmo ficando velho.

ODEIO VER SHOW EM MESA

A gente se acostuma com muitas barbaridades, e esquece que elas só acontecem aqui no Brasil. Um exemplo prosaico é nosso hábito de ver shows em mesinhas apertadas, com garçons circulando na frente. Um modelo lançado pelo Canecão do Rio de Janeiro, e que logo se espalhou: afinal, o lucro da casa mais que dobra com a venda de bebidas e salgadinhos. Hoje todo mundo acha normal pagar uma fortuna para ficar mal acomodado e dividir a mesa com estranhos barulhentos. Ontem no Via Funchal não deu outra: estava abarrotado de maurícios e patrícias, que não hesitavam em bloquear a visão dos outros ou falar alto no celular. O show em si foi bacaninha, sem grandes surpresas. Los Gotan Project son macanudos. Só não gostei mesmo do modelito das moças, um longo branco digno de baile de debutante no interior.

CADERNO DE ESPORTES

Esse blog tá ficando meio boiola demais, então vamos falar de futebol. Ontem o Boca Juniors venceu mais uma Libertadores, derrotando o Grêmio em pleno estádio Olímpico. Tudo por culpa do meu amigo Cau Saccol, que, apesar de gaúcho e gremista, teve a veleidade de vestir uma camiseta onde se lia “Argentina”, achando que ia abafar no show do Gotan Project. Resultado: o Grêmio perdeu em casa, e a cabeça do Cau está a prêmio. Com essas coisas não se brinca.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

A CONQUISTA DO MÉXICO

Devo estar em todos os mailings de boate da América Latina, e recebo flyer até para abertura de envelope. Esse aí chegou hoje, diretamente da Cidade do México. E vejam só o prestígio do nosso querido Pacheco (alguém sabia que ele se chama Paulo?). Aliás, só dele não: “Directamente de The Week en São Paulo”! “El pride más grande del mundo!” Pelo jeito, o Almada e todos nós estamos de parabéns. A noite de SP já é referêêência para os nossos hermanos, e até motivo de inveja. Porque eles podem até ter o Isaac Escalante, mas jamais terão o elenco daqui…

O CAMINHO DE SANTIAGO

Querido diário: hoje voltei de mais uma breve viagem ao Chile, a de no. 14. Nesses anos todos de visitas-relâmpago a Santiago, tenho acompanhado o crescimento vertiginoso de cidade, que está passando rapidamente de “backwater” provinciana a metrópole civilizada e cintilante. Claro que ainda falta um certo je ne sais quoi: Stgo. (é assim que eles abreviam) ainda não tem a vibração de São Paulo ou Buenos Aires, e sua cena cultural deixa muuuito a desejar. Talvez seja a herança maldita da ditadura, que gerou um milagre econômico mas sufocou a alma de um país que já tinha dois Nobel de literatura (Pablo Neruda e Gabriela Mistral). Santiago é chata pra caralho… Pouco filme pra se ver: parece que todos os cinemas estão passando “Shrek Terceiro”. Pouca peça, pouco show, pouca opção na noite. Se bem que, apesar de tanto conservadorismo, a vida gay até que é animadinha. Um amigo local me contou que a bicharada nunca foi perseguida durante os anos de chumbo, porque metade do gabinete do Pinochet era colega. Mas nem tive tempo pra nada: dois jantares com cliente, e além do mais era segunda e terça-feira. O ponto alto foi mesmo uma compritcha na fabulosa Casa del Vino: um chardonnay feito de uvas congeladas, colhidas no auge do inverno. O resultado é um “ice wine”, para ser tomado como vinho de sobremesa. Agora é só buscar um pretexto pra abrir a garrafa, ¿cachay?

segunda-feira, 18 de junho de 2007

CAMPOS DO GORDÃO

Nada melhor para arruinar uma silhueta do que um fim de semana em Campos. Ainda mais com a pensão completa do hotel Toriba, cuja sobremesa mais popular, a torta Gabrielle, é uma inocente combinação de chocolate, chantilly e doce de leite. Quase entalei no célebre escorregador interno que leva do térreo ao salão de jogos - o mesmo que na minha infância me parecia tão divertido e excitante quanto uma semana na Disney World. Mas claro que a cidade também não é mais a mesma. Prédios pseudo-alpinos empesteiam até onde a vista alcança, e hordas de boçais entopem Capivari em busca das mesma lojas dos shoppings de SP. Mesmo assim, Campos do Jordão permanece pirografada no meu coração.

sábado, 16 de junho de 2007

BUBU PRA DAR E VENDER

Quem não gosta da Bubu? A simpaticíssima boate da rua Pinheiros já faz algum tempo que vem se firmando como a opção preferencial das noites de sexta em SP. Lá ninguém faz a egípicia: os garotinhos vão logo te beijando, e, melhor, enfiando a mão dentro da tua calça. Nem precisa perguntar o nome, porque lá todo mundo se chama Júnior. Na pistinha de cima o hit absoluto ainda é o "Don't Cha" das Pussycat Dolls, de dois anos atrás - que deve ser o tempo que uma música leva para chegar ao Pontal do Paranapanema. Não me levem a mal, I Love Bubu. Tomara que esse clima despretensioso continue na tal da Megga, que os donos da casa vão abrir para concorrer com a The Week. A Bubu é para todos.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

CHE GUEVARA TUPINIQUIM

Nunca fui fã dos militares, porque cresci durante a ditadura e sei do que eles são capazes quando estão no poder. Mas os milicos têm toda razão em estarem revoltados com a promoção póstuma do terrorista Carlos Lamarca, o que dará à sua viúva uma pensão considerável. Além de desertor, crime gravíssimo na caserna, Lamarca assassinou vários inocentes em sua vã tentativa de instalar um regime ao estilo soviético por aqui. Mas a Comissão de Anistia dominada por petelhos quer transformá-lo num ícone à la Che Guevara (que, aliás, também era despótico e assassino), mesmo que isto custe uma nova crise entre o governo e as Forças Armadas. Que nojo.

Ó, MINAS GERAIS

A notícia do descobrimento dos restos mortais do engenheiro João José Vasconcelos Jr., seqüestrado no Iraque há mais de dois anos, não tem absolutamente nada de engraçado. Mas, espírito de porco que sou, lembrei do ridículo apelo que Ronaldo “Fenômeno” fez pela libertação do brasileiro. O sósia da Mônica lembrou aos Esquadrões al Mujahidin que o refém era de Minas Gerais, mesmo estado natal de sua então esposa Daniela Ciccarelli. Qual terrorista não se comoveria com um argumento desses? Poucos meses depois, Ronaldo e Daniela se separaram. Vai ver que foi por isto que Vasconcelos foi morto.

A VINGANÇA DO TANGO

Um dos gêneros musicais que eu mais escuto hoje em dia é o tango eletrônico, que, como o próprio nome diz, é a mistura do tango com a eletrônica (hahaha). Há um mês atrás quase tive um orgasmo no show do Bajofondo Tangoclub, que consegui assistir no Rio e em SP. E semana que vem vai ser melhor ainda: vêm ao Via Funchal simplesmente os inventores do electrotango, o magnífico Gotan Project. Eles têm só dois discos, “La Revancha del Tango” e “Lunático” (o nome do cavalo de corrida de Carlos Gardel). Nenhum foi lançado no Brasil, mas são facilmente baixáveis da internet. Vai por mim: não existe trilha sonora melhor para o sexo.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

AINDA MAIS BRANCO

O estilista Rogério Figueiredo já está anunciando a segunda edição de sua White Party, com quase seis meses de antecedência. A de 2006 foi simplesmente uma das melhores festas do ano passado, com milhares de pessoas fervendo em plena tarde de domingo - e tudo absolutamente de graça. Ainda não entendi direito o que o Rogério pretende com essas mega-bocas livres, já que o povo que foi à festa não é exatamente o público-alvo para seus vestidos (quer dizer, alguns até que são). Mas não importa: seja por auto-promoção ou mera generosidade, que ele continue cada vez mais festeiro.

NÓS SOMOS O MUNDO

Quando soube que a "Vanity Fair" deste mês era um número especial sobre a África coordenado pelo chato do Bono, desdenhei. Depois vi que a revista saíra com 20 capas diferentes, combinando celebridades que vão dos inevitáveis Brad Pitt e George Clooney até - creio em deus padre - George W. Bush. Suspeitas confirmadas: mais uma babaquice tipo "We Are the World", com famosos posando de bonzinhos e tirando casquinha do sofrimento dos africanos. Mas aí comprei a revista, e tive uma grata surpresa. Eles fizeram um trabalho sério e consistente, com boas reportagens individuais sobre países como o Quênia, o Sudão e a Tunísia. Ainda tem um portfolio belíssimo sobre pessoas de destaque do continente, e só uma matéria na linha habitual de fofocas e sociedade, sobre o último caso de amor da princesa Diana. Afinal, ninguém é de ferro - e muito menos eu: fiquei horas na banca escolhendo a capa mais bonita. Adivinha qual que eu peguei!

E EU VOU ESTAR DIZENDO QUE EU VOU NÃO ESTAR INDO

Neste sábado a Sony exibe o "Saturday Night Live" que foi apresentado pelo meigo Jake Gyllenhaal (em cartaz em SP com um filme bastante bom, "Zodiac"). O programa passou nos EUA em fevereiro, e no número de abertura Jake fez uma "homenagem" aos fãs de "Brokeback Mountain", o filme que o colocou no mapa. E aí colocou uma peruca, tirou o blazer e revelou um vestido de lamê por baixo da roupa. E cantou ma-ra-vi-lho-sa-men-te (para um rapaz branco) a música mais manjada do "Dreamgirls", aquela que, se traduzida ao pé da letra, parece frase de operadora de telemarketing. Quem não agüentar esperar até sábado pode clicar aqui: http://www.youtube.com/watch?v=OofoW-baru4&mode=related&search=

quarta-feira, 13 de junho de 2007

VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

O Renato Fernandes, um amigo jornalista de SP que hoje mora no Rio, me manda essa foto que é quase uma síntese da Parada deste ano (talvez falte um pouco de sangue e violência). Fica aqui a sugestão de poster para a do ano que vem.

A BRUXA DE BLAIR

Tony Blair disse que a mídia é uma besta-fera que destrói reputações e vidas. Ele até tem uma certa razão, mas existe uma besta-fera pior e óbvia - a guerra, que destrói vidas pra valer. Pobrecito: Blair, que poderia entrar para a história como um dos primeiros-ministros britânicos mais legais de todos os tempos, vai ser mais lembrado como o capacho de Bush e um dos responsáveis pela merda no Iraque. Meu xará vai ter que se contentar com o título de primeiro-ministro mais "hot". Quer dizer, quando a gente lembra que Winston Churchill e Margaret Thatcher estavam no páreo, até que não é uma façanha tão grande assim.

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Não tenho a menor intenção de assistir à mini-série “A Pedra do Reino”, que estreou ontem na Globo. Já achei um porre a premiadíssima “Hoje É Dia de Maria”, e quando li que o novo programa é ainda mais hermético, nem pensei duas vezes. Tenho horror a esse tipo de folclore high-brow, que as pessoas se sentem meio obrigadas a gostar porque, afinal, é Suassuna, é a cultura armorial, é o Brasil profundo! Preferi ver o “Ali G Show” do Sacha Baron Cohen (que também faz o Borat) na Sony, e mesmo sendo um programa velho de dez anos, morri de rir. Quem vive nas profundezas é peixe abissal.

terça-feira, 12 de junho de 2007

ULTRA DANCE

Fui adolescente nos anos 70, em plena era disco. Enquanto muitos dos meus amigos de hoje ainda estavam nas fraldas, eu já freqüentava o Hippopotamus e o Papagaio. Minhas referências musicais são todas dessa época: Donna Summer, Bee Gees, Grace Jones. Por isto, quando o vendedor da Banana Music usou as palavras mágicas – “parece uma mistura de Cerrone com Giorgio Moroder” - para me recomendar o novo álbum da Ultra Naté, eu não consegui resistir. E não me arrependo: o CD “Grime Silk Thunder” é bom do começo ao fim. Até a capa é setentista, onde a diva aparece gloriosamente aerografada. Mas as letras são moderninhas, vide as referências a balas não-perdidas em “Love’s the Only Drug”.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

PARADA OBRIGATÓRIA

Pessoal tão reclamando que esse blog só fala de política e cultura, e nada de babado e jogação. Pois então lá vai: bee, essa parada foi fervidíssima, as monas aquendaram todas, necas e edis em polvorosa, etc. etc.

A verdade é que fervemos menos que no ano passado. Afinal, não estou mais no esplendor dos meus 45 anos. Só duas festas, e sempre no mesmo lugar, a The Week. Ano passado foram quatro, num esquema non-stop que quase me matou. Claro que ajudou o fato de termos convites VIP para todas as noites da TW. Este ano, mesmo com meu cartão mega-ultra-platinum-plus, tive que comprar ingressos na bilheteria, e sem nenhum descontozinho.

Começamos na sexta com um esquenta finíssimo na casa de um amigo, onde o cosmopolitan é servido literalmente aos baldes. Já devidamente calibrados, seguimos para o templo, tão cedo que ainda não havia nem fila no estacionamento. Lá dentro, uma surpresa: a casa estava cheia, mas não abarrotada como de outras vezes. Mais conhecidos do Rio e de Buenos Aires do que de SP mesmo - deviam estar todos se guardando para a pool party de sábado. Estava até o Marcos Carioca, que virou persona non-grata do Almada mas foi assim mesmo chacoalhar ao som esfuziante da dupla Rosabel. Vai ver que ele entrou pela porta de serviço, junto com a Lindinalva…

Ah, e agora eu vou defender a The Week. Virou moda por aí falar mal do lugar, mas a verdade é que, como consumidor, eu só tenho coisas boas a dizer. O Almada deu uma baita profissionalizada na noite de SP, e realmente ficou difícil pra concorrência atingir o mesmo nível. A TW é simplesmente uma das melhores boates do planeta, e de longe, muito longe, a melhor da América Latina. Posso dizer de boca cheia porque conheço todas: o Palacio Alsina em Buenos Aires, a Bunker em Santiago, as diversas encarnações da Living na Cidade do México, e por aí vai. O som da TW é sempre bom, o serviço é sempre rápido, os banheiros estão sempre limpos. Claro que já ouvi muita história de assaltos: eu mesmo já perdi um celular lá dentro – ou será que me foi surrupiado? Mas como garantir a segurança de tanta gente, num lugar tão grande? Fora que a decoração está sempre se renovando (a peeesteeenha ficou leeenda), e a nova ala VIP é divina. Prontofalei.com.br.

Bom, no sábado não tive forças nem vontade de ir à Gira-Sol. Aliás, pool party em São Paulo é algo curioso: o povo vai de roupa e chega à noite… Vira mais uma matinê do que qualquer outra coisa. Acompanhamos a festa pelo site do MixBrasil, que fez uma cobertura exaustiva, com notas do tipo “agora está tocando “Hung Up” da Madonna”. Isto nos bastou.

Mas à noite tinha Peter Rauhofer, e lá fomos nós de novo. Dessa vez sim, lotação esgotada: praticamente todas as pessoas que já vi na minha vida estavam lá. Saímos às nove da manhã, felizmente antes do lixo (foi o que aconteceu na noite do Offer Nissim há três semanas atrás, quando saímos às onze…).

E a parada propriamente dita? Concordo com o que diz o Sergio Ripardo em seu blog: é que nem o Orkut, era mais legal antigamente quando pouca gente conhecia. Ficamos só uma hora na Paulista, e foi mais do que suficiente. O carro mais animado era o da Bubu, com um som altissimo. O da TW foi meio decepcionante: mais vazio e menos glamouroso do que em outros anos. A única celebridade que vimos foi Christiane Torloni, discursando em cima do carro da Salete Campari. E claro, um turbilhão de pessoas, ainda mais do que antes. Às seis jogamos a toalha e tentamos comer um hamburger no Ritz, onde já havia fila de espera. Fomos pra Lanchonete da Cidade, e hoje acordamos com uma notícia chocante: um francês foi assassinado dentro do Ritz. Como assim?? Dentro de um lugar que é sagrado pra mim, que deveria ser tombado pelo patrimônio histórico! O caso ainda não foi esclarecido, mas esse fato horroroso só confirma a sensação que alguma coisa mudou. A parada ficou pesada, ficou grande demais, ficou meio sinistra. Não sei se estaremos em SP para a do ano que vem.

domingo, 10 de junho de 2007

KIBES E ESFIHAS

Kibes são sunitas. Esfihas são xiitas. Essa combinação tão corriqueira e tão paulistana seria impensável no Oriente Médio. Quem me contou isto foi um libanês gostosérrimo que esteve lá em casa para um drink pré-balada no sábado. Eu fiquei absolutamente fascinado, e praticamente entrevistei o cara: que tal ser muçulmano e gay ao mesmo tempo? Como foi crescer durante a guerra civil? Seus pais sabem de você? Coitado, deve ter me achado um chato. Ahmed havia acabado de chegar ao Brasil, onde vai ficar três semanas. Salaam aleikum.

sábado, 9 de junho de 2007

ANATOMIA DE UM DESAFORO

O ator Isaiah Washington não teve seu contrato renovado e vai estar fora da próxima temporada de "Grey's Anatomy", um dos maiores sucessos da TV americana. O motivo pode nos parecer politicamente correto demais: Washington chamou seu colega de elenco T.R. Knight de "faggot" (algo como "viadinho", mas ainda mais ofensivo) duas vezes, e em público. A comoção que se seguiu foi até surpreendente, visto o clima anti-gay que vigora no governo Bush. Mas o castigo é exemplar, e vai fazer muita gente pensar várias vezes antes de insultar os homossexuais. Enquanto isto, no Brasil, bichas loucas são ridicularizadas no "Zorra Total".

sexta-feira, 8 de junho de 2007

FILMEZINHO DE LUXO

Que azar que deu "Infamous", em cartaz no Rio e em SP (o título brasileiro, "Confidencial", é meio enganoso, já que todas as confidências proferidas durante o filme logo viram fofocas). É muito melhor e mais fiel ao espírito mundano de seu personagem principal que "Capote", que, rodado ao mesmo tempo mas lançado antes, conseguiu ser indicado a uma penca de Oscars e levar o de melhor ator para Philip Seymour Hoffman. "Infamous" passou meio batido nos EUA, não foi indicado a porra nenhuma e está fazendo carreira discreta por aqui. Mas a verdade é que Toby Jones está mais convincente que Hoffman, e ainda conta com o glamour de uma constelação de estrelas coadjuvantes: Sigourney Weaver, Sandra Bullock, Juliet Stevenson (impagável como a sacerdotisa fashion Diana Vreeland), Hope Davis, Isabella Rossellini e Gwyneth Paltrow (que, numa ponta como cantora de boate, tem simplesmente uma das melhores performances de sua carreira). Ah, e Daniel Craig também está óóótemo - em todos os sentidos. Do roteiro aos figurinos, tudo é primoroso. Truman ia a-do-rar, e depois ia se gabar pra todo mundo.

RECUSE IMITAÇÕES

Ser um dos homens mais bonitos do Brasil era pouco para o Eloy Nunes. Agora o mancebo resolveu mostrar que tem mais do que talento dramático: tem "star quality". Quem conhece o trabalho dele só dos comerciais da TV deve assistir ao monólogo "O Cópia", com texto e direção de Leo Lama, em cartaz todas as quintas no Teatro Bibi Ferreira até o final de julho. Monólogo é força de expressão: o espetáculo tem o auxílio luxuoso (em vídeo) de gente do quilate de Etty Fraser, Walderez de Barros e Fafy Siqueira. Que ódio: o Eloy é lindo, carismático e está fazendo sucesso (a sala estava praticamente lotada quando eu fui). Precisamos eliminá-lo.

PQD DE SUNGÃO

Os trigêmeos da G Magazine que me perdoem, mas o fetiche maior desta semana de Parada Gay é o traficante Marcelo PQD, preso no Rio de Janeiro usando uma sunga igualzinha à que Fábio Assunção (ou Fábio Dessungão, conforme o Casseta & Planeta) desfilou numa cena da novela. O corpo esculpido de PQD deixou muita biba suspirando, e levantou sérias dúvidas quanto à sua heterossexualidade: afinal, qual macho que é macho passa quatro horas por dia cinzelando o peitoral? É o velho ditado: quem gosta de homem bonito é viado. Mulher gosta mesmo é de dinheiro...

AQUI TEM CULPA TODO MUNDO

Tem culpa eu? Sim, de muitas coisas, mas a "bispa" Sônia Hernandes e seu marido e comparsa, o "apóstolo" Estevam Hernandes, têm mais: os dois pombinhos, chefes da gang-barra-igreja Renascer acabam de se declarar culpados de contrabando, conspiração e falso testemunho. Não, não foi nenhum ato de contrição, e sim um acordo com a justiça americana para evitar um júri popular e muitos anos de xilindró. E ainda tem evangélico reclamando que a Paulista foi liberada para a Parada Gay, mas não para a Marcha para Jesus... A razão é financeira: enquanto a Parada já é o maior evento turístico da cidade de São Paulo, movimentando milhões de reais e gerando milhares de empregos, a Marcha é organizada pelos bandidos da Renascer, servindo basicamente para forrar os cofres da "igreja". Que renasçam no inferno.

DOWN THE HILL

Não entendo esse auê todo em torno dos shows de Lauryn Hill no Brasil. A mulher lançou um único disco solo há quase uma década atrás. OK, zuzo bem, o CD vendeu muito e ganhou o Grammy de melhor do ano - desbancando, aliás, o "Ray of Light" da Madonna, que era muito melhor e, com o passar do tempo, se mostrou muito mais influente. Depois disso foi só um "MTV Acoustic" onde Miss Hill (ela faz questão de ser chamada assim, que nem a pentelha da Diana Ross) mais discursava do que qualquer outra coisa. Digno de nota, só um concerto de Natal em pleno Vaticano, onde ela teve a coragem de atacar os padres pedófilos e cobrar uma posição da Igreja (claro que a cena foi cortada da transmissão pela TV). Receber esta neguinha com loas e pagar os tubos para ver seu showzinho chinfrim é ouvir o galo cantar sem saber onde.

A COR DO SOM

"Chromophobia" quer dizer medo das cores, mas é claro que o nome do novo disco do brasileiro Gui Boratto é irônico. São 13 faixas eletrônicas quase "minimal" - só uma tem vocais - mas cada uma num clima diferente. O efeito, pra usar uma expressão bem cafona, é um caleidoscópio sonoro. A imprensa estrangeira tem se rasgado em elogios ao CD, enquanto que por aqui preferem dar destaque a Ivete Sangalo ao vivo no Maracanã. Não faz mal: já está na minha lista dos melhores do ano.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

VAVÁ TOMAR NO…

Porque será que todo chefe de estado tem um parente que lhe causa os maiores constrangimentos? Fácil: porque toda família tem sua ovelha negra, às vezes mais do que uma. FHC e Margaret Thatcher tiveram problemas com seus pimpolhos. Jimmy Carter e Bill Clinton tinham irmãos do balacobaco, e agora é Lula quem vai pelo mesmo caminho. Vale ressaltar que a reação dele foi surpreendente, sem reclamar da clássica “invasão de privacidade”. Estaria Lula se transformando num verdadeiro estadista, ou ele sabe que se jogar Vavá no fogo vai aumentar sua credibilidade? Hmm, talvez as duas hipóteses sejam a mesma coisa. Em tempo: nos Estados Unidos, quem chegou à Presidência foi a própria ovelha negra da família…

quarta-feira, 6 de junho de 2007

CORAZÓN, CORAZÓN

O Brasil tem, de maneira geral, um ambiente muito mais favorável aos gays do que qualquer outro país da América Latina. Mas porque é que não existe por aqui uma banda de grande sucesso tão desmunhecada como a argentina Miranda! (assim mesmo, com exclamação no final)? Nós, que lançamos Ney Matogrosso há mais de 30 anos, hoje não temos nada tão divertido como essas bichinhas portenhas. OK, temos os Textículos de Mary e Las Bibas from Vizcaya: mas estes são grupos quase underground, enquanto que o Miranda! lota estádios do Rio Grande à Patagônia. Esta semana estão lançando um novo CD: “El Disco de Tu Corazón”, porque todas as faixas têm na letra a palavra “corazón”. Quem não conhece o som saltitante dos nossos hermanos precisa clicar em www.esmirandamiamor.com. E encomendar o disco novo para quem for a Buenos Aires, já que agora tem alfajores Havanna por aqui.